Translate

09 maio 2016

Esqueletos

Uma série de reportagens do Estado de S Paulo estimou que os esqueletos que poderiam ser deixados pelo governo Dilma devem atingir a R$250 bilhões. Mas algumas estimativas chegam a R$600 bilhões, conforme o cenário. Ou R$3 mil por brasileiro. Neste valor inclui recursos para Petrobras, Eletrobras e CEF. O quadro a seguir resume um pouco esta situação:

Links

Efeito do viés político na decisão (estudo nos EUA)

Andrea Bocelli na festa do Leicester cantando Con te Partirò (e aqui uma análise financeira)

O valor das velharias tecnológicas no eBay

O mundo quer aprender a falar inglês (segundo Duolingo, mapa)

Auditoria da PwC no Vaticano foi suspensa

Corrupção e maus motoristas


Desculpas

A empresa Andrade Gutierrez publicou nos jornais de hoje um pedido de desculpas:
A empresa anunciou a conclusão da negociação com o Ministério Público. Irá pagar uma indenização de 1 bilhão e reconheceu "erros graves [que] foram cometidos [pela empresa] nos últimos anos e, ao contrário de negá-los, estamos assumindo-os publicamente".

Além disto, a empresa está melhorando as práticas.

Doutorado: comparativo entre Brasil e EUA

Da dissertação de mestrado de Andrea Silveira:


Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

08 maio 2016

História da Contabilidade: A primeira adoção das partidas dobradas na contabilidade pública brasileira

Na postagem anterior mostramos que a obra de Pacioli não foi bem aceita pela nobreza europeia. Em alguns países, o desconhecimento das partidas dobradas foi quase que absoluto e pode ter sido responsável pela derrocada de impérios, conforme discute Jacob Soll em The Reckoning.

A Espanha foi, no século XVI premiada com uma abundante riqueza originária dos reinos andinos. Entretanto, o reino espanhol tinha sérios problemas nas finanças públicas. Em 1573 o Rei Felipe nomeia Juan de Ovando para implementar reforma nas finanças públicas com a finalidade de evitar a falência do reino. Mas Ovando não conhecia as partidas dobradas e seu trabalho foi dificultado pelas decisões de Felipe. Em 1580 Felipe começa a aceitar algumas das recomendações de Ovando e convida Torregrosa, que trabalhava na Casa de la Contratación, para reformar a contabilidade pública da Espanha. Ao contrário de Ovando, Torregrosa conhecia as partidas dobradas e criou um livro geral de receitas e despesas. Torregrosa tentou adotar as partidas dobradas, mas as reformas falharam já que existiam resistências e não havia recursos humanos treinados no método. A tentativa de reforma o Tesouro espanhol falhou e deixou poucos rastros. Torregrosa morreu em 1607, depois do rei Felipe (1598). O rei Felipe III, que sucedeu ao anterior, nomeou um novo tesoureiro e as reformas de desapareceram.

Um aspecto curioso desta história é que entre 1580, quando Torregrosa começa sua missão, e 1640, Portugal esteve unido à Espanha. De certa forma podemos acrescentar o ano de 1580 na história da contabilidade pública portuguesa (e brasileira, por consequência) em razão da tentativa de adoção das partidas dobradas. Mas foi com a invasão holandesa que ocorreu a efetiva primeira adoção do método de Veneza no nosso país (como já descrevemos anteriormente).

Dia das Mães

Este comercial foi realizado para o dias das mães. E depois transformado em livro



Eis a tradução do texto:

Eu senti você. Você era uma ervilha. Depois um limão. E depois uma berinjela. Eu segui conselhos. Eu li 12 livros. Eu parei de tomar café. Você sabia que eu estava com medo? Eu falava com você, cantava pra você… Eu não estava pronta. Mas então você estava aqui. Dez dedinhos dos pés. 3,5 quilos. Amor. Um grande e gordinho amor. Eu segurei você no colo. Eu alimentei você. Eu me dei conta que passaria minha vida fazendo coisas para fazer você feliz – e que isso me faria feliz. E então há momentos em que eu quero desistir. Você me fez repensar minha sanidade. Você me fez querer cair aos pés da minha mãe e dizer a ela que eu entendo. Mas então você sorri, e você diz meu nome – e você segura minha mão com aqueles pequenos dedinhos. Nós estamos crescendo. Juntos. Estamos vendo o mundo como se fosse novo. Eu vou abrir meu coração, e vai chover amor sobre você. Você vai dar risada, e eu farei tudo outra vez. E caminharemos de mãos dadas. Até que você vá. Eu fiz você, mas você me fez mãe.”

Listas: Os maiores estádios de futebol

Entre os maiores estádios do mundo, nenhum no Brasil. Mas todos os continentes estão representados. A seguir o nome do estádio, a localização, a capacidade e sua utilização (time que utiliza)


1. Rungrado May Day Stadium, Pyongyang, Coréia do Norte, 150.000, Seleção (fotografia)
2. Camp Nou, Barcelona, Espanha, 99.354, FC Barcelona
3. Estadio Azteca, México, México, 95.500, Seleção e América
4. Azadi Stadium, Teerã, Irã, 95.225, Seleção, Esteghlal FC Pesepolis FC
5. FNB Stadium, Johannesburg, África do Sul, 94.736, Seleção e Kaizer Chiefs
6. The Rose Bowl, Pasadena, EUA, 92.542,
7. Wembley Stadium, Londres, Inglaterra, 90.000, Seleção
8. Gelora Bung Karno Stadium, Jacarta, Indonésia, 88.083, Seleção da Indonésia
9. Bukit Jalil National Stadium, Kuala Lumpur, Malásia, 87.411, Seleção da Malásia
10. Borg El Arab Stadium, Alexandria, Egito, 86.000, Seleção do Egito
11. The ANZ Stadium, Austrália, 83.500, Seleção da Austrália
12. Signal Iduna Park, Dortmund, Alemanha, 81.359, Borussia Dortmund
13. Stade de France, Paris, França, 81.338, Seleção da França
14. Santiago Bernabéu Stadium, Madri, Espanha, 81.044, Real Madrid e Espanha
15. Luzhniki Stadium, Moscou, Rússia, 81.000
16. Shah Alam Stadium, Malásia, 80.372, Selangor FA
17. Estadio Monumental, Lima, Peru, 80.093, Universitario de Deportes
18. Giuseppe Meazza, Milão, Itália, Capacidade: 80.018 pessoas, Inter Milan & AC Milan

Rir é o melhor remédio
















Fotografias antigas de pessoas no Balanço. Via aqui

07 maio 2016

Fato da Seman: Metrô de SP leva cano

Fato: Estado de São Paulo deixa de pagar R$322 milhão ao Metrô

Data: 4 de maio de 2016

Fonte: Valor Econômico

Precedentes
2013 - O governo de São Paulo atrasa o pagamento de R$332 milhões para a empresa
2014 - A informação é revelada nas demonstrações publicadas.
30/10/2015 - As partes chegam a um acordo em que a empresa reconhece que não irá receber o dinheiro.
04/05/2016 - O Valor Econômico, pelo seu colunista Fernando Torres, publica o perdão da dívida.

Notícia boa para contabilidade?
O governo de São Paulo é também o controlador do Metrô. Ao não repassar os recursos, pode inviabilizar investimentos futuros. A contabilidade do Metrô reportou corretamente os fatos e permitiu que os usuários da informação contábil tivessem acesso a decisão que trouxe prejuízo para a empresa.

Desdobramentos
Se a notícia tivesse ocorrido num ano eleitoral, o impacto seria muito maior. Mas espera-se que o acordo firmado seja avaliado pela sociedade, que deveria avaliar os prejuízos para a empresa.

Mas a semana só teve isto?
Divulgação de alguns resultados e algumas poucas notícias.

Links


Melhorar controle interno pode reduzir o valor pago para auditoria (pesquisa)

Capitalismo investe em ingenuidade humana, não em ouro

Índia pune quem distribui/publica mapas com informação topográfica falsa ou errada

Popularidade do presidente e desempenho da economia no Brasil (gráfico) (ou o fim do efeito Teflon)

KPMG, Ilha de Man e planejamento tributário no Canadá

A forma como o PCAOB trabalha pode mudar

06 maio 2016

Os erros de Freakonomics


Freakonomics: What Went Wrong?

Examination of a very popular popular-statistics series reveals avoidable errors

Andrew Gelman, Kaiser Fung

The nonfiction publishing phenomenon known as Freakonomics has passed its sixth anniversary. The original book, which used ideas from statistics and economics to explore real-world problems, was an instant bestseller. By 2011, it had sold more than four million copies worldwide, and it has sprouted a franchise, which includes a bestselling sequel, SuperFreakonomics; an occasional column in the New York Times Magazine; a popular blog; and a documentary film. The word “freakonomics” has come to stand for a light-hearted and contrarian, yet rigorous and quantitative, way of looking at the world.

The faces of Freakonomics are Steven D. Levitt, an award-winning professor of economics at the University of Chicago, and Stephen J. Dubner, a widely published New York–based journalist. Levitt is celebrated for using data and statistics to solve an array of problems not typically associated with economics. Dubner has perfected the formula for conveying the excitement of Levitt’s research—and of the growing body of work by his collaborators and followers. On the heels of Freakonomics, the pop-economics or pop-statistics genre has attracted a surge of interest, with more authors adopting an anecdotal, narrative style.

As the authors of statistics-themed books for general audiences, we can attest that Levitt and Dubner’s success is not easily attained. And as teachers of statistics, we recognize the challenge of creating interest in the subject without resorting to clichéd examples such as baseball averages, movie grosses and political polls. The other side of this challenge, though, is presenting ideas in interesting ways without oversimplifying them or misleading readers. We and others have noted a discouraging tendency in the Freakonomics body of work to present speculative or even erroneous claims with an air of certainty. Considering such problems yields useful lessons for those who wish to popularize statistical ideas.
[...]


Links

Metade dos estudos biomédicos não podem ser reproduzidos

As consequências de uma tatuagem no mercado de trabalho

Tudo é mensurável, inclusive sua ingenuidade

Contágio temporal e edições limitadas

Melhores países para a mulher (gráfico)

Do Instagram

Adaptado livremente via aqui

Rir é o melhor remédio


05 maio 2016

Mercado das empresas de contabilidade em 2015

Uma pesquisa do IFAC com mais de seis mil respondentes, que possuem mais de 800 mil clientes de pequeno e médio tamanho (SME) em mais de cem países, mostrou aspectos interessantes sobre a contabilidade mundial. Destaco a figura abaixo, que apresenta os fatores ambientais. O principal risco, na percepção dos respondentes, é o regulatório.
A pesquisa pode ser acessada aqui

Audit Study

Ao ler o texto “Factors Determining Callbacks to Job Applications by the Unemployed: An Audit Study” tive o interesse voltado para o método de pesquisa “audit study”. Mas não e nada de mais. É um tipo de pesquisa que consiste em mandar currículos falsos para trabalhos verdadeiros. E medir a taxa de interesse dos empregadores.

Pode ser usado para medir discriminação racial, de gênero, de profissão etc. Por exemplo: o pesquisador manda currículos iguais, mas em metade deles com o nome de homem e o restante de mulher. Se a taxa de marcação de entrevista for maior para os currículos do homem, pode-se dizer existe discriminação de gênero:

An audit study consists in sending fake resumes to actual job postings and measuring the incidence of callback rates. The main estimates consists in differences in callback rates based on randomly assigned differences in resume characteristics, such as age, job characteristics, or employment dates. It is therefore paramount that the fake resumes and the variation in the informational content be constructed as realistic as possible.

Universidades com melhores reputações

1 - Harvard University - EUA
2 - Massachusetts Institute of Technology - EUA
3 - Stanford University - EUA
4 - University of Cambridge - Inglaterra
5 - University of Oxford- Inglaterra
6 - University of California, Berkeley - EUA
7 - Princeton University - EUA
8 - Yale University - EUA
9 - Columbia University - EUA
10 - California Institute of Technology - EUA

Tonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

04 maio 2016

Links

O candidato ao rebaixamento, que nunca se sagrou campeão, terminou com a taça na mão acima de tantos outros clubes mais ricos e poderosos

Padrões de sustentabilidade na contabilidade estão na fase de críticas

Aqui o endereço do Sustainability Accounting Standards Board

Hospitais sem fins lucrativos. Lucrativos 

Ainda vai piorar

Boa parte da piora da economia brasileira a partir de meados de 2014 ainda não está inteiramente refletida nos balanços das empresas do país, cujo perfil de endividamento deve piorar por pelo menos mais dois a três anos, disse nesta quarta-feira um executivo da agência de classificação de risco Fitch.

A empresa de rating acredita que o corte na nota de crédito, promovida nos últimos meses, ainda não se refletiu nos balanços. Mas o texto é incoerente ao afirmar:


Pelas contas da Fitch, na média, as empresas brasileiras estão gastando o equivalente a 40 por cento da geração de caixa com pagamento do serviço da dívida, fruto do aumento dos juros no país e do fechamento do mercado de capitais para a maioria delas.

Calote

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) deu um calote de R$ 332,7 milhões na Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) ao deixar de repassar à estatal valores referentes à compensação tarifária para quitar obrigações contratuais com a concessionária privada que opera a Linha 4-Amarela. (...)

O déficit corresponde ao valor que o governo deveria ter pago ao Metrô para cobrir prejuízos de tarifa (...)

O Metrô já havia colocado os R$ 332,7 milhões como contas a receber do governo, seu controlador, no balanço de 2014.

(...) “O descompasso do reajuste das tarifas públicas e da tarifa de remuneração, o pagamento da tarifa de remuneração inclusive dos passageiros gratuitos e a integração livre entre as linhas do Metrô e da CPTM com a Linha 4-Amarela, somados à prioridade de recebimento da receita tarifária pela Concessionária Privada, gera impacto financeiro para as empresas públicas do sistema metroferroviário”, informava o Metrô já no balanço de 2013.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

03 maio 2016

Congresso

2º Congresso UnB de Contabilidade e Governança

Data: 23-25 de Novembro de 2016

Local: FACE/UnB - Brasília - DF

Gostaríamos de convidá-lo (a) à participar do 2º Congresso UnB de Contabilidade e Governança / 2016 (2º CCG UnB). O principal tema do congresso é “Contabilidade como instrumento de responsabilidade social corporativa”. O congresso cobre pesquisas relaciona das com Auditoria e Perícia, Educação e Pesquisa em Contabilidade, Contabilidade Financeira e Finanças, Contabilidade e Governança, Contabilidade e Sistemas de Informações, Contabilidade Gerencial, Contabilidade do Setor Público, Contabilidade Socioambiental e, Contabilidade e Tributação. Serão aceitos artigos escritos em português, espanhol ou inglês.
O congresso acontecerá nos dias 23, 24 e 25 de novembro de 2016.

Submissão de artigos:
16/05/2016 a 15/07/2016

Saiba Mais: ccgunb@gmail.com

Listas: Maiores riscos de desastres naturais

O World Risk Report lista os países sob a ótica dos desastres naturais. Em 2015 a liderança era de Vanuatu, uma ilha que sofre ameaça com o aquecimento global. O mesmo ocorre com Tonga.

1. Vanuatu
2. Tonga
3. Filipinas
4. Guatemala
5. Ilhas Salomão
6. Bangladesh
7. Costa Rica
8. Cambodja
9. Papua Nova Guiné
10. El Salvador

O Brasil está em 123o (em 171 países), indicando baixo nível de risco. Com respeito a distribuição geográfica do risco, baixo nível está em alguns países da América (EUA, Canadá e Brasil), Europa, Oriente Médio e Austrália, todos de verde no mapa. Maiores riscos na África, América Central e Ásia.

Construindo um modelo

Hal Varian apresenta em “How to Build an Economic Model in Your Spare Time” algumas dicas interessantes para quem deseja escrever um texto científico. São cinco itens.

1 – Ter uma ideia de pesquisa – Muitos estudantes acreditam que uma maneira de ter ideias é ler artigos de periódicos. Varian não acha que os artigos científicos sejam uma boa fonte de ideais. “eu penso que você deveria olhar para fora dos textos científicos – em jornais, revistas, conversas e na TV e programas de rádio”. Além disto, Varian também cita conversas com pessoas da área empresarial e a própria experiência de vida. Para saber se a ideia é boa, Varian sugere que você coloque em termos que um leigo possa entender. Mas não olhe a literatura. Espere para ler o que os outros já escreveram sobre o assunto, para que você possa ter tempo de praticar o modelo e encontrar uma abordagem diferente.

2 – Faça seu modelo o mais simples possível – Na etapa de modelagem, comece pelo mais simples. Se for o caso, trabalhe um exemplo. É o que Varian chama de abordagem KISS: Keep it simple, stupid (fique no simples, estúpido). Somente depois disto é possível generalizar o modelo. Começar pelo simples permite que sua análise não contenha erros e se existir seja fácil de encontrar.

3 – Atrase o máximo a pesquisa da literatura – Somente depois de generalizar o modelo, olhe na literatura.

4 – Apresente seu trabalho – Use um seminário para apresentar seu trabalho. Nesta apresentação use um ou dois slides para introdução e um para conclusão. O foco é a sua contribuição.

5 – Pare quando as pessoas já não perguntarem mais sobre o assunto.

Rir é o melhor remédio






Fonte: Aqui

02 maio 2016

Hedge

Quando uma empresa possui algum tipo de contato com mercados de outros países, o seu resultado passa a depender do comportamento da taxa de câmbio. A valorização ou desvalorização da moeda afeta o lucro. Veja a figura a seguir. A empresa vende seu produto no exterior. Recebe em dólar e tem despesas em reais. Quando o real se desvaloriza isto significa que consegue receber mais por cada dólar vendido. Por exemplo, se vende US$10 dólar e a taxa está 2R$ por cada dólar, a receita é de R$20. Se o real se desvaloriza, valendo agora 3R$ por dólar, a empresa irá receber R$30. Um aumento de R$10 na receita.

Mas tudo que funciona numa direção tem seu efeito contrário. Quando o real se valoriza, a empresa recebe menos por cada dólar vendido. No exemplo, se 1R$ é igual a um dólar, a receita irá reduzir de R$20, na situação original, para R$10. Um grande problema disto tudo é que passa a existir mais um risco para a empresa: da variação do câmbio.

Para evitar este problema existem algumas possíveis soluções. Uma delas é a empresa transformar algumas despesas para a moeda da sua receita. Isto pode ser feito captando empréstimos em dólar. Com isto a despesa financeira também será em dólar. Se o real valorizar, a empresa terá uma receita menor, mas também pagará menos juros. Se o real desvalorizar, haverá aumento da receita em reais, mas também as despesas financeiras serão maiores.

Para o investidor interessa saber se a empresa está adotando uma destas soluções. Se não estiver, o lucro pode variar muito. Em outras palavras, aumenta o risco. Mas mesmo quando a empresa adota, o risco pode continuar existindo. Este parece ser o caso da empresa JBS. Segundo o jornal O Estado de S Paulo (Política de Hedge da JBS é alvo da CVM, Mariana Durão, 30 de abril de 2016, p. b18), “A JBS informou que sua cobertura pode extrapolar em até 50% o risco concreto a ser protegido”. O ideal seria a empresa usar a solução somente dentro do montante necessário. Ultrapassar ao valor pode ser um sintoma de apostas na taxa de câmbio. E experiências mostram como é difícil prever o comportamento desta variável.

01 maio 2016

História da Contabilidade: A Obra de Pacioli foi relevante?

Quando Pacioli publicou a Summa, este livro de matemática permitiu a divulgação do método das partidas dobradas. Mas Jacob Sell, em The Reckoning, chama a atenção para um aspecto importante: a obra de Pacioli não teve um impacto expressivo pela forma como as pessoas do início dos anos 1500 tratavam os negócios. É bom lembrar que as cidades italianas estavam em decadência e as potências ocidentais mais fortes tinham uma estreita ligação com a religião.

Mas Sell chama a atenção para outra obra, que fez muito mais sucesso que a Summa. Trata-se de Il Cortegiano, uma obra publicada originalmente em 1528, que foi traduzida em diversas línguas. O livro é de autoria de Castiglione descrevia as atitudes esperadas de um cortesão (daí o título do livro). Traduzido em seis línguas, o livro afirma que o nobre ideal não deveria envolver-se com o mundo intrincado das finanças. Ele não mencionava finanças e seu livro não tinha números nem quaisquer coisas que lembrasse os negócios.

O Cortesão estava em consonância com o neoplatonismo que teve grande importância no mundo pós-medieval. Sell lembra que Erasmo, em “Educação de um Príncipe Cristão”, nunca mencionou nada relacionado com a contabilidade. Os jesuítas, que ensinavam geometria, navegação e engenharia, não incluía contabilidade no currículo. Talvez por este motivo a obra de Pacioli tenha sido “traduzida” em Portugal somente em partes, mas não o capítulo relacionado com as partidas dobradas. Dinheiro era sujo e esta visão foi propagada fortemente. Por consequência, a obra de Pacioli talvez não tenha tido a importância que deveria.
Prova disto está na pintura de Marinus van Reymerswaele, o contador e sua esposa, de 1539, que acompanha este texto. A Summa poderia ter influenciado as pessoas, mas ao contrário do livro O Cortesão, não foi tão lido e apreciado pela nobreza. E a visão dos comerciantes, sem escrúpulos e contrários as leis cristãs atrapalhou ainda mais a divulgação das partidas dobradas.

Tim Urban: Por dentro da mente de um mestre na procrastinação

Tim Urban sabe que a procrastinação não faz sentido, mas ele nunca conseguiu se livrar do hábito de esperar até o último minuto para fazer as coisas. Nesta palestra hilária e inspiradora, Urban nos leva a uma jornada por horas intermináveis no YouTube, leituras compulsivas da Wikipedia e momentos de divagação olhando pela janela - e nos encoraja a pensar firmemente naquilo em que estamos realmente procrastinando, antes que não dê mais tempo.

Yuliy Sannikov ganha a medalha John Bates Clark

Yuliy Sannikov is a theorist who has developed new methods for analyzing continuous time dynamic games using stochastic calculus methods. His work has not only broken new ground in methodology, it has had a substantial influence on applied theory. He has significantly altered the toolbox available for studying dynamic games, and as a result of his contributions, new areas of economic inquiry have become tractable for rigorous theoretical analysis. The areas of application include the design of securities, contract theory, macroeconomics with financial frictions, market microstructure, and collusion.

Yuliy Sannikov, a professor at Princeton University, won the John Bates Clark young economist award.

Sannikov was honored for theoretical work that has expanded the ability of economists to analyze a whole range of issues from the design of securities to collusion in markets, the Nashville, Tennessee-based American Economic Association said Friday in astatement on its website.

“Sannikov’s work is impressive,” the AEA said. “It is elegant, powerful, and it paves the way for further analysis on lots of problems.”

Alan Blinder, a fellow professor at Princeton and a former Federal Reserve vice chairman, said Sannikov “has displayed an unusual ability to apply deep economic theory to important questions about monetary policy and the financial system.”

Fed Chair Janet Yellen cited his work with Markus Brunnermeier, another Princeton professor, in a speech she gave at the International Monetary Fund in 2014. In a footnote, Yellen said the two economists had developed an economic model to explore whether long periods of relative economic stability led to excessive risk-taking and financial imbalances that damaged the economy when they were unwound.

Fed Symposium

In a presentation to the Kansas City Fed’s Jackson Hole symposium in 2012, Brunnermeier and Sannikov argued that central bankers can’t just focus on achieving stable prices.

"Policy rules that ignore financial stability fail to lean against the buildup of imbalances and systemic risk in normal times and are not credible in crisis times," they said.

They also highlighted the impact that monetary policy can have on the distribution of wealth in a society -- a sore point among some critics of the Fed who have accused it of pursuing strategies that benefited investors without helping ordinary Americans.

Brunnermeier said in an interview that he and Sannikov were able to provide a "totally different picture" of how the economy operates by focusing on frictions in the financial system.

Small Shocks

In particular, they were able to explain and explore how a small shock can at times have outsized economic impacts as it feeds on itself. In addition, they were better able to analyze the effects of quantitative easing, he said.

Sannikov also has studied the best way to structure incentive contracts to avoid rewarding corporate executives, private equity managers and others for work today that ends up being damaging in the longer run.

He earned a bachelor’s degree in mathematics from Princeton in 2000, then went on to get a Ph.D. in business administration four years later from Stanford University. He won three gold medals in the International Mathematical Olympiads in 1994 to 1996, according to his resume.

Research Interests

His research interests include game theory, corporate finance and macroeconomics.

Mais detalhes sobre o impacto de sua pesquisa pode ser econntrado aqui


[...]

Fonte; aqui

30 abril 2016

Fato da Semana: Iran Siqueira Lima


Fato: Faleceu Iran Siqueira Lima

Data: 29 de abril de 2016

Data Fato
1973 - Gradução em contabilidade pela AEUDF, em Brasília, depois de ter feito o curso de economia na UERJ
1976 - Mestre em Contabilidade pela USP
1987 - Começa a trabalhar na Fipecafi, onde chegaria ao posto máximo. Antes, chegou fez carreira no Banco Central. Também ministrou aula na UnB.
Década de 80 - Torna-se membro de diversos conselhos de várias empresas de capital aberto.
1998 - Doutor em Contabilidade na USP
2005 - Membro do CPC (além do Ibracon, Abrasca etc)

Notícia boa para contabilidade?
Iran contribuiu para o fortalecimento do conhecimento contábil no Brasil. Como gestor, dirigiu a Fipecafi, uma entidade que simboliza muito para o conhecimento brasileiro da área. Teve participação ativa em conselhos de administração e fiscal.
A participação do professor Iran deve ser lembrada na história da contabilidade do Brasil. Foi professor de graduação, na Universidade de Brasília, na área de Mercado de Capitais. Era muito comprometido com suas tarefas, mesmo exercendo um cargo importante no Banco Central. Aproximou a instituição da pesquisa acadêmica, através de um convênio com a Fipecafi, que aproximou os professores da USP da burocracia.

Desdobramentos
A Fipecafi tinha no professor Iran um profissional e gestor brilhante.

Mas a semana só teve isto?
A divulgação de alguns resultados de diversas empresas, no Brasil e no mundo. Mas isto é muito pouco relevante.
Ensino médium


28 abril 2016

Links

Corrida 4x400: uma recuperação fantástica

Efeito da violência diária na saúde da criança (caso Brasil)

Impostos inspiraram a arte (inclui Beatles, Cash e outros)

Google Calendar com a função meta

A influência das pessoas é mais forte que você pensa

A fotografia do Facebook ajuda na contratação para o trabalho

César, Isabel e Pedro

Segundo o IBGE existem 118.934 "César" no Brasil. É o 260o. nome mais popular. O RS é o estado com maior participação deste nome e durante a década de 70 e 80 foi um nome mais popular. Já Isabel são quase 240 mil (124o. em popularidade) e as pessoas do Piauí gostam deste nome. Foi um nome mais presente nos nascidos na década de 60.

Bom, e Pedro? São mais de 1 milhão no Brasil. Ou mais preciso, 1.219.605. É o nono nome em popularidade e o DF adota muito este nome. Ah, sim. É um nome da década de 2000. Moderno e popular.

Os nomes mais populares:

1) Maria 11.734.129 pessoas
2) Jose 5.754.529 pessoas
3) Ana 3.089.858 pessoas
4) Joao 2.984.119 pessoas
5) Antonio 2.576.348 pessoas
6) Francisco 1.772.197 pessoas
7) Carlos 1.489.191 pessoas
8) Paulo 1.423.262 pessoas
9) Pedro 1.219.605 pessoas
10) Lucas 1.127.310 pessoas

Análise de regressão engana até especialistas

Resumo:

Does the manner in which results are presented in empirical studies affect perceptions of the predictability of the outcomes? Noting the predominant role of linear regression analysis in empirical economics, we asked 257 academic economists to make probabilistic inferences based on different presentations of the outputs of this statistical tool. The questions concerned the distribution of the dependent variable, conditional on known values of the independent variable. The answers based on the presentation mode that is standard in the literature demonstrated an illusion of predictability; the outcomes were perceived to be more predictable than could be justified by the model. In particular, many respondents failed to take the error term into account. Adding graphs did not improve the inference. Paradoxically, the respondents were more accurate when onlygraphs were provided (i.e., no regression statistics). The implications of our study suggest, inter alia, the need to reconsider the way in which empirical results are presented, and the possible provision of easy-to-use simulation tools that would enable readers of empirical papers to make accurate inferences.


Meu resumo (bem superficial):

A análise de regressão está interessada em verificar a relação entre variáveis dependentes (resultados de algum fenômeno) e variáveis independentes (possíveis causas). Assim, busca encontrar variáveis que tenham algum efeito significativo sobre os resultados. No entanto, ela olha apenas para efeitos médios, o que é insuficiente para realizar previsões probabilísticas, pois não há uma caracterização mais completa da relação entre variáveis dependentes e independentes.

O artigo acima mostra que a maioria dos professores e pesquisadores das melhores universidades do mundo da área de economia não sabem fazer previsões probabilísticas acuradas oriundas de analise de regressão. Como essa técnica está preocupada apenas com relações causais na média,  eles ignnoram a incerteza inerente da variável dependente, condicionada aos valores da variável independente. De maneira mais técnica, os pesquisadores focaram as incertezas das previsões nas estimativas dos parâmetros, mas não no erro padrão da regressão, que corresponde a variância da variável dependente que não pode ser explicada pela variável independente, dada por $(1-R^2$). Em suma, os economistas (e demais pesquisadores de ciências sociais) caem na Ilusão da Previsibilidade oriunda de regressões lineares.


Rir é o melhor remédio

Cantos e dedinho do pé

27 abril 2016

AGU e Normas de Contabilidade

O ex-Advogado-Geral da União, Luis Inácio Adams, tomou uma decisão importante para a contabilidade pública em 2015. Através da Portaria 40, de 10 de fevereiro de 2015, Adams determinou os critérios que a Advocacia-Geral da União (AGU) deveria usar para as ações judiciais contra a União, autarquias e fundações. Não é preciso dizer que esta decisão tem um impacto de muitos bilhões de reais. A AGU passou a usar a portaria para determinar o valor das ações judiciais contra a União. Diz respeito aos riscos fiscais.

Numa empresa, a contabilidade apresenta no seu passivo a perspectiva de perda com ações que correm na justiça. A Portaria 40 trata do mesmo assunto na área pública. O artigo segundo informa que as ações incluem as em tramitação ou já transitadas em julgado. Mas estabelece um limite de 1 bilhão de reais. Ou seja, ações onde o impacto financeiro é menor que este valor não são consideradas na estimativa da AGU. A AGU foca na materialidade, mas será que não esqueceu a relevância. Além disto, a portaria não se aplica a Procuradoria-Geral do Banco Central. Assim, a mensuração dos passivos sujeitos aos riscos fiscais.

O risco é classificado em provável, possível e remoto. No artigo terceiro a portaria lista as características de cada um dos riscos. São critérios objetivos e próximos ao que ocorre na área privada. Mas não é totalmente abrangente, como se espera, pois exclui valores menores e do Banco Central.