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04 dezembro 2022

Armanino é a nova Andersen?

Durante a Grande Crise Financeira de 2008, o garoto-propaganda da fraude foi Bernie Madoff, que causou perdas estimadas em US $ 65 bilhões em quatro décadas. Um fator chave na execução do esquema Ponzi foi o CPA, David Friehling. Ele fez as auditorias que informaram que as informações financeiras que Madoff e sua empresa estavam fornecendo informações corretas. Em 2009, Friehling se declarou culpado de fraude.


Armanino, LLP é a vigésima primeira maior empresa de CPA, de acordo com AccountingToday.  A empresa foi nomeada no pedido de falência da FTX como auditor da FTX.US por seus dados de 31 de dezembro de 2021. Aparentemente, as demonstrações financeiras auditadas, não divulgadas, tinham um atestado de saúde financeira.  No entanto, a declaração de imposto de 2021 teve uma perda de US $ 3,7 bilhões; em outras palavras, a FTX estava falida e só poderia sobreviver se atraísse novos investidores no esquema Ponzi.

Fonte: aqui

Melhores filmes da história do cinema

 

Eis a listagem de uma nova enquete dos melhores filmes de todos os tempos. Em 1952, o Sight and Sound realiza uma pesquisa entre os críticos para saber o nome dos grandes filmes de todos os tempos. Esta pesquisa tornou-se periódica, a cada dez anos. A evolução dos resultados, ao longo da história, pode ser encontrada aqui. Geralmente Cidadão Kane é o vencedor. Mas em 2012 o vencedor foi Vertigo (Um Corpo que Cai, de Hitchcock, venceu). 

Em 2022 a pesquisa foi realizada com 1639 participantes, entre críticos, acadêmicos, curadores e outros. O filme vencedor - confesso minha ignorância aqui, pois não o conhecia (nem este site) - foi Jeanne Dielman, dirigido por  Chantal Akerman. Pela primeira vez, uma mulher vence o prêmio. O filme é de 1975 e na listagem anterior sequer estava entre os dez melhores. Na pesquisa entre os diretores, somente, o filme ficou em quarto lugar, sendo 2001 o premiado. 


Eis o resumo da Wikipedia do vencedor:

As três horas e vinte e um minutos de duração do filme correspondem a três dias na vida de uma dona de casa chamada Jeanne Dielman (Delphine Seyrig), viúva solitária e alienada que cumpre a sua rotina diária, agindo sem pensar. Tem um filho adolescente, Sylvain, com quem vive. Supera dificuldades prostituindo-se para ganhar mais algum dinheiro. Degrada-se a sua vida pouco a pouco e às tantas Jeanne entra em crise.

O filme é considerado como um dos mais fiéis retratos da alienação social e do uso do tempo narrativo (em tempo real). A rotina é retratada em longas cenas, em que a protagonista se ocupa em afazeres banais, nova linguagem que influenciaria filmes futuros.

03 dezembro 2022

50 anos do Pong


Cinqüenta anos atrás, nesta semana, a Atari instalou a primeira máquina de pong em um bar do Vale do Silício chamado Andy Capp's. O mundo nunca foi o mesmo. Em 1999, escrevi um artigo para Salon sobre o co-criador de Pong, Nolan Bushnell, e como o transporte de tênis de mesa para a televisão lançou uma revolução na coordenação olho-mão e no entretenimento na tela. 

Eu joguei Pong ! Já que estamos falando do passado, no dia 1o de janeiro o filme Metropolis entrará em domínio público

Ernesto Rubens Gelbcke

Faleceu Ernesto Rubens Gelbcke, o co-autor do famoso "Manual da Fipecafi", talvez a obra de contabilidade mais influente das últimas décadas. A primeira edição do Manual foi escrita logo após a promulgação da Lei das SA de 1976 e naquele período e na década seguinte era comum encontrar Gelbcke em cursos técnicos sobre contabilidade societária. 

Além da co-autoria, Gelbcke era presidente da Directa Auditores, que depois foi encampada pela BDO. Antes disto, entre 1965 a 1976, foi funcionário da Arthur Andersen. Em 1990 foi da comissão do Programa Nacional de Desestatização. Também participou do CPC, no processo de convergência das normas de contabilidade do Brasil, como representante da Fipecafi, entre 2006 a 2016. 

Frase

 

Conselho para um pesquisador,

02 dezembro 2022

EY irá pagar uma multa de US$ 100 milhões por trapaça no exame profissional

Quando a notícia surgiu, o primeiro pensamento era: não é possível que uma empresa deste porte, que tem o nome como seu principal ativo, tenha feito esta besteira. Foi o que ocorreu com a Ernst Young, onde alguns dos auditores trapacearam nos exames de certificação profissional.  A empresa admitiu a culpa e concordou em pagar à SEC, a entidade reguladora do mercado de capitais, uma elevada multa. 



Além disto, a EY deve adotar medidas corretivas. Segundo a investigação da SEC, foram 49 profissionais que obtiveram ou distribuíram gabaritos do exame de CPA. O valor da multa: 100 milhões de dólares. 

Foto: Nguyen Dang Hoang Nhu

CVM deseja regular cripomoedas

Conforme divulgamos, nesta semana tivemos a aprovação de normatização sobre as criptomoedas. O projeto ainda aguarda a assinatura do presidente de república. 

Na quarta, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou que pode ser a entidade responsável pela regulação das criptomoedas. O projeto aprovado não determina a responsabilidade pelo assunto e no Brasil, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, a entidade saiu na frente. 

O projeto de lei 4401/2021 aprovado esta semana traz em em seu artigo 1º uma disposição que retira da alçada da CVM a atribuição de regular quaisquer criptoativos ao postular que “o disposto nesta lei não se aplica aos ativos representativos de valores mobiliários sujeitos ao regime da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e não altera nenhuma competência da Comissão de Valores Mobiliários."


O teor da nota divulgada deixa subentendido que o órgão pode sugerir ao presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) que vete o referido artigo. Nesse caso, caberia à CVM assumir a responsabilidade pela regulação dos criptoativos qualificados como valores mobiliários e ao Banco Central àqueles que possam ser enquadrados como commodities:

"A CVM está atenta à sua zona de competência e, nos limites do Mercado de Capitais, quando cabível, trabalhará em uma regulação adequada e não invasiva do assunto, com o objetivo de garantir maior previsibilidade e segurança, a fim de fomentar ambiente favorável ao desenvolvimento dos criptoativos, com integridade e com aderência a princípios constitucionais e legais relevantes."

Foto: Guillermo Latorre

Isabel dos Santos é caçada pela Interpol

A empresário angolana Isabel dos Santos já esteve em várias postagens aqui no blog. Nascida em 1973, a filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, chegou a ser listada como a mulher africana mais rica do mundo. Seu pai foi presidente durante longos anos, entre 1979 a 2017 e isto certamente ajudou em obter uma fortuna acima de 2 bilhões de dólares. 

Mas desde que seu pai perdeu o poder - recentemente faleceu - a empresária também começou a ter dificuldades em manter sua riqueza. Em janeiro de 2021 sua riqueza em Angola, Portugal e Holanda foram confiscadas. 

O governo de Angola tenta cercar Isabel dos Santos, sob acusação de corrupção. Atualmente a empresária deve estar residindo nos Emirados Árabes Unidos. Não sabemos ao certo, já que a há uma solicitação de prisão e a Interpol confirmou na quarta que estaria buscando sua captura. Na verdade, tecnicamente, a Interpol emitiu um aviso vermelho, o que não corresponde a um mandado de prisão, mas a uma aplicação da lei em todo o mundo para" localizar e prender provisoriamente uma pessoa pendente de extradição, rendição ou ação legal semelhante”. Entre os crimes temos peculato, fraude, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

A empresária defende das acusações, mas é difícil imaginar que seja inocente. Este é um daqueles casos onde uma pessoa toma conta de recursos que deveriam ser da sociedade por ter ligações políticas com os poderosos. 

Sobre o papel da revisão de livros

Sobre o papel da revisão de livros ao longo do tempo: 

estudei vários milhares de resenhas de livros do século XX.  (...) Os resultados da minha pesquisa, cobrindo o período entre 1900 e 1940, foram publicados recentemente; outro artigo próximo (em co-autoria com Kim Hajek e Herman Paul) abordará o período pós-guerra. Ambos os artigos sublinham que o valor e o impacto da revisão acadêmica de livros foram muito maiores do que se costuma perceber: as resenhas de livros realmente tiveram um papel importante na formação do conhecimento, comunicação e avaliação, não apenas nas ciências sociais, mas também nas ciências humanas e até nas ciências naturais, muito menos orientadas para livros. As revisões de livros também foram de vital importância nos processos sociais de guardião disciplinar e construção de comunidades, bem como na avaliação pessoal dos pesquisadores. Os revisores de livros não apenas articularam o tipo de conhecimento que estava sendo valorizado em sua disciplina; eles também deixaram claro que tipo de pessoas consideravam capazes de obter esse conhecimento.



Esse foco no pessoal era visível em todo o espectro acadêmico. Por exemplo, historiadores americanos do início do século XX e físicos consideraram as qualidades pessoais dos autores dos livros uma questão relevante. Ao revisar livros, eles aplicaram categorias como "paciência", "honestidade" e "objetividade" como normas para avaliar pessoalmente os autores. Eles elogiavam alguns autores - especialmente colegas do sexo masculino - por exibirem essas qualidades, enquanto cobravam outros - especialmente pesquisadores do sexo feminino e estrangeiro, além de não acadêmicos - por mostrar a falta deles.  (...)

Como leitor, sempre considero a revisão um ponto importante na decisão de compra de um livro. Dos três últimos que acabei de comprar, dois deles foram frutos de comentários em artigos que li ou de revisão de livro. 

No passado, as editoras encaminhavam exemplares para revisores famosos, na esperança que dedicassem algumas linhas de comentário sobre o assunto. 

Pintura: Georges Lemmen, Retrato de Jan Toorop (domínio público)

Finanças pessoais: divórcio de celebridades

O divórcio do rapper Kanye West com a empresária Kim Kardashian chegou ao fim nesta semana. Por determinação do Tribunal Superior de Los Angeles, nos Estados Unidos, o músico deverá pagar uma pensão alimentícia de US$ 200 mil, cerca de R$ 1 milhão, para pagar as despesas dos quatro filhos do casal.

Em comum acordo, West e Kardashian vão manter a custódia conjunta de seus quatro filhos e vão dividir igualmente o custo da escola particular, da educação universitária e as despesas com segurança privada.

Em relação aos bens do casal, ficou decidido que todas as propriedades serão divididas com base no acordo pré-nupcial assinado na época da união.

Fortuna de U$ 2,1 bilhões

O divórcio do casal começou no início de 2021, depois de sete anos de casamento. Na época, o casal tinha uma fortuna acumulada em U$ 2,1 bilhões, cerca de R$10,5 bilhões.

Kanye West era o mais rico dos dois, com um patrimônio líquido de US$ 1,3 bilhão, enquanto Kardashian tinha um patrimônio líquido de US$ 780 milhões.


Desde então, ambos viram suas fortunas mudarem dramaticamente.

Com a KKW Beauty e a empresa de modeladores Skims, Kim Kardashian se tornou bilionária em abril de 2021. De acordo com a Forbes, seu patrimônio líquido atual é de US $ 1,8 bilhão.

Kanye West, que se envolveu em várias controvérsias nos últimos meses, perdeu seu status de bilionário no mês passado, depois que a gigante de roupas esportivas Adidas cortou relações com o rapper. O patrimônio líquido atual de West é de US$ 400 milhões.

Em fevereiro do ano passado, West e Kardashian detinham US$ 70 milhões em ativos conjuntos, incluindo várias casas, obras de arte, veículos, joias e até gado. O status desses ativos não é claro.

Fonte: Exame. Foto: Jens Lelie

01 dezembro 2022

Valor não evidenciado das empresas reduziu no último ano

 

Os dados são de um relatório da Brand Finance. Os valores estão em dólares trilhões e na área cinza está o valor não evidenciado pela contabilidade. Ou seja, reduziu a diferença entre o ativo contábil e o valor da empresa.

(É importante salientar que este é um cálculo da empresa Brand, fortemente baseado no valor de mercado das empresas) 

O gráfico a seguir fica mais claro o valor do intangível no tempo:


Entretanto, a discrepância pode variar conforme o setor. Empresas de tecnologia, por exemplo, possuem um grande valor do intangível que não aparece na contabilidade. 

O gráfico com a participação por países é interessante por trazer o Brasil na parte inferior. É possível perceber que o intangível das nossas empresas não é tão substancial. Provavelmente, culpa do nosso mercado acionário. E não há nenhuma empresa brasileira entre as 100 maiores do mundo




Fintechs ajuda na redução da taxa de juros

A palavra mais relevante é "concorrência": 


Usando dados de praticamente todos os empréstimos de capital de giro sem garantia para empresas no Brasil, este trabalho identifica que as plataformas de empréstimos Peer-to-Peer (P2P) se concentram em firmas menores e mais arriscadas, e que já são atendidas por bancos. Essas plataformas penetram relativamente mais em municípios distantes dos principais centros financeiros, onde os mercados bancários são oligopolistas. Os tomadores de crédito de P2P obtêm taxas de juros mais baixas em comparação aos bancos tradicionais. Além disso, uma vez que tomam empréstimos de P2Ps, eles encontram uma taxa mais baixa nos empréstimos bancários subsequentes, indicando que os bancos tentam recapturar os seus clientes. Usando a implementação escalonada da internet de fibra óptica de alta velocidade, que permite a entrada P2P, como um quase-experimento, descobre-se que os bancos estabelecidos reduzem suas taxas de empréstimo em 2,5 pontos percentuais, e expandem o crédito para mais empresas em resposta à entrada P2P. Racionalizamos esses resultados em um modelo estrutural de Organização Industrial do setor bancário, onde bancos e plataformas P2Ps têm diferentes funções de lucro e competem por clientes com risco heterogêneo. Com o modelo estimado, calcula-se os ganhos de bem-estar. As plataformas de P2Ps aumentam significativamente o bem-estar social em mercados oligopolistas, oferecendo taxas de juros mais baixas para tomadores de empréstimos mais arriscados e forçando os bancos a fazer o mesmo. Os ganhos de bem-estar variam de 10% da produção local em municípios com apenas um banco incumbente a 1% naqueles com cinco bancos.


Rir é o melhor remédio: Expectativa e Realidade

De uma série expectativa e realidade 












e agora nossa contribuição



Risco da cadeia de suprimento: caso da Apple

 A Apple é um exemplo de empresa que aproveita a estrutura global de suprimento para fazer seus produtos. Os problemas recentes na China - que inclui a guerra Rússia e Ucrânia e os protestos em algumas cidades - fez com que o risco de fazer negócios por lá aumentasse. Recentemente surgiram notícias que parte da produção da empresa seria transferida para o Vietnam. A tabela abaixo mostra o nível de risco por país que faz parte da cadeia de produção da empresa.

A China, que abriga parte da produção, tem um nível de risco bem superior aos demais países. 

30 novembro 2022

Moedas Virtuais e Milhas aéreas sob supervisão do Bacen: só falta a sanção

 A PL 4401, de 2021, foi aprovada e trata da inclusão das moedas virtuais e programas de milhagem aéreas na definição de "arranjos de pagamento", sujeitas a supervisão do Banco Central

O processo começou em 2015. E agora só falta a assinatura do presidente da república para ser uma lei. 

Em resumo:

Brazilian lawmakers have approved a complete regulatory framework for the trading and use of cryptocurrencies in the country...

Contágio

 

Logo após os problemas da FTX, o preço do Bitcoin e outras criptomoedas desabaram e ainda não recuperaram. 

"Mais simples nas palavras, maior o salário"

Quando o presidente da SEC, Arthur Levitt, defendeu a escrita em "inglês simples" nos anos 90, ele argumentou que divulgações financeiras mais simples ajudariam os investidores a tomar decisões com mais informações. Desde então, também aprendemos que isso pode ajudar as empresas a ganhar mais dinheiro. 


Os pesquisadores confirmaram que, se você escrever de maneira simples e direta em divulgações como 10-Ks, poderá atrair mais investidores, reduzir o custo da dívida e do capital próprio e até economizar dinheiro e tempo nas auditorias.  

A experimento de Kristina Rennekamp, professora de contabilidade da Cornell, documentou algumas das consequências da má redação corporativa. Trabalhando com leitores de comunicados de imprensa corporativos, ela mostrou que as empresas perdem leitores devido ao péssimo "processamento de fluência" de seus documentos. "Processamento da fluência" é uma medida da legibilidade usada por psicólogos e neurocientistas. 

Rennekamp pediu às pessoas em um experimento que avaliassem duas versões dos comunicados financeiros. Um foi o lançamento real de uma empresa de refrigerantes. O outro foi uma versão, usando linguagem simples defendida pelo Manual de Inglês Simples da SEC. O Manual, essencialmente um guia para uma melhor fluência, contém princípios que agora servem como um padrão pelo qual os pesquisadores medem a legibilidade. 

Publicado sob Levitt, o Manual esclareceu os requisitos de Artigo 421, que, a partir de 1998, exigia que todos os prospectos (e em 2008 todos os prospectos de resumo dos fundos mútuos) aderissem aos princípios do Manual. Entre eles: use frases curtas, atenha-se à voz ativa, procure palavras concretas,  minimize o jargão e evite várias negativas na mesma frase. 

O experimento de Rennekamp, usando o chamado Índice Fog, uma medida de legibilidade baseada nos padrões do manual, forneceu evidências de que as empresas se sairiam melhor em atrair leitores se simplesmente facilitassem a leitura da escrita. "Processando a fluência de uma divulgação mais legível", escreveu ela em 2012, depois de medir a maior confiança dos leitores em textos bem escritos, "age como uma sugestão heurística e aumenta as crenças dos investidores de que eles podem confiar nas informações da divulgação. ..." 

Os estudos subsequentes quantificaram os danos associados à escrita excessivamente complicada nos mercados no mundo real. Em 2017, Byoung-Hyoun Hwang em Cornell e Hugh Hoikwang Kim na Universidade da Carolina do Sul, comparou o valor de mercado versus o valor do ativo líquido dos fundos de investimento fechados (CEFs). Eles descobriram que os fundos com relatórios anuais sobrecarregados por problemas na legibilidade tinham uma redução de 2,5% no valor de mercado.  

“Nossa análise”, escreveu os professores, “sugere que um aumento de 10 pontos percentuais no número de falhas de escrita por frase [com base nos padrões da SEC], em média, faz com que os CEFs sejam negociados com um desconto de 2,7 pontos percentuais. ."   

Hongkang Xu na Universidade de Massachusetts e colegas da Universidade de Illinois e da Universidade de Toledo examinaram a relação entre a capacidade das empresas de garantir crédito comercial ou prazos de pagamento atrasados e a legibilidade de seus formulários 10-Ks da SEC. Examinando 4.754 empresas, de 2004 a 2016, a equipe de Xu descobriu que fornecedores com 10 K menos legíveis normalmente recebem menos crédito. 

Uma equipe liderada por Hatem Rijba na Escola de Negócios de Paris constatou em 2021 que os relatórios menos legíveis do formulário 10-K da SEC estavam associados a custos mais altos de patrimônio. O custo do patrimônio líquido foi ainda maior quando as divulgações tiveram um tom negativo ou ambíguo. A equipe analisou as empresas no período de 1995 a 2017. Seus dados sugerem que o custo médio agregado do capital para empresas com altas (pobres) pontuações de legibilidade é de 57 pontos base. 

Os estudos desse tipo continuam se acumulando. Um sugere que, quando você escreve documentos complexos, você aumenta o custo da dívida em 77 pontos base. Outro descobriu que a complexidade dos formulários 10K aumenta as taxas e a duração das auditorias. Um terceiro sugere que essa complexidade reduz os prêmios para as empresas adquiridas durante fusões e aquisições. Um quarto estudo indica que as empresas incorrem em a diminuição de "retornos anormais cumulativos" quando anunciam uma aliança com empresas com 10-Ks difíceis de ler. 

O custo da escrita incorreta decorre da maneira como o cérebro funciona. Pesquisas de ciências mostra que se você não der à mente um estímulo atraente - um bom artigo neste caso - ela não responderá com neuroquímicos agradáveis, que motivam as pessoas a ler mais. Se o fizer, você aciona uma liberação de dopamina e outros produtos químicos, que engajam os leitores - e os mantém lendo. 

Certamente, os cientistas não conhecem todos os segredos de uma melhor motivação para os leitores. A maioria das pesquisas sobre fluência depende de correlação. A correlação entre legibilidade e ganho financeiro pode sugerir uma relação de causa-efeito, mas não confirma. A atual safra de estudos teve uma vantagem a esse respeito. Três deles estudaram a atualização anual das divulgações, quando a regra da SEC entrou em vigor em 1998. Esse evento anterior tendia a isolar a legibilidade como um fator e os dados para esse período fez sugerir que a fluência causa ganho financeiro. 

Infelizmente, as empresas estão ignorando o poder da escrita clara. Jeremiah Bentley, da Universidade de Massachusetts, e seus colegas, informaram que as divulgações para o período de 2003 a 2019, com base nas normas da regra 421, se tornaram mais complicadas. 

Se você deseja melhorar a legibilidade de suas próprias divulgações, não consegue encontrar um guia melhor para começar do que o sugestões do Manual da SEC. As dicas do manual são auxílios perenes para motivar leitores e investidores a consumir seu idioma. Você também pode prestar atenção a outras táticas que decorrem do que estamos aprendendo rapidamente sobre o processamento de idiomas no cérebro. Aqui estão alguns que eu destaque no meu próximo livro

Menos anúncios: Use verbos e substantivos fortes. Adverbos e adjetivos geralmente interrompem a clareza, como alguém tossindo na ópera.  

Quebre isso: Divida pensamentos e frases carnudos. Como um profissional disse uma vez: “O período nunca chega em breve." 

Cortar advertências: Todo argumento tem exceções. Todo tópico exige contexto. Ainda assim, a menos que você esteja citando especificamente isenções de responsabilidade, minimize as folhas de figueira da cobertura. 

Limpe o resíduo: A cada novo rascunho, você refina, reforça, reitera e reafirma. Volte e retire a redação estranha. 

Mantenha-o curto: Não escreva mais do que o seu público precisa.   

Quando você se senta para escrever, lembre-se de tudo isto. É o que podemos chamar de princípio Levitt: quanto mais simples as palavras, maior o seu salário. 

Fonte: aqui

Aqui no Brasil já temos diversas pesquisas que mostraram que isto também é válido para língua portuguesa e na contabilidade. 

Negócios e Futebol, na Copa de 2022

Sobre negócios e futebol, da newsletter DealBook:

A FIFA surpreendeu o mundo do futebol em 2010 quando seus membros executivos votaram no Qatar como anfitrião em 2022, derrotando os EUA. Em 2015, Loretta Lynch, então Procuradora-Geral dos EUA, indiciou 14 funcionários e executivos de marketing da FIFA, alegando corrupção "desenfreada, sistêmica e profundamente enraizada", incluindo US$ 150 milhões em subornos pagos para fechar acordos de marketing da Copa do Mundo durante um período de 24 anos. As batidas e prisões do F.B.I. levaram ao quase colapso do órgão dirigente do futebol, e Sepp Blatter, seu presidente de longa data, renunciou. Então, em 2020, o Departamento de Justiça disse que um punhado de executivos votantes da FIFA havia recebido milhões de dólares em subornos para garantir os direitos de sediar a Copa do Mundo de 2018 para a Rússia, e os do Qatar quatro anos depois.


O Catar negou qualquer ato ilícito, e a FIFA diz que purgou a organização de maus atores.

Ainda assim, as maiores marcas, incluindo Visa, Sony e McDonald's, se inscreveram rapidamente e mostraram poucos sinais de saltar de navio em meio à controvérsia. Quando a Bloomberg entrou em contato com 76 patrocinadores e equipes da FIFA este mês, nem um deles disse que estava reconsiderando sua participação. A Adidas espera um aumento de até 400 milhões de euros nas vendas do torneio.

No entanto, mesmo depois de terem gasto dezenas de milhões, as regras podem mudar e as empresas são impotentes para fazer muito a respeito. Dois dias antes do início do torneio, o Qatar proibiu o álcool nos oito estádios do evento. AB InBev, o grupo de bebidas que paga US$ 75 milhões à FIFA por cada ciclo de quatro anos da Copa do Mundo para que sua marca Budweiser possa ser um patrocinador de cerveja, teve que retirar seus produtos dos locais e cancelar uma série de eventos de marketing. A resposta da Budweiser agora esgotada no Twitter: "Bem, isto é embaraçoso". Menos embaraçoso: A Budweiser estará de volta como patrocinadora na Copa do Mundo de 2026, embora alegadamente esteja buscando um desconto da FIFA.

O mercado falou: Não houve boicote comercial detectável e, como aponta a FIFA, os patrocínios estão esgotados, com parceiros de longa data como a Coca-Cola e a Adidas aparecendo ao lado de recém-chegados como Crypto.com.


De volta para casa, muitas dessas empresas são rápidas em anunciar suas credenciais ambientais, sociais e de governança, ou E.S.G., e comercializar seu compromisso com causas como os direitos L.G.B.T.Q. No entanto, mesmo em uma época em que um passo em falso corporativo no Qatar pode ser ampliado nas mídias sociais, o torneio está mostrando que as empresas estão dispostas a arriscar um backlash que elas apostam que será perdoado (ou esquecido) enquanto o mundo estiver se sintonizando. O pagamento potencial é enorme. O futebol é o esporte mais popular do mundo, e a FIFA espera que cinco bilhões de pessoas assistam ao torneio (pense-se que o telespectador do Super Bowl vezes cerca de 50). A FIFA espera que o evento gere cerca de 4,7 bilhões de dólares. A organização parece ter sacudido o escândalo e está inundada de dinheiro e com todo o poder que o acompanha.


Gianni Infantino, 52 anos, um suave executivo do futebol suíço, prometeu erradicar a corrupção e limpar a imagem manchada da FIFA quando assumiu o cargo em 2016. Ele ainda empurra essa mensagem. Pouco antes do início do torneio, ele defendeu vigorosamente a decisão de entregar a Copa do Mundo ao Qatar e disse que sua organização havia sido transformada. "O dinheiro simplesmente não desaparece mais na FIFA", disse ele. "O dinheiro vai para onde tem que ir, e vai para o desenvolvimento do futebol". (Blatter, enquanto isso, agora afirma que o Qatar não deveria ter ganho. "É um país que é muito pequeno", disse ele a um grupo de jornais suíços).

foto: Peter Glaser

Orçamento público, pandemia e corrupção

Nesse contexto, este estudo teve por objetivo analisar os créditos extraordinários abertos no orçamento federal de 2020 destinados ao enfrentamento da pandemia do Covid-19, capturando dados da execução orçamentária e promovendo análises em busca de sinalizações para atos de corrupção nos municípios. Para tanto, foram utilizados métodos quantitativos e qualitativos, suportados pela análise de redes sociais e mineração de grafos. Os resultados indicam o potencial da abordagem com grafos na identificação de localidades mais suscetíveis à existência de atos de corrupção, uma vez que o estudo das relações entre empresas e municípios oferece insights investigativos que provavelmente não seriam alcançados por meio de modelos tradicionais de investigação. Como contribuição, os achados da pesquisa podem ser úteis para pesquisadores e profissionais que buscam métodos para fortalecer as atividades dos órgãos de fiscalização e controle, contribuindo com o aperfeiçoamento da gestão pública.

Fonte: aqui

O próprio texto indica, na conclusão, algumas limitações do estudo: está restrito a uma ação orçamentária somente, a corrupção é muito mais "sugestiva" do que comprovada, os dados de casos e óbitos é questionável, há uma variação grande dos dados e a análise é basicamente visual. 

Mas há um avanço aqui na investigação de finanças públicas. 

Frase

 “Existem apenas quatro tipos de oficiais.

Primeiro, existem os preguiçosos e estúpidos. Deixe-os em paz, eles não fazem mal.

Segundo, existem os inteligentes que trabalham duro. Eles são excelentes funcionários, garantindo que todos os detalhes sejam considerados adequadamente.

Terceiro, existem os trabalhadores e estúpidos. Essas pessoas são uma ameaça e devem ser demitidas de uma só vez. Eles criam um trabalho irrelevante para todos.

Finalmente, existem os preguiçosos inteligentes. Eles são adequados para o cargo mais alto."

― Erich von Manstein

Adaptado daqui