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05 junho 2017

Investigação privada

Um texto do Estado de S. Paulo questiona a qualidade dos trabalhos de investigação interna realizada nas empresas para apurar atos ilícitos. Cita alguns casos:

No ano passado, Joesley Batista havia contratado o escritório Veirano Advogados e a consultoria Ernst Young (EY) para apurar irregularidades em uma das empresas do grupo JF, a Eldorado Celulose. A conclusão assinada pelas duas empresas, em janeiro deste ano, é de que não havia indícios de que os fatos apurados pela Polícia Federal tinham fundamento.

Dois meses depois, Joesley fez uma delação, onde afirmava ter usado notas frias e pagamentos para políticos:

Afirmou, por exemplo, que um empréstimo de R$ 946 milhões feito pelo FI-FGTS (fundo de investimentos que usa recursos do FGTS) foi obtido por meio de pagamento de propinas, e que os cerca de RS 37,4 milhões em pagamentos feitos pela Eldorado a empresas de Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e intermediador dos empréstimos do FI-FGTS, eram referentes a pagamentos ilícitos.

Diante deste caso, o texto questiona a qualidade destas investigações forense. Uma possibilidade para explicar o problema é o escopo do trabalho.

O Estado ouviu cinco advogados especialistas no assunto, que preferiram não ter seus nomes revelados, e eles afirmam que esse serviço tem sido feito muitas vezes com um pensamento antigo: o de que o advogado deve defender seu cliente. Na investigação forense, dizem, isso não pode acontecer, sob o risco de o próprio escritório perder sua credibilidade.

Isto é um problema: qual a razão de não revelar o nome? Isto traz dúvida sobre a qualidade do texto. A seguir o texto confunde escopo com qualidade:

No caso da Eldorado, o argumento do Veirano Advogados é que toda a investigação foi feita dentro do escopo passado pela empresa.

O Veirano também foi responsável pela investigação feita no BTG Pactual após a prisão de André Esteves, principal acionista do banco, em 2015, envolvido em denúncias na Lava Jato. A conclusão da investigação foi de que, dentro do escopo apresentado pela empresa, não havia irregularidades.

A EY, por sua vez, já foi responsável por centenas de investigações desse tipo, e garante que a conclusão apresentada ao conselho da Eldorado em janeiro não refletia o trabalho que havia feito. Em entrevista ao Estado em fevereiro, um sócio da consultoria, Idésio Coelho, afirmou que o resultado do levantamento de dados que era de sua responsabilidade não foi apresentado ao conselho. A empresa é responsável hoje por uma investigação na JBS.

A última denúncia é grave. Trata-se de manipulação. Então o problema não é com a investigação, mas com o que é feito com o relatório, por parte da empresa.

01 junho 2017

Frase

O modelo de "rede global" da indústria de auditoria é o veículo legal usado para gerar responsabilidade, em uma versão Big Four de Catch Me If You Can . (Francine McKenna)

Segundo a McKenna, o modelo das empresas de auditoria é estabelecer sócios, até que surja um problema. Quando atende uma empresa em qualquer lugar do mundo, a auditoria enfatiza a rede global necessária para suprir as necessidades dos clientes. Se ocorre problema, negam a estrutura, para evitar responsabilidade legal. McKenna foca no caso da PwC, que "evitou" ver um problema de despesa pessoal com dinheiro da Fifa.

12 abril 2017

Toshiba

Na terça a centenária empresa japonesa Toshiba divulgou os resultados do terceiro trimestre sem o relatório do auditor. Segundo os números divulgados, as perdas com o negócio nuclear da Westinghouse Electric provocaram não somente um prejuízo como também afetaram seriamente o capital próprio da empresa.

O principal ponto, no entanto, foi a recusa dos auditores com respeito à contabilidade da Westinghouse. Esta empresa, que atua nos Estados Unidos, está em processo de falência. Os auditores não concordaram com a análise da Toshiba sobre os riscos futuros da Westinghouse, segundo informou a Bloomberg.

Segundo a empresa japonesa: "A Toshiba fez tudo o que estava ao seu alcance para obter a compreensão dos auditores", disse o presidente-executivo Satoshi Tsunakawa durante uma entrevista com jornalistas em Tóquio. "Sem perspectivas claras para a aprovação do auditor, não poderíamos mais incomodar e preocupar nossos investidores e outras partes interessadas e decidimos sobre esta forma muito incomum de liberar resultados".

A Bolsa de Valores do Japão está avaliando a situação, já que o patrimônio líquido negativo pode ter implicações na permanência na bolsa. Um potencial rebaixamento pode implicar na fuga de investidores, em especial daqueles que atrelam suas aplicações aos índices da bolsa. Para tentar se manter, a empresa colocou a unidade de chips à venda. Segundo lembrou a Bloomberg:

É uma humilhação dramática para uma empresa que remonta a 1875. A Toshiba e suas filiais desempenharam um papel central no desenvolvimento da economia do Japão , fazendo seus primeiros tubos de raios-X, máquinas de lavar elétricas e aspiradores de pó.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a Toshiba se diversificou em eletrônica e computadores, crescendo para mais de 600 negócios.

27 fevereiro 2017

PwC pede desculpas pelo fiasco no Oscar

O monólogo inicial e a apresentação dos auditores são alguns dos meus momentos favoritos em qualquer premiação. Nenhuma foi melhor que a do Emmy com a participação do The Big Bang Theory em 2012 (leia postagem aqui). A de 2013 com a participação do Bob Newhart também foi bem legal. Em um mundo cheio de glamour e riqueza, lá estão os contadores para garantir que tudo saia bem na votação e divulgação dos resultados.

Ontem houve a apresentação do Oscar. Em um dos momentos mais esperados da noite - a apresentação do melhor filme, foi anunciada a vitória para La La Land quando, na verdade, o vencedor foi Moonlight. Houve um problema com os envelopes.

A equipe responsável pelo Oscar não emitiu nenhuma declaração. A PwC, por sua vez, emitiu um pedido de desculpas e afirmou que irá investigar o erro.

Quem será a próxima equipe de auditoria contratada pela Academia? Evidentemente cabeças irão rolar e acredito que a da PwC será a principal. E agora não apenas os viciados em contabilidade ficarão de olho na apresentação da equipe de auditoria responsável pelos envelopes...

O vídeo da PwC publicado em 20 de fevereiro sobre a sua participação do Oscar, inicialmente muito interessante, agora deveria estar no Rir É O Melhor Remédio... 

Agradeço à Flavia Carvalho pelo envio do link da reportagem no The Guardian, que escreveu: PwC, uma das empresas de contabilidade mais conhecidas do mundo, supervisionou a contagem dos votos e os anúncios na maioria das premiações da Academia. Os auditores esperam nas alas durante a cerimônia e passam os resultados aos apresentadores. A humilhante falha no sistema que deveria ser à prova de erros, checado e duplamente checado repetidamente, não poderia ser mais pública – assistida por todas as estrelas de Hollywood e milhões de pessoas pelo mundo televisivo.

30 dezembro 2016

Novo auditor

A Petrobras irá contratar KPMG como auditor, em substituição a PwC. Esta é uma notícia da semana passada. Mas somente agora este blogueiro percebeu a manchete do Going Concern, com uma observação: "não a Deloitte, obviamente"


21 dezembro 2016

Duas notícias sobre a Deloitte

Primeira notícia: O gráfico acima é do Valor Econômico, que divulga uma reportagem sobre a qualidade das auditorias realizadas pelas Big Four nos Estados Unidos e fora dos EUA. Quanto maior a diferença entre o trecho mais escuro e o gráfico mais claro, pior a qualidade das auditorias realizadas fora dos EUA. É inegável a discrepância de qualidade na empresa Deloitte.

Segunda notícia: Um memorando interno de duas páginas da empresa Deloitte vazou em novembro na Inglaterra. O assunto era a saída do país da Comunidade Européia, ou Brexit. O documento indicava que o governo de Theresa May não estava preparado para o Brexit, o que teria ofendido o governo britânico. A empresa perderá contratos com o governo britânico por um período de seis meses.

29 novembro 2016

KPMG multada pela CVM

KPMG teria infringido os arts. 20 e 25, II, da ICVM 308, ao executar procedimentos de auditoria no Oboé Multicred FIDC. O responsável pela auditoria deste fundo, Ricardo Souza, também sócio e responsável técnico da KPMG, teria infringido os mesmos dispositivos regulamentares, com relação a este fundo.

Já José Luiz Gurgel, sócio e responsável técnico da extinta BDO Auditores Independentes, teria infringido, com relação ao Clássico FIDC, além dos arts. 20 e 25, inciso II, da ICVM 308, também o art. 8º, §4º, da ICVM 356.


A SNC apurou que não teriam sido realizados procedimentos para a obtenção do entendimento do controle interno das entidades auditadas e a emissão de Relatório Circunstanciado sobre esse ambiente de controle interno.


Também não teriam sido testadas a materialidade, a existência e a valorização dos direitos creditórios em carteira nos Fundos e as provisões efetuadas para operações de créditos de liquidação duvidosa.


Além disso, especificamente para o Fundo Clássico FIDC, o auditor José Luiz Gurgel não teria examinado os relatórios trimestrais de 2010 emitidos pelo Clássico FIDC, conforme exigido no art. 8º, §4º, da ICVM 356.

A CVM resolveu multar a KPMG em 600 mil reais, "o status de reincidente do acusado, bem como o seu histórico em processos sancionadores ainda não transitados em julgado".

20 setembro 2016

EY: Quebra de independência

Fonte: Aqui
A Ernst & Young concordou em pagar US$ 9,3 milhões em um acordo para encerrar acusações de quebra de independência feitas pela Securities and Exchange Commission.

As acusações se referem a dois sócios que se tornaram muito próximos a clientes de auditoria incluindo um que estava em um relacionamento romântico com o CFO do cliente. Leia mais aqui.


O diretor da Division of Enforcement da SEC, Andrew J. Ceresney, afirmou que essas foram as primeiras ações de sanção da SEC direcionadas a empresas de auditoria que falham em divulgar as relações interpessoais entre auditores e clientes. Andrew afirmou ainda que a EY não fez o suficiente para detectar e prevenir os sócios de estarem demasiadamente próximos de seus clientes, comprometendo seus papéis como auditores independentes.

05 julho 2016

Normas do Novo Relatório do Auditor Independente


As auditorias de demonstrações contábeis para períodos que se encerram em 31 de dezembro de 2016, ou após essa data, estarão sujeitas a um novo conjunto de Normas Brasileiras de Contabilidade de Auditoria Independente (NBC TA).

As seis primeiras Normas que compõem esse conjunto, chamado de Novo Relatório do Auditor Independente (NRA), foram publicadas nesta segunda-feira (4), no Diário Oficial da União (DOU), pelo Conselho Federal de Contabilidade.


As seis normas publicadas são: NBC TA 260 (R2) – Comunicação com os Responsáveis pela Governança; NBC TA 570 – Continuidade Operacional; NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis; NBC TA 701 – Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do Auditor Independente; NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente; e NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente.

O NRA é constituído por normas convergidas das International Standards on Auditing (ISAs), emitidas pela Federação Internacional de Contabilidade (Ifac, na sigla em inglês). Após a tradução das ISAs, feita pelo CFC e pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), as minutas passaram por audiência pública no site do CFC. O processo de avaliação das sugestões recebidas na audiência foi realizado pela Câmara Técnica e, na reunião plenária do dia 17 de junho, os conselheiros aprovaram as seis NBCs.

Com a aprovação dessas novas normas, segundo explica o vice-presidente Técnico do CFC, Zulmir Ivânio Breda, houve a necessidade de se alterar um conjunto de outras que estavam em vigência. Por isso, foram colocadas em audiência pública 17 NBCs.

O Novo Relatório do Auditor é composto por normas que haviam sido alteradas durante processo de revisão das ISAs, realizado pela Ifac em 2015. Como as alterações efetuadas pela Ifac foram substanciais, Breda explica que têm ocorrido vários debates para preparar as empresas e os auditores para a aplicação do NRA.

O vice-presidente Técnico destaca que, entre as principais alterações previstas no relatório, está a inclusão dos pontos-chave de auditoria, que são os principais assuntos encontrados na empresa em análise. “Tudo o que o auditor achar de importante, vai ter que colocar no relatório”, explica Breda.

Ainda segundo ele, o NRA responde a uma necessidade de maior transparência nas informações emitidas ao mercado, pois os investidores e outros usuários serão beneficiados com dados que antes não eram de conhecimento público.

Fonte: CFC

10 maio 2016

Novas regras de auditoria nos EUA

Segundo informa o Valor Econômico, o PCAOB, que regula as empresas de auditoria nos Estados Unidos, aprovou novas regras para melhorar a qualidade do trabalho. As regras focam na independência dos auditores e na redução dos conflitos de interesses.

As regras determinam que as empresas de auditoria registrem os nomes dos sócios que estejam envolvidos nas empresas "públicas" auditadas (sic. Erro de tradução num falso cognato). A regra começa a valer a parte de 31 de janeiro de 2017. Mais ainda, os usuários poderão consultar as informações.

20 janeiro 2016

Auditoria e Ética

Resultado de pesquisa do Instituto Global dos Auditores Internos (Valor Econômico, 20 de janeiro de 2016) mostra que os profissionais de auditoria no Brasil são mais pressionados para mudar seu trabalho. A pesquisa foi respondida por 14 mil profissionais de 166 países, sendo 350 no Brasil.

04 janeiro 2016

Auditoria na Espanha

Mario Alonso (Badajoz, 1960) es desde julio de 2013 el presidente del Instituto de Censores Jurados de Cuentas (ICJCE). Esta organización cuenta con 5.200 miembros y representa los intereses de los auditores españoles. Alonso tiene ante sí un desafío importante: presionar para que se reconduzca la nueva Ley de Auditoría, con la que el sector no está nada de acuerdo.

(...) El nuevo marco normativo para los auditores no entrará en vigor hasta el 17 de junio de 2016, aunque algunas diposiciones son efectivas desde el 1 de enero.

La Ley de Auditoría, que salió adelante solo con los votos del Partido Popular sin tener en cuenta las numerosas enmiendas que presentaron los partidos de la oposición, amplía el contenido del informe de auditoría para entidades que no son consideradas de interés público (básicamente, los grupos familiares no cotizados).

(...) muchas compañías llevan dos o incluso más décadas trabajando con el con el mismo auditor, circunstancia que podría erosionar la independencia del censor de cuentas. Por este motivo, el legislador ha fijado un periodo contractual mínimo de tres años y máximo de diez. (continue lendo aqui)

19 dezembro 2015

Leitura Obrigatória

A Reuters, num texto de Charles Levinson (Accounting industry and SEC hobble America´s audit watchdog ) publicou um texto fantástico sobre a regulamentação da auditoria contábil nos Estados Unidos. Leitura obrigatória para aqueles que desejam entender melhor como funciona o Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), a entidade criada para supervisionar a profissão de auditor naquele país.

O texto questiona fortemente o trabalho do contador-chefe da Securities and Exchange Commission, James Schnurr. Schnurr tem questionado publicamente o trabalho do PCAOB, acusando-o de lento. O texto mostra claramente que James Doty, o responsável pelo PCAOB, tem sido sabotado no seu trabalho, provavelmente em razão as críticas da entidade as grandes empresas de auditoria.

A figura a seguir mostra a origem do Chief of Accountant da SEC. Desde 1992 o cargo está sendo ocupado por pessoas originárias das grandes empresas de auditoria. Estas empresas “indicam” não somente este cargo como também a própria presidência da SEC: Mary Jo White tinha a Deloitte entre seus clientes quando era sócia de uma empresa de advocacia.
As grandes empresas de auditoria possuem 98% das contas das empresas com ações na bolsa dos EUA. Segundo o texto, o esforço de Doty, do PCAOB para melhorar a qualidade do setor tem encontrado resistência em Schnurr, que tem atrasado uma série de medidas. Além disto, Schnurr tem feito campanha para afastar Doty do cargo, segundo pessoas entrevistadas pela Reuters. Na realidade, o mandato de Doty no PCAOB já encerrou e ele conta com o apoio de diversos notáveis, como Paul Volcker (ex FED) para a recondução.

O trabalho recente do PCAOB inclui inspeções rigorosas nas empresas de contabilidade e longos relatórios, com críticas aos procedimentos de auditoria. O PCAOB já descobriu que uma das grandes empresas de auditoria tinha ignorado intencionalmente erros contábeis de um cliente. Esta empresa tinha, naquele momento, Schnurr como contato; posteriormente ele foi nomeado contador da SEC. A ex-empresa de Schnurr foi responsável pela auditoria da Bear Stearns (parecer limpo e falência logo após). Ou seja, o atual contador-chefe da SEC foi no passado “perseguido” pelo PCAOB.

O texto é bastante longo. Repito: leitura obrigatória para quem deseja conhecer melhor o processo de regulação e fiscalização nos EUA.

15 dezembro 2015

Rodízio

A CVM julgou recentemente um caso relacionado ao rodízio de auditores:

durante oito exercícios consecutivos, entre 2005 e 2012, a Anend Auditores Independentes S.A. realizou serviços de auditoria nas demonstrações da Dinâmica, em descumprimento ao art. 31 da Instrução CVM 308;

no exercício social de 2013, embora os serviços de auditoria foram realizados pela Azevedo e Lopes Auditores Independentes, essa empresa tem o mesmo endereço e sócio-representante do que a Anend, o Sr. A.A.L.;

nos pareceres e relatórios de auditoria dos exercícios sociais da Companhia de 2007 a 2012 (emitidos pela Anend), bem como no relatório de auditoria do exercício de 2013 (emitido pela Azevedo e Lopes), A.A.L. assina em conjunto com o respectivo responsável técnico, corroborando sua efetiva participação nos trabalhos executados por ambas as empresas.

Ao ser questionada pela GNA, a Anend alegou que entendia que o programa de rotatividade nas auditorias teria início a partir do exercício de 2006. Além disso, sustentou, com base na Deliberação 549, que somente não deveria mais prestar o serviço a partir do exercício findo em 31.12.2012. A Azevedo e Lopes, por sua vez, afirmou que entendia que o rodízio de auditores independentes havia acontecido, visto que os responsáveis técnicos das empresas eram pessoas diferentes.

Com base na análise dos fatos e nos argumentos apresentados, a SNC entendeu que o art. 31 da Instrução CVM 308 foi descumprido por ambas as empresas. Com isso, propôs que as empresas fossem responsabilizadas por realizarem trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis da Companhia sem observar a regra do rodízio nos exercícios sociais encerrados em:

Anend Auditores Independentes S.S.: 31/12/2012; e

Azevedo e Lopes Auditores Independentes: 31/12/2013. 


[As empresas apresentaram uma proposta de pena] 

Ao apreciar as propostas, a Procuradoria Federal Especializada junto à CVM (PFE-CVM) destacou, inicialmente, que o respeito à regra do rodízio obrigatório dos auditores independentes já é dever decorrente da legislação aplicável – razão pela qual não teria qualquer efeito jurídico. Isto posto, a PFE concluiu que o Termo de Compromisso poderia ser celebrado, condicionado à verificação, pela área técnica responsável, da cessação das práticas ilícitas, e à negociação de seus termos, pelo Comitê, conforme entendesse conveniente.

NEGOCIAÇÃO DA PROPOSTA E MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DE TERMO DE COMPROMISSO

Na negociação, o Comitê sugeriu o aumento da obrigação pecuniária para R$ 150.000,00 diante da gravidade e da natureza do caso, além de indicar que o compromisso de respeitar o rodízio dos auditores independentes deveria ser excluído do escopo do termo, conforme apontado pela PFE.

As acusadas, argumentando não ter condições de assumir a obrigação pecuniária proposta, fizeram nova proposta de pagamento individual no valor de R$10.000,00.

Sendo assim, o Comitê sugeriu ao Colegiado a rejeição das propostas, considerando que, no seu entendimento, elas não seriam adequadas para surtir efeito paradigmático junto aos participantes do mercado de valores mobiliários tampouco para desestimular prática de condutas assemelhadas.

Diante de todo o exposto, o Colegiado deliberou pela rejeição das propostas do Termo de Compromisso.

09 dezembro 2015

Big Four no Vaticano


Segundo o Accountancy Age, a PWC será responsável por auditar as contas do Vaticano na tentativa do Papa de excomungar a corrupção na igreja. O Papa afirmou que a empresa começará imediatamente e trabalhará em harmonia com o Cardinal George Pell, o australiano apontado para encabeçar o recém-formado Secretariado para a Economia, com o propósito de supervisionar as finanças papais após uma série de escândalos.

O Papa Francisco repetidamente prometeu limpar a opacidade das finanças do Vaticano onde diversas igrejas deixaram de seguir os padrões internacionais de contabilidade que, em 2013, basicamente, encerrou o relacionamento do Vaticano com os mercados financeiros.

Em junho um ex-Deloitte, Libero Milone, foi contratado como primeiro auditor geral. Há dois anos, a KPMG foi contratada para aconselhar quanto aos procedimentos de contabilidade interna e a EY para verificar e consultar a atividade econômica da cidade estado do Vaticano.

Leia também: Banco do Vaticano