A revista piauí publicou um interessante texto sobre as finanças da prestigiosa Academia Brasileira de Letras (ABL). A instituição, fundada por Machado de Assis, enfrenta problemas financeiros que não são recentes.
Entre 2017 e 2021, o então presidente Marco Lucchesi (foto) precisou lidar com um desequilíbrio clássico: as despesas superavam as receitas, muitas delas de caráter fixo. Mesmo sendo uma entidade sem fins lucrativos, a situação era insustentável no longo prazo. Sua solução foi cortar custos: extinguiu a verba de representação, reduziu passagens aéreas para acadêmicos que moravam fora do Rio e promoveu outras medidas impopulares, mas necessárias. A pandemia agravou o cenário ao reduzir a receita de aluguéis do prédio comercial da ABL. Ainda assim, ao final de sua gestão, a entidade alcançou o equilíbrio financeiro.
Em dezembro de 2021, Merval Pereira assumiu a presidência. Embora tenha flexibilizado algumas restrições, manteve a austeridade. Os jetons voltaram a ser reajustados, mas abaixo da inflação, e o plano de saúde foi rebaixado de nível. Ao mesmo tempo, buscou novas fontes de receita: captou recursos para o Dicionário da Língua Portuguesa, avaliou a venda de imóveis e manteve atenção ao patrimônio da entidade, como o Solar da Baronesa, um bem tombado que gera altos custos de manutenção. A venda de ativos, nesse contexto, representa uma forma de reduzir despesas não ligadas à função principal da academia.

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