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06 março 2019

Curso Prático de Contabilidade: Sendo Detetive

A seguir, mais um estudo de caso para os professores/alunos que usam o livro Curso Prático de Contabilidade, Editora Gen, César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues:

Nem sempre olhar só as demonstrações contábeis é suficiente para entender o que se passa em uma empresa. Mas muitas vezes é possível deduzir a partir dos números. Parece um pouco um trabalho de detetive, onde algumas pistas permitem a montagem de um quebra-cabeça, resultando numa possível descoberta do culpado.

Este caso é de uma empresa real e a ideia é fazer uma “investigação” sobre a empresa. As informações são provenientes exclusivamente das demonstrações contábeis: balanço, DRE e DFC.


Pede-se:
Com base somente nos números apresentados, você consegue imaginar o que está ocorrendo com esta empresa?

Rir é o melhor remédio


05 março 2019

Simons x Buffet



A Renaissance Technologies é um fundo de hedge criado pelo matemático Jim Simons. Nos últimos 30 anos, eles tiveram um retorno 2,5 vezes maior que o de Warren Buffet. O fundo de Simons obteve um retorno anual de 45%. Enquanto, Buffet teve retorno anual médio de 17%.




Competição de séries temporais


  • A questão da precisão da previsão de séries temporais começou no final da década de 60
  • A competição entre cientistas para verificar quem desenvolve um melhor modelo começou logo a seguir
  • Estas competições podem ser uteis para o desenvolvimento de melhores previsões

A questão da precisão de previsão séries temporais apareceu pela primeira vez em uma tese de doutorado de David Reid em 1969. Cinco anos depois, o trabalho de Newbold e Clive Ranger utilizou 106 séries temporais e iniciaram uma discussão para tentar descobrir quais métodos eram mais precisos. Os autores sugeriram um combinação de técnicas como a melhor resposta para o assunto. A pesquisa da época começou a focar na descoberta do melhor modelo.

Makridakis e Hibon propuseram uma competição de previsão envolvendo um grande número de séries temporais. Qualquer pessoa poderia participar e esta talvez tenha sido a primeira competição de previsão. Eles usaram dados da demografia e economia, variando entre 9 a 132 observações, com dados não sazonais, e chegaram (conforme trabalho de 2000) as seguintes conclusões:


  • Métodos sofisticados ou complexos não irão resultar em previsões mais precisas do que os métodos mais simples
  • A classificação do desempenho dos métodos muda conforme a medida de análise de precisão usada
  • O uso de vários métodos combinados supera, em média, métodos individuais
  • A precisão depende do horizonte envolvido na previsão. 

A partir deste instante, os pesquisadores começaram a focar nos modelos que produziram boas previsões, em lugar de focar naqueles modelos com melhores propriedades matemáticas.

Em 1998, Makridakis & Hibon realizaram um nova competição de previsão, envolvendo 3003 séries temporais, com 14 a 126 observações. Nesta competição, somente um concorrente usou redes neurais e o desempenho foi ruim. Hoje há um consenso de que esta técnica não é adequada para séries curtas, uma característica comum das séries temporais.

Nos dias atuais a competição é bem comum. O site Kaggle promove diversas competições para resolver problemas práticos, alguns deles vinculados à previsão. Já foi constatado que a competição ajuda a melhorar os resultados das previsões.

Adaptado daqui. Fonte da imagem aqui

Amazon e efeito sobre o mercado

Damodaran, ao comentar sobre suas previsões da Amazon, apresenta o seguinte gráfico (do NYTimes):

Eu sei que essa imagem provavelmente está muito comprimida para você ler, mas basta dizer que nenhuma empresa, por maior que seja, é segura quando a Amazon entra no mercado. Assim, você pode explicar a implosão da Blue Apron, quando a Amazon entrou no negócio de entrega de refeições, mostrando seu pequeno tamanho e falta de capital; observe que o declínio no valor de mercado da Kroger, Walmart e Target na data da aquisição da Whole Foods foi muito maior em termos de valor em dólares, e essas empresas são grandes e bem capitalizadas. É importante notar também que o declínio no valor de mercado não é permanente e que as empresas em alguns dos setores vêem uma recuperação nos períodos subsequentes, mas geralmente não nos níveis anteriores da entrada da Amazon. Se a Amazon representa o lado da luz da ruptura, a destruição do status quo e tudo o que está associado a ela, nos negócios em que ela entra, é o lado sombrio.

Ele continua:

Em particular, a empresa enfatiza três elementos-chave em seu modelo de negócios:
  1. Concentre-se no Fluxo de Caixa Livre : Eu costumo ser cético quando as empresas falam sobre fluxos de caixa livres, já que a maioria usa definições de auto-serviço, onde adicionam "coisas" para fazer seus fluxos de caixa parecerem mais positivos. A Amazon não parece ter o mesmo rumo. Na verdade, ela não apenas desconta as despesas de capital e as necessidades de capital de giro, como deve, mas também as aquisições (como os US $ 13,2 bilhões gastos com a Whole Foods) para obter o fluxo de caixa livre.
  2. Gerencie o investimento em capital de giro: Talvez por lembrar dos tempos de start-up quando o gerenciamento incorreto de estoques a tenha derrubado, a empresa está concentrada em manter seu investimento em capital de giro o mais baixo possível.
  3. Use alavancagem operacional : A Amazon está claramente consciente de sua estrutura de custos, reconhecendo que seu crescimento de receita pode dar-lhe vantagens significativas de economias de escala, quando se trata de custos fixos. (...)
Há dois recursos adicionais para a empresa que gostaria de acrescentar, dos meus anos de observação da empresa.
  1. Paciência : Eu nunca vi uma empresa mostrar tanta paciência com seus investimentos quanto a Amazon(...)
  2. Experimentação : Em quase todos os negócios em que a Amazon entra, ela está disposta a tentar coisas novas para sacudir o status quo e abandonar experimentos que não funcionam em favor de experimentos que o façam.

Mortes no trânsito

  • O seguro obrigatório para veículos no Brasil é gerenciado por um conjunto de seguradoras
  • A Seguradora Líder divulgou recentemente suas demonstrações contábeis
  • Um informação não contábil se destaca: o número de indenizações a acidentados de trânsito
  • Em 2018 foram mais de 38 mil mortes no trânsito. 
Em 2018 morreram no Brasil 39 mil pessoas por homicídio. É um número expressivo e pouco lisonjeiro. Mas os mortos em acidentes de trânsito é tão grande quanto. 

A Seguradora Líder é uma empresa nacional que lidera um consórcio de 76 seguradoras que centraliza a gestão do DPVAT. No seu relatório anual, a empresa apresentou o seguinte gráfico:
O gráfico informa o número de indenizações recebidas por morte no trânsito Foram 38.281. Deste total, a maioria envolvia motocicletas. 

Uma observação: como o seguro é obrigatório, acredito que o número divulgado pela seguradora esteja muito próximo da realidade. 

Estudando no Youtube


  • Gongbang ou Estude Comigo são canais no Youtube que mostram pessoas estudando
  • Alguns canais possuem milhares de inscritos
  • Aparentemente, assistir os vídeos enquanto estuda seria motivador para as pessoas que precisam estudar.

O vídeo a seguir trata de "Gongbang", em coreano, ou benkyou douga, no Japão ou "estude comigo" em alguns outros países. Trata de vídeos que são produzidos por pessoas que estão estudando e gravam elas ... estudando. Outras pessoas assistem, enquanto estudam. Parece realmente bobo, mas existem muitas pessoas que assistem. A primeira pessoa que aparece no vídeo em um coreano que está estudando para ser contador. Ele estuda por horas e 20 mil pessoas já se inscreveram no seu canal. Segundo ele conta no vídeo, é uma forma das pessoas não se sentirem sozinhas enquanto estudam. O vídeo mostra ele sentado, estudando, tomando notas e lendo um livro.

O primeiro benefício que meus espectadores podem obter é a motivação. Ao observar outras pessoas estudando, elas também podem se motivar a estudar muito. E para mim mesmo, estudando com todos vocês, eu posso me impedir de ficar com preguiça e continuar a me concentrar no meu estudo.





Rir é o melhor remédio


04 março 2019

Déficit Atuarial da Previdência: 21 trilhões

https://pbs.twimg.com/media/D02ivvWW0AAVXIj.png

Metodologia do Impairment na Ambev

No ano passado postamos sobre nossas dúvidas quanto ao teste de impairment da Ambev. Um ano depois, a empresa, ao divulgar suas demonstrações, ainda continua sem fazer amortização por recuperabilidade e continua calculando do teste de maneira bastante "simples". A figura abaixo é uma comparação da redação das duas demonstrações contábeis.
No lado esquerdo, o ano de 2018. Destaquei alguns trechos, mas é perceptível que a empresa tentou destacar pontos na sua metodologia.

Volta do Tratamento da Inflação na Contabilidade Brasileira: Ambev

  • Desde a extinção da correção das demonstrações contábeis, as empresas brasileiras não usavam qualquer tipo de tratamento para situações de inflação elevada
  • No ano passado, o CPC aprovou o IAS 29 para ser aplicado no Brasil
  • A Ambev, ao divulgar suas demonstrações contábeis de 2018, está aplicando o CPC 42/IAS 29 para as operações na Argentina
A demonstração contábil divulgada da Ambev marca a volta do tratamento da inflação na contabilidade brasileira. Usando a norma recentemente aprovada IAS 29/CPC 42, a empresa realizou o tratamento dos números contábeis em ambientes inflacionários. No caso, através do tratamento da filial na Argentina.

Como naquele país a inflação em três anos foi superior a 100% - somente em 2018 chegou quase a 50% - a empresa de cerveja divulgou a aplicação da norma no seu balanço divulgado no final de fevereiro. Conforme a empresa

A IAS 29/CPC 42 exige a divulgação dos resultados das operações da empresa na Argentina como se fossem altamente inflacionárias a partir de 1º de janeiro de 2018 (início do período em que se identifique a existência de hiperinflação).

Isto não é bem verdade, já que anteriormente, no regime da família Kischner, a inflação era manipulada.

De acordo com a IAS 29/CPC 42, os ativos e passivos não monetários, o patrimônio líquido e a demonstração do resultado de subsidiárias que operam em economias altamente inflacionária são corrigidos pela alteração no poder geral de compras da moeda corrente, aplicando um índice geral de preços.
As demonstrações contábeis de uma entidade cuja moeda funcional seja a moeda de uma economia altamente inflacionária, quer estejam baseadas na abordagem pelo custo histórico ou na abordagem pelo custo corrente, devem ser expressas em termos da unidade de mensuração corrente à data do balanço e convertidas para real na taxa de câmbio de fechamento do período.

Um problema do mecanismo aplicado pela empresa é que

os impactos das alterações no poder de compra geral a partir de 1 de janeiro de 2018 foram reportados na demonstração de resultados em uma conta específica para ajuste de hiperinflação, no resultado financeiro (ver Nota 24 - Despesas e receitas financeiras).

Esta opção é realmente muito ruim, já que o problema inflacionário do investimento foi considerado dentro da conta de receita financeira. Ainda nas notas explicativas:

No exercício findo em 31 de dezembro de 2018, a utilização da norma de Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária, de acordo com as regras do IFRS, resultou (i) em um ajuste positivo de R$182,5 no resultado financeiro, (ii) em um impacto negativo no lucro líquido de R$292,4.

Entretanto, o impacto negativo no lucro não fica claro na DRE da empresa.

Consumo de caixa na Tim

Um aspecto que se destaca nos resultados da empresa Tim é a posição do caixa e equivalentes. No final de 2016 a empresa tinha 5,1 bilhões neste item do balanço patrimonial. Um ano depois, durante 2017, a empresa “queimou”  2,167 bilhões. Agora, ao final de 2018, a empresa relatou que possuía 1,075 bilhão, ou 4 bilhões a menos que há dois anos.
(Fiz uma adaptação na figura, para fins didáticos)

A empresa está gerando lucro e caixa nas operações. Nos dois anos, 2018 e 2017, o caixa das operações cresceu de 5,4 bilhões para 6,1 bilhões de reais. Uma parcela está sendo destinada ao caixa de investimentos: 4,4 bilhões e 3,8 bilhões, em 2017 e 2018. Somando, o que corresponderia ao “fluxo de caixa livre” dos períodos foi positivo. O que justifica a redução no saldo de caixa e equivalentes seria, portanto, o caixa de financiamentos. Em 2017 a empresa amortizou 3,3 bilhões de empréstimos e financiamentos; no ano seguinte o pagamento foi de 3,6 bilhões.

Gerenciamento de impressão

O gráfico abaixo corresponde a primeira página das demonstrações contábeis da empresa Sul America:
Sendo uma das mais antigas empresas brasileiras, a Sul América apresenta com cuidado suas informações contábeis. Neste caso, o gráfico foi publicado no jornal Valor Econômico de 27 de fevereiro. Não encontrei uma versão digital no site de relações com investidores da empresa, mas confesso que procurei pouco. Perceberam algo de diferente no gráfico?

Resolvi refazer o gráfico em uma planilha Excel, usando os números da empresa. Veja como ficou:
A diferença da coluna do lucro é tão gritante que não chamaria isto de gerenciamento de impressão. 

Rir é o melhor remédio


03 março 2019

Pesquisa em Futebol

Uma pesquisa divulgada em fevereiro deste ano analisa algo muito interessante. Comecemos pelo título: "Twelve Eyes See More Than Eight. Referee Bias and the Introduction of Additional Assistant Referees in Soccer". Criativo e resumindo a pesquisa. No caso, a presença de árbitros adicionais no futebol e o viés. Basicamente, será que mais olhos analisando os lances modificam a forma como o futebol é conduzido?

Usando dados de duas temporadas, da Liga dos Campeões e Liga Europa, onde os principais times do mundo estavam competindo, os pesquisadores analisaram antes - na temporada 2007 a 2008 - e depois - temporadas 2013 e 2014 - se a presença de mais dois assistentes poderia resultar em mudanças, por exemplo, no número de cartões amarelos. Foram mais de dois mil jogos analisados. Sabe-se que a decisão de um juiz de futebol pode ter consequências econômicas: um time pode ganhar prêmios e ser favorecido, em detrimento de outro.

A pesquisa encontrou a existência de viés na decisão dos juízes na primeira temporada analisada, mas não na segunda, quando foram introduzidos mais dois auxiliares. E aumentou o número de cartões amarelos. Assim, a pesquisa mostrou que a medida melhorou o "controle sobre o jogo"

Olivier Verstraeten e Stijn Baert. Twelve Eyes See More Than Eight. Referee Bias and the Introduction of Additional Assistant Referees in Soccer. feb 2019.

História da Contabilidade: Aumento no relatório da Administração

O Balanço Semestral do Banco de Pernambuco, de 31 de dezembro de 1855, foi realizado pelo guarda-livros Ignacio Nunes Corrêa. Além do balanço, a Demonstração da Conta de Ganhos e Perdas do semestre e uma espécie de relatório da administração. Um aspecto curioso é que neste relatório apresenta o seguinte texto

(Publicado em Diário do Maranhão, 25 de fevereiro de 1855, ano 1, n. 129, p. 3)

História da contabilidade: Ucharia Régia

O jornal A Imprensa traz uma história relacionada com a imperatriz Maria Tereza (provavelmente Maria Tereza da Austria). A rainha, analisando as contas do palácio, verificou com uma conta de velas de sebo e o valor de sete mil rublos. Achou estranho, já que existia no palácio somente velas de cera e de azeite. Mandou investigar e descobriu que por este valor se tinha comprado uma vela de sebo. A explicação seria a seguinte:

Uma noite voltara de uma caçada o grão-duque Constantino, com o rosto cortado e os lábios rachados pelo frio. Que remédio se aplicaria? (...) um pouco de sebo derretido à luz de uma vela. (...) Por todo palácio se procurou uma vela de sebo e não houve meio de achá-la. 
- Pois compre-se, bradou impaciente o grão-duque.
Quantas, senhor?
- As que forem precisas.  

Assim foi feito e a vela foi comprada e usada para o tratamento do grão-duque. O criado que comprou a vela tinha que apresentar a conta de uma vela, mas o valor era irrisório: um libra. Assim, colocou na conta vinte libras. O fiscal, que recebeu a conta, resolveu usar a compra para desviar recursos da contabilidade do palácio e acrescentou mais um zero: 200 libras. O subintendente acrescentou mais um zero: duas mil libras. Finalmente a conta chegou para o intendente que determinou o pagamento da vela de sebo usada pelo herdeiro da coroa, no valor de vinte mil libras.

A história acima ilustra como não existia controle contábil na monarquia no passado (não quer dizer que existe nos dias de hoje). Isto está bem descrito em The Reckoning de Jacob Soll.

(A Imprensa, 11 de agosto de 1858, ano II, n. 64, p. 3. Ucharias regias)
Ucharia = despensa, local onde guardam os mantimentos

História da Contabilidade: Imposto de Renda, Computador e Análise de balanços

A luta entre a receita federal e os fraudadores do imposto de renda é mais antiga que pensamos. Nota fria, notas falsas e meia nota já eram usadas há tempos no Brasil. E esforços na tentativa de ter um instrumento que pudesse pegar os fraudadores ...

Em 1968, a receita federal começa a usar dois meios importantes para tentar reduzir as fraudes fiscais. O primeiro é um computador, instalado na sede do Ministério da Fazenda. Este computador foi chamado de pantera cor de rosa pois as unidades do equipamento, importado dos Estados Unidos, estavam pintadas de rosa. Para aqueles que não se lembram ou não viram, “pink panter” era um personagem de desenho animado e nome de um diamante que originou filmes estreados por Peter Sellers. (Vale a pena ver)

O segundo meio para reduzir fraudes foi a associação entre “novos” formulários e a análise de balanço. Veja o que disse Cleto Henrique Meyer (foto), diretor do Imposto de Renda, em 1968:

Novos formulários para declaração de rendas estão sendo ultimados. Por êsses novos modelos teremos os índices de rentabilidade das emprêsas ou dos contribuintes em geral; os índices de giro de investimento, os índices de estoques, os índices de retôrno, a relação entre as compras e as contas a pagar, etc. Com êsses elementos poderemos dar as regras do jôgo [itálico no original] ao computador, e êle denunciará as emprêsas cujos índices não apresentarem o equilíbrio necessário entre lucro, receita, despesas, estoques, etc. Perfurados os cartões com base nesses dados, o cérebro eletrônico, por um lado, fará o cálculo do impôsto, emitirá as notificações e recibos. Ao mesmo tempo, em outra operação simultânea, selecionará os contribuintes cuja confrontação de índices for suspeira [itálico no original], em desacôrdo com os padrões normais de contabilidade. Com isso esperamos fechar o cêrco em tôrno dos sonegadores. 

(O Cruzeiro, 6 de janeiro de 1968, ed 1, p. 14. Entrevista a Arlindo Silva, foto Indalécio Wanderley) (Grafia da época)

Rir é o melhor remédio


02 março 2019

Leveza e Sensibilidade

Talvez esteja sendo rigoroso demais. Mas particularmente fiquei incomodado com a divulgação do XII Encontro Nacional da Mulher Contabilista (vide aqui). O evento será realizado em Porto de Galinhas, Pernambuco:

Tradicional por tratar com leveza e profissionalismo temas do universo feminino, a 12ª edição traz o lema “Empreendedorismo, Inovação e Sensibilidade: conduzindo revoluções”. (grifo meu)

Qual a razão do termo "leveza"? Pareceu que o termo está associado não ao que é leve, mas ao sentido figurado, de "singelo" e "delicado". Pelo fato de ser um encontro da mulher? 

Além disto, empreendedorismo e inovação são temas que não estão restritos ao universo feminino. Será que "sensibilidade" daria esta restrição?

Última observação: quando da redação desta postagem, o link para programação para o Congresso não estava funcionando.