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09 outubro 2008

Falta de informação

Escassez de informações alimenta boatos e aumenta nervosismo do mercado
Valor Econômico - 9/10/2008

Há outra escassez no mercado, além de crédito: a de informações. Desde que Sadia e Aracruz divulgaram perdas gigantescas com operações de derivativos de dólar, persiste o mal-estar e as especulações correm soltas, na ausência de dados seguros sobre a situação. O assunto ganhou grandes proporções, a ponto de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentá-lo no fim de semana. Na terça-feira, foi a vez dos congressistas tratarem do tema durante a sabatina de Eliseu Martins, professor da Fipecafi, para a diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Especialista em contabilidade, Martins foi questionado pelo senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) sobre quais medidas poderiam ser adotadas pelo órgão para obrigar as empresas a divulgarem com maior transparência suas operações financeiras, evitando operações especulativas. A resposta do professor foi que isso não se resolve somente com mais exigências de informações ao mercado. A questão é muito mais de "governança corporativa".

(...) Passada uma semana do fechamento do trimestre, parece que os investidores terão de buscar esses dados nos balanços trimestrais, que serão observados com lupa. Até mesmo de Aracruz e Sadia faltam dados relevantes. A companhia de papel e celulose não deixou claro por que optou por manter aberta a posição de derivativos. Já a empresa de alimentos ignorou ao questionamento dos analistas e não explicou quais operações especificamente foram tão danosas ao negócio. (...)

Além do clima de desconfiança, há um sentimento de indignação com a decisão das empresas de especular com o caixa, fugindo de sua atividade principal. Há uma aposta generalizada de que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) irá investigar os casos. Apesar do sentimento de inconformismo, o tema é complexo. Jairo Saddi, professor do Ibmec São Paulo, ressaltou que uma decisão errada da administração não significa, necessariamente, algo irregular. Mesmo fazendo todas as quanto a delicadeza do assunto, Saddi explicou que quando os controles internos todos das empresas falham acaba sobrando para a CVM investigar. "Se não for a CVM, não tem quem seja." Marcos Pinto, diretor da autarquia, explicou que não é possível comentar casos específicos. Assim, a CVM não informa se pretende investigar as problemas nas companhias. A despeito disso, o diretor explica que o regulador pode, por decisão própria, abrir investigações, ou seja, não há necessidade de um questionamento externo. A CVM pode avaliar em que medida os riscos aos quais as companhias se expõe estão adequadamente apresentados ao mercado. Além disso, é possível verificar se a atuação no mercado financeiro fugiu ao objeto social da companhia e, por fim, se os administradores foram negligentes na gestão.

02 setembro 2008

Antecipação de receita



A empresa BWA/Ingresso Fácil, líder do mercado de impressão e confecção de ingressos de jogos de futebol, informou ontem que o seu Fundo de Investimentos de Direitos Creditórios (FIDIC) está sofrendo uma “ampla auditoria”, cujos resultados serão encaminhados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O anúncio foi feito três dias depois que a CVM abriu processo para apurar as operações financeiras do fundo, que lucra com a antecipação de receitas da venda de ingressos aos clubes de futebol.

Relatórios sobre os riscos de o fundo revelaram que o Ingresso Fácil FIDIC descumpre norma da CVM ao não divulgar as notas promissoras dos clubes sob a sua custódia — representam 99% da carteira.

(...) Na nota, a BWA explicou que “o fundo viabiliza recursos através de antecipação de bilheteria com compra futura de ingressos, com recebível de percentual da renda bruta de cada evento, cujo lastro está vinculado a nota promissória”. Ela negou que exista monopólio por parte da empresa na negociação antecipada da bilheteria dos jogos. (...)

BWA/Ingresso Fácil anuncia ‘ampla auditoria’ em seu fundo
O Globo - 2/9/2008 - p. 27
Chico Otavio

25 julho 2008

Auditoria, Futebol e INSS


Uma notícia do Globo (Federação na mira da Receita, 25/07/2008) mostra que os clubes adotam medidas para reduzir o repasse ao INSS. Vale tudo:

Após atrasar pagamento de imposto retido pelo Flu, entidade passará por auditoria
Chico Otavio e Gian Amato

(...) A auditoria da Receita vai investigar as contas relativas ao recolhimento de tributos federais em partidas de todos os clubes realizadas em 2008. Com base nos borderôs de jogos no Maracanã divulgados pela Federação, a arrecadação no estádio, até o clássico entre Vasco e Fluminense, na última quarta-feira, foi de R$34.093.710,50. Deste valor, R$1.704.685,53 correspondem aos 5% destinados ao INSS.

(...) No caso de Fluminense x LDU, na decisão da Libertadores, o dinheiro do imposto sobre a renda bruta (R$3.910.044,00) não foi repassado pelo tricolor, apesar de o débito de R$195.502,20 ter sido publicado no borderô. Ao contrário do que declarou Rubens Lopes, presidente da Ferj, a Receita Federal afirmou que o borderô é considerado documento oficial para comprovar recolhimento de impostos.

O superintendente do Fluminense, Carlos Henrique Correa, prestará depoimento hoje na Delegacia do Consumidor (Decon). Ele foi intimado para esclarecer o destino de metade dos 68 mil ingressos da final da Libertadores, distribuída pelo clube para torcidas organizadas, agências de viagens, patrocinadores, sócios e programas de fidelidade, além de abastecer os cambistas, como O GLOBO antecipou no último domingo. (...)

25 junho 2008

Reajuste no minério


Observe o texto abaixo e o negrito (meu). Como seria a contabilização nesse caso? Esperamos sugestões e discussões. (E como ficaria a questão teórica do reconhecimento?)

Depois de meses de negociação com as maiores siderúrgicas chinesas, as gigantes da mineração Rio Tinto PLC e BHP Billiton Ltd. conseguiram ontem um reajuste de 85% no preço de referência do minério de ferro. (...)

O reajuste, maior do que o negociado pela Companhia Vale do Rio Doce, foi acertado entre as mineradoras e a Baosteel Group Co., a maior siderúrgica da China, mas será válido para todas as siderúrgicas que compram ferro das duas mineradoras. (...)

O aumento é retroativo a 1o de abril. Isso significa que as siderúrgicas que compraram ferro da BHP e Rio Tinto desde essa época terão de pagar a diferença, que provavelmente resultará em bilhões de dólares a mais. (...)

Para a Rio Tinto, a linha dura nas negociações foi importante não apenas para aumentar os lucros, mas também para ajudá-la a se defender da oferta da BHP, ou forçá-la a aumentar o valor para além de 3,4 ações da BHP para cada ação da Rio Tinto. (...)

A Vale fechou um acordo este ano que reajustou o preço do ferro entre 65% e 71%. A BHP e a Rio Tinto rejeitaram-no, argumentando que merecem um pouco mais por causa do frete menor, já que o minério da Austrália está bem mais perto da China do que o da Vale. (...)

Analistas disseram que a diferença entre o preço do acordo anunciado ontem e o acordo da Vale é de US$ 2 bilhões para a Rio Tinto e de metade disso para a BHP. A Rio Tinto está tentando aumentar ainda mais a diferença com um incremento de 14%, ou 30 milhões de toneladas, na produção de minério de ferro deste ano em relação à de 2007.

(Colaboraram Ellen Zhu, de Xangai, e Dana Cimilluca, de Londres)

BHP e Rio Tinto fecham reajustes por minério maiores que o da Vale
Robert Guy Matthews, The Wall Street Journal
24/06/2008
The Wall Street Journal Americas

06 junho 2008

Desempenho financeiro do Iasb

Nas demonstrações contábeis do Iasb é possível perceber:

1) O Iasb não consegue gerar caixa com as atividades operacionais (o que não é bom pois passa a depender dos investimentos e financiamentos). O valor aumentou em 2007.
2) No balanço, destaco a presença de “outros ativos financeiros”, com 20% do ativo. A boa técnica manda você não colocar o termo genérico, como “outros” em valores significativos
3) 67% da receita é proveniente de contribuições. 29% é receita de publicação e atividades relacionadas. É interessante notar que o Iasb não possui copyright do seu texto, ao contrário do Fasb (aqui).
4) O Brasil contribuiu com 139 mil libras, um pouco mais de 1% da receita total. Os maiores doadores: Bradesco e Itaú (entre 25 a 50 mil libras). Além desses, Brasil Telecom, Bolsa de Valores de SP, Vale do Rio Doce e Petrobrás.

30 maio 2008

Fusões

O Wall Street Journal Américas trouxe uma reportagem sobre as fusões das empresas aéreas (Empresas aéreas reavaliam vantagens das fusões, Susan Carey, The Wall Street Journal, 19 de Maio 2008). Geralmente essas operações são interessantes como um forma de reduzir custos, melhorar a participação no mercado e, por conseqüência, aumentar as receitas.

Mas agora, com o preço do barril de petróleo por volta dos US$ 125, o custo da noite de núpcias está começando a fazer com que os casamentos se pareçam mais arriscados do que nunca. (...)
Mesmo que a United e a US Airways cheguem a um acordo em todos os termos da negociação e seus conselhos aprovem a fusão, o anúncio do negócio poderia desencadear manobras sindicais, caso os sindicatos prevejam qualquer possibilidade de redução de departamentos, corte de empregos ou não consigam aumentos. A proposta poderia enfrentar obstáculos regulatórios, como os que fizeram com que o Departamento de Justiça americano rejeitasse uma fusão entre as mesmas duas empresas em 2001. Além disso, as fusões acarretam enormes custos de integração, o que hoje em dia, com as empresas aéreas sangrando dinheiro, vai contra o imperativo de preservar liquidez.

26 maio 2008

Ex-executivos da AOL condenados


Oito ex-executivos da America Online foram acusados pela Securities and Exchange Commission (SEC) de participarem de práticas contábeis ilegais que inflou a receita da empresa em mais de um bilhão de dólares.

Segundo declaração de Scott Friestad, diretor da SEC, para o jornal The Washington Post (SEC Sues 8 Former AOL Officials; Regulator Alleges Inflation of Online Ad Revenue , Cecilia Kang, Washington Post, 20/5/2008)

“No nosso ponto de vista, esta é uma das mais chocantes fraudes contábeis na memória recente"


A fraude começou no início do milênio, antes da fusão da AOL com a Time Warner. Naquele momento, a empresa estava sendo pressionada para provar aos investidores que a publicidade era viável. Os executivos da AOL trabalharam com práticas ilegais de comercialização de publicidade com diversas empresas (WorldCom, Hewlett-Packard, Sun Microsystems e Veritas Software) Pelos acordo, a AOL pagaria as empresas pela compra de espaços publicitários, registrando as receitas como uma prática denominada de "roundtrip".
A AOL pagava preços mais altos por bens e serviços e em troca recebia anúncios na sua página.

Um exemplo mais concreto é apresentado pelo blog Footnoted, quando a AOL comprou 250 milhões em equipamentos da Sun e em troca contabilizou parte como receita de publicidade.

21 maio 2008

SEC versus AOL

La Comisión de Valores de EEUU (SEC) demanda por fraude a ocho ex directivos de AOL Time Warner
20/5/2008 - NUEVA YORK, 20 (EUROPA PRESS)

La Comisión de Valores de EEUU (SEC) ha presentado cargos por presunto fraude contra ocho ex directivos de AOL Time Warner ante las supuestas acciones cometidas por los acusados que llevaron a la compañía a sobreestimar sus ingresos publicitarios en más de 1.000 millones de dólares (640 millones de euros).(...)

La demanda presentada por la SEC alega que "al menos desde mediados del año 2000 y hasta mediados de 2002" los cuatro acusados "idearon, supervisaron y ejecutaron" transacciones fraudulentas en las que facilitaban fondos para adquisiciones publicitarias en Internet a compradores que no querían o no tenían necesidad de ello.

La SEC reclama a los presuntos implicados los fondos obtenidos con esas prácticas ilegales y pide sanciones y multas contra ellos En este sentido, la Comisión de Valores de EEUU subraya que "los ingresos publicitarios 'online' eran una medida fundamental para analistas e inversores a la hora de evaluar a la compañía. Los acusados hicieron o contribuyeron de manera fundamental a una serie de informes para inversores que incluían los datos financieros fraudulentos de la compañía. Asimismo, Kelly y Wovsaniker, quienes certificaron públicamente la contabilidad de la empresa, también han sido acusados de haber engañado al auditor externo de la empresa respecto a estas transacciones fraudulentas".(...)

20 maio 2008

Baixas contábeis nos Bancos

Bancos escondem US$ 35 bi em baixas
Gazeta Mercantil - 20/5/2008

Diante das perdas recordes resultantes do colapso do mercado de crédito imobiliário residencial, muitos bancos e corretoras não estão reconhecendo em seus demonstrativos de resultados pelo menos US$ 35 bilhões de baixas contábeis adicionais incluídas nos seus balanços patrimoniais, segundo registros encaminhados às autoridades reguladoras das bolsas.

O Citigroup Inc. subtraiu US$ 2 bilhões de seu valor patrimonial devido ao declínio do valor dos bônus vinculados ao crédito imobiliário em seu relatório trimestral para a Securities and Exchange Comission (SEC, órgão regulador das bolsas nos EUA), apresentado em 2 de maio. A dedução não foi mencionada em sua declaração de lucros nem na teleconferência com os investidores que se seguiu à apresentação. O ING Groep NV colocou 3,6 bilhões de euros (US$ 5,6 bilhões) de avaliações negativas em sua conta de capital do balanço de pagamentos, enquanto informava em seus resultados uma perda de lucros de apenas 80 milhões.

Os ajustes no balanço patrimonial se somam às baixas contábeis e perdas com crédito, de US$ 344 bilhões, que já foram informadas nas declarações de resultados de mais de 100 bancos. Essas empresas levantaram US$ 263 bilhões de fundos soberanos, de seus próprios governos e investidores públicos para captar recursos. As baixas contábeis no balanço patrimonial também reduzem o patrimônio, que precisa ser coberto com novos aportes de capital. Com acréscimo dos US$ 35 bilhões, os bancos ficam com a montanha de perdas de US$ 116 bilhões a ser escalada.

"As pessoas inteligentes são as que identificaram os problemas, os expuseram com total transparência e os enfrentaram, levantando mais capital", disse Michael Holland, que supervisiona US$ 4 bilhões como presidente da Holland & Co. em Nova York.

Regras de Contabilidade

Ter perdas no balanço patrimonial e não no demonstrativo de resultados é aceitável pelas regras da contabilidade, que diferenciam entre as carteiras de transações e os investimentos no longo prazo. Mudanças nos valores, ao lado das operações, vão direto para a receita. As mudanças nos valores dos bônus retidos para o longo prazo podem ser descontadas na rubrica de patrimônio do balanço, desde que os declínios não sejam considerados permanentes.

Os bancos que estão mais dispostos a admitir baixas contábeis no balanço patrimonial, como o ING, sediado em Amsterdã, dizem que as avaliações dos ativos serão revertidas quando os mercados se recuperarem. O ING, maior empresa de serviços financeiros da Holanda, informou no relatório sobre lucros no primeiro trimestre, na semana passada, que a queda no valor dos bônus vinculados ao crédito imobiliário residencial mantidos até o vencimento futuro é irrelevante desde que o pagamento dos títulos subjacentes seja honrado.

Com essa lógica, a maior parte das baixas contábeis nas declarações de lucros pode ser revertida se os preços dos ativos se recuperarem. Os declínios nas avaliações podem até ser revertidos, mas a maioria das perdas é um estrago permanente causado pelo número crescente de casos de inadimplência nos créditos imobiliários residenciais dos EUA, disse Janet Tavakoli, autora do livro "Collateralized Debt Obligations & Structured Finance", publicado em 2004 pela John Wiley & Sons Inc.

"É claro que não sabemos quanto da carteira de um banco pode realmente ser material bom, que será pago no vencimento", disse Tavakoli. "Mas existem enormes perdas de valores que são fundamentais, não apenas devidos aos giros do mercado de crédito."

Manter essas desvalorizações fora dos balanços de resultados apenas adia a compreensão das perdas, segundo Brad Hintz, analista da Sanford C. Bernstein & Co., lotado em Nova York. "Os bancos que se aproveitaram dessa abordagem contábil vão ter um preço a pagar mais tarde", disse Hintz, classificado como o terceiro analista de títulos em um levantamento da revista Institutional Investor. "Não se evita o preço a pagar. Os que puseram tudo na sua declaração de resultados sairão com balanços limpos e poderão seguir em frente."

Ignorar a dívida podre e adiar as perdas inevitáveis foi uma das principais razões que fez o Japão passar por uma crise econômica de 10 anos, iniciada na década de 1990, disse Charles Whitehead, professor de direito da Universidade de Boston. Diante da necessidade de novo capital e da dificuldade em atender a essa necessidade, os bancos japoneses adiaram o reconhecimento de suas perdas, com a ajuda dos reguladores, que não aplicaram as regras, escreveu Whitehead em um documento publicado em 2006 no Michigan Journal of International Law.

"Os reguladores dos EUA também podem ser tentados a pegar leve com os bancos", disse. "As novas regras sobre capital já dependem significativamente da auto-disciplina dos bancos. Os riscos podem ser maiores hoje nos EUA do que eram no Japão na década de 1990."

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Yalman Onaran/ Bloomberg News)

25 abril 2008

Passivo Atuarial de Furnas


Uma questão interessante sobre a contabilização do passivo atuarial

Aposentados contestam balanço de Furnas
Valor Econômico - 25/04/2008

A Associação dos Aposentados de Furnas (Após Furnas) entrou com ação na Justiça pedindo a reinclusão, no passivo de Furnas, de R$ 1 bilhão referente à dívida da empresa com o fundo de pensão dos funcionários, a Fundação Real Grandeza. O dinheiro que vinha sendo contabilizado como passivo até 2006 transformou-se em receita no ano passado. O valor vem de dois acertos de contas da patrocinadora com o fundo de pensão assinados em 2001 e 2003, com prazo para pagamento de 12 anos e que vêm sendo efetivados normalmente. (...)

A contabilização do dinheiro como receita foi providencial porque a estatal teve como resultado de serviços (venda de energia) um prejuízo de R$ 35,6 milhões em 2007, contra um ganho de R$ 748,8 milhões em 2006 nesta mesma rubrica.

O superintende de contabilidade e controle de Furnas, José Luiz Oliveira Aguiar, explicou que a medida foi adotada em 2007 porque foi quando a Fundação Real Grandeza apresentou ativo atuarial líquido positivo de R$ 24,3 milhões, contra um resultado negativo de R$ 149,5 milhões em 2006. "Levando-se em conta a Instrução 371 (2000) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as premissas atuariais da Real Grandeza, nós adequamos o balanço de Furnas dentro do que está estabelecido na regra e também ao que foi adotado pelo sistema Eletrobrás como um todo", informou Aguiar. "Para nós, isso está claro [no balanço]. A obrigação [de pagar] não sumiu, ela continua", frisou o superintendente de Furnas.

A regra da CVM dá duas opções às empresas: amortizar os ganhos ou perdas com fundo de pensão em diversas parcelas ou fazer o reconhecimento imediato. O mais comum é parcelar, já que evita a volatilidade no caso de oscilações muito expressivas nos déficits ou superávits.

"O reconhecimento dos resultados obtidos pelas 21 empresas investidas da Eletrobrás (...) impactou de forma positiva e determinante o resultado", diz uma nota que acompanha o balanço da empresa. O resultado, continua a nota, foi influenciado pelo reconhecimento do superávit das fundações patrocinadas pelas empresas do Sistema Eletrobrás, em cerca de R$ 1,2 bilhão, "com destaque para a Fundação Real Grandeza", que, isoladamente, contribuiu com R$ 1,1 bilhão. No passivo de curto prazo de Furnas aparecia, em 2006, o valor de R$ 137,6 milhões referentes a "entidade de previdência complementar" e no passivo de longo prazo a cifra era de R$ 942,3 milhões. Esses desaparecem do passivo em 2007, transformados em uma receita financeira de R$ 1 bilhão referente a "ajuste no passivo atuarial". Em nota explicativa do balanço, Furnas explica que aplicou a resolução da CVM. Mas os aposentados dizem que esse não é o caso, já que a dívida de R$ 1 bilhão seria um compromisso financeiro.

Para um aposentado que prefere não ser identificado, esse valor é resultado dos contratos com a Fundação Real Grandeza para pagamentos de dívidas não-atuariais, que originalmente eram cálculos atuariais e que, no momento em que foram calculados e estipulados, se transformaram em compromisso, uma dívida. Por isso, o valor não poderia ser enquadrado na regra da CVM. Para Tânia Vicente, a empresa não pode se apropriar de um patrimônio que pertence a 10 mil funcionários na ativa e aposentados. A Eletronuclear também fez a mesma leitura sobre seus passivos com a Real Grandeza.

02 abril 2008

Avaliação de um Clube


No passado orientei uma dissertação de mestrado (aqui link) sobre avaliação de um clube de futebol. Agora, neste blog , o processo de avaliação do Chicago Cubs, um time de beisebol. Esta equipe não vence a world series faz cem anos e tem um desempenho nos últimos trinta anos sofrível. Entretanto, o Chicago Cubs é um time que possui um bom nome. Mas quanto seria o seu valor? Apesar do método usado pelo blog ser questionável, a seguir um resumo:

Método Baseado nas Receitas (Múltiplo)

O Cubs possui receitas de 200 milhões de dólares (vendas de ingressos, propagandas e outros). Geralmente o múltiplo para o setor de esportes é de duas a três vezes a receita. Considerando um múltiplo de 2,5 tem-se um valor de 500 milhões de dólares.

Prêmio pelo Desempenho

Imaginando que uma equipe possa ter seu valor baseado nos resultados, pesquisas mostram que um time pode aumentar de 20 a 30% o seu valor como prêmio pelos resultados. O valor seria então de 500 milhões mais 100 milhões de dólares = 600 milhões

Intangíveis

Ser proprietário de um clube pode agregar um intangível importante para seu proprietário. Segundo uma estimativa otimista, isto adicionaria de 17 a 35% no preço. Mas uma estimativa mais conservadora consideraria 1% de acréscimo, ou $6 milhões.

Racionalidade

Apesar da estimativa de 606 milhões, esportes não lida com o 100% racional. Assim, um preço possível seria acima deste valor. O blog arrisca então 650 milhões. Ou mais.

04 março 2008

Um erro de 7 bilhões


A empresa de agronegócios Bunge irá refazer suas demonstrações em virtude de um erro de 7 bilhões, informou Stephen Taub, da CFO (Bunge Finds a Sales Error: $7B Worth).

As a result of these reviews, management said it has determined that the effect in 2006 and 2005 was immaterial.

"Bunge is remediating the control deficiencies that led to the need for these corrections, and which the company has determined constitute material weaknesses in its internal control over financial reporting in 2007," it stated in a press release.


É interessante notar que em 2006 o WSJ (e este blog) já comentava, num artigo, a contabilidade confusa da empresa. Clique aqui para conferir isto

27 fevereiro 2008

Oscar e filmes


O gráfico mostra a relação existente entre o número de pessoas que assistiram a entrega do Oscar e a bilheteria dos filmes em cada ano. 2008 foi o ano recente com menor público para o Oscar. Fonte: Aqui

15 fevereiro 2008

Os maiores clubes



O Real Madrid aumentou suas receitas em 20%, mas o Arsenal teve uma evolução maior (37%). Esta é a primeira vez que um mesmo país (a Inglaterra) possui 3 dos 5 maiores clubes. O Juventus, da Itália, perdeu o terceiro lugar (está em 12o.).

Fonte: Aqui

07 fevereiro 2008

A questao do reconhecimento da receita

Uma pesquisa realizada pela BDO Seidman entre 100 CFOs mostrou algumas questões interessantes sobre o reconhecimento da receita em empresas de tecnologia (The Revenue-Recognition Rules Paradox, Technology-company CFOs see GAAP rules as more logical than those of IFRS — even if using the U.S. standards puts them at a competitive disadvantage, por Sarah Johnson, CFO, 5 de fevereiro de 2008). Ao mesmo tempo que estes executivos consideram que as regras contábeis norte-americanas (US GAAP) são superiores as normas do IASB no que diz respeito ao reconhecimento da receita, os CFOs consideram que as empresas estrangeiras possuem uma vantagem exatamente por usar as normas do Iasb.

Pelo IFRS (normas do Iasb), a receita de empresas de tecnologia pode ser reconhecida mais rapidamente. A questão do reconhecimento da receita torna-se importante para estas empresas já que os montantes são usados como uma aproximação do valor.