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Sobre débitos e créditos da vida real
Resposta do anterior: a contabilidade era feita manualmente. Fonte: Polícia e TCE analisam documentos, Zero Hora, 12 de Agosto de 2010
A falta de transparência na divulgação de dados financeiros por parte da sócia Inalca, do grupo Cremonini, fez com que os resultados da italiana fossem excluídos do cálculo do balanço divulgado hoje pela JBS, afirmou o presidente da companhia, Joesley Batista. "Por cautela, decidimos não incorporar os resultados da Inalca. Não aprovamos nem o balanço do trimestre passado até agora, e não vamos aprovar nada enquanto não nos deixarem olhar a contabilidade deles", disse o executivo hoje, durante teleconferência para analistas.
Quando a JBS adquiriu metade do capital da Inalca, em 2007, o contrato previa que a italiana indicasse o diretor-executivo, enquanto caberia à JBS nomear o diretor financeiro. Mas, segundo Batista, quatro diretores-executivos já foram demitidos pela diretoria comandada pelos italianos. "Quando a pessoa começa a trabalhar, eles demitem", afirma.
O grupo Cremonini, por sua vez, acusa a JBS de quebrar compromisso de não concorrência e exclusividade. O argumento é que a aquisição da Bertin pela sócia brasileira, em setembro do ano passado, gerou conflito de interesses entre as sócias.
No início do mês, a disputa foi parar na Câmara de Comércio Internacional, em Paris, quando a JBS arquivou um pedido solicitando intervenção do órgão para arbitrar o impasse com os sócios estrangeiros. "Espero que esses italianos criem juízo e resolvam tratar isso da maneira tão séria como deve ser tratado", disse o executivo, que nega a existência de qualquer conflito de interesse entre as operações das duas empresas.
"Se eles deixarem a gente atuar, isso pode ser resolvido muito rápido", disse o presidente da JBS, sem detalhar que atitudes possam ser tomadas caso a solução do impasse demore a sair. A Inalca, que permitiu à JBS entrar no mercado europeu, responde por cerca de 2,8% da receita consolidada da companhia.
Sem a Inalca, a JBS fechou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 3,7 milhões, resultado 97,1% inferior ao apurado no mesmo período do ano passado. De acordo com a companhia, o desempenho foi afetado pela variação cambial, que afetou as posições de hedge.
De abril a junho, as exportações cresceram 37% na mesma base de comparação, fato que comprova que o mercado internacional está se recuperando, ressaltou Batista. Ele destacou os embarques com destino à Coreia e à Rússia, e disse que espera para este semestre um aumento mais expressivo da demanda por carne por parte dos mercados emergentes. A expectativa da JBS é de se tornar a maior plataforma de distribuição global de congelados, com uma base de 1 milhão de clientes, até 2012.
Apesar dos rumores do mercado, a JBS nega estar envolvida atualmente em qualquer processo de aquisição. Segundo Batista, a companhia tem outros objetivos no momento, como ampliar as distribuições e melhorar o perfil de sua dívida. No entanto, o executivo adianta que caso seja anunciada alguma negociação relevante no futuro, ela não englobará novos mercados. "Nosso foco é consolidar as atividades onde já temos negócios."
SÃO PAULO - A JBS S.A fechou o segundo trimestre deste ano com um lucro líquido de apenas R$ 3,7 milhões, 97,1% a menos do que em igual intervalo de 2009, quando havia registrado ganho de R$ 125,9 milhões. Os dados consolidados da JBS no trimestre não incluem os números da Inalca JBS, empresa na qual a brasileira é sócia do grupo Cremonini, com 50% do capital.
A razão para a exclusão é a disputa que as duas empresas travam na Justiça e que tem como pano de fundo um conflito de interesses entre a JBS e a Inalca JBS, que se tornaram concorrentes depois que a JBS incorporou a Bertin. A JBS recorreu à Câmara de Comércio Internacional para arbitrar o que considera assuntos pendentes de governança corporativa na Inalca JBS. " Optamos por não incorporar os números da Inalca JBS nesse trimestre, pois não conseguimos verificar a sua autenticidade."
Sobre o lucro aquém do esperado, a JBS informou que a maior razão para a queda dos ganhos foi o resultado financeiro afetado pela "alta volatilidade na taxa de câmbio" [1] que impactou as posições de hedge. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 539,8 milhões, quase 2.000% maior do que o resultado negativo de R$ 25,7 milhões do segundo trimestre de 2009. O aumento do uso de capital de giro no período (por causa do aumento nas exportações) também impactou a dívida líquida.
A empresa divulgou ainda que registrou uma receita líquida de R$ 14,116 bilhões no segundo trimestre, 52,5% a mais que os R$ 9,255 bilhões de igual período de 2009. Sobre o primeiro trimestre, o aumento foi de 12,5%, reflexo de alta nos preços de venda, condições de mercado favoráveis e um crescimento de 22,2% na base de clientes. Houve crescimento nas vendas das unidades JBS USA Carne Bovina, Carne Suína e JBS Mercosul. Já as exportações aumentaram 37% no segundo trimestre ante igual trimestre de 2009.
Apesar do resultado fraco, o lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da JBS avançou 163,3% do segundo trimestre de 2009 para igual período deste ano, para R$ 1 bilhão. Também cresceu 16% em relação aos três primeiros meses deste ano. A margem lajida alcançou 7,1% no período, acima dos 4,1% do segundo trimestre de 2009.
A relação entre a dívida líquida e o lajida ficou praticamente estável (3 vezes) em relação ao primeiro trimestre, mas a liquidez melhorou, segundo a JBS. A posição de caixa aumentou enquanto a dívida de curto prazo decresceu.
A elaboração e divulgação de demonstrações financeiras consolidadas, com base no padrão contábil internacional emitido pelo International Accounting Standards Board (IASB), será uma prática a ser adotada por todas as instituições financeiras brasileiras a partir dos balanços do exercício de 2010, conforme dispõe a instrução número 457, de 13 de julho de 2007, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Com isso, espera-se que ocorra um aumento da transparência e da confiabilidade das informações financeiras que são prestadas pelos bancos.
A convergência de adoção do International Financial Reporting Standards (IFRS), ou normas internacionais de contabilidade, ocorre em um momento em que há uma maior integração dos mercados de capitais, mais informações com acesso livre e busca constante de redução de custos de comunicação, transação e informação no mercado.
Nesse sentido, espera-se que ocorra um melhor relacionamento das companhias com os seus credores, facilitando também a consolidação de operações internacionais, especialmente entre filiais e subsidiárias.
Mas a adoção do IFRS pelas empresas e em especial pelas instituições financeiras exige a superação de vários desafios, face às necessidades de uma rápida adaptação a uma nova linguagem contábil, que irá exigir treinamentos dos profissionais envolvidos, ensejando custo de implantação no curto prazo, pois a formação das universidades é distinta do que será implementado a partir de então [1].
Estas alterações sinalizam para mudanças que poderão afetar os resultados que serão apresentados para o exercício de 2010, mas a perspectiva é de impactos positivos, face as possibilidades de melhoria nos processos e a velocidade com que os bancos conseguem realizar referidas adaptações [2].
A perspectiva é a de que ocorra a convergência em todos os bancos brasileiros.
Hoje temos 179 bancos, sendo 10 públicos (5 federais e 5 estaduais), e esse processo já ocorreu na maioria dos bancos europeus que iniciaram o processo em 2005.
Já os Estados Unidos irão adotar esse padrão depois [3], mas o ponto importante é que todos os países trabalharão com uma convergência padrão de contabilidade, e nesse sentido os bancos serão inseridos de forma mais exigente.
Ressalte-se que algumas instituições financeiras localizadas no Brasil já apresentaram seus demonstrativos contábeis no padrão IFRS. Portanto, o desafio é factível.
As diferenças e similaridades entre as normas internacionais de contabilidade (IFRS) e as normas e práticas contábeis brasileiras deverão ser objeto de conhecimento de todos os que trabalham em bancos ou participam de seus conselhos.
Com isso, será mais fácil o entendimento dos benefícios da adoção de novo conjunto de normas contábeis, que atualmente é adotado não só pela comunidade europeia, mas também por diversos outros países da Oceania e Ásia.
Dezesseis diretórios nacionais de partidos políticos ainda não entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os balancetes referentes ao mês de julho, sendo que o prazo previsto em lei se encerrou no dia 15 de agosto. De acordo com a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9096/95), os partidos devem apresentar à Justiça Eleitoral balancetes mensais relativos aos quatro meses anteriores e dois posteriores às eleições.
Os balancetes devem ser enviados até o 15º dia do mês subsequente, que se recair no fim de semana ou feriado, será prorrogado para o primeiro dia útil subsequente.
O documento é uma relação das contas escrituradas pelos partidos, com seus respectivos saldos e deve ser entregue em mídia digital para facilitar a divulgação na internet. Além disso, deve informar o nome e a assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e o respectivo número de registro no Conselho Regional de Contabilidade.
Os diretórios estaduais e municipais devem encaminhar seus balancetes para os Tribunais Regionais Eleitorais respectivos de cada estado.
São os seguintes os partidos que ainda não apresentaram seus balancetes: PCB, PCO, PMN, PPS, PR,PRP, PSC, PSDB, PSDC, PSL, PTdoB, PTB, PTC, PTN, PRTB e PV. O PCB, PCO, PMN, PSDC, PSL, PT DO B e PRTB também não apresentaram o balancete referente ao mês de junho, cuja data prevista para entrega era o dia 15 de julho.
Éprovável que os brasileiros tenham interesse em saber, com clareza, quem financia as campanhas eleitorais. Afinal, a política envolve interesses — às vezes escusos — e dinheiro, muito dinheiro. Tanto que, à época das campanhas, parte da dinheirama é frequentemente encontrada em calças, meias e cuecas.
Segundo o professor da Universidade Estadual de Campinas Bruno Speck, o último ciclo eleitoral, abrangendo candidatos a presidente da República, governadores, prefeitos e parlamentares, custou oficialmente R$8,4 bilhões. Nesse valor estão incluídos as doações, os repasses ao fundo partidário e o horário eleitoral gratuito. Tal montante correspondeu a 0,32% do PIB e a apenas R$11 por ano para cada brasileiro. Se este é o preço da democracia, vale a pena ser pago.
O problema é que a diferença entre o valor oficialmente declarado e o gasto real com as eleições é enorme. Há quem estime que a despesa efetiva seja de dez a quinze vezes superior à registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Nessa hipótese, somados os caixas 1 e 2, o custo de uma rodada eleitoral no Brasil beira a casa dos R$100 bilhões!
Como no caixa 2, por óbvio, não há recibos e notas fiscais, a maior parcela das doações não passa pelas transferências bancárias, circulando por debaixo dos panos, quase que de mão em mão. Não é por acaso que representantes de 12 partidos, entre parlamentares, ex-parlamentares e assessores, respondem a processos, inclusive no Supremo Tribunal Federal, em decorrência dos mensalões do PT, do PSDB e do DEM. Ainda que usual , o caixa 2 é crime.
Por outro lado, o caixa 1, legalmente registrado nos tribunais eleitorais, também é opaco. Atualmente, a preferência nacional entre os que bancam os pleitos é pela “doação oculta” — destinada ao partido, e não ao comitê eleitoral do candidato—-, o que torna difícil a vinculação do financiador ao financiado. Tal fórmula, franciscana às avessas, agrada a quem dá e a quem recebe, prejudicando apenas o eleitor consciente que gostaria de conhecer as relações entre os políticos e os generosos patrocinadores.
Na verdade, não é suficiente saber os totais que cada candidato arrecadou e gastou, como hoje é divulgado nas prestações de contas parciais. Mais importante seria conhecer quais foram os doadores e que valores ofereceram a cada apadrinhado, na base do diga-me quem te apoia e te direi quem és. Até porque, na prática, um segmento do empresariado não doa, e sim investe, visando, claramente, ao retorno do capital aplicado. Ou será que alguém acredita que é somente por espírito democrático que certas empresas doam, de forma simultânea, a adversários que disputam o mesmo cargo? Ou que, por mera coincidência, doações vultosas irriguem as campanhas de Dilma, Alckmin e Cabral — líderes das pesquisas e governistas —, enquanto as campanhas de Serra, Mercadante e Gabeira recebem somas significativamente menores?
É claro que essa situação não pode continuar. O financiamento eleitoral, tal como há muito acontece, é, sem dúvida, uma das causas da corrupção no Brasil. A estrutura dos principais escândalos é semelhante, envolvendo, quase sempre, políticos e os grandes doadores, concentrados nos ramos da indústria pesada, construção civil e sistema financeiro. O remédio para se coibir essas relações promíscuas é a transparência total, iniciativa que deveria partir dos próprios candidatos. Como acreditar que esses futuros políticos serão transparentes na gestão pública se já começam omitindo quem financiou suas campanhas? Essa informação, que deveria estar na web, pode ser decisiva na escolha de cada um.
Você, por exemplo, votaria em alguém financiado pela indústria do fumo? É provável que muitos o façam sem qualquer constrangimento, o que talvez não aconteça com os que lutam contra a proliferação do câncer. Simples assim, democrático. Basta a informação ser acessível a qualquer cidadão.
O Tribunal Superior Eleitoral, para tornar os pleitos verdadeiramente justos e equilibrados, terá que contrariar interesses dos doadores, candidatos e partidos. A contabilidade eleitoral precisa ser publicada detalhadamente na internet já nos três meses que antecedem as eleições. Os doadores e os respectivos valores repassados a cada beneficiado não podem ser sigilosos. Afinal, secreto mesmo é só o voto.
O endividamento da Petrobras cresceu no segundo trimestre deste ano e se aproximou do limite previsto pela companhia, segundo balanço divulgado ontem.
O lucro líquido cresceu 7% no segundo trimestre ante o anterior. No primeiro semestre, na comparação com igual período do ano passado, o crescimento foi de 11%.
A proporção das dívidas da companhia atingiu 34% do valor de mercado. O indicador abaixo de 35% é um dos fatores que garantem à empresa a chancela de boa pagadora -o grau de investimento, dado pelas agências de avaliação de risco.
O endividamento da companhia foi a R$ 94 bilhões.
O dado reforça as preocupações dos analistas sobre a capitalização da empresa, prevista para setembro.
A injeção de recursos na capitalização da Petrobras é fundamental para que ela consiga fazer frente ao plano de investimento.
Os investimentos totalizaram R$ 38,1 bilhões no primeiro semestre, menos da metade da meta da empresa para o ano, que é de R$ 88,7 bilhões. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que os desembolsos estão dentro do previsto.
Barbassa afirmou que não há nenhuma preocupação em relação ao endividamento. "Estamos dentro do limite e, com a capitalização, vamos nos adequar e ganhar fôlego para continuarmos."
Ele disse não temer a avaliação das agências de risco. "Elas estão bem confortáveis em relação à empresa, [posso dizer] pelos contatos que tivemos nos últimos tempos."
Para Victor de Figueiredo, analista da Planner Corretora, as dúvidas do mercado em relação à capacidade da estatal de cumprir seu programa de investimento só serão dissipadas após as definições sobre o processo de capitalização da empresa.
"O que o mercado vai olhar agora é a precificação do barril do petróleo e a efetiva capitalização, se o prazo vai ser cumprido."
RESULTADO
APetrobras atribui o crescimento do lucro e da receita da estatal ao preço do barril do petróleo e ao aumento das vendas. A venda de derivados de petróleo e a alta da demanda por gasolina foram destaques no período.
O lucro foi de R$ 8,3 bilhões de abril a junho deste ano. A receita líquida foi de R$ 53,6 bilhões no segundo trimestre -avanço de 6% ante os três meses anteriores.
Ex-dono de Mappin e Mesbla agora abandona a usina Galo Bravo sem pagar os empregados. Mas gastou milhões da empresa com helicópteros, carro, casa, almofadas ...no papel, pode ter sido feito para impressionar futuros parceiros de negócios.
Mais de R$ 100 mil gastos com o aluguel de helicópteros e pagamento de pilotos, outros R$ 285 mil na compra de um carro importado e cerca R$ 800 mil com a casa de Ribeirão Preto (SP), incluindo o decorador. O empresário Ricardo Mansur torrou isso, e muito mais, usando o caixa da Usina Galo Bravo, durante os onze meses em que esteve à frente da empresa, abandonada por ele em julho. A lista, ainda preliminar, aponta gastos pessoais de R$ 4,8 milhões, parte realizada numa fase em que 1.400 funcionários, entre diretos e cortadores de cana contratados durante a safra, já estavam sem receber.
Os dados saíram de computadores deixados por Mansur na Galo Bravo e escarafunchados pelos antigos donos da usina. Fora seus luxos pessoais, o empresário ainda tirou do caixa da usina R$ 95 mil em seu nome e transferiu pelo menos R$ 2,75 milhões para a Investcorp Financial Administração de Bens e Participações Ltda, uma empresa de fachada usada por ele na sua tentativa de voltar ao mundo dos negócios no ano passado.
Mansur teve o comando da Galo Bravo por meio de uma espécie de arrendamento. Fez um acordo pelo qual deveria investir, administrar e recuperar a empresa, dividindo o produto do trabalho com os antigos donos. Em vez disso, de acordo com a contabilidade encontrada nos computadores, dilapidou o caixa da usina de açúcar e álcool. “Ele prometeu sanear a empresa, mas sangrou e saqueou a usina para manter sua vida em Ribeirão Preto”, disse Alexandre Balbo, representante da família dona dos ativos da companhia.
Segundo Balbo, boa parte do dinheiro enviado à Investcorp - a empresa de fachada de Mansur - foi operada pelo contador Rubens Marques. O empresário deu a Marques uma procuração com “os mais amplos, gerais e ilimitados poderes” para movimentar uma conta da Investcorp aberta numa agência da Caixa Econômica Federal em Ribeirão. Balbo afirma que o valor apurado com os gastos de Mansur na Galo Bravo, incluindo a Investcorp e suas regalias, já ultrapassam R$ 7 milhões.
Avião. Balbo diz também ter encontrado registros de um pagamento de R$ 750 mil que teria sido destinado ao aluguel de um avião utilizado por Mansur para passar férias em Miami, no fim do ano passado. “Os números finais do levantamento serão auditados e usados em uma ação de gestão fraudulenta que faremos contra ele (Mansur)”, afirmou Balbo.
Fora de cena desde a falência do Mappin, da Mesbla e do Banco Crefisul, dez anos atrás, Mansur usou a Investcorp para administrar três empresas das quais assumiu a gestão com a promessa de saneá-las financeiramente - além da Galo Bravo, a Faculdade Batista de Vitória (Fabavi), no Espírito Santo, e a Destilaria Pignata, em Sertãozinho (SP). Todas foram devolvidas ou abandonadas depois que a Justiça apertou o cerco contra o empresário, a partir de reportagens publicadas pelo Grupo Estado.
‘Conhecimentos’. Numa petição encaminhada à 12ª Vara Cível de São Paulo, uma das várias cortes em que tramitam os processos de falência das empresas de Mansur, os advogados do escritório Mundie afirmam que seu cliente tinha sido convidado para administrar empresas “com alto grau de endividamento, empregando os conhecimentos adquiridos por anos de atividade”.
Na Galo Bravo, corre uma versão diferente. Em meados do ano passado, com a usina afundada em dívidas de R$ 450 milhões - R$ 200 milhões com bancos -, mais que o dobro dos ativos estimados em R$ 220 milhões, Balbo foi procurado por Nino Peticarrari, corretor da região chamado por Mansur para iniciar os negócios em Ribeirão Preto. “Em uma reunião na casa do Mansur, em São Paulo, ele nos prometeu assumir a gestão da usina, investir um capital expressivo e ainda assumir o passivo”, disse Balbo. “Como não tínhamos outra opção, aceitamos.”
O representante da Galo Bravo afirma ainda que a família e os então arrendatários da usina - a Central Energética Ribeirão Preto (CERP) - receberiam dinheiro pelo negócio, cujo valor ele não quer revelar. “Recebemos só 30% do combinado”, disse. Tratado como ídolo pelos empregados da usina no começo, após colocar em dia os salários atrasados, Mansur deixou a empresa do mesmo jeito que a assumiu: com protestos por falta de pagamento ou em razão de pagamentos feitos com cheques sem fundo.
“Ele conseguiu lesar mais de 1.400 funcionários que estamos pagando agora, pois está devendo salários desde março”, diz Balbo. Segundo o empresário, Mansur, de posse das procurações para administrar a usina, agora procura comprador para a Galo Bravo. Ao menos até o início deste mês, segundo dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo, uma filial da Investcorp ainda funcionava na usina. Mas um pedido de encerramento das atividades dela aguardava uma decisão.
Laranjas. Acusado por credores de Mappin, Mesbla, Crefisul e várias outras empresas de usar laranjas para dificultar o rastreamento de seus passos, Mansur lançou mão do mesmo recurso na Investcorp. O primeiro administrador da empresa foi André Frata, copeiro do empresário há muitos anos. O segundo foi Salvador Pozzo, durante anos o jardineiro da casa de campo do empresário em Indaiatuba (SP).
No ano passado, quando ensaiava sua volta aos negócios, Mansur colocou o próprio nome nos documentos da Investcorp. Os registros dessa empresa na Junta Comercial do Estado de São Paulo mostram uma operação estranha. Em agosto, ele ampliou em 50 mil vezes o capital da Investcorp, que aumentou de R$ 10 mil para R$ 500 milhões. Apesar do registro, ele integralizou R$ 10 mil, deixando a maior parte para depois. Consultado pelo Estado, um advogado de credores de Mansur acredita que o aumento de capital, realizado apenas
A união da TAM com a LAN foi anunciada na tarde de sexta-feira, como um fusão. A companhia resultante da operação terá um faturamento de US$ 8,4 bilhões, vai operar em 23 países, com 40 mil funcionários. Segundo o presidente da TAM, Líbano Barroso, a Latam será a terceira maior companhia aérea do mundo em valor de mercado.
Embora a lei brasileira permita que estrangeiros tenham apenas 20% das ações com direito a voto de uma empresa aérea, muitos analistas dizem que a TAM foi comprada. Eles dizem que a LAN incluiu em contrato direito a veto nas decisões importantes e transferiu o centro do poder para a holding, no Chile, que terá mais capital chileno.
As ações da TAM deixarão de ser negociadas nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York. Os controladores farão uma oferta para os minoritários para trocar ações da TAM pelos papeis da LAN. Segundo o ‘Estado’ apurou, 70,67% das ações ficarão com a LAN e 29,33%, com a TAM. Para especialistas ouvidos pela agência de notícias Bloomberg, quando o acordo for concluído, a LAN terá comprado a TAM por US$ 3,7 bilhões.
Um gerente da Apple foi indiciado por suposta participação em um esquema de propina avaliado em US$1 milhão, envolvendo fornecedores de acessórios para iPhone e iPod. As autoridades informaram ontem que Paul Shin Devine foi preso na sexta-feira, acusado de fraude, lavagem de dinheiro e suborno.
Devine, de 37 anos, é acusado de aceitar mais de US$1 milhão em troca de informações confidenciais para fornecedores da Apple na Ásia, usadas para negociar contratos mais favoráveis com a Apple. Em nota, a empresa disse ter “zero tolerância para comportamento desonesto”.
Segundo as autoridades, Andrew Ang, de Cingapura, seria um dos fornecedores envolvidos. Ele também foi indiciado. Devine será levado amanhã a uma Corte Federal em San José, Califórnia.