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01 março 2018

Deloitte entra em acordo para pagar multa de US$ 49,5 milhões

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Ontem (28/02) o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que a Deloitte terá que pagar US$ 49,5 milhões em multa ao governo. A empresa de auditoria falhou em encontrar fraude na falida Taylor, Bean & Whitaker Mortgage Corp (TBW)

Segundo os denunciantes, a Deloitte certificou a TBW como uma empresa solvente, viável, com precisas demonstrações financeiras em todos os anos, de 2001 a 2008. “Apesar das credenciais da Deloitte e a experiência como uma das quatro grandes empresas de consultoria e auditoria, essas eram completamente falsas”, completou.

A justiça alegou que a auditoria da Deloitte se desviou conscientemente dos padrões de auditoria aplicáveis ​​e, portanto, não conseguiu detectar a conduta fraudulenta da TBW e as declarações financeiras materialmente falsas e enganosas. Essa falha que permitiu que a TBW continuasse a oferecer empréstimos hipotecários segurados pela Federal Housing Administration (FHA) até a falência da empresa em 2009.

A Taylor Bean era a 12a maior empresa de empréstimos hipotecários, até ter sido encerrada em 2009. O seu ex-presidente, Lee Farkas, está cumprindo desde 2011 uma pena de 30 anos de prisão, após sua condenação relacionada a 14 casos de fraude e conspiração.


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28 fevereiro 2018

Fertilidade e recessão

Muitos estudos encontram relações que são difíceis de serem explicadas. São as correlações espúrias. Já comentamos várias vezes sobre este assunto: aqui, aqui, aqui e aqui, por exemplo. A existência de relação entre o Super-Bowl e o mercado acionário é uma dos casos mais famosos.

Entretanto, em alguns casos, a correlação pode não ser muito "espúria". Segundo um artigo da BBC , haveria uma relação entre a quantidade de gravidez em um determinado país e o desempenho da economia. Geralmente a taxa de gravidez começa a cair antes do início de uma recessão. Ou seja, é um índice de antecipa uma futura recessão. E, segundo o estudo realizado, é um índice mais preciso que alguns tradicionais. Eis o gráfico ilustrando esta relação:



A pesquisa mostra que a taxa de concepções parou de aumentar e começou a diminuir vários trimestres antes do início das três últimas recessões nos Estados Unidos. (...)

Precisamos medir a qualidade do trabalho do auditor

As Big Four conseguiram uma receita anual de 134 bilhões de dólares em 2017, auditando a grande maioria das empresas com ações negociadas na bolsa. Nas 500 empresas que compõe o índice SP500, 497 foram auditadas pelas Big Four. Do FTSE 100, com as maiores empresas inglesas, foram 99 empresas.

Apesar disto, as empresas são cobradas pelas falhas cometidas, como foi, recentemente, o caso da Carillion (KPMG e Deloitte) ou da Steinhoff (Deloitte). Esses dois casos são típicos. Um ex-executivo da Carillion, afirmou que os problemas da empresa já eram perceptíveis desde 2016. O pior é que o auditor não reconhece que cometeu um erro.

A impressão que fica é que o auditor trabalha para a gestão da empresa, não para o empregado ou o investidor ou o governo. E as punições parecem não resolver muito, segundo Prem Sikka.

Sem dúvida que existe uma falta de punição para as situações onde os auditores cometem erros grassos. Aconteceu com a Abengoa, uma empresa espanhola, cujos problemas foram notados por um estudante de 17 anos, mas não pela empresa de auditoria.

Mas esta discussão possui um grande problema: temos uma grande dificuldade de analisar o trabalho de um auditor mesmo a posteriori. Basicamente, o trabalho do auditor pode ter quatro situações típicas. Imagine que o parecer (ou mais modernamente, o relatório) do auditor tenha duas possíveis saídas: limpo ou com ressalvas (ou até mesmo negativo). Se o parecer for limpo e a situação da empresa se mostrar adequada nos próximos meses, podemos dizer que a auditoria fez seu papel. Mas o parecer pode ser com ressalva e realmente a situação da empresa não é das melhores. Também podemos dizer que a auditoria fez seu papel. Estas duas situações são mostradas na figura abaixo no quadrado rosa.


Uma terceira situação é que o parecer foi com ressalva e na verdade a situação estava adequada. A empresa de auditoria errou, mas este é aquele erro “desculpável” já que pode-se argumentar que “ventos favoráveis” ajudaram a empresa. Lembro de um caso muito antigo, quando uma empresa do Paraná adotou pela primeira vez a correção integral no Brasil. O auditor deu um parecer com ressalva, mas o problema foi a visão estreita do auditor, que afirmou que a correção integral não fazia parte dos princípios contábeis brasileiros.

O problema está no quadrante “Parecer limpo, mas a situação é ruim”. Este foi o caso da Abengoa, da Carrillon e de inúmeros outras situações. Mas como dizemos anteriormente, temos dificuldade de analisar o trabalho a posteriori, pois não sabemos o quanto representa este quadrante no total de auditorias realizadas, mas certamente é uma exceção, não a regra. Também não sabemos com precisão os casos que a auditoria fez a ressalva e a situação era realmente ruim.

De qualquer forma, diversas sugestões são apresentadas para tentar melhorar o sistema de auditoria. Uma delas é o rodízio do auditor. Acredita-se que o auditor familiarizado com uma determinada empresa se torne menos eficiente com o tempo. Ou que este auditor termine por vestir a camisa da empresa. Outra possibilidade é aumentar a concorrência do setor, aumentando o número de grandes empresas, como existia no passado. Também alguns imaginam que o problema está nas regras que ou são detalhadas demais ou de menos, dependendo do argumento. Ou que a contratação deveria ser feita pelo governo e não pelas empresas. Ou contratar um seguro contra fraude e as seguradoras seriam responsáveis pela auditoria. Finalmente, poderíamos pensar em um processo de auditoria que fosse independente nas suas partes; em caso de falha de uma das partes, a outra poderia alertar para algum problema. (De certa forma é isto que ocorre hoje com o Conselho de Auditoria e o Relatório do Auditor)

É bem verdade que nenhuma destas situações permite julgar a qualidade do trabalho dos auditores. Afinal, não conseguimos compreender aquilo que não conseguimos medir.

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27 fevereiro 2018

Concentrando no que importa

Uma propaganda bem legal da Intuit mostra um comerciante concentrado em preencher formulários, não prestando atenção na atividade fim.

Weinstein Company

A Weinstein Company foi fundada em 2005 e tinha como dono Bob Weinstein, irmão do mais conhecido Harvey. Mas desde o segundo semestre de 2017, Harvey tem sido acusado de uma série de crimes sexuais, que inclui assédio com várias mulheres. Até então, a Weinstein Co era uma empresa “respeitável”, responsável pela produção de filmes como Django, O Discurso do Rei, Bastardos Inglórios, entre outros.

Com o escândalo, o procurador-geral apresentou uma ação judicial contra a empresa. A acusação é que a empresa, incluindo o irmão Bob, não tomaram medidas preventivas contra o assunto, apesar de existirem provas há anos. Os gestores da entidade perceberam que a solução para evitar o desemprego e preservar ativos seria a sua venda. Entretanto, o efeito do escândalo foi maior e afetou a própria venda planejada.

Agora, anuncia-se a falência ordenada da empresa, como “unica opção viável para maximizar o valor restante da empresa”.

Fraude no banco indiano

O Banco Nacional Punjab (PNB) foi fundado em 1894 e tem sede em Nova Delhi, Índia. Com 70 mil empregados e controlado pelo governo indiano, a instituição possui 80 milhões de clientes, quase 7 mil agências e mais de 10 mil caixas eletrônicos. Um gigante financeiro.

O PNB reconheceu a existência de uma fraude de quase 2 bilhões de dólares, muito embora existam notícias que este valor pode ser maior. O problema ocorreu quando funcionários subalternos da filial de Mumbai fizeram transações fraudulentas com o designer e joalheiro Nirav Modi. Segundo o PNB, dois funcionários estavam envolvidos no esquema e o problema só foi notado por um funcionário novo do banco. Entretanto, dez funcionários foram suspensos. As ações caíram quase 10%.

Modi e família fugiram do país em janeiro.

Passaporte brasileiro para líderes coreanos

Quem assistiu o filme Identidade Borne deve-se lembrar que o agente tinha, entre seus passaportes, um com a identidade de um brasileiro. O certo é que o passaporte brasileiro é disputado no exterior pela característica da população brasileira: sua diversidade.
Assim, um passaporte emitido no Brasil pode servir para criminosos africanos, europeus ou asiáticos.

A Reuters acaba de divulgar que a família que manda na Coréia do Norte usou documentos de viagem brasileiros (vide fotografia). Na fotografia ao lado, o atual líder.

Os passaportes foram considerados por uma fonte da Reuters um desejo de viajar e criar possível rota de fuga. Os documentos foram considerados legítimos. Anteriormente um jornal japonês tinha afirmado que Jong Un viajou para Tóquio usando um passaporte brasileiro.

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26 fevereiro 2018

Sobre a destituição do Conselho Administrativo da BRF

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O derretimento da fabricante da alimentos BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira. O empresário Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da companhia, divulgou uma nota para responder aos fundos Petros e Previ, que querem destituir a ele e a todos os conselheiros da companhia. Abilio convocou para a próxima segunda-feira uma reunião do Conselho de Administração da companhia, atendendo à solicitação dos fundos.

“Costumo dizer que não gosto de explicações, mas de resultados. E os resultados da BRF não são bons. Entendo a posição dos fundos, sua necessidade de informar seus cotistas, e compartilho da insatisfação de todos os acionistas com os resultados da empresa. Mas discordo das ações, da forma e do momento em que estão se manifestando”, afirma Abilio.

Abilio afirmou ainda que não teve tempo de levar a cabo um novo plano de ação para a companhia, aprovado no dia 22 de fevereiro e que seria apresentado nos dias 7 e 8 de março. E termina dizendo que todos os acionistas com cadeira no conselho são responsáveis pelos rumos da empresa. Em 2016, sob comando dele e do fundo Tarpon, a BRF teve o primeiro prejuízo de sua história: 370 milhões de reais. Em 2017, segundo balanço anunciado semana passada, o prejuízo foi de 1 bilhão de reais.

O empresário começou a comprar ações da BRF em 2013. Em 2015, promoveu uma grande mudança na gestão da companhia, alçando Pedro Faria, sócio da Tarpon, à presidência. Faria deixou o cargo em 31 de dezembro. Abilio, Tarpon, Petros e Previ formam o bloco de controle da empresa e são responsáveis por um dos maiores fracassos das história do capitalismo brasileiro. Desde julho de 2015, a empresa perdeu 62% de seu valor de mercado, ou 36 bilhões de reais.

“Nem nos mais horríveis pesadelos imaginaria essa destruição”, diz um ex-executivo. “Eles adotaram uma forma errada de gerir o negócio, que demorou para aparecer porque o ciclo é longo”. 

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24 fevereiro 2018

Um tuíte valendo ... 2

Reuteurs insinua que Kylie Jenner, que destruiu US$1 bilhão do valor da Snapchat, deveria ensinar os contadores. Going Concern responde:

se o valor da sua empresa é altamente dependente dos caprichos de pseudo-celebridades superficiais e vagas, então, descobrir como explicar isso pode valer a pena. Eu acho que isso também pode ser um sinal de que você não tem muito negócio

Warren Buffett deixa conselho da Kraft Heinz

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O bilionário Warren Buffett vai renunciar ao conselho de administração da empresa de alimentos americana Kraft Heinz ao fim do seu mandato, em abril, segundo comunicado divulgado ontem pela companhia.

O empresário, que tem 87 anos de idade, tomou a decisão porque quer diminuir suas viagens. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o conselho da Kraft Heinz deve nomear Alexandre Van Damme como candidato ao cargo de Buffett na eleição que deve acontecer na assembleia anual da companhia, que deve acontecer no dia 23 de abril. Van Damme é membro do conselho da Anheuser-Busch Inbevand Restaurantes Brands International e diretor do centro de doação de medula DKMS.

Em comunicado, o presidente do conselho de administração da Kraft, Alex Behring, afirmou que trabalhar com Buffett nos últimos cinco anos “tem sido uma honra”. “Suas várias imensuráveis contribuições para a Kraft Heinz terão um impacto duradouro na companhia nos próximos anos”, disse o executivo. “O conselho pretende continuar a parceria com seu maior acionista, Berkshire Hathaway.”

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Um tuíte valendo US$1 bilhão

Um simples tuíte fez uma empresa perder mais de US$1 bilhão em valor de mercado. Na quinta feira, Kylie Jenner (quem?) tuitou uma mensagem onde expressa seu descontentamento com a nova versão do Snapchat dizendo algo como “alguém não abre mais o Snapchat ou sou só eu?”. Muitos responderam de maneira afirmativa, em razão das mudanças recentes no aplicativo.

Com apenas 20 anos, Jenner é considerada uma das jovens mais influentes do mundo. Possui uma grande presença nas mídias sociais, assim como sua família. E tem uma marca de perfumes com um grande crescimento nas vendas. 

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23 fevereiro 2018

Resenha: O Ódio Que Você Semeia

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As resenhas são publicadas às quartas, mas vou antecipar esta na vibe Seven Seconds que está no Netflix (só assisti o trailer – que me lembrou desta resenha incompleta – e, por isso, cá estou), hoje quero falar sobre o livro “O Ódio Que Você Semeia” da Angie Thomas. Eu o li no fim do ano passado e, para mim, foi sem dúvida nenhuma a melhor obra do ano. Muitos concordam, já que o livro ganhou diversos prêmios em 2017, incluindo Melhor Estreia e Melhor Ficção Young Adult.

A história foi inspirada pelo movimento “Black Lives Matter” (As Vidas Negras Importam) que ocorreu em 2014 após muitos jovens negros morrerem injustamente nas mãos de policiais e narra a vida de Starr Carter, uma adolescente de 16 anos que presenciou a morte de um amigo. A trama mostra dois lados da vida de Starr: um em seu bairro pobre, periférico e negro; outro em sua escola cara, rica e com colegas brancos.

O balanço entre os mundos é quebrado quando ela presencia Khalil, um amigo de infância, ser baleado por um policial. A notícia se tornou manchete e muitos julgaram o jovem como sendo traficante ou membro de uma gangue. Há protestos tomando as ruas em defesa de Khalil. Policiais e o chefe do tráfico tentam intimidar Starr... Mas o que todo mundo quer saber é: o que aconteceu naquela noite? O que ela responder pode afetar a comunidade dela e até arriscar a própria vida. O que você faria?

Eu traduzi aqui um pouco da sinopse, mas não há palavras que resumam com qualidade o poder desta obra. O que mais me impressionou foi a capacidade da autora em nos fazer sentir, em nos envolver com a história. Eu vi ali muitas coisas sobre racismo que eu realmente nem imaginava e gostaria que mais pessoas tivessem a oportunidade de entender. E é tudo contado de uma forma que me pareceu muito harmônica e bela para uma situação trágica. Eu virei uma fã da autora e aguardo ansiosamente pelo seu próximo livro.

Eu li alguém perguntando em um fórum se este é o tipo de livro que capitaliza em cima de problemas sociais, políticos ou raciais e este não é o caso. Apesar dos três serem tópicos que merecem atenção, como foi bem lembrado por quem respondeu essa questão, não há o sentimento de militância ou superioridade. Existem livros que ensinam coisas importantes... existem livros que você começa a ler e só consegue parar quando termina... e O Ódio Que Você Semeia é os dois.

A obra será adaptada para o cinema, com a atuação da Amandla Stenberg (The Hunger Games, Tudo E Todas As Coisas).

Vale a pena: Sim. E espero que um dia seja leitura obrigatória nas escolas. Eu definitivamente não fiz jus ao livro, mas espero que a indicação valha para instigar a leitura porque é realmente um tema importante e foi escrito por Angie Thomas da melhor forma possível.

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22 fevereiro 2018

Ajuda em Pesquisa

Uma mestranda, Bruna Socreppa, de Sinop, aluna do mestrado, está solicitando apoio em uma pesquisa acadêmica. O link é aqui. O questionário pode ser respondido em menos de cinco minutos.

21 fevereiro 2018

Os mais citados

Em 2014, a Nature fez a relação das obras mais citadas. A revista usou o Scholar para fazer este levantamento. Em outubro de 2014 o texto mais citado era um artigo da própria Nature, com mais de 200 mil citações.

Tomei a relação da Nature e fiz uma atualização dos valores. Isto é, usando o Scholar, as 18 horas do dia 21 de fevereiro de 2018, ou três anos e meio depois. Só pesquisei os 15 primeiros da lista original e o resultado foi o seguinte:
O artigo de Laemmli, de 1970, aumentou neste período, 15% o número de citações. Nada mal, já que entre os 15 artigos, o texto sobre biologia ainda é o mais citado. Entre os quinze primeiros, Yin (que muitos brasileiros gostam de citar para sustentar o estudo de caso), Kuhn (que já foi mais influente), Zar e Cohen são muito mais obras de apoio. (Na relação dos 100 mais citados apareciam também Siegel, Greene, Steel, Miles, Hair, Kaplan, Cox, entre outros, com este mesmo enfoque)

Algumas obras mudaram um pouco, como é o caso de Maniatis, que possui outra autoria. É importante notar a grande presença de livros entre os mais citados: entre o 4o e o 12o., todos são livros, exceto o texto de Shannon. São destacados com um fundo verde. Um autor brasileiro estava na relação dos 100 mais, Freire, com Pedagogia dos oprimidos.