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Mostrando postagens com marcador corrupção. Mostrar todas as postagens
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21 setembro 2017

Uber e corrupção na Ásia

A empresa Uber está iniciando um processo de colaboração com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Parece que a empresa efetuou alguns pagamentos inadequados na Indonésia, Malásia e outros países. Nesta lista pode está incluso a China, a Índia e a Coréia do Sul. O DOJ, como é conhecido do departamento, iniciou a investigação em agosto.

A investigação diz respeito ao Foreign Corrupt Practices Act que proíbe que empresas dos EUA paguem subornos em países estrangeiros. Um dos pagamento foi para uma entidade da Malásia antes do governo do país asiático aprovar leis favoráveis para a empresa.

20 setembro 2017

KPMG e a corrupção na África do Sul

Fonte: Aqui
A África do Sul tem passado por seu ano mais turbulento desde o fim do apartheid em 1994 consequente à corrupção e influência ilícita de interesses privados. O país já apresentava problemas com fraude e corrupção há anos, mas atualmente há alegações de que a influente família empresarial Gupta estaria se beneficiando indevidamente de ofertas públicas por meio de ligações com o presidente sul-africano Jacob Zuma. Acredita-se que a família também controle a seleção de funcionários de alto escalão em departamentos importantes.

Em decorrência desses escândalos, a multinacional britânica de relações públicas Bell Pottinger abriu falência e a McKinsey, empresa de consultoria empresarial norte-americana, iniciou uma investigação interna.


A divisão da KPMG na África do Sul auditou a família Gupta por 15 anos. Na semana passada, oito altos executivos foram demitidos em decorrência das conclusões de uma investigação interna referentes a omissão diante de irregularidades em auditorias. 

A empresa já perdeu dois grandes contratos (Sygnia e Sasfin) e tem enfrentado revisões generalizadas já que os clientes não querem manchar a sua reputação em decorrência de suas ligações com a KPMG.

19 junho 2017

Custo da corrupção e sua mensuração

O jornal Estado de S Paulo divulgou ontem uma estimativa dos prejuízos causados pelas organizações criminosas. Usando informações da Polícia Federal, o jornal informa que o prejuízo seria de 123 bilhões. Aparentemente este valor refere-se ao período de 2013 a 2017. (vide figura a seguir)

Em primeiro lugar é necessário muita cautela com as informações. Mensurar os prejuízos causados por uma “organização criminosa” é muito difícil. Não basta somar os números. Começa pela definição do que seria o “prejuízo” ou “rombo” ou “custo”:

inclui os valores indiretos?;
como foi feita a estimativa?;
qual o período de tempo?;
os valores estão corrigidos?;
o que seria uma organização criminosa?.

Para cada resposta podemos chegar a um valor diferente.

Segundo, a reportagem não revela informações básicas para uma análise da qualidade da informação. O texto afirma que

“esse quadro é o resultado da conta feita pelos investigadores federais com base em valores de contratos fraudulentos, impostos sonegados, crimes financeiros e cibernéticos, verbas públicas desviadas e até mesmo danos ambientais causados por empresas, madeireiras e garimpos. Tudo misturado ao pagamento de propina a agentes públicos e políticos”

Apesar do dado ter sido compilado pela Polícia Federal, a partir de uma provocação do jornal, é importante para se ter uma dimensão do problema que o país enfrenta: só podemos administrar/combater aquilo que mensuramos.

07 junho 2017

Braskem paga multa de 3 bilhões

A Braskem anunciou na noite desta terça-feira (6) que a Justiça Federal de Curitiba homologou o acordo de leniência firmado entre a petroquímica e o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. A decisão é a etapa que faltava para a validação definitiva do acordo global firmado pela empresa com autoridades dos Estados Unidos, Suíça e Brasil, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (a CVM, órgão que regula o mercado de capitais no país). Fonte: aqui

A Braskem pagará uma multa de 3,1 bilhões de reais, sendo 1,6 à vista. Do valor, 2,2 bilhões serão para o MPF, que irá destinar o dinheiro para indenizações a terceiros. Além da multa, a empresa terá que tomar medidas para evitar a repetição das práticas de corrupção constatadas na operação Lava Jato, incluindo um monitoramento externo de três anos. Em troca, a empresa recebe um perdão.

23 maio 2017

Razões para a queda do preço da JBS

As ações da JBS sofreram uma grande queda no mercado acionário na segunda-feira. Por um lado, esta queda é estranha, já que o escândalo político originário da gravação de uma conversa entre seu controlador e o presidente da república era de conhecimento de todos já na quarta-feira da semana passada. Além disto, revelou-se um acordo entre a PGR e o empresário Joasley Batista, bastante favorável a este. E os protestos contra o atual governo não tiveram grande participação popular.

Mas existem algumas possíveis explicações para a redução do valor de mercado para empresa.

Rebaixamento da nota de crédito - a empresa de classificação de risco Moody´s rebaixou a nota da empresa, de Ba2 para Ba3. Geralmente as empresas de ratings são lentas em alterar as notas de uma empresa ou país. A rapidez da ação da Moody´s não altera em nada a vida atual da empresa JBS. Mas poderá ter um efeito futuro ruim, já que aumenta o custo do crédito da empresa. Com a impossibilidade de ter acesso ao fácil dinheiro público de outras épocas, a empresa irá necessitar de recursos, seja para rolar a dívida atual, seja para pagar os processos judiciais que acontecerão no futuro próximo.

Credibilidade - Na medida que fomos conhecendo as teias de operações que eram praxe desta empresa, reduziu-se a sua credibilidade. Os astros globais contratados para passar uma imagem positiva da empresa já anunciaram que estão abandonando os contratos. Ninguém quer ter seu nome associada a uma empresa que comprou políticos para se aproveitar do dinheiro público. Será que o varejo irá continuar negociando a carne Friboi? Certamente isto irá afetar as vendas da empresa. É difícil estimar o valor, mas perder vendas é muito ruim.

Multa - Num primeiro momento, parecia que o acordo foi muito vantajoso para os controladores. Uma multa reduzida e a possibilidade de viver livres, sem qualquer impedimento, nos Estados Unidos. Mas a revelação que o acordo com o Ministério Público não ficou acertado, e que o valor exigido pelo lado da acusação era de R$11 bilhões, deve ter espantado o investidor. A possibilidade de venda de ativos esbarra na falta de potenciais comprados. Além disto, há uma desconfiança de que parte do dinheiro sujo foi usado para comprar empresas no exterior. As entidades reguladoras destes países irão aceitar a possibilidade de ter um grande empregador cujo dinheiro tem sua origem na corrupção de autoridades. A CVM divulgou na sexta-feira de noite que existem cinco processos contra a empresa, que inclui o uso de informação privilegiada. Isto deve complicar a vida da empresa nos próximos meses.

Efeito Manada - outra possível explicação para a perda de 16 bilhões de reais de valor de mercado nos últimos meses por parte da JBS é o efeito manada. Este valor corresponde a uma redução no preço da ação de mais de 31% somente na segunda-feira. Este efeito psicológico é resultado de ordens seguidas de venda - no caso da JBS - em razão da ordem dada por um primeiro investidor. Poucos acreditaram que a empresa, e seus controladores, irão sair desta sem um grande perda: ou a venda de várias unidades em diferentes países, ou o atraso no projeto de oferta de ações nos Estados Unidos ou possíveis danos pelo escândalo. Qualquer que tenha sido o gatilho para o início do efeito manada, o certo é que a redução do preço da ação da empresa foi um dos maiores do mercado brasileiro desde a crise de 2008.

Incerteza - A empresa tinha divulgado recente as demonstrações contábeis do primeiro trimestre. É possível acreditar naqueles números? Mesmo que seja próximos do que ocorreu, como assinou o auditor, serve de base para os próximos meses? Responderia não para as duas perguntas. Os números perderam credibilidade em razão das revelação, para alguns, da forma como a JBS fazia negócios. Se eles compravam deputados com notas frias, será que a contabilidade também não está contaminada com este esquema. A segunda questão diz respeito ao que irá ocorrer com a empresa nos próximos meses. Como comentamos no item da credibilidade, alguns brasileiros podem ter boa memória e no momento de escolher o produto que comprar num supermercado não irão ser induzidos pelo Tony Ramos ou Ana Maria Braga.

14 maio 2017

Corrupção no Futebol também ocorre na Alemanha

O livro “Football Leaks: The Dirty Business of Football”, baseado nas investigações dos jornalistas Michael Wulzinger e Rafael Buschmann, do jornal Der Spiegel, revela detalhes sobre o poder exercido pelos agentes nas transferências dos jogadores.

Ontem, a FIFA confirmou que estava a investigar o caso denunciado pelo livro sobre a transferência de Pogba, e hoje, o The Sun revela pormenores até agora desconhecidos, da transferência de Roberto Firmino para o Liverpool, em 2015.

O avançado brasileiro, de 25 anos, juntou-se aos Reds, depois de quatro anos a jogar com a camisola do Hoffenheim. No verão de 2015, a transferência terá custado 34 milhões de euros.

Mas, de acordo com o livro, cerca de 7 milhões de euros terão ficado no lado alemão, e 27 milhões de euros foram pagos à empresa Transfair, detida por Dietmar Hopp, dono do Hoffenheim.


Fonte: Aqui

05 maio 2017

Ainda Petrobras e Corrupção

Investigadores dizem ter comprovado desvios em contratos da petrolífera [Petrobras] e pagamentos de propinas viabilizados até pelo menos junho de 2016, já durante o governo Michel Temer e com a nova administração da Petrobras, empossada em 31 de maio do ano passado (Vieira, Após três anos de Lava-jato, corrupção continua a assolar setores da Petrobras, Valor 5 de maio de 2017)

Três aspectos no texto. Primeiro, uma empresa do tamanho da Petrobras talvez seja difícil eliminar os desvios em contratos, mesmo com os esforços realizados. Segundo, há uma diferença entre a situação atual e das três gestões passadas, onde foi institucionalizado um esquema de corrupção; isto é diferente - até onde se saiba - da situação atual, onde os problemas são localizados. Até onde se saiba, a atual gestão está fazendo esforços para resolver o problema. Como consequência, o título do texto foi muito infeliz ao afirmar que a corrupção "continua a assolar" a empresa baseada numa fonte genérica - "investigadores".

É interessante que a empresa publicou, no mesmo jornal, uma página comentando sobre a corrupção com o título "uma lei [Lei Anticorrupção] que já mudou a cultura das empresas". Parece que a publicidade da empresa foi muito mais jornalística que o texto de Vieira.

04 maio 2017

Novamente Neymar

O atacante brasileiro Neymar irá a julgamento pela suposta fraude em sua transferência ao Barcelona, um caso no qual também serão processados o atual presidente do clube e seu antecessor, informa um comunicado divulgado pela Audiência Nacional.

O juiz José de la Mata, da Audiência Nacional, especializada em casos complexos, "abre julgamento oral contra Neymar da Silva Santos, seus pais, o presidente do FC Barcelona Josep Maria Bartomeu e o ex-presidente Alexandre Rosell", por supostos delitos de corrupção nos negócios e fraude, afirma o comunicado.

O caso envolve as supostas irregularidades nos contratos para a transferência do astro brasileiro do Santos ao Barcelona. O atleta de 25 anos foi investigado tanto na Espanha como no Brasil.

A operação foi denunciada pelo fundo de investimentos brasileiro DIS, que era dono de parte dos direitos do jogador, que se considerou prejudicado.

Em um primeiro momento, o Barcelona anunciou a transferência de Neymar com o valor de 57,1 milhões de euros (40 milhões para a família de Neymar e 17,1 para o Santos), mas a justiça espanhola calcula que a transação foi de pelo menos 83,3 milhões de euros.

O DIS, que recebeu 6,8 milhões de euros dos 17,1 destinados ao Santos, considera que Neymar e o Barça se aliaram para ocultar o valor real da transferência.

Barcelona e Santos também serão levados a julgamento pelo juiz José de la Mata.

A Promotoria espanhola solicitou para Neymar dois anos de prisão e multa de 10 milhões de euros.

O atacante alegou que se dedicava apenas ao futebol e seu pai era seu agente exclusivo, em quem confiava cegamente.

A mesma defesa utilizada pelo argentino Leo Messi, que foi julgado e condenado a 21 meses de prisão por delito fiscal.

Fonte: Aqui

Rolls Royce e os efeitos da investigação brasileira

A empresa britânica Rolls-Royce foi fundada em 1904. Com receita de 15 bilhões de libras esterlinas (cerca de 60 bilhões de reais) e 49 mil empregados, a empresa é um orgulho e exemplo da eficiência britânica. Entre os vários setores onde a empresa atua destaca-se a construção de motores para aviões.

Em janeiro deste ano, a empresa fez um acordo com um regulador britânico, denominado SFO, e concordou em pagar 670 milhões de libras (quase 2,7 bilhões de reais) a um regulador britânico para evitar que as acusações de subornos pudessem impedir contratos de exportação. Neste acordo estava incluso 170 milhões de dólares para autoridades dos Estados Unidos e 25 milhões de dólares para o Brasil.

Descobriu-se posteriormente que alguns destes contratos recebiam dinheiro do contribuinte britânico.

Desde 1995 a empresa era auditada pela KPMG. Em razão da adoção do rodízio que foi adotado no Reino Unido, a empresa será substituída por outra Big Four. O problema é que a auditoria não conseguiu perceber nenhum problema com a empresa, inclusive o pagamento de subornos em outros países, durante estes anos.

Segundo notícia da Reuters e da BBC do dia de hoje, o regulador contábil FRC abriu uma investigação para verificar a qualidade do trabalho do auditor na contabilidade da Rolls-Royce. O Financial Reporting Council informou que irá concentrar no trabalho realizado no exercício findo em 31/12/2010 a 2013, no Rolls-Royce Group e Rolls-Royce Holdings.

Num comunicado, a KPMG afirma estar confiante na investigação do FRC e na qualidade do trabalho realizado na empresa.

Brasil - Apesar do acordo de janeiro fazer referência aos problemas de corrupção detectados no Brasil, no ambito das investigações realizadas pela Operação Lava-Jato na empresa Petrobras, o país não é citado pelo FRC. A SFO revelou 12 acusações de corrupção ou falhas do gênero em sete países: Indonésia, Tailândia, Índia, Rússia, Nigéria, China e Malásia. Apesar da BBC e Reuters não afirmarem explicitamente, parece que a corrupção ocorrida no Brasil chamou a atenção para os negócios nestes sete países.

15 abril 2017

Reescrevendo a história

Em março de 2017, quando a divulgação do resultado da Petrobrás, publicamos uma observação sobre a tendência da empresa em reescrever a história:

Obviamente que a empresa atrai a atenção pelos problemas de corrupção dos últimos anos. É interessante que a área responsável pelas demonstrações contábeis usa o espaço para reescrever a história. Por seis vezes a palavra “vítima” aparece nas informações contábeis

Mais adiante afirmamos:

Há muitas controvérsias. É interessante notar que Graça Foster assumiu a empresa em fevereiro de 2012. Mas Nelson Cerveró permaneceu como diretor financeiro da BR até 2014. Precisa dizer mais alguma coisa?

Agora, com os depoimentos da Odebrecht, há uma acusação que o ex-presidente da Petrobras, Bendine, recebeu 3 milhões de reais enquanto presidente da Petrobras. Bem depois de 2012.

Rir é o melhor remédio