A divulgação das chapas que participarão das eleições dos Conselhos Regionais de Contabilidade mostra uma grande predominância de chapa única. Em dois terços dos Conselhos já se sabe quem ocupará a presidência e as cadeiras de conselheiros. Nesse cenário, o comparecimento às urnas tende a ocorrer mais por obrigação — para evitar multa —, por apoio a algum conhecido ou como forma de protesto.
A presença de disputa em apenas um terço dos Conselhos pode indicar menor polarização, sem embates acirrados que dividem a categoria. Também pode representar redução de custos, já que o esforço de campanha é mais limitado, resultando em um processo mais simples, com menor risco de conflito e menos burocracia.
Por outro lado, a existência de chapa única levanta questionamentos sobre a legitimidade, pois restringe a presença de vozes divergentes. A tendência é de participação reduzida, mesmo com a possibilidade de multa e com a votação online, fatores que não parecem estimular maior engajamento.
Sem concorrência, existe ainda o risco de uma percepção de que não há necessidade de mudanças, como se a proposta apresentada já refletisse plenamente a vontade da categoria. Esse cenário, entretanto, não é novo: eleições passadas também registraram baixa competitividade e presença significativa de chapas únicas.
Diante disso, o que se desenha para este pleito é uma participação possivelmente modesta em muitos Conselhos, refletindo tanto as características estruturais do processo quanto a experiência observada em eleições anteriores.
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