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Mostrando postagens com marcador PwC. Mostrar todas as postagens
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02 abril 2017

PwC pede 45 milhões para administrar a recuperação PDG

A PwC, administradora da recuperação judicial da incorporadora PDG Realty, entrou com uma petição na Justiça para que sua remuneração seja fixada em R$ 45 milhões, a ser paga em 36 meses. A esse valor seriam somadas ainda despesas que podem ocorrer ao longo do processo.

Notícia do Estado. Na sexta, como divulgou a Reuters, a PwC foi substituída no processo da Oi por erros grosseiros.

01 abril 2017

PwC é afastada da recuperação judicial da Oi por erro grosseiro

A agência de notícias Reuters informou que o juiz responsável pelo caso da empresa Oi decidiu afastar a empresa de auditoria PwC do processo. Para o juiz, a empresa cometeu erros contábeis e que perdeu a confiança na PwC depois que ela cometeu um “erro grosseiro” ao considerar o mesmo credor duas vezes!.

Uma parte do despacho do juiz foi publicada aqui. Segundo este mesmo sitio, o juiz escolheu a BDO, que é auditora da Oi . A PwC já recebeu parcialmente pelo serviço executado, o que corresponderia a 30% do valor.

23 março 2017

MF e PwC

No final de 2011 a empresa de investimento MF Global apresentava sérios problemas de liquidez. Os recursos novos de investidores eram usados para cobrir problemas que estavam ocorrendo em filiais em diversas partes do mundo. O presidente da empresa, um ex-senador chamado Corzine, tinha sido contratado meses antes.

O colapso da MF Global deu origem a uma batalha judicial. Aqueles que foram prejudicados e perderam dinheiro com a liquidação da empresa entraram com processo na justiça para tentar reduzir parte do prejuízo. Hoje foi anunciado um acordo com a PwC, a big four. Este acordo originou-se de um julgamento técnico iniciado no início do mês de março.

A acusação contra a PwC é que a MF Global construiu uma estrategia de investimento baseado nos conselhos errados da big four. A PwC comentou que o processo atingia a cifra de US$ 1 bilhão. Por duas vezes a empresa de auditoria tentou parar o processo, aparentemente demonstrando desespero. No depoimento de Corzine parecia claro que a MF Global não tinha controle de risco. Mais um ponto contrário a PwC.

Além disto, muitas operações da MF estavam fora de balanço, num procedimento que a acusação chamou de negligência profissional. PWC tentou culpar o executivo Corzine, mas este se defendeu dizendo que confiou na PwC por conta da sua reputação.

É interessante notar que o julgamento ocorreu logo após a confusão dos envelopes do Oscar. Num julgamento tão técnico, será que o juri foi influenciado por um erro prosaico?

21 março 2017

PwC do Brasil

A entidade de fiscalização dos auditores dos Estados Unidos, o PCAOB, anunciou uma punição a um ex-sócio da PwC do Brasil por problemas no trabalho realizado em 2010 e 2011 nas filiais da Sara Lee Co (leia-se Café Pilão e Café do Ponto). Wander Rodrigues Teles, que já não trabalha mais na PwC, foi o responsável pela auditoria na Sara Lee. A filial brasileira estava manipulando seu contas a receber. Já em 2012 a matriz reconhecia isto nos seus relatórios.

Teles não respondeu adequadamente aos problemas, segundo o PCAOB. Por isto foi multado em 10 mil dólares e proibido de ser sócio nos próximos dois anos.

04 março 2017

Fato da Semana: Oscar

Fato: Oscar

Data: 27 de fevereiro

Contextualização - Durante muitos anos a organização do Oscar fez uma parceria com a empresa de auditoria PwC. Para o Oscar era uma maneira de dizer que há sigilo no resultado da votação, que só é revelado na cerimônia. Para a PwC uma propaganda para milhões de pessoas que assistem ao prêmio. Tornou-se hábito transmitir dois funcionários da empresa PwC chegando ao local da cerimônia com uma pasta com os envelopes dos ganhadores.

O que muitos não sabiam é que estes funcionários também eram encarregados de entregar o envelope para celebridade que vai anunciar o ganhador. Na última entrega do prêmio, o envelope foi entregue errado e anunciou-se que o prêmio de melhor filme seria para um, quando no envelope certo tinha outro nome.

O momento constrangedor foi antecedido de uma postagem em rede social do empregado da PwC. Será que isto foi a origem do problema? De qualquer forma, passado os dias, a PwC - e seu empregado - foram considerados os culpados pelo momento mais comentado da cerimônia.

Relevância - Uma empresa de auditoria é muito lembrada pelos erros, mas dificilmente podemos relatar os inúmeros acertos. Durante anos a cerimônia do Oscar não teve nenhum tipo de problema originário na PwC. Mas bastou uma troca de envelopes para que o grande destaque fosse dado ao erro da empresa.

Apesar do problema da troca de envelopes não ser uma questão contábil, termina por afetar a reputação de confiabilidade do auditor e da empresa.

Notícia boa para contabilidade? Não. Em muitas ocasiões o melhor profissional é aquele que não chama a atenção. Este seria o caso. Mas em lugar de comentar a justiça (ou não) dos prêmios, durante a semana os comentários estavam direcionados para a confusão dos envelopes.

Desdobramentos - O funcionário responsável já foi afastado da função. Provavelmente será discretamente aposentado pela PwC e substituído por outro. Como o Oscar depende do glamour da apuração e da surpresa do anúncio, nada deve ocorrer com a empresa de auditoria. A estratégia será deixar o tempo passar.

Mas a semana só teve isto? Diversas empresas divulgaram seus balanços. Talvez o grande destaque tenha sido o balanço da Ambev, com redução no resultado.

03 março 2017

Octavia Spencer se sente mal pelo contador da PwC



Octavia Spencer foi ontem (02/03) ao programa de entrevistas “The Tonight show With Jimmy Fallon” para falar sobre o Oscar. A atriz foi indicada como melhor atriz coadjuvante por seu papel em “Estrelas Além do Tempo”.

O título do vídeo acima, postado pelo programa no YouTube, diz que a atriz está orando pelo contador que estragou o prêmio de melhor filme...

Na entrevista, Octavia e Jimmy conversam sobre o Oscar e mencionam o incidente dos envelopes. A atriz diz, em um tom bem-humorado, que fez algumas orações pelo contador porque ele foi o que realmente se deu mal. Foi também conversado que tudo isso é uma pena, pois todos comentem erros.

27 fevereiro 2017

PwC pede desculpas pelo fiasco no Oscar

O monólogo inicial e a apresentação dos auditores são alguns dos meus momentos favoritos em qualquer premiação. Nenhuma foi melhor que a do Emmy com a participação do The Big Bang Theory em 2012 (leia postagem aqui). A de 2013 com a participação do Bob Newhart também foi bem legal. Em um mundo cheio de glamour e riqueza, lá estão os contadores para garantir que tudo saia bem na votação e divulgação dos resultados.

Ontem houve a apresentação do Oscar. Em um dos momentos mais esperados da noite - a apresentação do melhor filme, foi anunciada a vitória para La La Land quando, na verdade, o vencedor foi Moonlight. Houve um problema com os envelopes.

A equipe responsável pelo Oscar não emitiu nenhuma declaração. A PwC, por sua vez, emitiu um pedido de desculpas e afirmou que irá investigar o erro.

Quem será a próxima equipe de auditoria contratada pela Academia? Evidentemente cabeças irão rolar e acredito que a da PwC será a principal. E agora não apenas os viciados em contabilidade ficarão de olho na apresentação da equipe de auditoria responsável pelos envelopes...

O vídeo da PwC publicado em 20 de fevereiro sobre a sua participação do Oscar, inicialmente muito interessante, agora deveria estar no Rir É O Melhor Remédio... 

Agradeço à Flavia Carvalho pelo envio do link da reportagem no The Guardian, que escreveu: PwC, uma das empresas de contabilidade mais conhecidas do mundo, supervisionou a contagem dos votos e os anúncios na maioria das premiações da Academia. Os auditores esperam nas alas durante a cerimônia e passam os resultados aos apresentadores. A humilhante falha no sistema que deveria ser à prova de erros, checado e duplamente checado repetidamente, não poderia ser mais pública – assistida por todas as estrelas de Hollywood e milhões de pessoas pelo mundo televisivo.

12 dezembro 2016

Falha num software da PwC pode permitir alteração na contabilidade

Uma falha crítica em uma ferramenta de segurança construída para sistemas SAP pela PricewaterhouseCoopers pode permitir que hackers manipulem dados contábeis e financeiros dos clientes, uma pesquisa recente afirmou.

Conforme a notícia, publicada no IB Times, o problema pode permitir que um invasor altere a contabilidade. Apesar de não afirmar que a falha já foi explorada, o problema poderia manipular, por exemplo, o pagamento de recursos humanos. A PwC negou a falha e disse que o código não está na versão atual disponibilizada para os clientes. Inicialmente a empresa de auditoria não respondeu a investigação, mas depois encaminhou uma carta através dos seus advogados.


11 maio 2016

Agora é a Petros

Assim como ocorreu com a Petrobrás em 2014, a Petros, sua fundação de seguridade social, está com dificuldade de fechar o balanço financeiro anual (1) porque a empresa de auditoria PwC resiste a assinar o documento. A contabilidade foi concluída, mas investimentos duvidosos (2), questionados em investigação interna da Petros, estão levando a PwC a ser mais rigorosa.

A Petros informou em janeiro à Petrobrás que faltam US$ 6 bilhões em seu caixa para dar conta do compromisso firmado com os empregados da petroleira nos próximos anos. Parte do rombo decorre de maus investimentos no mercado financeiro e em participações em empresas de alto risco, como a operadora de plataformas Sete Brasil (3), que entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada.

De olho nas possíveis irregularidades e temerosa de ter sua credibilidade questionada (4), segundo fontes, a auditora PwC tem sido minuciosa na análise do balanço da Petros e exigido muitos documentos para evitar questionamentos. Procurada, a PwC não comentou o assunto.

A Petros, tradicionalmente, conclui seu balanço anual em abril. Neste ano, corre contra o tempo para cumprir o prazo de 31 de julho imposto pela Superintendência de Previdência Complementar (Previc), reguladora dos fundos de pensão. Oficialmente, a Petros afirma que não há atraso na conclusão das demonstrações de 2015, “que serão divulgadas dentro do prazo planejado e da data limite”.

O cronograma de publicação, no entanto, chegou a ser tratado em reunião entre representantes do conselho fiscal da Petros e do conselho de administração da Petrobrás no dia 15 de abril. Diante do apelo, os conselheiros da Petros receberam da patrocinadora a indicação de que uma mensagem seria enviada à diretoria da fundação pedindo que, daqui para a frente, seu balanço financeiro seja publicado antes do da Petrobrás, para evitar distorções em sua contabilidade (5).

Se o número final a ser divulgado pela Petros for muito diferente do informado à petroleira em janeiro, a Petrobrás será obrigada a republicar o balanço aprovado por acionistas em assembleia realizada neste mês (6).

“A Petrobrás dificilmente terá de republicar o seu resultado de 2015, o que seria uma medida traumática para a empresa. Provavelmente, qualquer mudança ou aporte (na fundação) serão remetidos ao balanço de 2016, a tempo suficiente do dólar e do mercado acionário se recuperarem”, avaliou o especialista em seguridade Ricardo Weiss, da consultoria Rweiss.

A Petrobrás admite, porém, falhas no cálculo atuarial da Petros que podem exigir novos aportes (7). No relatório 20-F, em que comenta suas demonstrações de 2015 e os riscos do negócio à agência reguladora dos EUA (SEC), a petroleira admite que o compromisso com o plano de pensão e com o seu plano de assistência médica (AMS) “pode ser maior do que o previsto, e podemos ser obrigados a fazer contribuições adicionais de recursos para Petros”. Se for o caso, um novo aporte deverá ser negociado com a Previc 60 dias após a apresentação do balanço da Petros. O pagamento pode ser parcelado em décadas.


Fonte: Estadão

(1) Na verdade o balanço está fechado. O que falta é a assinatura do auditor.
(2) A questão dos investimentos duvidosos nos fundos de pensão já era razoavelmente conhecida há anos. E surge a pergunta que não quer calar: somente agora PwC? O risco da auditoria ser punida deve ter aumentado o suficiente para levar a dúvida para a Big Four.
(3) O investimento na empresa Sete Brasil parece que foi uma imposição do governo. O problema não seria de governança?
(4) Na teoria seria isto, conforme comentado no capítulo 1 de Teoria da Contabilidade (Niyama e Silva). A questão da reputação seria o grande motivo para que as empresas de auditoria fizessem um trabalho mais adequado.
(5) Estranho isto. A data de publicação não deveria afetar a contabilidade da patrocinadora. Realmente não consigo entender.
(6) O número de Petrobras deve ter sido combinado com a Petros. O problema é que não foi combinado com a auditoria. Este fato é importante, pois uma republicação na Petrobras poderia por a perder os esforços realizados pela empresa na tentativa de melhoria da qualidade das suas demonstrações. E aumentaria ainda mais o risco de contencioso.
(7) Parece inevitável diante da qualidade dos investimentos realizados pela Petros. Como o controlador da Petrobras é a União, grande parte do dinheiro deverá sair do bolso do contribuinte.

23 fevereiro 2016

PwC tem vitória parcial no caso Petrobras

Segundo o jornal O Estado de S Paulo, a empresa de auditoria PwC, que auditava as demonstrações da Petrobras, obteve uma vitória e uma derrota na corte dos EUA que está julgando a ação contra a empresa. Segundo o juiz Jed Rakoff a empresa de auditoria não sabia do esquema de corrupção e agiu rápido quando tomou conhecimento.

"A PwC ao invés de ignorar sinais de fraude tomou medidas apropriadas ao saber das evidências de irregularidades diretamente ligadas à Petrobrás", afirma Rakoff em sua decisão. O juiz cita que a Price recusou a assinar o balanço da Petrobrás do terceiro trimestre de 2014, agindo "assim que foi confrontada com indicações de fraude".

Já os advogados dos fundos afirmaram nas acusações contra a firma de auditoria que a Price fez vista grossa ao esquema de corrupção e que até "um auditor júnior" teria visto a "bandeira vermelha" na Petrobrás. Para os fundos, a PwC "sabia ou, no mínimo, foi imprudente em não saber" que os ativos da Petrobrás foram altamente inflados e a "empresa estava podre até o seu núcleo", argumento que o juiz não concorda.


Segundo informa o Estado, o juiz considera que a PwC não sabia da corrupção. Esta foi a vitória da PwC.

A derrota da PwC ocorreu num pedido da empresa de auditoria que seu relatório são opiniões e não fatos.


Rakoff não concorda com os argumentos da PwC e avalia que opiniões de firmas de auditorias são, sim, fatos. "Uma estimativa baseada em fatos é diferente de uma opinião subjetiva", escreve o juiz, ressaltando que as análises dos auditores são feitas com base em números e demonstrações financeiras. Para o juiz, uma inferência possível é concluir que as opiniões da Price foram baseadas em evidências que eram falsas ou não verdadeiras.

09 dezembro 2015

Big Four no Vaticano


Segundo o Accountancy Age, a PWC será responsável por auditar as contas do Vaticano na tentativa do Papa de excomungar a corrupção na igreja. O Papa afirmou que a empresa começará imediatamente e trabalhará em harmonia com o Cardinal George Pell, o australiano apontado para encabeçar o recém-formado Secretariado para a Economia, com o propósito de supervisionar as finanças papais após uma série de escândalos.

O Papa Francisco repetidamente prometeu limpar a opacidade das finanças do Vaticano onde diversas igrejas deixaram de seguir os padrões internacionais de contabilidade que, em 2013, basicamente, encerrou o relacionamento do Vaticano com os mercados financeiros.

Em junho um ex-Deloitte, Libero Milone, foi contratado como primeiro auditor geral. Há dois anos, a KPMG foi contratada para aconselhar quanto aos procedimentos de contabilidade interna e a EY para verificar e consultar a atividade econômica da cidade estado do Vaticano.

Leia também: Banco do Vaticano

26 julho 2015

Placar da Auditoria

Se existisse um placar da auditoria, quem estaria vencendo? Usando os dados do Fato da Semana, que este blog publica regularmente todo sábado, selecionamos as entidades que foram destaque pelos problemas na sua contabilidade em 2015. Por uma questão de critério, mesmo que o problema contábil tenha ocorrido em exercício anterior, como foi o caso da Petrobrás, está sendo considerado. Não fizemos distinção entre os problemas nacionais ou não, empresas ou outros tipos de entidade. Para evitar inconsistência, tomamos o último auditor, como foi o caso da Petrobras: apesar dos problemas serem originados em 2004, considerou-se somente uma empresa de auditoria, a última, como responsável. Isto é obviamente injusto, mas resolvemos adotar um critério. Também não foi levado em conta o tamanho da falha ou sua relevância: certamente o problema da Moldávia é muito mais grave que da Toshiba.

No final, até agora, tivemos oito casos de escândalos contábeis. Eis a relação:

1º. Lugar – KPMG – 3 pontos: BVA, BNDES e FIFA
2º. Lugar – PwC – 2 pontos: Petrobras e Satyam
3º. Lugar – EY, Deloitte e GT – 1 pontos por Toshiba, CSN e Moldávia, nesta ordem.

19 novembro 2014

E a auditoria?


A empresa de auditoria PwC teve um papel fundamental no impasse em que vive a Petrobras, ao recusar assinar o balanço da empresa. Entretanto, recebendo R$ 18 milhões por ano para fazer seu trabalho será que a PwC foi eficiente ou chutou cachorro morto?

Antes de responder a esta pergunta é importante destacar que as empresas de auditoria acreditam que não é sua tarefa detectar ou relatar fraudes. E provavelmente também a auditoria não tem competência ou condições de verificar a existência de desvios de conduta dos dirigentes de uma empresa. Isto tem sido dito e repetido pelas auditorias e este setor tem defendido esta postura firmemente. Recentemente a entidade que fiscaliza as empresas de auditoria nos Estados Unidos tentou abranger o objetivo de uma auditoria para incorporar a obrigação de revelar e reportar fraudes. A PwC respondeu que isto significaria custos desnecessários.

Outro aspecto importante refere-se ao Comitê de Auditoria. Este comitê é relativamente recente nas empresas brasileiras e é composto geralmente de três pessoas que deveriam ser especialistas na área. O Comitê pode ajudar a empresa, melhorando seus controles internos e sugerindo aspectos relacionados com a auditoria. O comitê, com letra minúscula, está composto por Luciano Galvão Coutinho, economista, conhecido como presidente do BNDES; Miriam Aparecida Belchior, engenheira, ministra do MPOG; e Sérgio Quintella, da FGV, engenheiro e economista e presidente do Tribunal de Contas do RJ. Você acredita que este comitê poderia funcionar? Ah, sim, este comitê deveria ser independente.

Voltemos ao caso da PwC e a Petrobras. A Pwc foi contratada em janeiro de 2012, substituindo a KPMG. Neste período, a Petrobras divulgava que estava tudo bem com sua contabilidade e seus controles internos. A PwC assinava os balanços concordando. Se o leitor teve a curiosidade de ler os comunicados da Petrobras deverá lembrar que esta empresa anunciou mais de 60 medidas relacionadas com o controle interno. Pois no balanço da empresa antes da crise não existiam problemas nesta área.

No Formulário de Referência que a empresa é obrigada a entregar para CVM afirma-se que a PwC foi contratada para fazer, entre outras coisas, uma “auditoria sobre a estrutura de controles internos da Petrobras”. No relatório anual a empresa afirma que “a estrutura da Companhia está adequada aos controles internos para verificação da efetividade da política adotada.” Mais adiante o relatório tem o seguinte parágrafo:

A Administração avaliou a eficácia dos controles internos da companhia referente ao processo de preparação e divulgação das demonstrações financeiras consolidadas em 31 de dezembro de 2013. Com base nesta avaliação, a Administração concluiu que, em 31 de dezembro de 2013, os controles internos da companhia referentes à preparação das demonstrações contábeis consolidadas são eficazes.

Logo a seguir o relatório afirma que a PwC não criticou estes controles internos:

Os auditores independentes da PricewaterhouseCoopers (PwC) Auditores Independentes não identificaram, durante a execução dos trabalhos de auditoria, deficiências ou recomendações sobre os controles internos da Companhia que pudessem afetar o parecer sobre as demonstrações contábeis referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2013.

Mas este texto foi escrito no início do ano. No dia 8 de agosto a PwC afirmava no parecer trimestral que

Com base em nossa revisão, não temos conhecimento de nenhum fato que nos leve a acreditar que as informações contábeis intermediárias consolidadas incluídas nas informações trimestrais acima referidas não foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com o CPC 21 (R1) e o IAS 34, aplicáveis à elaboração das Informações Trimestrais - ITR, e apresentadas de forma condizente com as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Ou seja, estava tudo normal. Entretanto, começam a surgir as primeiras notícias sobre os problemas na empresa. Inicialmente, a confissão do seu ex-diretor e de um doleiro na véspera da eleição; logo a seguir, uma empresa holandesa faz um acordo com o governo do seu país sobre o pagamento de propinas para empregados da Petrobras. E agora, uma grande operação policial para prender diversos funcionários e corruptores.

Com base no que foi escrito, é difícil imaginar que a PwC foi competente; provavelmente agiu muito mais no sentido de se preservar, para evitar uma punição maior, nos Estados Unidos.

Para a PwC os controles internos da empresa eram suficientes e eficazes; não eram. E agora?

08 novembro 2014

Fato da Semana

Fato da Semana: A semana foi da empresa de auditoria PwC. Uma associação de jornalistas descobriu que a empresa estruturou um esquema legal de redução de tributos através de Luxemburgo. A PwC realizou auditoria para saber se os executivos da PT sabiam da aplicação que sumiu com 900 milhões de euros do Banco Espírito Santo. Mas o ápice, e por este motivo foi escolhido o fato da semana, foi que a empresa forçou o afastamento de um executivo da Petrobras por envolvimento em corrupção.

Qual a Relevância disto? A empresa de auditoria, com receito de ser punida pela SEC, aparentemente indicou que faria uma ressalva no balanço da Petrobras. Acredita-se que isto provocou o adiamento da divulgação dos resultados da empresa.

Acredito que isto tenha sido uma ocasião histórica. Não é todo dia que uma empresa adia sua divulgação por medo de um relatório de auditoria ou que uma empresa de auditoria não importou para o fato de o cliente ser um gigante, com grande potencial de serviços adicionais.

Positivo ou negativo? Se por um lado mostra a relevância da qualidade das informações, por outro é triste saber que isto só foi possível em razão da ameaça da aplicação de uma norma dos Estados Unidos.

Desdobramentos: O que ocorreu não ficou muito claro. Algum dia, nós iremos saber o que ocorreu na reunião do conselho da Petrobras.