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30 setembro 2020

EY sabia dos problemas da Wirecard em 2016


A fraude na Wirecard trouxe vexame para sua empresa de auditoria, a EY. Os auditores passaram anos sem fazer uma checagem da conta bancária e no final faltaram quase 2 bilhões de euros na conta corrente da empresa. 

Recentemente o presidente da EY fez uma mea culpa do auditor. Mas parece que isto não será suficiente. O jornal Financial Times revelou que em 2016 um empregado da EY relatou suspeita de suborno e que os executivos da Wirecard poderiam estar cometendo fraude. Quase quatro anos antes do problema ter sido divulgado ao público. 

A notícia surgiu a partir da investigação que foi realizada por outra empresa de auditoria, a KPMG, que encontrou este fato. Entretanto, a informação terminou não sendo divulgada no relatório da KPMG, que implodiu a empresa alemã e o esquema de fraude existente. O Going Concern enfatiza que o Financial Times, novamente, apresenta uma investigação bem apurada sobre o fato. 

O documento obtido pelo FT é importante

O adendo de 61 páginas descreve as conclusões da KPMG que não estavam diretamente sob sua responsabilidade, mas que a empresa considerou tão significativa que decidiu relatá-las de qualquer maneira. O adendo, visto pelo Financial Times, equivale a uma acusação contundente da EY. De acordo com a KPMG, o denunciante não identificado da EY, em maio de 2016, enviou uma carta à sede da EY Alemanha em Stuttgart. A carta não abordou toda a extensão do esquema de fraude global da Wirecard que se desfez este ano, mas se concentrou em uma das quatro áreas contenciosas que foram o foco da auditoria especial da KPMG no final de 2019: uma série de aquisições na Índia que a Wirecard havia fechado no início 2016. A Wirecard pagou € 340 milhões pela Hermes i, GI Technology e Star Global, três empresas de pagamentos que comprou de uma entidade opaca de Maurício chamada Emerging Market Investment Fund 1A. O denunciante da EY afirmou que a “Wirecard Germany senior management” detinha direta ou indiretamente participações na EMIF 1A e, portanto, estava envolvida em um conflito de interesses.

Para complicar, parece que escândalo está chegando na política alemã:

Em uma peça de "análise de notícias" publicada no jornal de terça-feira, o FT relata que o escândalo está se aproximando cada vez mais da chanceler Angela Merkel, que certa vez fez um favor pessoal a um executivo sênior da Wirecard em nome da empresa.

Foto: aqui

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