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06 outubro 2020

Por que precisamos de bilionários

Steven Landsburg é alguém que pensa "fora da caixa". Talvez por isto mereça ser acompanhado e lido. Na sua postagem Por que precisamos de bilionários ele apresentou o seguinte: 

A próxima vez que alguém me perguntar por que tem que haver bilionários, vou apontar para essa pessoa este tweet de Elon Musk: 

Musk foi em frente e investiu cerca de US $ 100 milhões na SpaceX e US $ 6 milhões na Tesla - totalizando cerca de metade de sua receita com a venda do PayPal, no qual ele foi um dos primeiros investidores. 

Quem investe $ 100 milhões em um projeto que tem 10% de chance de sucesso? Resposta: Basicamente, ninguém que não acredite que o sucesso trará uma recompensa de pelo menos US $ 1 bilhão.

Perda de informações por usar formato antigo do Excel


Parece comédia, mas uma entidade da Inglaterra cometeu uma grande barbeiragem com o uso da planilha Excel e perdeu informações relevantes sobre resultados do Covid-19. Os dados estavam armazenados em uma planilha com formato XLS. Como cada planilha possui um número limitado de linhas e cada caso da doença ocupava mais de uma linha, a partir de um determinado número de caso, estimado em 1.400, começaram a ocorrer omissão de informações. 

O formato XLS, do Excel, existe desde 1987, mas foi substituído em 2007 pelo XLSX. Ainda há esperança que os resultados dos testes não foram realmente perdidos por conta da falha. 

Contabilidade? - A planilha Excel é muito usada na contabilidade. Assim, o uso do formato XLS pode comprometer as informações, por conta dos limites de linhas. 

Rir é o melhor remédio

 

Colocando em ordem as finanças pessoais

Covid 19 e as pequenas e médias empresas

 Resumo:


We estimate the impact of the COVID-19 crisis on business failures among small and medium size enterprises (SMEs) in seventeen countries using a large representative firm-level database. We use a simple model of firm cost-minimization and measure each firm’s liquidity shortfall during and after COVID-19. Our framework allows for a rich combination of sectoral and aggregate supply, productivity, and demand shocks. We estimate a large increase in the failure rate of SMEs under COVID-19 of nearly 9 percentage points, absent government support. Accommodation & Food Services, Arts, Entertainment & Recreation, Education, and Other Services are among the most affected sectors. The jobs at risk due to COVID-19 related SME business failures represent 3.1 percent of private sector employment. Despite the large impact on business failures and employment, we estimate only moderate effects on the financial sector: the share of Non Performing Loans on bank balance sheets would increase by up to 11 percentage points, representing 0.3 percent of banks’ assets and resulting in a 0.75 percentage point decline in the common equity Tier-1 capital ratio. We evaluate the cost and effectiveness of various policy interventions. The fiscal cost of an intervention that narrowly targets at risk firms can be modest (0.54% of GDP). However, at a similar level of effectiveness, non-targeted subsidies can be substantially more expensive (1.82% of GDP). Our results have important implications for the severity of the COVID-19 recession, the design of policies, and the speed of the recovery.


Fonte: COVID-19 and SME Failures Pierre-Olivier Gourinchas, Ṣebnem Kalemli-Özcann, Veronika Penciakova, and Nick Sander NBER Working Paper No. 27877 September 2020 JEL No. D2,E65,G33

05 outubro 2020

Nobel de Economia: os favoritos


Novo ano, novo Nobel. Os favoritos, segundo Clarivate:

Claudia Goldin - Estados Unidos - Harvard

David Dickey; Wayne Fuller; e Pierre Perron - Estados Unidos

Steven Berry; James Levinshon; e Ariel Pakes - Estados Unidos

Irrelevância da Indústria Brasileira

 




Arícia Martins (Valor, 17/09/2020) informa: a indústria de transformação brasileira perde espaço não só na economia doméstica, mas também tem ficado cada vez menos relevante no mercado global. É o que mostra o relatório de 2020 da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido).  Após ter alcançado 2% em 2010, a fatia do Brasil no valor adicionado da indústria mundial vem encolhendo de forma consistente na última década, voltando a recuar entre 2018 e 2019, de 1,24% para 1,19%. Embora pequena, a retração foi suficiente para fazer o país cair mais uma posição no ranking de maiores potências industriais na passagem anual, para 16o – atrás de emergentes como Indonésia (10o), México (11o), Rússia (13o) e Turquia (15o).

Rir é o melhor remédio

 

Profundeza da internet: a página dois do Google

04 outubro 2020

Para entender KPI



Para aqueles que desejam entender um pouco sobre as medidas de desempenho fora dos princípios de contabilidade (KPI), um manual interessante (e bem acessível) pode ser encontrado aqui. Estas medidas não GAAP pode incluir medidas físicas, mas o comum é serem medidas financeiras que ajustam os valores baseados na contabilidade. As mais comuns são: lucro ajustado, lucro por ação ajustado, Ebitda e fluxo de caixa livre. 

Algumas pessoas acreditam que a gestão de uma empresa divulga KPI para ajudar o usuário a avaliar a empresa. Inclusive este guia indicado aqui. Como há uma flexibilidade nas medidas, tem-se um problema de comparação. E de falta de regulação. 

Imagem: aqui

Estatística e Trump com Covid


O fato de Trump estar com Covid pode trazer algumas especulações sobre a doença e a estatística, conforme destacado por Falk (via aqui): 

1. A mortalidade para alguém como o presidente dos Estados Unidos é de 6%. Assim, as chances de mortalidade são realmente reduzidas. Se Trump se recuperar, fatalmente surgirão pessoas dizendo que isto é mais uma prova que o Covid não é uma doença grave. Ou, como afirma Falk, surgirão pessoas "estatisticamente analfabeta em vários níveis". 

2. A taxa de 6% é para um paciente padrão. Isto implica que os riscos de Trump são menores, já que ele receberá um tratamento melhor que outras pessoas. (Exceto se Trump for um idiota que realmente acredita que um determinado tipo de remédio irá fazer bem para ele, mesmo contra as indicações dos médicos)

3. Não se sabe muito sobre o quadro de saúde do presidente, o que faz com que as inferências de riscos sejam pobres. Se por um lado Trump tem um índice de massa corporal elevado, seu colesterol é baixo (vide figura acima)

Contabilidade? - situações como esta são interessantes para aprendermos mais sobre probabilidade e sua aplicação. E isto é importante nas mensurações contábeis. 

Rir é o melhor remédio

 

Este cartoon, de Anne Derenne, venceu o European Cartoon Award. 

03 outubro 2020

Intangíveis: capitalizar ou não capitalizar


Dois textos distintos discutem a questão da capitalização do intangível ou não. Há uma discussão contábil importante aqui, já que muitos acreditam que a contabilidade está perdendo relevância pelo fato de só levar em consideração no seu balanço o intangível adquirido (vide uma discussão sobre isto em Capitalism without Capital. Quem sabe algum dia faço uma resenha sobre a obra)

O primeiro artigo é uma pesquisa que se mostra que a capitalização pode não ser útil na identificação dos retornos esperados. Ou seja, pode não ser útil no processo decisório. Veja um trecho:

Os intangíveis desenvolvidos internamente estimados contêm poucas informações adicionais sobre os fluxos de caixa futuros da empresa, além do que está contido nos fluxos de caixa atuais da empresa . Além disso, não encontramos evidências convincentes de que a capitalização de intangíveis desenvolvidos internamente estimados produza prêmios de valor e lucratividade consistentemente mais altos.

O segundo texto é sobre um evento denominado International Forum of Accounting Standard Setters (IFASS). Neste evento, o Fasb, através de Christine Botosan, apresentou uma posição um pouco diferente:

apresentou a visão daqueles que acreditam que há um problema que precisa ser resolvido por meio de reconhecimento adicional de intangíveis. Seus argumentos incluíam: a falha em reconhecer itens intangíveis importantes subestima o valor contábil do patrimônio líquido e o desempenho financeiro; a falha em reconhecer itens intangíveis importantes reduz a relevância das demonstrações financeiras; o reconhecimento de alguma quantia é melhor do que nenhum reconhecimento: Desafios de medição não devem impedir o reconhecimento; e as preocupações com a verificabilidade não devem impedir o reconhecimento.

Esta é uma posição diferente do regulador canadense, por exemplo, que acredita na evidenciação adicional. 

Traduzindo a Voz

A forma como as pessoas falam pode ser um importante meio de comunicação. Os cientistas estão explorando a voz para fazer diagnóstico de doenças, como Covid-19 ou depressão. Eis duas figuras que mostram com a voz se altera para uma pessoa com depressão versus uma pessoa normal:


Há diferenças claras no registro das duas vozes. Os cientistas acreditam que será possível caracterizar o jeito que uma pessoa saudável fala em relação a uma pessoa com doença. Para isto, usando uma análise sofisticada que inclui inteligência artificial, estas diferenças podem ser notadas e funcionar como um primeiro diagnóstico. E ao falar com Alexa ou Siri, o programa pode identificar um problema de saúde. 

As pesquisas estão na fase inicial e existem alguns problemas para resolver. 

Contabilidade? - O registro da voz também pode ser usado para identificar uma mentira de um fraudador quando estiver ocorrendo uma auditoria em uma empresa; pode ser útil para identificar se uma pessoa que está fazendo uma operação em uma entidade está agindo de maneira correta ou sob pressão; pode ajudar a identificar executivos mentirosos em uma assembleia dos acionistas (lembram do primeiro episódio de Lie to Me?)

Rir é o melhor remédio

 

Máscaras para prevenir a transmissão, por grau de efetividade. Do Zorro até Mistério. Fonte: XKCD

Retratos da leitura no Brasil

O Instituto Pró-Livro e o Itaú Cultural publicaram a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” que tem como objetivo conhecer o comportamento do leitor. Foram realizadas 8.076 entrevistas, em 208 municípios. O período da coleta ocorreu entre outubro de 2019 e janeiro de 2020.

Em 2015, ano em que a pesquisa foi publicada anteriormente, éramos 104,7 milhões de leitores no Brasil. Em 2019 este número caiu para 100,1 milhões. Quanto ao formato preferido, 67% opta por livros em papel, 17% digitais, e para 16% tanto faz.

Entre os leitores, 82% (77% em 2015) gostaria de ter lido mais e não o fez principalmente por falta de tempo. Achei interessante que entre os não leitores o maior motivo para não se ler também foi a falta de tempo, e não o fato de não se gostar de ler – que foi o segundo colocado.

Quando perguntados sobre o que a leitura significa, tanto o público leitor, quanto o não leitor concordam que a leitura traz conhecimento e ensina a viver melhor.

A pesquisa é bem interessante, há um bocado de informação, inclusive por região, e para acessá-la basta clicar: aqui.

02 outubro 2020

Medo ou Conservadorismo?


Daniel T. Blumstein é um biólogo da Universidade da Califórnia. Recentemente lançou um livro chamado The Nature of Fear. E escreveu um artigo sobre o medo na The Scientist. Eis trechos do artigo que achei interessante:

Todos os animais, do passado e do presente, devem avaliar os riscos de predação com risco de vida e tomar decisões para evitar ou de outra forma gerenciar esses riscos. É um equilíbrio delicado: ter muito medo custa caro se cautela significar que você perderá comida, companheiros ou outros recursos importantes. Ser muito descarado pode acabar muito mal. Indivíduos bem-sucedidos são aqueles que acertam esses trade-offs e, por causa disso, deixam relativamente mais descendentes. (...)

Uma das principais lições que aprendi é que o risco é onipresente e que é impossível eliminá-lo completamente. O medo é uma emoção natural e um motivador poderoso. Na verdade, os humanos compartilham com muitos animais a tendência de superestimar o risco (é melhor prevenir do que remediar!). Isso nos torna vulneráveis ​​a políticos com intenções malévolas que fazem anúncios atraentes que exploram nossos sistemas neurofisiológicos de medo de maneira eficiente. Uma vez que alimentem nosso medo, eles nos dizem que suas políticas propostas garantirão nossa segurança. Mas pense por um momento antes de apoiar esses criadores de medo. Em última análise, devemos aprender a gerenciar nossos riscos. Políticos confiáveis ​​nos conduzem por um caminho de gestão de risco eficiente e reconhecem que a incerteza é natural e onipresente. (...)

É um tesouro herdado, um poderoso aliado. No entanto, também é um companheiro irritante e às vezes intolerável. É uma bússola que, quando devidamente calibrada, nos guia para longe do perigo e para a oportunidade. Cooptado e transformado, pode nos levar por caminhos destrutivos que muitas vezes colocam em risco nossa própria humanidade.

Contabilidade? - Fiquei pensando se o conservadorismo do contador não seria originário do medo. Assim, teria uma raiz na evolução do homem. Assim, o contador seria o individuo com excesso de cautela, mas que pode "perder" a comida por este motivo. O interessante é que o autor considera o lado positivo do medo, ao contrário de alguns que associam o medo (e o conservadorismo) com algo negativo. 

Rir é o melhor remédio

01 outubro 2020

Elites que criam e elites que extraem valor

O estudo das elites é antigo na área de ciências sociais. As elites dominam a economia de um país e gerencia os seus recursos. Uma maneira mais objetiva para tratar este assunto é o Elite Quality. Baseado em um trabalho desenvolvido por professores de universidades europeias (disponível aqui), é possível determinar como as elites "moldam o desenvolvimento humano e econômico, o destino das sociedades, a riqueza das nações e sua ascensão e queda". Haveria dois tipos de elites: de alta qualidade, que possuem um modelo de negócio de Criação de Valor, pois dão mais à sociedade do que recebem, e de baixa qualidade, que fazem o oposto, ou seja, recebem mais do que dão. As elites de baixa qualidade extraem valor. 

Usando 72 índices, os pesquisadores construiram um Elite Quality Index (EQx) para 32 países. A relação dos índices inclui corrupção, participação da mulher no poder, investimentos estrangeiros no país, entre outros. O resultado mostra: o sucesso do modelo germânico (Suíça em segundo e Alemanha em terceiro), a elevada qualidade das elites anglo-saxônicas (Reino Unido e Estados Unidos em quarto e quinto) e uma China emergente (12o. lugar), o que faz com que os BRICS sejam na verdade BRIS, com países onde a elite extrai valor. 

Podemos não gostar do termo usado ("elites"), mas os autores afirmam que as elites são uma certeza (Surpresa 1), que podem ser de elevada qualidade (fato 1), que determina o desenvolvimento econômico e humano (hipótese). As elites são essenciais na coordenação da sociedade (Surpresa 2), mas podem extrair valor se forem de baixa qualidade (fato 2):

Eis um trecho sobre o Brasil (27o. em 32 países)

O Brasil fez progressos desde a restauração de sua democracia em 1985, especialmente recuperando e mantendo o controle da inflação. No entanto, no momento, a fé precisa ser restaurada no governo, com a pontuação do país abaixo da média em todas as áreas de índice. A fim de garantir um caminho de crescimento robusto de longo prazo e alcançar seus pares do BRIC, as elites devem fazer a transição para modelos de negócios de Criação de Valor, ao mesmo tempo que proporcionam condições favoráveis aos negócios e ao empreendedorismo na economia.

IFRS para sustentabilidade


A Fundação IFRS, que promulga as normas internacionais de contabilidade, está abrindo consulta para a possibilidade de termos um padrão sobre sustentabilidade. Atualmente há diversas entidades tentando criar um padrão que inclua a questão ambiental, social e de governança (sigla ESG). 

No início de setembro o Carbon Disclosure Project, o Climate Disclosure Standards Board, o Global Reporting Initiative, o International Integrated Reporting Council e o Sustainability Accounting Standards Board fizeram uma declaração conjunta (via aqui) favorável a um maior alinhamentos das estruturas. Haveria uma demanda por padrões únicos em razão do crescimento dos investimentos com a preocupação ambiental, social e na governança das empresas. 

Uma proposta é a criação de um conselho específico para a questão da sustentabilidade. As empresas Big Four, de auditoria, também lançaram um documento com métricas sobre o assunto. Isto não deixa de ser estranho, pois não seria papel destas empresas trabalhar a criação de normas. 

Diante da pressão, os curadores da Fundação IFRS divulgaram uma consulta para avaliar a demanda por padrões na área de sustentabilidade. Conforme a resposta, a IFRS pode lançar na tarefa de tentar uma padronização de um assunto que certamente será uma dor de cabeça para a fundação. Mas pode indicar a existência de uma demanda - ou não - por um padrão único. A consulta irá até o final do ano e tem o apoio do IFAC. 

É importante salientar que nos últimos anos a Fundação IFRS trabalhou na conclusão dos diversos projetos iniciados em parceria com o Fasb a partir do acordo de Norwalk. Isto incluiu os padrões de seguros, instrumentos financeiros, estrutura conceitual (ainda não terminado), receita e leasing. Quando ocorreu os descolamento dos projetos, o Fasb - que possui uma experiência e uma estrutura melhor - tratou das suas demandas. Isto inclui uma melhoria na estrutura conceitual e uma atenção maior para o terceiro setor. 

A Fundação não tinha a questão da sustentabilidade na sua agenda. Mas as preocupações recentes e - talvez - a possibilidade de criação de um padrão fora do Iasb deve ter demandado uma pressão para a consulta. 

Rir é o melhor remédio

Ontem faleceu o Quino, cartunista argentino criador da Mafalda. Quem nos acompanha há algum tempo sabe do nosso carinho pelas tirinhas dessa menina esperta, que leva o leitor não só a rir, como também a pensar e refletir. Hoje, em um “Rir” especial, deixamos algumas homenagens que encontramos no Instagram.









30 setembro 2020

EY sabia dos problemas da Wirecard em 2016


A fraude na Wirecard trouxe vexame para sua empresa de auditoria, a EY. Os auditores passaram anos sem fazer uma checagem da conta bancária e no final faltaram quase 2 bilhões de euros na conta corrente da empresa. 

Recentemente o presidente da EY fez uma mea culpa do auditor. Mas parece que isto não será suficiente. O jornal Financial Times revelou que em 2016 um empregado da EY relatou suspeita de suborno e que os executivos da Wirecard poderiam estar cometendo fraude. Quase quatro anos antes do problema ter sido divulgado ao público. 

A notícia surgiu a partir da investigação que foi realizada por outra empresa de auditoria, a KPMG, que encontrou este fato. Entretanto, a informação terminou não sendo divulgada no relatório da KPMG, que implodiu a empresa alemã e o esquema de fraude existente. O Going Concern enfatiza que o Financial Times, novamente, apresenta uma investigação bem apurada sobre o fato. 

O documento obtido pelo FT é importante

O adendo de 61 páginas descreve as conclusões da KPMG que não estavam diretamente sob sua responsabilidade, mas que a empresa considerou tão significativa que decidiu relatá-las de qualquer maneira. O adendo, visto pelo Financial Times, equivale a uma acusação contundente da EY. De acordo com a KPMG, o denunciante não identificado da EY, em maio de 2016, enviou uma carta à sede da EY Alemanha em Stuttgart. A carta não abordou toda a extensão do esquema de fraude global da Wirecard que se desfez este ano, mas se concentrou em uma das quatro áreas contenciosas que foram o foco da auditoria especial da KPMG no final de 2019: uma série de aquisições na Índia que a Wirecard havia fechado no início 2016. A Wirecard pagou € 340 milhões pela Hermes i, GI Technology e Star Global, três empresas de pagamentos que comprou de uma entidade opaca de Maurício chamada Emerging Market Investment Fund 1A. O denunciante da EY afirmou que a “Wirecard Germany senior management” detinha direta ou indiretamente participações na EMIF 1A e, portanto, estava envolvida em um conflito de interesses.

Para complicar, parece que escândalo está chegando na política alemã:

Em uma peça de "análise de notícias" publicada no jornal de terça-feira, o FT relata que o escândalo está se aproximando cada vez mais da chanceler Angela Merkel, que certa vez fez um favor pessoal a um executivo sênior da Wirecard em nome da empresa.

Foto: aqui