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20 março 2013

O mito do Valor do Acionista

O objetivo de uma empresa é adicionar valor para o acionista. Este é o mantra das finanças corporativas há décadas. Lynn Stout, num pequeno livro com um pouco mais de cem páginas (STOUT, Lynn. The Shareholder value myth. San Francisco, Berrett-Koehler, 2012), afirma que colocar os acionistas em primeiro lugar pode prejudicar os investidores, a empresa e o público. O livro possui oito capítulos.

Logo no inicio Stout refaz a história do pensamento sobre como adicionar valor ao acionista tornou-se um mantra. Logo a seguir, três capítulos discutindo como isto está errado em termos de direito, economia e na prática da empresa. A seguir, a autora discute a controvérsia entre o especulador, voltado para o curto prazo, e o investidor de longo prazo. Stout afirma que não existe único tipo de acionista e que seus interesses podem ser contraditórios. Assim como os fundos hedges e outros investidores. Em outras palavras, adicionar valor para o acionista ignora que diferentes acionistas possuem diferentes valores. Stout afirma que o foco no acionista é uma ideologia baseado num pensamento simplista, não na realidade.

O livro é fácil e rápido de ler. Possui alguns argumentos interessantes e questiona o pensamento dominante das finanças atuais. Entretanto, alguns trechos possuem um simplismo em excesso. Stout considera como argumento factível o fato de que o direito dos Estados Unidos, em nenhum momento, considera que adicionar valor ao acionista.

Em outro trecho, ao tentar explicar a teoria de agência de Jensen e Meckling, a autora afirma, de maneira preconceituosa, que ambos são economistas, não homens de negócios ou advogados.

Vale a pena? Não. O livro possui algumas poucas ideias que não são adequadamente desenvolvidas.

Evidenciação: Este blogueiro adquiriu a obra numa livraria, não tendo sido induzido a fazer esta postagem pelas partes interessadas.

17 março 2013

Ovo de Páscoa: Não vale o quanto pesa


Celebrada, nesse ano, no próximo dia 31, a Páscoa é uma festa cristã, mas cujo significado remonta do hebraico, em que representa a passagem da escravidão para a liberdade.

Um de seus maiores símbolos é, naturalmente, o ovo de Páscoa, que deveria marcar o significado da vida, mas que, hoje em dia, atende muito mais a uma lógica comercial do que religiosa .

[...]

Muitos ovos das marcas de chocolate brasileiras mais populares oferecem o chocolate a um preço por grama muito maior que o do bombom convencional. Por exemplo, o Ovo do Sonho de Valsa com 350 gramas custa R$ 29,99 e seu bombom ,com 20 gramas, custa R$ 0,59. O ovo deveria ter o preço de 18 bombons (360 gramas) e não 51 (1,2 quilos).

Pode-se dizer que, em média, o preço do Ovo é 3 vezes maior do que a quantidade do chocolate equivalente.

Por meio de uma uma simples pesquisa na internet, pode-se encontrar uma variedade imensa de preços mesmo entre as marcas mais famosas, a variação vai de R$65 até R$299 por quilo de chocolate.

Mas o que explicaria essa discrepância do preço em relação à quantidade? Quando se faz um ovo de chocolate, agrega-se valor a ele, pois o formato fica mais convidativo, a embalagem mais atraente e além disso, o produto ganha certo aspecto de exclusividade, pois só está disponível em uma única época do ano.

Para você que não está disposto a arcar com esse valor agregado, vale pesquisar bastante em busca dos melhores descontos, recorrer ao ovo caseiro ou ainda esperar alguns dias após o domingo de Páscoa para presentear a família, quando os preços se reduzem drasticamente.


Fonte: Aqui

14 março 2013

Mensurando os benefícios econômicos da internet

When her two-year-old daughter was diagnosed with cancer in 1992, Judy Mollica spent hours in a nearby medical library in south Florida, combing through journals for information about her child’s condition. Upon seeing an unfamiliar term she would stop and hunt down its meaning elsewhere in the library. It was, she says, like “walking in the dark”. Her daughter recovered but in 2005 was diagnosed with a different form of cancer. This time, Ms Mollica was able to stay by her side. She could read articles online, instantly look up medical and scientific terms on Wikipedia, and then follow footnotes to new sources. She could converse with her daughter’s specialists like a fellow doctor. Wikipedia, she says, not only saved her time but gave her a greater sense of control. “You can’t put a price on that.”

Measuring the economic impact of all the ways the internet has changed people’s lives is devilishly difficult because so much of it has no price. It is easier to quantify the losses Wikipedia has inflicted on encyclopedia publishers than the benefits it has generated for users like Ms Mollica. This problem is an old one in economics. GDP measures monetary transactions, not welfare. Consider someone who would pay $50 for the latest Harry Potter novel but only has to pay $20. The $30 difference represents a non-monetary benefit called “consumer surplus”. The amount of internet activity that actually shows up in GDP—Google’s ad sales, for example—significantly understates its contribution to welfare by excluding the consumer surplus that accrues to Google’s users. The hard question to answer is by how much.

Shane Greenstein of Northwestern University and Ryan McDevitt of the University of Rochester calculated the consumer surplus generated by the spread of broadband access (which ought to include the surplus generated by internet services, since that is why consumers pay for broadband). They did so by constructing a demand curve. Say that in 1999 a person pays $20 a month for internet access. By 2006 the spread of broadband has lowered the real price to $17. That subscriber now enjoys consumer surplus of $3 per year, even as the lower price lures more subscribers. The authors reckon that by 2006 broadband was generating $39 billion in revenue and $5 billion-$7 billion in consumer surplus a year. Based on its share of online viewing, Mr Greenstein thinks Wikipedia accounted for up to $50m of that surplus.

Such numbers probably understate things. The authors’ calculations assume internet access meant the same thing in 2006 as it did in 1999. But the advent of new services such as Google and Facebook meant internet access in 2006 was worth much more than in 1999. So the surplus would have been bigger, too.

More important, consumers may not incorporate the value of free internet services when deciding what to pay for internet access. Another approach is simply to ask consumers what they would pay if they had to. In a study commissioned by IAB Europe, a web-advertising industry group, McKinsey, a consultancy, asked 3,360 consumers in six countries what they would pay for 16 internet services that are now largely financed by ads. On average, households would pay €38 ($50) a month each for services they now get free. After subtracting the costs associated with intrusive ads and forgone privacy, McKinsey reckoned free ad-supported internet services generated €32 billion of consumer surplus in America and €69 billion in Europe. E-mail accounted for 16% of the total surplus across America and Europe, search 15% and social networks 11%.

Another way to infer consumer surplus is from the time saved using the internet. In a paper partly funded by Google, Yan Chen, Grace YoungJoo Jeon and Yong-Mi Kim, all of the University of Michigan, asked a team of researchers to answer questions culled from web searches. The questions included teasers like: “In making cookies, does the use of butter or margarine affect the size of the cookie?” On average, it took participants seven minutes to answer the questions using a search engine, and 22 minutes using the University of Michigan’s library. Hal Varian, Google’s chief economist, then calculated that those savings worked out to 3.75 minutes per day for the typical user. Assigning that time a value of $22 per hour (the average wage in America), he reckons search generates $500 of consumer surplus per user annually, or $65 billion-$150 billion nationally.

Twitter: the defence

Yet another technique is to assign a value to the leisure time spent on the web. Erik Brynjolfsson and Joo Hee Oh of the Massachusetts Institute of Technology note that between 2002 and 2011, the amount of leisure time Americans spent on the internet rose from 3 to 5.8 hours per week. The authors conclude that in so far as consumers must have valued their time on the internet more than the alternatives, this increase must reflect a growing consumer surplus from the internet, which they value at $564 billion in 2011, or $2,600 per user. Had this growth in surplus been included in GDP, it would have raised economic growth since 2002 by 0.39 percentage points on average.

These are impressive figures, but they also merit scepticism. Would consumers really pay $2,600 for the internet? Shouldn’t other free leisure activities, such as watching television or—heaven forbid—playing with your children, have just as much value? And in other ways the internet subtracts value: the productivity destroyed by incessant checking of Twitter, the human interactions replaced by e-mail. Ms Mollica says people in hospital waiting rooms used to develop a camaraderie rooted in their shared experiences. “But now everyone stares into their phone because they’re texting or e-mailing.”

Fonte: aqui

12 março 2013

Valor dos mecanismo de busca da internet

MEASURING the value of a good is much trickier than measuring the cost, since value inherently involves consideration of a hypothetical: what would your life be like without that good? 
Economists commonly use two measures to assign monetary value to some good or service: the "compensating variation" and the "equivalent variation". The compensating variation asks how much money we would have to give a person to make up for taking the good away from them while the equivalent variation asks how much money someone would give up to acquire the good in question. The term "consumer surplus" refers to an approximation to these theoretically ideal measures.
If we want to estimate "the value of Google search" we have to look at both the commercial and non-commercial aspects of search: users are searching for answers to questions (some of which are commercial in nature) and advertisers are searching for customers for (mostly) commercial transactions. So is useful to break the problem up into two pieces: the value of ads to advertisers and publishers, and the value of search results to users.
Suppose Google were to disappear tomorrow. In the first instance, advertisers and publishers would lose a lot of visitors to their web sites.  How much are those lost visitors worth to them? This is the question I tried to answer in the "value of Google" study. The tricky part is ascribing a value to the advertisers of those web site visitors, but it turns out there is a way to infer that value from advertising bidding behavior. This allows us to get a back-of-the-envelope estimate of the immediate loss in value from Google vanishing.
Of course, "if Google did not exist, man would have to invent it". So we would expect that as the weeks went on, users would start to use other search engines, and advertisers would spend advertising dollars in different ways, and publishers would find other ways to get ad dollars for their web sites. 
So the long-run loss in value would be substantially less than the immediate impact. Ultimately the lost value would be the difference between Google and the next best advertising alternative but that would be almost impossible to estimate given the available data.
Turning to the user side, we drew on the work of Yan Chen, Grace YoungJoo Jeon and Yong-Mi Kim of the University of Michigan to estimate the value of online search in general.
Some of us are old enough to remember what life was like before search engines. We had to look through a pile of reference books to find the answers to basic questions. Even small questions, like how to spell a word, or whether it was likely to the rain the next day, required some effort to answer. Even trivia was hardly trivial: finding obscure facts involved substantial research.
So one way to measure the value of online search would be to measure how much time it saves us compared to methods we used in the bad old days before Google. Based on a random sample of Google queries, the UM researchers found that answering them using the library took about 22 minutes while answering them using Google took 7 minutes. Overall, Google saved 15 minutes of time. (This calculation ignores the cost of actually going to the library, which in some cases was quite substantial. The UM authors also looked at questions posed to reference librarians as well and got a similar estimate of time saved.)
I attempted to convert this time to dollar savings using the average wage and came up with about $500 per adult worker per year. This may seem like a lot, but it works out to just $1.37 a day. I would guess that most readers of this blog get $1.37 worth of value per day out of their search engine use.
When doing this calculation, it is important to take account of the fact that since the cost of getting answers is now so low, we ask a lot more questions. When getting an answer involved a trip to the library and 22 minutes to answer an average question, we only attempted to get answers to important questions. Now that it involves only a few minutes at a search engine to answer questions, we ask many more—and a lot less valuable—questions.
Said another way, we wouldn't bother to even to go to the library unless we were willing to spend at least 22 minutes (on average) to find the answer. Now that it takes us only a few seconds or minutes to get an answer, we ask a lot of frivolous questions (along with the important ones, of course.)
Taking this effect into account involves estimating a "demand curve for questions" as a function of the "cost of getting answers". I don't know any serious research on this topic, so I made a rough approximation to that demand curve and came up with the $1.37 a day figure. It could be larger or it could be smaller, but I think that is the right order of magnitude.
There are many other ways to estimate the value of the internet and the services it provides. However, to the extent that they are based on current practices, they likely underestimate the long-term value of the internet. 
It is now possible for everyone on the planet to have access to all the information humans have ever produced.  The barriers to this utopian dream are not technological, but legal and economic.  When we manage to solve these problems, we will be able to unlock vast pools of human potential that have hitherto been inaccessible.  In the future this will be viewed as a turning point in human history, and economic advances generated by global access to all information will be recognised as the true value of the internet.
Fonte:aqui

12 outubro 2012

Vinhos 2

Ainda sobre Os vinhos do Banco Santos:

O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira [foto] não é reconhecido apenas por falir o Banco Santos, liquidado em 2004, com um rombo de R$ 2,3 bilhões, e por ficar preso por 15 dias na época. Ele se tornou famoso também por ser uma combinação de mecenas das artes e de bon vivant (uma de suas empresas, a Brazil Foundation, organizou a mostra do Redescobrimento, em 2000, em São Paulo), que reuniu em sua faraônica residência mais de 1,8 mil obras, entre quadros, esculturas, uma alentada biblioteca e uma adega de vinhos finos. Trata-se de um conjunto avaliado em pouco mais de R$ 40 milhões. O valor é quase suficiente para comprar a mansão — de R$ 50 milhões — que abriga o acervo, da qual Ferreira foi despejado há sete anos. Para desgosto do banqueiro, a Justiça resolveu começar a leiloar parte do seu patrimônio pessoal, como uma forma de pagar pelo menos parte dos credores lesados pela quebra do Santos.

A primeira a sofrer a investida dos leiloeiros será a adega, com 1.200 rótulos. O vinho mais caro é o Petrus magnum (1,5 litro), safra 1988, cujo lance inicial será de R$ 5 mil – uma pechincha. O leilão, realizado apenas pela internet, começa no dia 22 e termina em 24 de outubro. “A adega está avaliada em R$ 430 mil, mas a expectativa é de que esse valor dobre ao final do leilão”, afirma Alexandre Travassos, gerente operacional da Superbid Judicial, entidade que organiza o evento. Segundo Travassos, serão vendidos 143 lotes, mas, no caso de não haver a liquidação do total, será realizado um segundo leilão, entre 25 de outubro e 15 de novembro, para os itens restantes.

“Nesse caso, pode haver um desconto de 40% no preço de avaliação.” 

A ressaca do Banco Santos - Por Fernando TEIXEIRA - Isto é Dinheiro

Um exemplo de custo histórico, valor de mercado e valor de liquidação.

03 julho 2012

Ambev

A Ambev tornou-se a empresa mais valiosa do mercado acionário, ultrapassando a Vale do Rio Doce. A revista Exame explica isto:

Há duas explicações para a incrível valorização da empresa. A primeira é interna. A Ambev é a cervejaria mais eficiente do mundo. Para cada real que entra da venda, 48 centavos são lucro puro — margem um pouco menor que a de um iPhone, produto um tanto mais inovador que uma latinha de Skol.

O desempenho é resultado de uma cultura de alta pressão. Na Ambev, todos os funcionários têm metas e bônus anuais. Os altos executivos podem receber até 18 salários extras por ano. Por outro lado, um dia de trabalho pode chegar a 12, 14, 16 horas. (...)

A segunda explicação tem a ver com a natureza do mercado financeiro. Em períodos de incerteza na economia, os investidores procuram os papéis mais estáveis, como os de cervejarias. Suas vendas, afinal, são menos dependentes do vaivém da economia que outros mercados, como eletrodomésticos ou automóveis.



Existe outra explicação, que o texto da reportagem chega a comentar: o desempenho ruim no mercado da Vale e Petrobrás, as empresas mais valiosas do mercado até recentemente.

07 fevereiro 2012

Qual o valor do Facebook?

A emissão de ações por parte da empresa Facebook gerou uma discussão interessante sobre o real valor desta empresa. Esta postagem irá concentrar em dois textos recentes.

O primeiro foi publicado no Wall Street Journal e associa o investimento no Facebook ao paradoxo de São Petersburgo. Este paradoxo consiste num jogo, denominado de Loteria de São Petersburgo, e foi proposto por Nicolas Bernoulli.

O jogo é o seguinte: dois apostadores, Marcos e Lucas, jogam um “cara ou coroa” com as seguintes regras: a) se sair cara, o jogo acaba; b) se cara sair na primeira jogada, Marcos irá pagar duas moedas; caso só saia na segunda jogada (após uma cora na primeira), Marcos paga quatro moedas; se cara sair na terceira rodada, Marcos irá pagar oito moedas. A segunda regra do jogo pode ser resumida da seguinte forma: se a primeira cara sair na jogada “n”, Lucas irá receber dois elevado a “n” de moedas. (Antes de prosseguir uma observação: existem diferentes versões para o paradoxo; estamos usando aqui a versão mais interessante em termos do assunto que estamos tratando.)

A questão é: quanto você pagaria para ter o privilégio de jogar a Loteria de São Petersburgo? A solução do paradoxo é feita através do valor esperado. Existe 50% de chance de sair coroa no primeiro lançamento e ganhar duas moedas; as chances de saírem duas coroas seguidas é de ¼; três coroas é de 1/8 e assim por diante. Pode-se calcular o valor esperado dos ganhos da seguinte forma:

Valor Esperado = (1/2) x 2 + (1/4) x 4 + (1/8) x 8 + ...

Isto é matemática do ensino médio e o valor obtido é infinito. Ou seja, em situações de recursos ilimitados e tentativas ilimitadas, o valor que Lucas poderia pagar para entrar no jogo seria infinito. Este resultado é surpreendente e pesquisas práticas http://plato.stanford.edu/archives/fall2004/entries/paradox-stpetersburg/ mostram que dificilmente uma pessoa pagaria mais do que 25 moedas para entrar neste jogo.

Em Facebook and the St. Petersburg Paradox, Jason Zweig sugere que uma ação como a do Facebook parece com a loteria de São Petersburgo. Se esta suposição estiver correta, o valor justo da ação seria infinito. Um correto diria: compre.

Entretanto, é difícil acreditar nisto. Atualmente o Facebook possui 845 milhões de pessoas como usuários, segundo informa Zweig. Acreditar na aplicabilidade do paradoxo neste caso seria confiar que este número continuaria a aumentar. Mas provavelmente teremos aqui uma limitação, condicionada pelo número de pessoas e empresas existentes no nosso planeta. Assim, apesar da ideia ser tentadora, é difícil de acreditar que teríamos uma situação como esta.

Uma análise mais tradicional é realizada por Henry Blodget em Well, Now We Know what Facebook´s worth – and it´s not $100 billion. Usando a receita de 4 bilhões e o lucro de quase 1 bilhão, Blodget calcula o valor da empresa usando múltiplos. E o valor encontrado é bem inferior aos 100 bilhões que alguns estão estimando.

Com um lucro de 1 bilhão pode-se calcular o valor do Facebook usando o índice Preço/Lucro. Este índice mostra a relação entre o lucro por ação e o preço da ação no mercado. Corresponde ao número de anos que o investidor deve esperar para receber de volta o total investido na empresa. Mas o P/L, como é conhecido, também pode ser usado para estimar o valor da empresa. Aqui usamos os valores já conhecidos de empresas que já estão no mercado. Por exemplo, a Google tem um P/L de 20 vezes. Se o Facebook atingir este valor isto significa dizer que seu preço no mercado seria de 20 bilhões. A Apple possui um P/L de 13; usando isto como parâmetro, o valor do Facebook seria de 13 bilhões. O problema de usar estes dois parâmetros é que o Facebook está crescendo mais rápido que estas duas empresas. Mas se usarmos um P/L de 50, o Facebook estaria avaliado em 50 bilhões.

Um problema do P/L é exatamente o fato de que a empresa está em crescimento rápido. Assim, o lucro de 1 bilhão reflete a realidade de 2011, não de 2012. Talvez os investidores considere mais plausível que o valor seja o lucro mais recente. Usando um lucro estimado para este ano de 2 bilhões e um P/L de 20, o valor do Facebook seria 40 bilhões.

Outra possibilidade é usar a receita como parâmetro. A Apple possui um valor de mercado de três vezes sua receita; o Google seria de cinco vezes; e o LinkedIn corresponde a 16 vezes. Se considerar um múltiplo da receita de 10 vezes para o Facebook, isto significa que o valor da empresa seria de 40 bilhões.
Observe que em todos os casos, dificilmente é possível encontrar um valor de $100 bilhões para o Facebook. Mas nada impede que o mercado precifique as ações desta empresa por este valor. Como sabemos, o mercado é muitas vezes irracional e geralmente o preço inicial de uma oferta de ações é superestimado. A conferir.

02 dezembro 2011

Valor

O levantamento feito pela Pluri Consultoria mostra que o time do Santos possui valor de mercado de R$ 345 milhões.

Já no ranking mundial, a equipe do técnico Muricy Ramalho assume a 27º posição.

Na lista das Américas aparece em segundo lugar o São Paulo, avaliado em R$ 225 milhões, seguido pelo Internacional (R$ 197 milhões), Corinthians (R$ 172 milhões) e Vasco da Gama (R$ 160 milhões).

No ranking mundial, em primeiro lugar aparece o Barcelona com o preço de mercado em R$ 1,5 bilhão, seguido por Real Madri (R$ 1,3 bilhões) e Manchester City (R$ 1,08 bilhão).



Fonte: aqui

05 março 2011

Economia comportamental e Valuation

Economia comportamental e Valuation - Postado por Pedro Correia

Aswath Damoradan fez breve análise da integração da economia comportamental com a avaliação de ativos. Segundo o professor de finanças da Stern School of Business para ganhar dinheiro com valuation é preciso avaliar o valor dos ativos mas seu preço deve se mover em direção aquele valor. A economia comportamental proporciona diversas dimensões sobre o assunto. Ele formulou três perguntas de modo a mostrar a relevância da integração da economia comportamental com o valuation. São estas:

1º- Por que diferentes analistas chegam a diferentes estimativas de valor para a mesma empresa? Quando você avalia o valor de uma empresa, você é um dos muitos a fazê-lo, muitas vezes com base na mesma informação que os outros investidores, e muitas vezes usando os mesmos modelos. Então, por que diferentes analistas chegam a diferentes estimativas do valor? Ao olhar para a interação entre psicologia e avaliação, a economia comportamental proporciona insights interessantes sobre porque os valores que chegamos são diferentes (e por extensão, por que alguns de nós são os compradores e outros são vendedores) e os erros sistemáticos (superavaliação ou subavaliação) que nós fazemos por conseqüência.

2ª Por que o preço difere do valor? No mundo da economia clássica, o preço pode desviar do valor, porque os investidores cometem erros, ou porque o preço pode refletir informações que o analista não pode ter, ou vice-versa. Com a economia comportamental, estamos aprendendo que, que os investidores podem se comportar de maneiras (por exemplo: se recusar a vender “lossers”, querer fazer parte da multidão, ser bastante confiante e avaliar de forma equivocada as probabilidades) o que faz com que os preços divirjam do valor em quantidades significativas.

3ª Quando o valor e o preço vão convergir? A eco
nomia comportamental pode nos fornecer pistas sobre a rapidez com que a convergência entre preço e valor vai acontecer e por que a velocidade pode variar entre os diferentes ativos. Isso seria extremamente útil para o investidor. Assim, poderemos ser capazes de responder a uma pergunta que, historicamente, nos iludiu: Se eu comprar uma ação barata hoje (e estou certo sobre o preço ser o mais barato), quanto tempo tenho de esperar até que minha “aposta” retorne o que paguei?

Como investidores, nos cabe não só se familiarizar com os achados em finanças comportamentais, mas também devemos reconhecer quando o instinto de seguir pode danificar carteiras. Meir Statman, um dos economistas comportamentais que mais gosto, escreveu um grande livro sobre como os investidores podem vencer os seus impulsos e tomar melhores decisões.
Tradução livre de Pedro Correia

20 abril 2010

Valor da árvore

Um aspecto inusitado do inédito censo arbóreo do Parque do Ibirapuera é que agora se pode atribuir valor a cada árvore, utilizando como base suas características físicas. Sabe-se, assim, que um autêntico cedro rosa de 18 metros de altura, bem fornido de copa, com caule sadio, folhas "abundantes" e estado geral "vigoroso" vale exatos (1) R$ 21.478,24. Trata-se da árvore mais valiosa, entre todas as 15.026 existentes no parque.

(...) Hoje, sabe-se que as árvores do parque, de 366 espécies diferentes, valem somadas R$ 310 milhões. "E isso porque não levamos em consideração a frequência das árvores (2), se não haveria espécies que ocorrem somente uma vez no parque, por exemplo, e que valeriam sozinhas mais de R$ 1 milhão (3)", contou o pesquisador. "Sem levar em conta essa frequência, o cálculo fica mais verossímil."

Árvores do Ibirapuera valem R$ 310 milhões - Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S.Paulo


 

  1. O texto não informa como os valores foram obtidos. A incerteza neste tipo de avaliação leva-nos a duvidar da precisão dos centavos do valor atribuído ao cedro
  2. Também isto não está claro no texto
  3. Os valores são duvidosos em razão da incerteza metodológica deste tipo de avaliação

01 abril 2010

Isto importa?

Foi pelo Twitter que Luiza Helena Trajano, presidente da rede de varejo Magazine Luiza, decidiu quebrar o silêncio após a fusão entre Ricardo Eletro e Insinuante.

"Recebi com tranquilidade a notícia da mais nova fusão do varejo. O mercado vai assistir a muitos movimentos como esse", tuitou a empresária.

E disse mais: "Começamos o ano muito bem. Nossa previsão para 2010 é faturar R$ 5 bilhões, o que manterá o Magazine Luiza em segundo lugar no varejo."

O Magazine Luiza negociou a compra do controle da Insinuante, assim como tentou a compra do Ponto Frio, que acabou sendo adquirida pelo Grupo Pão de Açúcar.

O Magazine Luiza faturou no ano passado R$ 3,8 bilhões, um resultado 18,7% superior ao de 2008. Para atingir a meta deste ano, a empresa terá de crescer mais de 30% ao ano em vendas. Por enquanto, os planos estão sendo realizados.

"Nos primeiros três meses, crescemos 35%. E planejamos mais 30 lojas para São Paulo, em 2010", tuitou a empresária.

Ricardo Eletro e Insinuante também estão prevendo um faturamento de R$ 5 bilhões neste ano. Se mais nenhuma fusão acontecer, vai ganhar a posição quem realmente for eficiente em vendas.

Magazine Luiza não vai perder o segundo lugar, garante Luiza Trajano - Regiane de Oliveira – Valor Econômico


 

Para a gestão financeira da empresa, o que é relevante não é o valor do faturamento, mas a geração de valor. Apesar de o faturamento trazer benefícios indiretos, como poder de negociação com os fornecedores, percebe-se que o torna valioso para o empresário é o "poder" de ser o maior.

16 dezembro 2009

O Valor de uma Árvore

Muitas notícias nos últimos dias sobre o golfista Tiger Woods. Um acidente nebuloso de carro que provocou um prejuízo num hidrante e numa árvore levou a imprensa a buscar notícias sobre o primeiro bilionário do esporte (Woods tem uma riqueza estimada em 1 bilhão de dólares e segundo uma estimativa da ESPN – via James Surowiecki da Slate, poderia chegar aos 6 bilhões ao longo da vida). O surgimento de amantes e a necessidade de reduzir os danos a imagem provavelmente irá reduzir o valor da riqueza de Woods. Mas pelos danos a árvore, Woods teve de desembolsar 200 dólares. (Dados de Christopher Beam, Stopping By Woods, 4/12/2009)

Como mensurar o valor de uma árvore? Existem três técnicas básicas. A primeira é determinar o valor de reposição da árvore. Ou seja, o montante que seria caso em colocar uma nova árvore no lugar, incluindo aqui custo de mão de obra e transporte. A árvore, uma Acer palmatum é uma espécie nativa do oriente. Um aspecto importante é que a árvore deve estar nas mesmas condições, o que significa dizer que deve incluir no custo de reposição o período de tempo até sua maturidade.

Outra forma de determinar o valor da árvore é obter o valor de mercado de uma árvore da mesma espécie e mesma idade. Em alguns casos isto pode ser difícil pela falta de dados de mercado. Árvores com características semelhantes podem ser utilizadas como uma aproximação.

Veja também: As 10 árvores mais bonitas do mundo

Uma terceira maneira de determinar o valor da árvore, proposto do Beam, não é prática. Toma-se um conjunto de residências com uma Acer palmatum e outro conjunto sem a árvore. A diferença seria o valor da árvore. Entretanto este método não é muito adequado, pois os valores de uma residência são influenciados por uma série de variáveis como localização, tamanho, conservação etc. Tomaria muito difícil isolar estas variáveis de maneira adequada. Outra questão diz respeito ao valor absoluto dos bens: estamos estimando valores de residências – que são normalmente elevados – para obter por diferença valores de árvores – que são comparativamente menores.

21 setembro 2009

Marca


A maioria das grandes marcas corporativas perdeu valor de mercado em razão da crise econômica mundial, deflagrada há um ano e que começa, lentamente, a acabar. A nona edição do estudo Melhores Marcas Globais (Best Global Brands 2009), da consultoria Interbrands, divulgada sexta-feira, descreve o comportamento negativo das 100 mais importantes marcas este ano. Pela primeira vez, o valor total delas recuou, somando US$ 1,15 trilhão. Segundo o ranking elaborado em parceria com a revista Business Week, esse grupo de bens intangíveis ficou US$ 55 bilhões inferior em relação ao ano passado, uma perda de 4,6%. A queda é considerada significativa, pois nas últimas edições do estudo o volume total apresentava crescimento médio de 5% ao ano.

As marcas que mais perderam valor foram as dos setores financeiro e automotivo. Merrill Lynch e AIG sequer figuram na lista de 2009, juntamente com outras cinco que ficaram de fora. As cinco primeiras marcas da lista permaneceram em sua posição em relação a 2008: Coca-Cola, IBM, Microsoft, GE e Nokia. O sucesso das marcas não é por acaso. “O segredo parece ser a capacidade de inovação numa sociedade tão afeita a mudanças e a relação de confiança entre a marca e o consumidor”, diz Alejandro Pinedo, diretor geral da Interbrand.

A Google foi a marca que mais se valorizou desde o ano passado, saltando da décima para a sétima colocação. A gigante da internet está avaliada agora em US$ 31 bilhões. As marcas que mais ganharam valor foram: Google (25%), Amazon (22%), Zara (14%), Nestlé (13%) e Apple (12%). A Coca-Cola está fora deste grupo por se manter invicta na liderança há quase uma década.

Na outra ponta, as cinco marcas que mais se desvalorizaram foram: UBS (-50%), Citi (-49%), American Express (-32%), Morgan Stanley (-26%) e Harley-Davidson (-43%). Quatro delas vêm do setor financeiro. No geral, o valor das marcas de bancos despencou de US$ 130,35 bilhões no ano passado para US$ 78,82 bilhões em 2009. Um tombo de 40%. A crise do crédito internacional abalou os setores de transportes (-27%) e automotivo (-9%). Para a UPS, que integra o setor de transportes, a queda no valor de marca foi de 8% no último ano, o que reflete a retração no comércio e o aumento de barreiras comerciais entre os países.

Todas as marcas de automóveis do estudo perderam valor em 2009, com exceção da Ferrari, que manteve o valor da marca de luxo. Por outro lado, a concorrente Porsche, que também integra o segmento, perdeu valor este ano. Segundo analistas, a provável razão para essa queda foi a decisão de inovar fora do seu ramo preferencial de atuação, lançando modelos SUVs, que sofreram com a turbulência do mercado. Houve forte impacto sobre os fabricantes, que deixaram acumular nos pátios das montadoras o que se pode chamar de modelos “ultrapassados”.

INTERATIVIDADE. Confiança, essencial a qualquer marca, tornou-se crucial. No modelo atual de relacionamento entre consumidores e empresas, proximidade é a palavra-chave. Entre os exemplos, está a Coca-Cola que tem mais de 3,5 milhões de fãs no portal de relacionamentos na internet Facebook. (Com agências)

Valor das 100 principais marcas recua 4,6% no ano - SÍLVIO RIBAS - 21/9/2009 - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro



A desvalorização das marcas já era esperado. O motivo é simples: a metodologia utilizada depende fortemente da cotação da empresa no mercado acionário. Com o mercado em queda, o valor da marca também diminui. Mais sobre marca:


Saiu mais uma ediçao do ranking da Interbrand com as 100 marcas globais mais valiosas - a Coca Cola mantem a liderança, avaliada em USD 68,7 bilhoes, mas o Google registrou o maior crescimento. O valor da marca da empresa subiu 25% em 1 ano, chegando a quase USD 32 bilhoes. A 2a marca de maior crescimento também é da internet - a Amazon, que avançou 22%, para aproximadamente USD 8 bilhoes. Em termos gerais, pela primeira vez, o valor total das top 100 marcas globais caiu 4,6%, recuando para US$ 1,15 trilhao.


Fonte: aqui

02 setembro 2009

Skype

O gigante adormecido Skype conseguirá se reinventar?
Por Eric Auchard
Reuters Focus - 1/9/2009

LONDRES, 1o de setembro (Reuters) - Será que empresas iniciantes de Internet que um dia tiveram força, mas não realizaram seu destino são capazes de ter uma segunda chance? A História diz que não, mesmo para grandes nomes do passado como Netscape, America Online e MySpace.

O Skype quer ser a exceção. Na terça-feira, um grupo liderado por importantes financistas europeus e do Vale do Silício fechou acordo com o eBay para adquirir participação de 65 por cento na antiga sensação da telefonia via Web, por 1,9 bilhão de dólares em dinheiro.

O acordo avalia o Skype em 2,75 bilhões de dólares, uma quantia que evita vexames para o eBay por ficar bem acima do 1,7 bilhão de dólares pelos quais a companhia está avaliada na contabilidade da gigante do comércio eletrônico. O eBay manterá uma participação de 35 por cento no grupo.

Mas isso envolve ignorar a humilhante contabilização como prejuízo de 1,4 bilhão de dólares do valor pago originalmente. Quatro anos atrás, o eBay adquiriu o Skype por uma soma que poderia atingir os 4,3 bilhões de dólares, ainda que o pagamento total viesse a ser reduzido posteriormente. Tudo computado, isso faz do Skype um dos maiores destruidores de valor acionário entre as grandes fusões da Internet, desde os primeiros dias da era das empresas "ponto.com".

A justificativa do eBay para adquirir o Skype, em 2005, era que os serviços de chat e telefonia oferecidos serviriam como plataforma para atendimento online a clientes, conectando compradores e vendedores do eBay. Mas isso jamais veio a se concretizar.

Em lugar disso, a inovação de produtos se desacelerou e surgiram revezes de negócios, como a proibição de muitas empresas ao uso do Skype em seus computadores porque o serviço consome recursos de rede excessivos. Os problemas retardaram a exploração de novas oportunidades de negócios.

A pressão por justificar o preço inflacionado de aquisição pela obtenção de sinergias também causou problemas. E no vácuo deixado pela inércia do Skype, surgiram novos fenômenos da Internet como o YouTube, Facebook e Twitter, todos os quais o Skype poderia ter antecipado.

É certo que 15 milhões de pessoas ainda usam o Skype a cada dia para chats, telefonemas e videoconferências na Web. A empresa registrou mais de 500 milhões de usuários desde sua criação, em 2002.

E seu desempenho financeiro continua a ser um sonho para grupos como o Twitter, com receita de 551 milhões de dólares em 2008 e projeção de 700 milhões de dólares para este ano.

Mas será preciso mais que isso para justificar o preço pago pelos novos proprietários, quatro vezes o valor da receita projetada para 2009. Essa avaliação continua a parecer difícil de justificar enquanto o principal negócio da empresa for concorrer contra as operadoras de telefonia em chamadas internacionais, em um período no qual o custo dessas chamadas está rapidamente caindo a zero.

A realidade é que, tirando a operadora móvel 3, a Skype é considerada uma pária pela maior parte das operadoras de telefonia do mundo. Elas odeiam o fato do serviço gratuito, ou quase, da Skype pressionar seus próprios preços.

Para além disso, a Skype precisa encontrar uma maneira de tornar-se o centro da convergência entre telefones e computadores. Para isso, precisa criar desafio aos líderes desse novo mercado de comunicações, Apple, Goole e mesmo empresas como a Twitter.

Só assim a Skype poderá dizer que superou os desafios para se transformar em empresa a ser batida, mais uma vez.

14 julho 2009

Por favor não comprem minhas ações

Parece que isto é algo inédito. Segundo o excelente blog Footnoted, especializado nas demonstrações contábeis de empresas, em especial a parte narrativa, a GM aconselhou os investidores a não comprarem suas ações (GM: Please don’t buy our stock!)

No press release que acompanhou a divulgação das informações trimestrais a empresa faz a seguinte afirmação:

A administração da GM notou a persistência de volumes elevados de negociação das ações ordinárias da GM a preços superiores a US $ 1. A administração da GM continua lembrando os investidores da sua forte convicção de que não haverá um valor para os acionistas ordinários no processo de falência, mesmo sob o mais otimista dos cenários. Acionistas de uma empresa no capítulo 11 geralmente só recebem valor se todas as obrigações da empresa, credores com ou sem garantia, estiverem plenamente cumpridas. Neste caso, a administração da GM acredita firmemente que todas esses reivindicações não serão totalmente preenchidas, o que leva a conclusão de que as ações ordinárias da GM não terão qualquer valor.

13 julho 2009

Teoria dos Jogos, Racionalidade e Michael Jackson

Antes de falecer, Michael Jackson tinha firmado um contrato para fazer uma série de shows. Muitos fãs (além dos milhares) compraram o ingresso para o show assim que foi anunciado. Com a morte, abre-se a possibilidade de devolução do ingresso, recebendo o dinheiro de volta.

Uma questão que diz respeito a racionalidade da decisão humana é saber quantos irão fazer isto. Se todos devolverem, menos um, o ingresso não devolvido passa a ter um valor de mercado significativo. Temos aqui uma aplicação interessante da Teoria dos Jogos, onde a decisão de um indivíduo - e sua recompensa - depende da decisão de terceiros.

Mas o inverso pode acontecer: se todos os fãs resolverem ficar com um ingresso, menos um deles, o valor de mercado do ingresso será menor. Entretanto, esta situação pode encontrar um equilíbrio - típico de alguns jogos estudados na Teoria dos Jogos - onde deverá existir uma "estratégia mista".

Mas existe uma questão de racionalidade (ou melhor, irracionalidade) nesta situação, conforme ressalta Tim Harford (Dear Economist: Michael Jackson: ticket or refund? , 4 de julho de 2009, Financial Times). Em geral a Teoria dos Jogos pressupõe racionalidade, o que não se aplica aos fãs.

Para saber mais sobre Teoria dos Jogos, recomendo GARDNER, Juegos para Empresarios Y Economistas.

08 junho 2009

Ignore os Investidores!

Segundo Justin Fox, em Ignore Your Investors!(Fortune, 8 de junho de 2009, 20, Volume 159; Issue 12) no passado o conceito de valor dos acionistas era um conceito que fazia sentido. As empresas estavam focadas em fazer o acionista feliz e aumentar o preço das ações. Mas hoje isto parece não ser verdade.

Mesmo Jack Welch, que comandou a General Electric, afirmou recentemente que esta é uma idéia estúpida.

A idéia de agregação de valor é antiga em finanças corporativas. Um livro publicado em 1976 – há mais de 30 anos – de James Porterfield, Decisões de Investimento e Custo de Capital, já comentava, no segundo capítulo, que está é a finalidade de uma empresa. Outros autores, como Rappaport – que é lembrado no texto de Fox – ajudaram a consolidar esta idéia.

Geralmente a idéia de agregação de valor era defendida em contraposição ao conceito contábil de lucro. Substituir a última linha da demonstração do resultado pelo fluxo de caixa descontado. De certa forma, esta discussão significava retirar a atenção para o desempenho do curto prazo e focar no desempenho de longo prazo.

Fox faz uma pergunta interessante: por que aconteceram os problemas recentes com as empresas? Fox lembra que alguns dos problemas estão vinculados ao conceito de eficiência de mercado, desenvolvido na Universidade de Chicago.

A teoria da eficiência de mercado (EMH, como é conhecida) surgiu na década de sessenta e teve em Fama seu grande expoente. A idéia é que os preços das ações refletiam as informações existentes. E que estes preços eram uma síntese da perspectiva futura da empresa.

Mas as pesquisas mostraram que os preços refletem algo mais que o futuro de uma empresa. Variáveis comportamentais e até mesmo os próprios incentivos pagos aos executivos podem influenciar no preço das ações. Em outras palavras, o preço da ação talvez não seja um bom sinal em certas situações. Talvez.

06 maio 2009

LIFO e efeito sobre as Empresas

Conforme mostra este texto, existe um boato que os Estados Unidos estão pensando em proibir o LIFO (Último a Entrar, Primeiro a Sair) para avaliação dos estoques. Numa reportagem para uma revista dos Supermercados, o texto apresenta um depoimento de uma pessoa que afirma o seguinte:


“Embora eliminar o LIFO pode produzir lucros maiores, que pode ter um efeito positivo no preço das ações, isto também pode resultado em maiores impostos”

Esta frase possui um erro grave: geralmente o preço da ação está associado ao fluxo de caixa. Neste caso, a mudança de método – sem considerar o efeito tributário – não deveria provocar nenhum efeito sobre o preço da ação (muito embora pesquisas já mostrassem que isto não é verdadeiro). Assim, a mudança no método de avaliação de estoque afeta o fluxo de caixa pelo maior imposto hoje. Se o fluxo de caixa hoje é menor, o valor atual do fluxo de caixa descontado é menor, reduzindo o preço da ação. Assim, o aumento do lucro não se traduz pelo melhor preço da ação.

O fluxo de caixa é dado pela seguinte relação:

Fluxo de Caixa = Lucro Operacional – Imposto -/+ Variação do Capital de Giro -/+ Investimento + Depreciação

Assim, a medida aumenta o imposto (e reduz fluxo de caixa), mas o imposto no lucro é eliminado do fluxo de caixa pela variação no capital de giro.

É bom lembrar que a base desta crítica é que os analistas de investimento usam o fluxo de caixa, o que nem sempre é verdade. Alguns analistas usam medidas contábeis e, neste caso, a alteração poderá realmente ter efeito no preço da ação.