04 abril 2019
03 abril 2019
Maiores Bancos do mundo
10- Credit Agricole - França - Ativo total de 2,117 bilhões de dólares - Fundado em 1894
9- Bank of America - 2,281 bilhões - Valor de mercado de 325 bilhões
8- BNP Paribas - Frances - criado em 2000 - 2,357 bilhões
7- HSBC Holdings - Londres - 2,521 bilhões - fundado em 1885 - presente em mais de 80 países
6- JPMorgan Chase Co - 2,533 bilhões e valor de mercado de 390 bilhões. Fundado em 2000
5- Mitsubishi UFJ Financial Group - Japão - 2,787 bilhões - Formado em 2005
4- Bank of China - 2,991 bilhões, fundado em 1912 - Presente em 27 países
3- Agricultural Bank of China - 3,235 bilhões, criado em 1951 - 330 milhões de clientes
2- China Construction Bank Corp - 3,4 bilhões
1- Industrial Commercial Bank of China - 4,009 bilhões, fundado em 1984 - Tem meio milhão de empregados na China
O Itau tem ativos de 1,55 trilhão de reais ou 400 milhões de dólares. Ou 10% do ICBC, o primeiro da lista.
Fonte: Aqui
9- Bank of America - 2,281 bilhões - Valor de mercado de 325 bilhões
8- BNP Paribas - Frances - criado em 2000 - 2,357 bilhões
7- HSBC Holdings - Londres - 2,521 bilhões - fundado em 1885 - presente em mais de 80 países
6- JPMorgan Chase Co - 2,533 bilhões e valor de mercado de 390 bilhões. Fundado em 2000
5- Mitsubishi UFJ Financial Group - Japão - 2,787 bilhões - Formado em 2005
4- Bank of China - 2,991 bilhões, fundado em 1912 - Presente em 27 países
3- Agricultural Bank of China - 3,235 bilhões, criado em 1951 - 330 milhões de clientes
2- China Construction Bank Corp - 3,4 bilhões
1- Industrial Commercial Bank of China - 4,009 bilhões, fundado em 1984 - Tem meio milhão de empregados na China
O Itau tem ativos de 1,55 trilhão de reais ou 400 milhões de dólares. Ou 10% do ICBC, o primeiro da lista.
Fonte: Aqui
Postalis
É verdade que muitas vezes os reguladores são lentos em punir. Mas é inegável o progresso feito pela CVM. Agora, a entidade que fiscaliza o mercado aplicou uma grande punição para alguns dos acusados do escãndalo da Postalis. Em resumo a CVM aplicou as seguintes punições:
Condenação de Fabrizio Dulcetti Neves: à proibição temporária, pelo prazo de 10 anos, de atuar, direta ou indiretamente, em qualquer modalidade de operação no mercado de valores mobiliários.
Condenação de Leandro Ecker: à multa no valor de R$ 12.690.853,71, correspondente a duas vezes e meia o ganho ilícito obtido.
Condenação de André Barbieri Perpétuo: à multa no valor de R$ 13.196.767,56, correspondente a duas vezes e meia o ganho ilícito obtido.
Condenação de Alexej Predtchensky: à multa no valor de R$ 13.114.248,90, correspondente a 10% do valor total das operações irregulares.
Absolvição de BNY MELLON Serviços Financeiros DTVM S.A. e José Carlos Lopes Xavier de Oliveira da acusação de precificação imprecisa de ativos.
Extinção da punibilidade de Cristiano Giorgi Muller Carioba Arndt, em razão de seu falecimento a antes do julgamento.
Como houve, no caso, condenação à penalidade de proibição temporária, o Colegiado deliberou, com base na Lei 13.506/17, conceder ao acusado ao qual tal penalidade foi aplicada, o prazo de 10 dias, contados da data da ciência da decisão, para requerer ao Colegiado da CVM o efeito suspensivo da aplicação dessa penalidade.
Ainda cabe recurso. Há outros processos envolvendo alguns dos personagens.
Condenação de Fabrizio Dulcetti Neves: à proibição temporária, pelo prazo de 10 anos, de atuar, direta ou indiretamente, em qualquer modalidade de operação no mercado de valores mobiliários.
Condenação de Leandro Ecker: à multa no valor de R$ 12.690.853,71, correspondente a duas vezes e meia o ganho ilícito obtido.
Condenação de André Barbieri Perpétuo: à multa no valor de R$ 13.196.767,56, correspondente a duas vezes e meia o ganho ilícito obtido.
Condenação de Alexej Predtchensky: à multa no valor de R$ 13.114.248,90, correspondente a 10% do valor total das operações irregulares.
Absolvição de BNY MELLON Serviços Financeiros DTVM S.A. e José Carlos Lopes Xavier de Oliveira da acusação de precificação imprecisa de ativos.
Extinção da punibilidade de Cristiano Giorgi Muller Carioba Arndt, em razão de seu falecimento a antes do julgamento.
Como houve, no caso, condenação à penalidade de proibição temporária, o Colegiado deliberou, com base na Lei 13.506/17, conceder ao acusado ao qual tal penalidade foi aplicada, o prazo de 10 dias, contados da data da ciência da decisão, para requerer ao Colegiado da CVM o efeito suspensivo da aplicação dessa penalidade.
Ainda cabe recurso. Há outros processos envolvendo alguns dos personagens.
Viés da publicação
Um problema sério que atinge a pesquisa científica é o viés da publicação. Da mesma forma que ocorre com os tabloídes, os periódicos e os membros das comissões de avaliação gostam de pesquisas que sejam mais “excitantes”. Em geral, isto significa pesquisas em apresentaram um p-valor elevado (vide sobre isto, postagem recente do blog). Caso o resultado não seja “excitante”, os periódicos tendem a não publicar e os avaliadores a questionar a validade do trabalho. Conforme destaca Guerra Pujol, isto gera uma falha de mercado acadêmica, gerando uma superprodução de estudos sensuais.
Para cada estudo que mostra que há uma relação entre gerenciamento de resultado e relatório de auditoria com ressalva temos diversos estudos “entediantes” que mostram que esta relação não existe. Se não sabemos deste estudo, não temos uma ideia real se efetivamente existe uma relação entre gerenciamento e auditoria.
Neste ponto, nós pesquisadores temos uma parcela enorme de culpa. Quando o resultado mostra com pouca significância, tentamos diversas técnicas, buscando um resultado que seja condizente com o que esperamos. E aceitamos que avaliadores descartem nossa pesquisa por não apresentarem resultado “sensuais”.
Uma forma de reduzir este problema é deixar registrado, antes do início da pesquisa, quais os testes serão realizados. Isto evitaria a “dragagem de dados" (ou aqui)
Para cada estudo que mostra que há uma relação entre gerenciamento de resultado e relatório de auditoria com ressalva temos diversos estudos “entediantes” que mostram que esta relação não existe. Se não sabemos deste estudo, não temos uma ideia real se efetivamente existe uma relação entre gerenciamento e auditoria.
Neste ponto, nós pesquisadores temos uma parcela enorme de culpa. Quando o resultado mostra com pouca significância, tentamos diversas técnicas, buscando um resultado que seja condizente com o que esperamos. E aceitamos que avaliadores descartem nossa pesquisa por não apresentarem resultado “sensuais”.
Uma forma de reduzir este problema é deixar registrado, antes do início da pesquisa, quais os testes serão realizados. Isto evitaria a “dragagem de dados" (ou aqui)
02 abril 2019
Significância estatística
Esta é uma discussão que interessa aos pesquisadores: há um movimento para repensar a questão da significância estatística. Em outras palavras, os famosos 5% de qualquer pesquisa. Um manifesto, com mais de 800 assinaturas chama a atenção para o uso incorreto do assunto:
Pesquisas de centenas de artigos descobriram que os resultados estatisticamente não significativos são interpretados como indicando "nenhuma diferença" ou "nenhum efeito" em cerca de metade (ver "Interpretações erradas" e Informações suplementares). (...) Concordamos e pedimos que todo o conceito de significância estatística seja abandonado. (...)
Em vez disso [proibição dos valores p], e em consonância com muitos outros ao longo das décadas, estamos pedindo uma parada no uso de valores de P de maneira convencional e dicotômica - para decidir se um resultado refuta ou apóia uma hipótese científica
Bogard critica um pouco a abordagem do artigo:
Embora eu concorde com os sentimentos do resto do artigo da Nature, tenho medo de que os ideais expressos pelos autores possam ser abusados por outros, querendo fugir das salvaguardas do rigor científico ou não compreender completamente os princípios da inferência estatística.
Segundo ele, Gellman também teria preocupações semelhantes. Bogard confessa que o assunto não é trivial, mesmo para ele:
É difícil para os Phds que passaram a vida toda fazendo essas coisas. É difícil para os profissionais que fizeram suas carreiras com isso. Isso é difícil para mim.
Uma palavra de alento no final:
O economista Noah Smith discutiu o retrocesso em relação aos valores de p há alguns anos. Ele afirmou corretamente que "se as pessoas estão fazendo ciência corretamente, esses problemas não serão importantes a longo prazo".
Pesquisas de centenas de artigos descobriram que os resultados estatisticamente não significativos são interpretados como indicando "nenhuma diferença" ou "nenhum efeito" em cerca de metade (ver "Interpretações erradas" e Informações suplementares). (...) Concordamos e pedimos que todo o conceito de significância estatística seja abandonado. (...)
Em vez disso [proibição dos valores p], e em consonância com muitos outros ao longo das décadas, estamos pedindo uma parada no uso de valores de P de maneira convencional e dicotômica - para decidir se um resultado refuta ou apóia uma hipótese científica
Bogard critica um pouco a abordagem do artigo:
Embora eu concorde com os sentimentos do resto do artigo da Nature, tenho medo de que os ideais expressos pelos autores possam ser abusados por outros, querendo fugir das salvaguardas do rigor científico ou não compreender completamente os princípios da inferência estatística.
Segundo ele, Gellman também teria preocupações semelhantes. Bogard confessa que o assunto não é trivial, mesmo para ele:
É difícil para os Phds que passaram a vida toda fazendo essas coisas. É difícil para os profissionais que fizeram suas carreiras com isso. Isso é difícil para mim.
Uma palavra de alento no final:
O economista Noah Smith discutiu o retrocesso em relação aos valores de p há alguns anos. Ele afirmou corretamente que "se as pessoas estão fazendo ciência corretamente, esses problemas não serão importantes a longo prazo".
Mistério na DFC
- A Energisa divulgou uma DFC partindo de um lucro positivo e chegando a um fluxo das atividades operacionais negativo
- Duas contas destacam: "ganho com combinação de negócios" e "diminuição de fornecedores"
- A primeira é justificada em notas explicativas; a segunda não, permanecendo um mistério
As demonstrações contábeis da empresa Energisa chama a atenção para um aspecto curioso na sua Demonstração dos Fluxos de Caixa. De um lucro líquido de 1,180 bilhão de reais no consolidado, a empresa teve um caixa negativo das operações de 968 milhões de reais. Qual a explicação para esta mudança. Olhando os itens temos “ganho auferido na combinação de negócios” de menos 1,170 bilhão. Esta valor substancial é decorrente da aquisição, por parte da empresa, das ações da Ceron e da Eletroacre, em razão do leilão da Eletrobras. Isto é o que informa as notas explicativas da empresa.
Mas outra conta de destaque é a diminuição de fornecedores. O valor da DFC é de menos 1,783 bilhão. Geralmente esta conta está associada a variação que ocorre na conta de fornecedores da empresa. Mas isto não justifica. Veja que o valor de fornecedores no final de 2017 era de 1,418 bilhão no curto prazo e 96 milhões no longo prazo; já no final de 2018 este saldo era de 1,653 bilhão e 75 milhões, curto e longo prazo, nesta ordem. Ou seja, a variação ocorrida nos fornecedores não justifica este montante.
De onde veio esta variação? Também é decorrente da mesma operação de aquisição de ação. Na semana passada encaminhamos esta dúvida para o RI da empresa. Não obtivemos resposta. Permanece o mistério.
01 abril 2019
Fatores de Prêmio Global
Resumo:
We examine 24 global factor premiums across the main asset classes via replication and new-sample evidence spanning more than 200 years of data. Replication yields ambiguous evidence within a unified testing framework with methods that account for p-hacking. The new-sample evidence reveals that the large majority of global factors are strongly present under conservative p-hacking perspectives, with limited out-of-sample decay of the premiums. Further, utilizing our deep sample, we find global factor premiums to be not driven by market, downside, or macroeconomic risks. These results reveal strong global factor premiums that present a challenge to asset pricing theories.
Baltussen, Guido and Swinkels, Laurens and van Vliet, Pim, Global Factor Premiums (January 31, 2019). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3325720 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3325720
We examine 24 global factor premiums across the main asset classes via replication and new-sample evidence spanning more than 200 years of data. Replication yields ambiguous evidence within a unified testing framework with methods that account for p-hacking. The new-sample evidence reveals that the large majority of global factors are strongly present under conservative p-hacking perspectives, with limited out-of-sample decay of the premiums. Further, utilizing our deep sample, we find global factor premiums to be not driven by market, downside, or macroeconomic risks. These results reveal strong global factor premiums that present a challenge to asset pricing theories.
31 março 2019
Swedbank e a lavagem de dinheiro na Estônia
Lembram do Danske Bank? O banco dinamarquês foi convidado a sair da Estônia depois da descoberta que estava ajudando a lavar dinheiro. Em razão disto, o banco ganhou um prêmio internacional de corrupção. O tradicional banco da Dinamarca parece que não estava sozinho na história.
Um programa de televisão sueco mostrou que o problema também pode ter acontecido com o Swedbank. Com ativos de 230 bilhões de dólares, 16 mil funcionários, sede em Estocolmo, e tendo sido fundado em 1820, o Swedbank é uma instituição financeira tradicional.
A CEO da instituição (na verdade ex-CEO desde quinta) tinha afirmado que o Swedbank não estava envolvido em operações de lavagem de dinheiro, como o Danske Bank. O que o programa de televisão fez foi revelar que isto era uma mentira: não somente o banco ajudou na lavagem de dinheiro, como isto ocorre há mais de uma década. O programa de televisão conseguiu documentos mostrando transações do Danske e do Swedbank nos países bálticos.
Um dos clientes do Swedbank foi o ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, que foi deposto após diversos protestos populares. Atualmente este político vive na Rússia.
Após a divulgação, a CEO Birgitte Bonnesen afirmou que a instituição tinha descoberto uma suspeita de lavagem de dinheiro e tinha feito uma comunicação a órgãos reguladores. Aparentemente a CEO mentiu. Logo após, a instituição contratou a EY para uma investigação. Mas a EY também estava sendo investigada no escândalo. As ações da instituição caíram na bolsa. Finalmente, no dia 28 de março, a CEO, que entre 2009 a 2011 foi chefe de auditoria das instituição, foi demitida.
Um programa de televisão sueco mostrou que o problema também pode ter acontecido com o Swedbank. Com ativos de 230 bilhões de dólares, 16 mil funcionários, sede em Estocolmo, e tendo sido fundado em 1820, o Swedbank é uma instituição financeira tradicional.
A CEO da instituição (na verdade ex-CEO desde quinta) tinha afirmado que o Swedbank não estava envolvido em operações de lavagem de dinheiro, como o Danske Bank. O que o programa de televisão fez foi revelar que isto era uma mentira: não somente o banco ajudou na lavagem de dinheiro, como isto ocorre há mais de uma década. O programa de televisão conseguiu documentos mostrando transações do Danske e do Swedbank nos países bálticos.
Um dos clientes do Swedbank foi o ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, que foi deposto após diversos protestos populares. Atualmente este político vive na Rússia.
Após a divulgação, a CEO Birgitte Bonnesen afirmou que a instituição tinha descoberto uma suspeita de lavagem de dinheiro e tinha feito uma comunicação a órgãos reguladores. Aparentemente a CEO mentiu. Logo após, a instituição contratou a EY para uma investigação. Mas a EY também estava sendo investigada no escândalo. As ações da instituição caíram na bolsa. Finalmente, no dia 28 de março, a CEO, que entre 2009 a 2011 foi chefe de auditoria das instituição, foi demitida.
Frase
Nada no mundo se compara à persistência. Nem o talento; não há nada mais comum do que homens malsucedidos e com talento. Nem a genialidade; a existência de gênios não recompensados é quase um provérbio. Nem a educação; o mundo está cheio de negligenciados educados. A persistência e determinação são, por si sós, onipotentes. O slogan "não desista" já salvou e sempre salvará os problemas da raça humana.
Calvin Coolidge
Calvin Coolidge
Brasil : a década perdida de 2011 a 2020
De 2011 a 2020, o crescimento médio do Brasil deve ser de apenas 0,9% ao ano, projeta um estudo do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Se a previsão for confirmada, a economia brasileira vai registrar um desempenho mais fraco até mesmo do que o observado nos anos 1980, período chamado de "década perdida", quando o PIB avançou em média apenas 1,6% ao ano no período.
O levantamento do Ibre utiliza como base a série histórica do PIB apurada pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea) e as projeções para 2019 e 2020 do relatório Focus, do Banco Central, que colhe a avaliação de analistas para a economia brasileira.
O levantamento do Ibre utiliza como base a série histórica do PIB apurada pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea) e as projeções para 2019 e 2020 do relatório Focus, do Banco Central, que colhe a avaliação de analistas para a economia brasileira.

30 março 2019
Detector de mentira
A empresa American Airlines, na sua filial brasileira, realizava teste com detector de mentiras com empregados e prestadores de serviços. Agora, o Tribunal Superior do Trabalho considerou esta prática como "dano moral coletivo", mesmo que a empresa vise a segurança na aviação civil. Além disto, a empresa fazia perguntas para empregados que "invadiriam a intimidade deles [dos empregados]". Entre estas perguntas, temas como consumo de álcool ou drogas, por exemplo.
O polígrafo ou detector de mentira é um aparelho que mede variáveis fisiológicas enquanto uma pessoa responde a perguntas realizadas. As reações registradas deveria "detectar uma mentira".
Porém, pessoas treinadas podem facilmente burlar o dispositivo, e mesmo com interrogados não treinados o resultado não é confiavel, sendo raramente admissiveis em julgamentos.
A empresa alegava, no entanto, que o transporte aéreo exige métodos para garantir a segurança dos passageiros. Este argumento não convenceu o TST, que multou a empresa em 1 milhão de reais e o fim do teste do polígrafo em qualquer circunstância. A questão da validade científica foi lembrada pelo relator.
(Imagem: Alias, Garner como Sydney Bristow)
O polígrafo ou detector de mentira é um aparelho que mede variáveis fisiológicas enquanto uma pessoa responde a perguntas realizadas. As reações registradas deveria "detectar uma mentira".
Porém, pessoas treinadas podem facilmente burlar o dispositivo, e mesmo com interrogados não treinados o resultado não é confiavel, sendo raramente admissiveis em julgamentos.
A empresa alegava, no entanto, que o transporte aéreo exige métodos para garantir a segurança dos passageiros. Este argumento não convenceu o TST, que multou a empresa em 1 milhão de reais e o fim do teste do polígrafo em qualquer circunstância. A questão da validade científica foi lembrada pelo relator.
(Imagem: Alias, Garner como Sydney Bristow)
História da Contabilidade: Revista da Associação dos Guarda livros - Parte 3
Mas o que seria a crise de 1864, que tanto preocupava os guarda-livros do segundo reinado?
Aqui um documento de 1865 de 39 páginas. Em nenhum momento do documento surge a palavra “contabilidade” ou “escrituração” ou “guarda-livros”.
A seguir, um resumo da crise conforme a Wikipedia
Casa Souto foi uma instituição financeira brasileira do século XIX. Na década de 1850, durante a fase de prosperidade dos negócios com o café, floresceram algumas casas bancárias no Rio de Janeiro. A Souto E Cia, que ficou conhecida como Casa Souto, era a mais importante delas.
Foi fundada pelo português Antonio José Alves Souto, que há anos trabalhava na Corte como corretor de títulos e de outros valores, tinha título de nobreza e gozava de muito prestígio junto à colônia portuguesa fluminense, chegando a ocupar o cargo de presidente da Beneficência Portuguesa.
O cliente preferencial das casas bancárias era aquele cuja demanda de crédito não podia ser satisfeita através de empréstimos diretos do Banco do Brasil, ou dos bancos comerciais privados. A oferta de crédito destas casas bancárias não era composta apenas de depósitos feitos pelo público mas, também, de empréstimos obtidos em bancos particulares e no Banco do Brasil. Parte dos lucros destes estabelecimentos advinha de operações triangulares, ou seja,das diferenças entre os valores das taxas de desconto pagas pelas casas bancárias aos bancos comerciais e dos altos juros cobrados dos tomadores de empréstimos.
Em 1857 a economia cafeeira entrou em crise, com quedas acentuadas nas exportações e nas cotações dos preços do café no mercado mundial. Em meio à retração econômica, o governo Imperial afastou o ministro papelista Bernardo de Sousa Franco da pasta da Fazenda e colocou em prática os princípios metalistas através da promulgação da Lei 1.083, de 22 de agosto de 1860.
A nova legislação limitava a liquidez monetária determinando que nenhum banco privado poderia emitir vales, enquanto não se mostrasse capaz de reembolsá-los em ouro. Apenas o Banco do Brasil e suas filiais tiveram essa autorização, o que demonstra que, incapaz de eliminar a pluralidade o Governo, procurou cerceá-la. A “Lei dos Entraves” abalou o sistema bancário carioca. O Banco Comercial e Agrícola e o Banco Rural e Hipotecário perderam seus direitos de emissão e o Banco Comercial e Agrícola, fundado durante a administração de Bernardo de Sousa Franco, foi liquidado. Houve uma forte retração da liquidez, seguida da alta das taxas de juros e da falência de casas bancárias.
O Banco do Brasil tentou intervir na crise e concedeu empréstimos à Casa Souto que acumulou uma dívida de 22 mil contos de réis, o que correspondia à metade do capital do Banco do Brasil, ultrapassando os limites do socorro tecnicamente possível.
Pela manhã do dia 10 de setembro de 1864, Alves Souto consultou um diretor do Banco do Brasil, no sentido de obter mais 900 contos de réis. A resposta teria sido que era inviável, e melhor seria se a Casa Souto encerrasse suas atividades. A notícia correu e o Banco do Brasil passou a ser encarado como responsável pelo cataclismo. Desordem e agitação perduraram uma semana. Em 17 de setembro, o Governo Imperial decretou a suspensão por 60 dias de todos os vencimentos, prorrogando-os por igual período. Além disso, deu curso forçado às cédulas emitidas pelo Banco do Brasil, evitando as falências em cascata, tranquilizando o mercado financeiro e permitindo a posterior recuperação da economia.
As principais consequências da Casa Souto foram as falências e concordatas que ocorreram na praça do Rio de Janeiro até o fim de março de 1865. Houve também queda do movimento comercial, baixa do câmbio e dos valores dos imóveis, decesso das cotações das ações de companhias, inclusive das ações do Banco do Brasil, elevação do preço da moeda de ouro e aumento extraordinário da circulação fiduciária.
É interessante que nas reuniões da Associação do Clube dos Guarda Livros não é citada explicitamente a Casa Souto. Aparece pouco o nome do Banco do Brasil. Há bastante controvérsia sobre o assunto, tanto é assim que diversas sessões da Associação foram usadas para discutir o assunto.
Aqui um documento de 1865 de 39 páginas. Em nenhum momento do documento surge a palavra “contabilidade” ou “escrituração” ou “guarda-livros”.
A seguir, um resumo da crise conforme a Wikipedia
Casa Souto foi uma instituição financeira brasileira do século XIX. Na década de 1850, durante a fase de prosperidade dos negócios com o café, floresceram algumas casas bancárias no Rio de Janeiro. A Souto E Cia, que ficou conhecida como Casa Souto, era a mais importante delas.
Foi fundada pelo português Antonio José Alves Souto, que há anos trabalhava na Corte como corretor de títulos e de outros valores, tinha título de nobreza e gozava de muito prestígio junto à colônia portuguesa fluminense, chegando a ocupar o cargo de presidente da Beneficência Portuguesa.
O cliente preferencial das casas bancárias era aquele cuja demanda de crédito não podia ser satisfeita através de empréstimos diretos do Banco do Brasil, ou dos bancos comerciais privados. A oferta de crédito destas casas bancárias não era composta apenas de depósitos feitos pelo público mas, também, de empréstimos obtidos em bancos particulares e no Banco do Brasil. Parte dos lucros destes estabelecimentos advinha de operações triangulares, ou seja,das diferenças entre os valores das taxas de desconto pagas pelas casas bancárias aos bancos comerciais e dos altos juros cobrados dos tomadores de empréstimos.
Em 1857 a economia cafeeira entrou em crise, com quedas acentuadas nas exportações e nas cotações dos preços do café no mercado mundial. Em meio à retração econômica, o governo Imperial afastou o ministro papelista Bernardo de Sousa Franco da pasta da Fazenda e colocou em prática os princípios metalistas através da promulgação da Lei 1.083, de 22 de agosto de 1860.
A nova legislação limitava a liquidez monetária determinando que nenhum banco privado poderia emitir vales, enquanto não se mostrasse capaz de reembolsá-los em ouro. Apenas o Banco do Brasil e suas filiais tiveram essa autorização, o que demonstra que, incapaz de eliminar a pluralidade o Governo, procurou cerceá-la. A “Lei dos Entraves” abalou o sistema bancário carioca. O Banco Comercial e Agrícola e o Banco Rural e Hipotecário perderam seus direitos de emissão e o Banco Comercial e Agrícola, fundado durante a administração de Bernardo de Sousa Franco, foi liquidado. Houve uma forte retração da liquidez, seguida da alta das taxas de juros e da falência de casas bancárias.O Banco do Brasil tentou intervir na crise e concedeu empréstimos à Casa Souto que acumulou uma dívida de 22 mil contos de réis, o que correspondia à metade do capital do Banco do Brasil, ultrapassando os limites do socorro tecnicamente possível.
Pela manhã do dia 10 de setembro de 1864, Alves Souto consultou um diretor do Banco do Brasil, no sentido de obter mais 900 contos de réis. A resposta teria sido que era inviável, e melhor seria se a Casa Souto encerrasse suas atividades. A notícia correu e o Banco do Brasil passou a ser encarado como responsável pelo cataclismo. Desordem e agitação perduraram uma semana. Em 17 de setembro, o Governo Imperial decretou a suspensão por 60 dias de todos os vencimentos, prorrogando-os por igual período. Além disso, deu curso forçado às cédulas emitidas pelo Banco do Brasil, evitando as falências em cascata, tranquilizando o mercado financeiro e permitindo a posterior recuperação da economia.
As principais consequências da Casa Souto foram as falências e concordatas que ocorreram na praça do Rio de Janeiro até o fim de março de 1865. Houve também queda do movimento comercial, baixa do câmbio e dos valores dos imóveis, decesso das cotações das ações de companhias, inclusive das ações do Banco do Brasil, elevação do preço da moeda de ouro e aumento extraordinário da circulação fiduciária.
É interessante que nas reuniões da Associação do Clube dos Guarda Livros não é citada explicitamente a Casa Souto. Aparece pouco o nome do Banco do Brasil. Há bastante controvérsia sobre o assunto, tanto é assim que diversas sessões da Associação foram usadas para discutir o assunto.
História da Contabilidade: Revista da Associação dos Guarda livros - Parte 2
A descoberta dos exemplares da Revista da Associação dos Guarda-Livros apresentou uma surpresa e uma decepção. A grande surpresa é que a revista registrou as discussões que ocorreram no ano anterior na associação. Com isto é possível saber um pouco mais de como eram os guarda-livros da época.
A decepção é que a discussão, nos seis primeiros números da revista, estava focada em um fato não contábil: a grande crise de 1864. Muitas páginas do periódico são usadas para apresentar os argumentos dos membros da associação se a crise foi boa ou ruim para economia. Estava esperando discussões sobre métodos contábeis, problemas práticos, questões específicas sobre a profissão e outros assuntos. Mas diversas reuniões foram feitas para discutir uma questão sobre um evento que já tinha passado.
É bem verdade que parte do periódico tem outra destinação. Nos seus primeiros números, a Revista da Associação dos Guarda-Livros tinha uma espécie de editorial, seguido pela transcrição da reunião da associação. Na página 7, um artigo, traduzido, versando sobre “economia política” e também sobre outro assunto de interesse geral. Em um número, psicologia (não o que entendemos sobre esta ciência nos dias de hoje); em outro, a questão do calor do sol. É isto mesmo, o guarda-livro do segundo reinado parece que tinha uma curiosidade além da sua profissão. Na última página, a cotação de alguns produtos, das ações de algumas empresas (existia mercado acionário no Brasil na época!), de navios e outras informações estatísticas. Oito páginas, com periodicidade mensal.
(Em outras postagens irei comentar dos números da revista)
A decepção é que a discussão, nos seis primeiros números da revista, estava focada em um fato não contábil: a grande crise de 1864. Muitas páginas do periódico são usadas para apresentar os argumentos dos membros da associação se a crise foi boa ou ruim para economia. Estava esperando discussões sobre métodos contábeis, problemas práticos, questões específicas sobre a profissão e outros assuntos. Mas diversas reuniões foram feitas para discutir uma questão sobre um evento que já tinha passado.
É bem verdade que parte do periódico tem outra destinação. Nos seus primeiros números, a Revista da Associação dos Guarda-Livros tinha uma espécie de editorial, seguido pela transcrição da reunião da associação. Na página 7, um artigo, traduzido, versando sobre “economia política” e também sobre outro assunto de interesse geral. Em um número, psicologia (não o que entendemos sobre esta ciência nos dias de hoje); em outro, a questão do calor do sol. É isto mesmo, o guarda-livro do segundo reinado parece que tinha uma curiosidade além da sua profissão. Na última página, a cotação de alguns produtos, das ações de algumas empresas (existia mercado acionário no Brasil na época!), de navios e outras informações estatísticas. Oito páginas, com periodicidade mensal.
(Em outras postagens irei comentar dos números da revista)
História da Contabilidade: Revista da Associação dos Guarda livros - Parte 1
A história está sempre se renovando, com mais informações e dados. A cada nova evidencia, mudamos a maneira como enxergamos o que ocorreu no passado.
As postagens deste blog sobre a história da contabilidade caminham neste sentido. Neste sábado, em especial, as postagens também tratam da história da história. Em 2013, este blog fez uma entrevista com a bibliotecária do Conselho Federal de Contabilidade.
Em um determinado trecho perguntamos:
Contabilidade Financeira: Qual o livro mais antigo que consta do acervo da biblioteca?
Lúcia Figueiredo:O livro mais antigo da Biblioteca do CFC é o Código de Contabilidade da União de 1923.
Contabilidade Financeira: E a revista?
Lúcia Figueiredo: A revista é o exemplar n.1 da Revista Brasileira de Contabilidade de 1912 ( temos somente uma cópia).
Já no final, na penúltima pergunta:
Contabilidade Financeira: Antes da RBC existir, tivemos no Brasil no século XIX a publicação de um periódico dos guarda-livros, antiga denominação dos profissionais. Você sabe a existência de algum exemplar desta publicação?
Lúcia Figueiredo: Não.
Nós já sabíamos da existência deste periódico. E não encontramos nas nossas pesquisas. Pois bem, há duas semanas, pesquisando a excelente Hemeroteca Digital, deparamos com uma preciosidade. A imagem a seguir fala mais do que mil palavras:
(Confesso que fiquei tão surpreso com a descoberta, que terminei não fazendo nenhuma postagem sobre a história da contabilidade na semana passada. Um bom motivo, acho) (Existe dois outros periódicos importantes, que precisamos falar mais algum dia: Revista Commercial, de Santos, que antecede a Revista da Associação dos Guarda-livros, e outro revista, também de Guarda-livros, de São Paulo).
As postagens deste blog sobre a história da contabilidade caminham neste sentido. Neste sábado, em especial, as postagens também tratam da história da história. Em 2013, este blog fez uma entrevista com a bibliotecária do Conselho Federal de Contabilidade.
Em um determinado trecho perguntamos:
Contabilidade Financeira: Qual o livro mais antigo que consta do acervo da biblioteca?
Lúcia Figueiredo:O livro mais antigo da Biblioteca do CFC é o Código de Contabilidade da União de 1923.
Contabilidade Financeira: E a revista?
Lúcia Figueiredo: A revista é o exemplar n.1 da Revista Brasileira de Contabilidade de 1912 ( temos somente uma cópia).
Já no final, na penúltima pergunta:
Contabilidade Financeira: Antes da RBC existir, tivemos no Brasil no século XIX a publicação de um periódico dos guarda-livros, antiga denominação dos profissionais. Você sabe a existência de algum exemplar desta publicação?
Lúcia Figueiredo: Não.
Nós já sabíamos da existência deste periódico. E não encontramos nas nossas pesquisas. Pois bem, há duas semanas, pesquisando a excelente Hemeroteca Digital, deparamos com uma preciosidade. A imagem a seguir fala mais do que mil palavras:
(Confesso que fiquei tão surpreso com a descoberta, que terminei não fazendo nenhuma postagem sobre a história da contabilidade na semana passada. Um bom motivo, acho) (Existe dois outros periódicos importantes, que precisamos falar mais algum dia: Revista Commercial, de Santos, que antecede a Revista da Associação dos Guarda-livros, e outro revista, também de Guarda-livros, de São Paulo).
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