Translate

16 dezembro 2014

Corrupção no BNDES



Jornal Opção, 14/12/2014

helio telho (27)

O procurador federal mais temido de Goiás diz que o banco do governo será foco de rombos ainda maiores e desabafa: “Não estamos dando conta de defender a República dos ratos que estão corroendo suas estruturas”

É raro achar um político que goste de Helio Telho Corrêa Filho. Eles têm razão de não ter muita afeição pelo procurador da República: além de já passado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) deixando estragos em várias candidaturas com gastos suspeitos nas eleições de 2004 e 2006, ele não costuma “alisar” com a classe. O fato agravante é que ele usa as redes sociais para dizer o que pensa — e geralmente o que ele pensa é o antônimo do que um questionável ocupante de cargo público consideraria um elogio.

Dessa forma, ele consegue a antipatia de partidários de todas as correntes. Ser tido por tanta gente diversa como “persona non grata” não parece lhe incomodar. Pelo contrário: mostra que o alcance de seu rigor com a coisa pública é imparcial e acaba “doendo” em todos. Ao mesmo tempo em que mostra a vigilância necessária aos fatos sombrios demonstrada nas redes sociais, ele tem também um lado reservado: prefere não falar sobre questões pessoais. “Minha vida particular é muito pouco interessante”, desconversa, embora ele mesmo diga que quem o quer destratar o acusa de gostar de aparecer.

Ao receber o Jornal Opção em sua sala, Helio Telho fez questão de puxar alguns temas por conta própria — embora já estivessem também na pauta. O principal alvo foi a necessidade de uma reforma político-eleitoral adequada. “Hoje as lideranças políticas, sociais e religiosas, em sua maioria, vendem o apoio. Há até mesmo uma tabela. E a cada eleição isso está mais caro”, resume.

O escândalo da Petrobrás ganha outro nome pela boca do procurador: “petropina”, uma junção dos termos “petróleo” e “propina”. “A ‘Veja’ foi de uma criatividade sem tamanho usando o termo ‘petrolão’. O que há é a ‘petropina’, a Petrobrás estava prospectando petróleo com propina.” Mas o pior ainda está por vir, diz ele. “Nós ainda vamos ver o maior escândalo de corrupção. E será no BNDES. Se na Petrobrás havia o TCU [Tribunal de Contas da União] investigando e denunciando fraudes, do BNDES nós não temos nada, não sabemos nada”, alerta Helio Telho, que estabelece até um prazo máximo para os novos podres virem à tona: dois anos

[...]

Cezar Santos — Baseado em sua experiência em estudo de casos, que deve ser vasto, o sr. diria que hoje esse escândalo do petrolão…

(interrompendo) Eu não gosto deste nome. Acho que “petrolão” é falta de criatividade. A revista “Veja” patrocinou esse termo e outros veículos estão seguindo, mas é de uma falta de criatividade sem tamanho. O termo “mensalão” saiu de uma pessoa extremamente inteligente e criativa, um frasista com presença de espírito muito grande, que é Roberto Jeferson [ex-deputado], que foi um dos condenado no próprio caso que batizou. Ele falou em “mensalão” e isso pegou. A “Veja”, por falta de criatividade, não conseguiu arrumar um nome melhor e veio com essa história de petrolão.

Elder Dias — Mas não há um viés ideológico no termo “petrolão”, para colar esse caso com o mensalão?

Pode ser que tenha, mas até nisso é ruim, porque este escândalo é muito maior do que o mensalão. Usando este termo, estão reduzindo este escândalo atual ao tamanho do outro. Acho “petropina” um termo muito mais criativo, porque é petróleo com propina. Ou seja, leva à dedução de que ali a Petrobrás estava prospectando petróleo com propina. Enfim, eu não gosto de petrolão, acho uma falta de criatividade incrível.

Cezar Santos — Se não me engano, pelos valores envolvidos, este pode ser o maior escândalo do mundo. Isso tem procedência, em sua opinião?




Teve um jornal, não me lembro se a “The Economist” ou o “The New York Times”, que disse ser este o maior desfalque, o maior roubo público, em países democráticos de que já se tomou conhecimento. E não é difícil de explicar isso, não, pelo contrário, é até fácil de explicar. Quando a gente tem notícia de escândalo de corrupção no Japão, por exemplo, vemos o corrupto flagrado chorar na televisão, pedir perdão, até cometer haraquiri [termo japonês para designar suicídio]. Ocorre que, em países desenvolvidos, onde o sistema de justiça funciona, o sistema processual penal funciona, o sistema de controle funciona, esses escândalos de corrupção são identificados e punidos quando ainda não cresceram.



É comum, por exemplo, vermos nos Estados Unidos políticos flagrados recebendo propina de US$ 10 mil. Isso aqui no Brasil é insignificante, em termos de propina. Nosso problema é que temos uma cultura de impunidade muito grande. Daí, se formos voltando no tempo, percebemos que os escândalos que se sucedem estão cada vez maiores. Como o escândalo anterior não foi punido, o próximo vai ser maior. Isso é tão obvio e banal que não sei como as pessoas não perceberam isso antes.



No julgamento de um dos habeas corpus do caso Petrobrás, os ministros do STJ se disseram estarrecidos com a quantidade de dinheiro envolvida. Ora, mas esse não foi o primeiro escândalo que chegou ao STJ. Nós tivemos a Operação Castelo de Areia [investigação, feita pela Polícia Federal em 2009, de crimes financeiros e lavagem de dinheiro, tendo como centro operações do Grupo Camargo Corrêa], que o STJ anulou. Se a Castelo de Areia não tivesse sido anulada, mas, pelo contrário, se tivesse chegado a bom tempo, nós não teríamos essa Operação Lava Jato agora. Aquele pessoal da Castelo de Areia é o mesmo que está nessa agora. Se eles tivessem sido punidos lá atrás, não teríamos isso agora.



Nosso sistema é muito permissivo. Por quê? Isso ainda é uma herança, um legado do regime militar. Durante aquele período, muita gente sofreu com os abusos do Estado. Teve gente que foi torturada, que foi presa, que foi “desaparecida”. E teve gente que foi torturada, presa e “desaparecida”. Quando o regime militar cedeu espaço para o civil, tivemos uma Constituinte. Nela, havia vários constituintes que tinham sofrido na pele com a ditadura. E esses constituintes colocaram na Constituição salvaguardas para garantir que ninguém no futuro passasse por aquilo de novo. Tantas salvaguardas contra a atuação punitiva do Estado que hoje não conseguimos punir os criminosos, principalmente aqueles do colarinho branco, que são os que têm mais condição de usar essas salvaguardas. Portanto, essas salvaguardas, que foram feitas para garantir a democracia, a República e o Estado democrático de direito estão, pelo exagero, afundando esse próprio Estado, porque não estamos dando conta de defender a República dos ratos que estão corroendo suas estruturas.


Cezar Santos — O sr. diz que surpreende que as coisas tenham crescido. A coisa não cresceu dentro da Petrobrás justamente porque o “status quo” de poder instalado na República hoje está profundamente implicado e isso serve para financiar o partido do governo e seus aliados privilegiados?


Se o sistema favorece a prática da corrupção, ela vai florescer. E tenho repetido: este ainda não é o maior escândalo que vamos ver. Ainda vamos ter um escândalo maior do que esse. E digo até qual: será no BNDES. Por que sei disso? Estou fazendo investigações, ouvindo escutas telefônicas? Não. Mas é que as coisas são óbvias demais. A corrupção floresce em ambientes onde há muito dinheiro, nenhum controle, muito sigilo e impunidade total. O BNDES está alavancando com mais de R$ 500 bilhões do Tesouro Nacional, fazendo empréstimos a juros subsidiados. Mas não sabemos para quem, quanto foi para cada um e nem quais são as garantias. Por quê? Porque alegam sigilo bancário e, assim, nós não podemos ter acesso. Ou seja, a CGU [Controladoria-Geral da União] não fiscaliza, o TCU [Tribunal de Contas da União] não consegue fiscalizar, o Ministério Público Federal não tem acesso. Ninguém tem acesso. É claro que esse dinheiro está sendo desviado (enfático). É claro que isso é uma cultura para a corrupção. Tudo isso é muito óbvio. Quando conseguirmos abrir a caixa preta do BNDES, a “petropina” vai parecer troco de pinga. Se na “petropina” tinha obra em torno de R$ 70 bilhões em contratos, no BNDES há R$ 500 bilhões, sete vezes mais. Só que na Petrobrás havia o TCU investigando e denunciando fraudes e superfaturamentos, há muito tempo. Mas no BNDES nós não temos nada, não sabemos nada.


O dinheiro, por exemplo, para financiar obras no exterior, por exemplo, em Cuba, chega lá depositado, por exemplo, em um banco do país. E quem está tocando essa obra é a Odebrecht, que foi considerada pela Transparência Internacional a empresa privada de menor transparência entre as grandes, sem qualquer estrutura interna de combate à corrupção. Esse dinheiro do BNDES, então, vai para o banco cubano e é movimentado sem controle nenhum. Como saberemos o que foi feito com esse dinheiro, como poderemos rastreá-lo? Então, o que vemos é como se tivessem arando o terreno fértil, colocando adubo e semeando corrupção. Será que ela vai nascer? É evidente que vai! (enfático)


Portanto, nós ainda vamos ver o maior escândalo de corrupção na República. Esse, sim, será o maior, não tem como ter outro maior só porque a maior quantidade de dinheiro está ali. As medidas que os colegas estão tomando na Operação Lava Jato são úteis, mas não são as únicas nem as mais eficazes. Combate-se a corrupção com punição e prevenção. Primeiro, é preciso evita que a tranca seja arrombada. Temos de ter instrumentos de controle, organismos, entidades e órgãos independentes de controle interno e externo, para ficar auditando esses contratos, ficar avaliando, verificar execução, cobrar prestação de contas e para poder identificar uma eventual situação de irregularidade antes de ela acontecer ou quando ainda estiver no começo. É preciso ter transparência, ou seja, todo mundo tem de ver o que está acontecendo. Porque quem está ali dentro fica constrangido e com medo de ser preso. Se está protegido pelo escuro e pelo sigilo, vai se sentir muito mais à vontade para roubar.


Tem de ter controle e transparência, e também um sistema processual que seja eficaz para punir os casos em que não foi possível prevenir. Aí nós entramos em um problema sério, voltando à questão dos constituintes. Nós temos garantias em excesso, em decorrência disso um processo criminal e judicial que não acaba nunca. A garantia diz que a pessoa não será considerada culpada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. Nos Estados Unidos, o réu não pode ser considerado culpado enquanto não houver prova em contrário. Aqui, não: enquanto não tiver sentença judicial condenatória transitada em julgado. E a pessoa pode recorrer. E há recursos infinitos. Fica nisso, recorrendo, sem deixar transitar. E, assim, nunca será considerada culpada.


Isso não está sendo utilizado somente nos crimes de colarinho branco, a criminalidade violenta também está se aproveitando disso. Por isso as pessoas condenadas logo estão nas ruas. Se é condenado a sete anos, cumpre 11 meses e já sai da reclusão, o sistema favorece todo mundo. Vejo iniciativas no Parlamento para endurecer penas, aumenta-las. Podem até impor pena de morte, três vezes pena de morte para o mesmo individuo. Com nosso atual sistema processual não vamos conseguir executar sequer uma delas, quanto mais as três. É uma enganação quando se vê um político defendendo aumento de pena sem defender uma reforma no sistema processual e de investigação criminal que permita que se faça uma investigação célere, segura — com garantias para o investigado, mas também com possibilidade de obter provas com que consigamos responsabilizá-lo —, um processo de responsabilização com direito à defesa, mas que chegue ao fim, que não seja tão demorado, que não dê margem para manobras que visem fazer o processo prescrever. Se o político não defende isso dessa forma, está apenas enganando.


Cezar Santos — Ou é um político mal informado.


Não acredito em desinformação por parte de políticos. Ninguém assume um mandato sendo ingênuo. O político bobo nasceu morto. Não adianta endurecer a pena se não tiver um sistema processual que funcione. No caso da Operação Lava Jato, está havendo uma situação muito interessante: o sistema está funcionando. Pessoas foram presas e quem está preso não está ali por punição. São prisões processuais: tinha gente ameaçando testemunhas, gente com passaporte escondido de outro país, gente que estava se preparando para fugir com dinheiro lá fora, gente tentando atrapalhar eventual delator que resolvesse delatar, esquemas que continuavam funcionando e as prisões serviram para desarticulá-los. Tudo isso voltado para o processo. O sistema está mantendo essas pessoas presas, porque é preciso. Como tudo está funcionando, essas pessoas que estão presas, a cada dia, estão vendo sua situação mais perto do que foi o caso do mensalão. Muitos dizem que o julgamento do mensalão não adiantou nada, porque, enquanto havia o processo estava ocorrendo a “petropina”. Pelo contrário, adiantou muito, porque, como teve gente cumprindo pena — e tem até hoje, há operadores do esquema que ficarão muitos anos na cadeia —, essas pessoas envolvidas com a “petropina” se veem no lugar daquelas. O mensalão causa o efeito Orloff: quem está na “petropina” estão se vendo no lugar daquelas, com os condenados lhes falando “eu sou você amanhã”. Pensam “poxa vida, amanhã serei eu a pegar 40 anos de cadeia”. Então, estão resolvendo colaborar, em troca de uma melhora nessa situação.

[...]
Cezar Santos — O sr. já percebe um trabalho de desconstrução, ou desmoralização, da figura do juiz Sergio Moro [da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelo processo da Operação Lava Jato]?


Sim, claro. A atuação de Sergio Moro tem sido muito importante no caso, mas, talvez, se pegar a conta da Operação Lava Jato, isso represente 20% do êxito dela. Os 80% restantes estão na conta de quem está investigando de fato — o MPF, coordenando, e a PF, apoiando. Sergio Moro não investiga. Ele é juiz, não tem função de investigação. Está lá, quieto em seu gabinete e então chega um investigador e lhe diz que precisa de um mandado de busca. Ele olha as provas, os fundamentos, verifica tudo e dá o documento. Cumprem o mandado, acham mais coisa e voltam ao juiz. Novamente pedem providências e o juiz autoriza.

Nesses 80% restantes, há uma equipe de sete procuradores da República, de vários delegados, de dezenas de agentes e peritos da PF. Mas a imprensa precisa de um rosto, de uma imagem. Vocês sabem disso mais do que eu. Na configuração do sistema, o juiz é um só, Sergio Moro. Na Procuradoria, há sete pessoas, na PF há uma dezena de delegados e agentes. Não há um “rosto” da PF ou do Ministério Público. Sergio Moro não deu sequer uma entrevista, não soltou qualquer nota e só fala por meio do processo. Mesmo assim, está aparecendo muito, por conta das circunstâncias. Nessa hora, então, aqueles que estão se sentindo atingidos por essa operação vão atacar esse rosto que aparece. Daí vem a tentativa de desconstrução de sua imagem, como buscaram fazer com Joaquim Barbosa [ministro do STF relator do processo do mensalão]. Isso ocorre tanto por parte de políticos como por parte de advogados dos envolvidos. Há, ainda, o braço midiático desse esquema. Isso tudo porque enxergam nele o único alvo certo para promover os ataques.


Nossa advocacia criminal ficou muito mal acostumada no Brasil. A maioria dos grandes criminalistas trabalha somente buscando as nulidades [atos jurídicos que carecem de requisitos fundamentais, por terem sido produzidos com algum vício]. Quando não conseguem resolver a questão em favor de seu cliente na base das nulidades, têm uma dificuldade muito grande para desenvolver outras táticas para atuar no processo. Isso se torna ainda mais difícil para eles em um processo como o da Lava Jato em que as provas são muito robustas. Então, qual passa a ser sua tática? Atacar a figura do procurador, do delegado ou do juiz. Como são vários os procuradores e delegados, não têm um rosto único, optam por questionar a figura do juiz.


Elder Dias — Sobre a questão do exagero de recursos, temos, por exemplo, o empresário Carlos Cachoeira, que já foi condenado. Até quando ele poderá recorrer? Como fica o desfecho de seu caso?

Ele já foi condenado três vezes: tem uma condenação no Rio, outra em Brasília e a maior delas em Goiânia. Ele recorreu e o tribunal não julgou ainda em segunda instância. O desfecho só se dará quando transitar em julgado. Ele só vai cumprir pena nesse caso.

[...]


No BNDES vai estourar mais um grande escândalo. O Ministério Público Federal está exigindo acesso a informações sobre empréstimos do BNDES. O TCU quer que o banco encaminhe ao órgão os processos de concessão da JBS-Friboi

Cezar Santos — Como o sr. analisa o fato de a presidente Dilma Rousseff dizer que a investigação do petróleo — ou “petropina”, como o sr. prefere —, só está acontecendo porque ela mandou?

Acho que é uma forma de propaganda por parte dela. Para começar, não foi Dilma quem mandou investigar. Quem está conduzindo essa investigação é o Ministério Público, em parceria com a Polícia Federal. E ela não manda no Ministério Público, que tem independência, autonomia e investiga se a presidente quiser ou não. A decisão de investigar um crime não é da esfera de atribuição dela. É como se eu, na torcida, dizer que o jogador errou o pênalti porque eu mandei. Pode até ser meu desejo, mas isso independe de mim. Ou seja, é propaganda. A Polícia Federal está sob o comando da presidente — e deve estar mesmo —, mas quem está conduzindo essa investigação é o Ministério Público. A polícia está dando o apoio, e não poderia ser diferente, porque o Ministério Público está cumprindo ordens do juiz; logo, a polícia tem de fazer, em cumprimento de seu papel legal.

É possível dizer que, no passado, esse tipo de investigação não chegaria aonde hoje está chegando. Hoje, temos alguns instrumentos legais que não tínhamos antes. O País desenvolveu muito seu papel de investigação criminal, de troca de informações entre órgãos que têm atribuição de investigação, seja criminal ou não, como a CGU, TCU, Ministério Público, a polícia, o Coaf [Conselho de Con­tro­le de Atividades Financeiras]. E temos leis, que foram promulgadas recentemente por exigência internacional — como a nova lei de lavagem de dinheiro, que entrou em vigor em 2012, e a nova lei de organizações criminosas, que entrou em vigor no ano passado. Essas leis estão sendo usadas em larga escala na Operação Lava Jato. Se não tivéssemos essas leis, não chegaríamos aonde os colegas estão chegando.

Se Dilma teve um mérito nessas leis, foi o de as sancionar. Ela poderia tê-las vetado. Ocorre que o Brasil participa de organismos internacionais, como a Organi­zação Mundial do Co­mércio (OMC), a ONU [Orga­ni­za­ção das Nações Unidas], organizações mundiais de combate à corrupção, que recomendam a adoção de medidas como essas, de forma homogênea, no mundo inteiro. E avaliam o Brasil se está cumprindo essas metas. Dão nota, informando se o País foi aprovado ou não. E essas orientações passam pela estratégia nacional de combate à corrupção e lavagem de dinheiro — que é formada por mais de 60 órgãos e entidades privadas e públicas, que analisam e formulam as propostas de alteração legislativa. Isso vai para o Congresso Nacional, que debate o tema e enxerga que, se não forem aprovadas essas medidas, o Brasil corre risco de retaliação. A propósito, corremos o risco de sofrer retaliação internacional por não ter aprovado uma lei que criminaliza o terrorismo e seu financiamento. Isso está sendo avaliado agora e pode jogar a nota do Brasil lá para baixo. Estamos evoluindo, essa é uma fase. Preci­sa­mos evoluir mais, principalmente na questão do processo criminal, do processo de improbidade, porque isso tem de ter um fim. As pessoas condenadas precisam cumprir a pena, senão teremos escândalos cada vez maiores. E já precisamos arrumar um nome para o escândalo do BNDES, quando ele aparecer, senão a “Veja” vai usar a criatividade zero dela antes novamente, para batizá-lo. (risos)

Elder Dias — O sr. acha mesmo que esse escândalo realmente vai aparecer? É uma bomba-relógio, questão de tempo?

Sim. Nos próximos dois anos, talvez até antes. Digo isso porque já existem ações do Ministério Público Federal exigindo acesso a essas informações. Algumas dessas ações já foram julgadas em primeiro grau e nós ganhamos. A Justiça Federal, em Brasília, mandou o BNDES colocar tudo na internet. Houve um recurso interposto e essa decisão não pode ser executada enquanto esse recurso não for julgado. Teve também uma determinação do TCU para que o BNDES encaminhe ao órgão os processos de concessão da JBS-Friboi, mas o BNDES disse não. Agora, o TCU ameaça multar o presidente do BNDES [Luciano Coutinho] se não houver o encaminhamento. Para não ser multado, ele terá de ir ao Supremo Tribunal Federal pedir salvaguarda contra a ação do TCU. Então, o STF vai decidir se o TCU deve ou não ter acesso a isso. O STF provavelmente decidirá que deve ter, porque é dinheiro público e a Corte tem reiteradas decisões no sentido de que não há sigilo bancário quando se trata de dinheiro público. Aplicando essa jurisprudência, quando o TCU perceber o que há ali, a bomba vai estourar.

Fonte: aqui

Malcom Gladwell acusado de plágio



writer for the New Yorker for almost two decades, Malcolm Gladwell has made a name for himself peddling social theories that attempt to explain our world in simple-to-understand and incorrect ways. Has your boss ever sat you down to explain who in the office is a Connector or a Maven? Have you heard Macklemore rap about the “10,000 hour rule,” which professes that you can become an expert at something by logging that much practice? You can thank Malcolm Gladwell.

Plenty of criticism has been written about Gladwell’s theories, usually along the lines of Gladwell being guilty of “pseudo-profundity.” The 10,000 hour rule in 2008’s Outliers? Bunk. The idea in David and Goliath that maybe you should wish dyslexia on your child for a competitive edge? Zero proof. Virtually every one of Gladwell’s ridiculously popular books has been met with criticism for playing fast and loose with the facts and using anecdotes as evidence of some larger truth. Other criticisms have drilled down extensively on Gladwell’s professional origins as a unabashedly corporate-friendly journalist who has defended everything from tobacco companies to performance-enhancing drugs.

But few have questioned the originality of Gladwell’s work in The New Yorker. After reviewing a very small sample of his articles from the last few years, we’ve found a few that lifted quotes and other material without attribution. One column in particular appears to have lifted all of its material on a historic civil rights protest from one book written 40 years earlier.

We wondered how Gladwell, with a less than stellar reputation for accuracy, managed to operate at the New Yorker. As it turned out, he usually didn’t – at least not physically. A 2008 New York profile described Gladwell’s work arrangement:

A couple of miles north in Times Square are Gladwell’s editors at The New Yorker, who don’t see him in the office very often—owing to his self-professed “aversion to midtown”—but who grant him a license to write about whatever he chooses and accommodate him with couriers to pick up his fact-checking materials, lest he be forced to overcome that aversion.

These couriers must have been stuck in traffic a year earlier when Gladwell wrote an article incorrectly claiming that the authors of “The Bell Curve” had called for Americans with low I.Q.s to be “sequestered in a ‘high-tech’ version of an Indian reservation.” The New Yorker was forced to append the article with a correction: “In fact, [the authors] deplored the prospect of such ‘custodialism’ and recommended that steps be taken to avert it.” How had it happened? As Remnick told Upstart, “Malcolm thought he was sure of what it said, and we went with it, and we were wrong, and we corrected it.” But nonetheless, he claimed, “Malcolm doesn’t have a quote-unquote problem with the checking department.”

Remnick might want to revisit with his fact checkers about that. The articles excerpted below were all published in the last four years.


Continua aqui

Petrobras terá socorro de 9 bilhões

Danilo Fariello, Geralda Doca, Cristiane Bonfanti e Henrique Gomes Batista

O Globo, 12/12/2014

Dinheiro quitará dívida com Eletrobras. Para analistas, medida resolve "esqueleto" criado por MP do Setor Elétrico

Antes da posse da nova equipe econômica, que promete ser mais austera, o governo federal valeu-se de mais uma manobra para reforçar o caixa da Petrobras e aliviar as contas da Eletrobras, que também enfrenta dificuldades financeiras. A empresa do setor elétrico tem dívida de cerca de R$ 9 bilhões junto à petroleira decorrente do fornecimento de combustível para as usinas térmicas da Região Norte. Com a operação, confirmada ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e antecipada pela "Folha de S. Paulo", o governo vai autorizar a Petrobras a captar recursos no mercado por meio de papeis lastreados nessa dívida e com a garantia do Tesouro. Como possui uma dívida de R$ 6 bilhões com a Eletrobras, o Tesouro vai bancar a maior parte dessa operação. A emissão de títulos deve ocorrer ainda neste ano.
Segundo analistas, além de afetar as contas públicas, a operação mostra que há esqueletos que podem representar trabalho adicional ao futuro ministro Joaquim Levy. A dívida da Eletrobras remonta à decisão da presidente Dilma Rousseff de baratear a conta de luz em 2012 por meio da Medida Provisória 579. Nivalde de Castro, da UFRJ, lembra que o governo tentou desonerar a conta de luz tirando encargos como a chamada CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) - atual Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - que era uma forma de todos os consumidores subsidiarem a energia elétrica de alguns estados da Região Norte, que têm geração de energia mais cara, a diesel e óleo.

Para que não houvesse grande diferença tarifária entre estes clientes e o resto do país, o valor arrecadado pela CCC diretamente pela Eletrobras compensava a compra de combustível da Petrobras para quitar esta conta. Mas com a extinção da CCC, a conta ficou para ser paga pelo Tesouro Nacional.
Segundo Lobão, R$ 6 bilhões do total da emissão referem-se a valores que o governo federal já deveria ter transferido. A previsão do governo não é de desembolso imediato . Esses valores e seus custos deverão ser parcelados em até 120 meses, sendo posteriormente pagos pelos consumidores de energia elétrica ou pelo Tesouro Nacional, por meio da CDE.bb vê "oportunidade"Imersa em uma grave crise, a Petrobras poderá, por meio desta operação, captar recursos sem ter de aumentar sua dívida líquida. Sem esse aval do governo, a Petrobras correria o risco de não conseguir levantar os recursos ou ter de pagar juros muito elevados em razão das denúncias de corrupção.

- Assina-se o contrato de reconhecimento da dívida entre Eletrobras e Petrobras com o aval do Tesouro Nacional e aí a Petrobras vai ao mercado financeiro emitir papel. Com a garantia do Tesouro - explicou Lobão.

O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, disse ontem que as instituições financeiras brasileiras têm apetite em participar da operação.

- É uma oportunidade para os bancos, já que a Petrobras não vai conseguir captar no mercado externo. É a maior empresa brasileira, mas que está com dificuldade em acessar o mercado externo. Vai ter um interesse óbvio - afirmou ontem, apos encontro anual da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Para Bendine, a operação não oferece risco:

- A empresa não publicou balanço por causa do processo de investigação. Mas todos os bancos brasileiros conhecem a situação de caixa da Petrobras.

Para a professora de Economia Margarida Gutierrez, da UFRJ, o governo não tinha outra solução:
- Trata-se de um problema criado no passado, o governo tinha de assumir este esqueleto, pois a outra alternativa, não fazer nada, significaria quebrar de vez o setor elétrico. Mas isso mostra os graves problemas do setor elétrico brasileiro - disse.

pagamento de terceirizados

Raul Velloso, especialista em contas públicas, destaca que estes esqueletos serão um desafio a mais para as contas públicas:

- Há vários esqueletos rondando o governo, que só conhecemos na hora que saem do armário. Temos de enfrentá-los, mas o importante é matá-los de vez, e não deixar estes esqueletos vivos, gerando filhotes que serão novos problemas no futuro - disse.

Ontem, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que é conselheira da Petrobras, disse que os investimentos no pré-sal terão continuidade e que o patamar atual do preço do petróleo - que fechou a US$ 63,68 ontem - permite a manutenção da carteira de negócios da empresa.

O governo quer ainda que a Petrobras assuma as dívidas com trabalhadores terceirizados de empresas prestadoras de serviço, cujos contratos estão sendo revistos por suspeitas de irregularidades apontadas na operação Lava-Jato. A medida, defendida pelas centrais sindicais, prevê que a Petrobras deposite os valores devidos, numa espécie de adiantamento, e depois desconte as quantias do montante a ser pago a esses fornecedores. Os trabalhadores seriam beneficiados porque poderão receber mais rapidamente, sem precisar recorrer à Justiça.

Para firmar um acordo com abrangência nacional, o Planalto quer o aval do Ministério Público e da Advocacia-Geral da União (AGU). Os detalhes serão discutidos na próxima segunda-feira em reunião coordenada pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com a presença das autoridades envolvidas e sindicalistas.

Anteontem, trabalhadores das obras da Refinaria de Abreu e Lima (PE) conseguiram fechar um acordo para o recebimento das verbas trabalhistas, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (6ª região), com o sindicato da categoria, a Petrobras e as empresas contratadas. Segundo a Força Sindical, há problemas com trabalhadores terceirizados de prestadores de serviço da Petrobras na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Rio (Comperj).

Cerca de mil trabalhadores do estaleiro Enseada Indústria Naval realizaram passeata ontem no centro comercial de Salvador e ato em frente à sede regional da Petrobras, em protesto contra 470 demissões no estaleiro, localizado em Maragogipe. O estaleiro tem entre os sócios companhias que estão sendo investigadas na Operação Lava-Jato, como Odebrecht, OAS e UTC.

PLR da Petrobras

Segundo o Valor Econômico, a não divulgação dos números da Petrobras pode ser um sinal de que a empresa pode estar se preparando para um cenário pior:

A medida também foi considerada a mais prudente depois de uma correspondência dos advogados americanos ter alertado, na quinta-feira, sobre os riscos de se divulgar uma baixa que poderia ser ampliada devido ao aprofundamento das investigações. Isso poderia prejudicar a estatal no processo movido contra ela nos Estados Unidos por acionistas minoritários. O adiamento não poderia ter sido antecipado ao mercado porque o assunto precisava ser levado ao conselho.

Um aspecto não menos importante, que tem sido desprezado da análise: a participação dos lucros. Segundo o balanço de 2013, esta participação correspondia a 4,5% do lucro. Isto correspondeu a 5,6% da remuneração total. Em termos de valor representa R$1 bilhão. Tendo 86 mil funcionários, representa R$11 mil por funcionário em média. Sem apuração do lucro, sem participação, certo?

Teoria dos Homens Idiotas

Saiu no HypeScience:



Um novo estudo comprova o que pelo menos alguns de nós podem ter suspeitado por muito tempo: homens são idiotas e fazem coisas estúpidas.

Essa é a premissa de Teoria dos Homens Idiotas, publicada em um artigo no “BMJ”, o antigo “British Medical Journal”. O estudo analisou os vencedores do Prêmio Darwin, que é atribuído a pessoas que morrem de forma tão idiota que “a sua ação assegura a sobrevivência a longo prazo da espécie, permitindo seletivamente que um idiota a menos sobreviva”.

O estudo analisou 318 casos, dos quais 282, ou 88,7%, envolviam homens. Os autores destacam as limitações do estudo, incluindo a sua natureza retrospectiva, o viés de seleção – mulheres podem ser mais propensas a nomear homens – e o viés dos relatos – é possível que candidatos do sexo masculino possam ser mais interessantes para a imprensa do que os candidatas do sexo feminino.

“Apesar dessas limitações, não pode haver dúvida de que os vencedores do Prêmio Darwin parecem fazer pouca ou nenhuma avaliação real do risco ou tentativa de gestão de risco [das situações nas quais se colocam]”, explicam os pesquisadores. “Em alguns casos, a inteligência do vencedor do prêmio pode ser questionada. Por exemplo, os funcionários de um escritório que assistiam a um trabalhador da construção civil demolir um estacionamento no lote adjacente devem ter questionado a inteligência do homem. Depois de dois dias de especulação no escritório – ‘Como é que ele planeja remover o apoio final para que o estacionamento seja destruído em segurança?’ – eles descobriram, no terceiro dia, que ele não tinha um plano e a plataforma de concreto ruiu, esmagando-o até a morte e achatando sua mini-escavadora”.  
:o

Ainda não é o suficiente para você? Outros exemplos de vencedores anteriores citados no estudo são o homem que deu um tiro na cabeça com “caneta espiã” para mostrar a seu amigo que o objeto era real e o terrorista que enviou uma carta-bomba com o endereço incorreto e, quando a correspondência voltou, abriu-a.

Caso você esteja se perguntando, todos os autores do estudo são homens. Eles incluem Ben Alexander Daniel Lendrem, um estudante de 15 anos da Escola King Edward VI em Morpeth, Inglaterra, e seu pai, Dennis William Lendrem, do Instituto de Medicina Celular, em Newcastle.

Ainda é um mistério, contudo, porque exatamente os homens agem desta forma, questão que confunde os investigadores. “É intrigante que os homens estejam dispostos a assumir tais riscos desnecessários – simplesmente como um rito de passagem, em busca de estima social do sexo masculino ou apenas em troca do ‘direito de se gabar'”, escrevem.

O estudo acrescenta que, presumivelmente, o comportamento idiota confere alguma vantagem seletiva, ainda não identificada, para aqueles que não se tornam vítimas de suas próprias idiotices. “Até que a Teoria dos Homens Idiotas nos dê uma explicação completa e satisfatória do comportamento idiota masculino, serviços de emergência hospitalar vão continuar a arcar com as consequências”.

O trabalho termina com a advertência habitual sobre mais pesquisas serem necessárias para explicar as diferenças entre homens e mulheres, mas oferece um conselho sazonal para pesquisas futuras: “Com a época festiva chegando, pretendemos seguir com estudos observacionais de campo e um estudo experimental – homens e mulheres, com e sem álcool – no ambiente semi-naturalista da festa de Natal”.

Esperamos ansiosamente o que vem por aí. [NPR, BMJ]

15 dezembro 2014

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Certificado Internacional em Contabilidade Pública (IPSAS)

Building financial skills, capability and capacity for the public sector is a key aspect of economic development and public accountability, says ACCA (the Association of Chartered Certified Accountants) as it launches the Certificate in International Public Sector Accounting Standards (Cert IPSAS).

According to a press release, the ACCA Cert IPSAS is specifically developed for public sector organisations to train their staff so they can meet the challenges of implementing IPSAS – the global accruals-based accounting standards used for the preparation of general purpose financial statements by governments and other public sector entities.

ACCA believes that given the pace of change and size of expenditure in the public sector, it is critical that finance professionals working in the sector are equipped with the right skills and competencies to deal with the challenges ahead.

Informações sobre a certificação:

The ACCA Certificate in IPSAS (Cert IPSAS) has been specifically developed to help you meet the challenges of implementing IPSAS – the global accruals-based accounting standards used for the preparation of general purpose financial statements by governments and other public sector entities.

The Cert IPSAS qualification:

-examines the fundamental requirements of accruals-based International Public Sector Accounting Standards (IPSAS) on a standard-by-standard basis, for the benefit of preparers, auditors and users of financial statements

-provides guidance on how to use IPSAS in practice, with the aid of questions, cases and interactive exercises

-explains the difference between the cash basis IPSAS and accruals-based IPSAS

-provides an overview of how IPSAS are used around the world

-explains the workings of the International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB) and how these are developing.

Cert IPSAS includes both an online test and course. It has been designed so that it can be studied flexibly to fit in with work and life demands. The high quality course and assessment materials can be accessed using both personal computers and tablets.

Mais informações aqui

Read more: http://www.theborneopost.com/2014/12/09/acca-launches-cert-ipsas-to-benchmark-finance-professionals/#ixzz3LiKq1lyy

Desgovernança Corporativa no Petrogate

Diário do Poder: 12 de dezembro de 2014 

Passada a exaltação de ânimos provocada pela justificada indignação nacional com a sequência de revelações do escândalo “petrogate”, o affair merece uma análise sóbria de suas implicações  e alcances institucionais.

A Petrobras, embora referida na imprensa como uma estatal, a rigor é uma sociedade de economia mista dada a composição público-privada de seu capital. Como tal, está inserida num híbrido e complexo marco legal e regulatório. Rege-se pela lei de sociedades por ações, pela regulação das empresas de capital aberto, mas pauta-se também pelo direito administrativo. Consequentemente deve ater-se à legislação sobre licitações públicas assim como às normas da Comissão de Valores Mobiliarios (CVM) e da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) onde são negociadas suas ações, portanto subordinando-se simultaneamente a regras de governança pública e corporativa. No que tange a licitações, a Petrobras desde de 1998 ampara-se no Decreto 2745 que lhe faculta isenção das exigências da lei 8.666 sobre licitações públicas de 1993, simplificando o processo licitatório e aumentando sua competitividade com outras empresas do setor a partir da abolição de seu monopólio do setor. Esta simplificação permite à Petrobras, por exemplo, a simples tomada de preços entre três fornecedores, facilitando também irregularidades. Entretanto, devido à suspeita sobre a lisura deste processo simplificado, há inúmeras ações pendentes no STF,  contra a Petrobras devido à não aplicação da Lei 8.666. A mais antiga tramita há nove anos no Tribunal, sem que ainda tenha sido julgada. A demora tem permitido que a Petrobras descumpra as determinações do TCU com base nas liminares concedidas pelo STF. Um recente levantamento preliminar do TCU mostra que 60% a 70% das aquisições da Petrobras foram realizadas sem licitações, num total de R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões no período entre 2011 e 2014.
O escândalo adquiriu caráter  de corrupção na medida em que a midia revelou alegações de saqueamento de seu capital mediante super faturamento e propinas vinculados a contratos de prestação de serviços e obras, facillitado pelas flexíveis normas de licitações públicas. Isto provocou a animosidade de segmentos do povo brasileiro, seus “proprietários” lato sensu. Impulsionada pela indignação popular veiculada pela imprensa nacional e internacional, seguiu-se uma diligente campanha investigatória e de fiscalização que tem enquadrado policialmente vários suspeitos destes ilícitos. Alguns dos acusados ampararam-se na proteção de delação premiada, que vêm revelando os alcances e meandros da artimanha estelionatária e de corrupção política, já que os acusados teriam sido indicados por legendas partidárias da base aliada do governo. 
No contexto de direito administrativo as transgressões por omissão ou comissão imputadas ao Conselho de Administração da empresa e aos seus diretores, seriam enquadradas como crimes de improbidade administrativa. Esta face do affair, cujos desdobramentos políticos serão conhecidos à medida que o processo investigatório e criminal  avança não é objeto destes comentários. Interessam-nos mais as implicações de governança corporativa que têm sido objeto de escassa análise na imprensa nacional.
Como uma sociedade por ações de capital aberto (companhia aberta), embora o seu maior detentor de capital seja a União, há que considerar também os interesse de seus acionistas minoritários, representados no Conselho de Administração da empresa. Entre estes estão, além dos acionistas cujas ações são negociadas na BOVESPA, os que detêm ações na forma de ADRs “American Depositoy Receipts”, que constituem certificados, descontáveis em certos bancos norte-americanos, que comprovam propriedade destas  ações, negociados na NYSE (Bolsa de Valores de Nova Iorque). Neste contexto, estes desvios de conduta do Conselho e de seus diretores são caracterizados como falhas corporativas do dever de diligência (“due diligence”), tanto dos seus membros como de seu Presidente, e de estelionato no caso dos diretores que se locupletaram com propinas. 
Estas transgressões, devido ao marco legal híbrido da empresa, enquadram-se nos códigos civil e criminal assim como violações de normas da BOVESPA e da CVM.  Caberia ao representante dos acionistas minoritários apontar e combater judicialmente os desvios do dever de diligência do Conselho e do seu Presidente mediante decisões que chancelaram os ilícitos.  Caso este representante tenha acompanhado o Conselho nestas decisões, caberia a sua substituição por renúncia ou iniciativa  dos acionistas minoritários mediante uma ação de classe- “class action”. 
As investigações e respectivos enquadramentos a nível nacional deste quadro de transgressões de governança corporativa até o presente não têm merecido muita atenção da imprensa nacional.   A desconhecida reação destes órgãos reguladores e fiscalizadores, mormente da CVM e do representante, no Conselho, dos acionistas minoritários pasma face às iniciativas de seus homônimos internacionais. Como se deu a conhecer recentemente na imprensa nacional, a NYSE, impulsionada pela SEC, exigiu uma auditoria investigatória (“forensic audit”) para comprovar e apurar as dimensões das alegadas fraudes licitatórias causadoras de consideráveis danos ao capital da empresa e consequentemente lesivas aos detentores de suas ações (ADRs) negociadas na NYSE. 
Igualmente, a SEC recentemente intimou a Petrobras a fornecer documentação para a sua própria investigação criminal. Isto naturalmente como parte do cumprimento das obrigações legais e estatutárias deste órgão em beneficio do interesse dos detentores de ações da Petrobras negociadas na NYSE e não provenientes de decisões governamentais. Face ao desconhecimento  se algo semelhante foi ou está sendo feito pela CVM e/ou BOVESPA, poderia caraterizar-se também como negligência preocupante destes órgãos, especialmente se comparados com os respectivos dos Estados Unidos que já estão atuando. 
Da mesma forma, a justiça norte-americana já iniciou processo que corre em sigilo de justiça para apurar se na compra da refinaria de Pasadena no estado do Texas houve, por parte da Petrobrás, violação da legislação norte-americana sobre corrupção internacional (“Foreign Corrupt Practices Act”) que penaliza severamente empresários que subornem funcionários governamentais no exterior. Estas ocorrências, agravadas pela permanência na presidência executiva da Petrobras do mesmo funcionário durante estas práticas ilícitas, refletem outra deficiência da cultura de governança corporativa, que merece correção. As consequências deletérias de tais deficiências são por demais conhecidas. As que impactarão diretamente na Petrobras, além da enorme perda do valor de seu capital acionário detido por investidores nacionais e internacionais, serão as dificuldades crescentes de levantar no mercado financeiro internacional os recursos  que requer para dar continuidade aos seus investimentos. 
Caso a auditoria em curso pela Price Waterhouse Coopers, requerida pela NYSE, apresente um relatório com muitas reservas (“qualifications”), a NYSE poderá excluir suas ações, que não mais poderão ser negociadas nela. Adicionalmente, o desfecho do “petrogate” deverá pesar consideravelmente num possível “downgrade” (rebaixamento) pelas agências de classificação do grau de risco de investimento concedido ao Brasil, com consequências nefastas para a credibilidade do país e as condições de sua recuperação econômica.
Frente a tantas deficiências institucionais tanto na esfera pública como corporativa, o que resta de animador para a opinião publica brasileira é somente a tenacidade e perseverança com que órgãos de estado – não de governo- como a Polícia Federal, o Ministério Público e a Controladoria Geral da União, entre outros, têm dedicado ao saneamento ético e moral que os brasileiros tanto esperam de suas lideranças governamentais e corporativas.
Rogerio F. Pinto é doutor em Administração pela Universidade do Sul da Califórnia, mestre em Ciência Política pela Universidade da Carolina do Norte e especialista em Finanças Municipais na Universidade de Harvard. Atualmente aposentado, foi durante várias décadas gerente de projetos de desenvolvimento e analista institucional do Banco Mundial em Washington

14 dezembro 2014

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Pico Iyer: A arte da quietude

O lugar que o escritor viajante Pico Iyer mais gostaria de visitar? Lugar nenhum. Numa meditação contra-intuitiva e lírica, Iyer analisa a incrível descoberta que surge quando reservamos um tempo para a quietude. Em nosso mundo de movimento e distrações constantes, ele revela estratégias que todos podemos usar para reservar alguns minutos de cada dia, ou alguns dias de cada estação. É a palestra para todos que se sentem sufocados com as demandas de nosso mundo.

Contadores, livros, séries...

Eu tive depressão pós-eleições. Quem mais? o/



Em algum momento tirei férias do blog e ensaiei voltar várias vezes, mas o meu ânimo não estava contagiante, ou querendo ler qualquer notícia, ou a fim de ligar o computador (quando podemos nos dar ao luxo). Então eu entrei numa fase maratona série e livros muito boa. E aí a vergonha na cara bate, as férias acabam e o que fica para contar aqui? Eu vou te contar que:

1) em algum momento eu sabia que eu achava que o Chandler, de Friends, era-mas-não-era contador. Aí eu percebi (acho que na terceira temporada) que eu achava isso porque em um episódio o Joey fala “mas você não é contador!?” e o Chandler fica abismado com a pergunta, se vira para os outro procurando solidariedade àquela indignação e no fim percebe que ninguém sabe o que ele faz. Ele é processador de dados, analista de sistemas, ou algo similar ... (na verdade ele é analista de estatística e, posteriormente, publicitário), mas eu tinha em algum momento eu tinha ficado com a impressão (!!!) que tinha rolado algo sobre contabilidade relacionada ao Chandler e aí está. Respondida a minha dúvida: só fiquei com a impressão porque o Joey achava que ele era contador. 

Ninguém sabia a resposta
2) a Marian Keyes tem algum trauma com contadores porque eles sempre são os personagens ruins das histórias. Eu já separei alguns trechos (sério... acho que em todo livro tem um!) para colocar aqui, mas no fim achei que não valia a pena. Estou para mandar um e-mail perguntando qual o problema dela! Vai encarar!? - Em tempo: Acabei de descobri que ela é contadora! \o/ Aí sim... tudo bem. Explicado.... Na verdade ela é uma ex-contadora... atualmente ela é cheia da grana e escreve chick-lits. 
Ex-contadora. Atual milionária.

3) o irmão da Amy Poehler começou uma série (Welcome do Sweden) na qual ele é um contador de celebridades nos Estates, tem grana, sucesso e tudo mais, mas larga tudo para ir morar na Noruega com a namorada. ... Não gostei. Eu me esforcei, mas não achei legal. Alguém heroicamente assistiu mais que dois episódios e achou que valeu a pena? Num esforço profundo assisti a mais alguns.porque eu realmente queria que fosse legal.. Talvez o meu humor não estivesse no grau exigido para comédias Poehlerescas.

4) Eu não entendo a contabilidade de Two Broke Girls. Sobre isso farei uma postagem maior (e não menos inútil). No fim da série o valor da poupança raramente corresponde ao que ocorreu no episódio. Ainda bem que isso é um blog e eu não posso ver a reação das pessoas que estão lendo isso. Mas, já me defendendo, ia ser tão legal se tudo batesse! Em vários episódios tudo dá errado, elas gastaram grana e a poupança aumenta! Mas mesmo assim... eu gosto de acreditar que é por causa daqueles momentos em que não estamos olhando... hummm... Eu não me lembro. Eu escrevi as minhas desculpas para elas nos rascunhos das contabilizações (tipo o pagamento de despesas... provavelmente não seria interessante gravar um acena com o único propósito de explicar as movimentações financeiras) e colocarei quando fizer a postagem sobre a série.
O primeiro "investidor" foi um sem-teto
5) Estava conversando com um professor e comentei como Economia é divertida. “Tragédia dos Comuns” é um nome tão poético! Em contabilidade não temos conceitos dramáticos assim (ou temos?). Fica a dica... Vale ler Shakespeare e colar!

6) Em Supernatural (AMEI o 200th episódio: FanFiction), acho que na oitava temporada, um dos personagens, o Sam, está em um relacionamento sério. Daí claro que chega a hora de conhecer o pai da garota... que fica sabendo que ele estudava em Stanford e se anima achando que tem um genro contador, mas Sam corta o coração do sogrão explicando que largou a faculdade. Viu só? Sonho de genro: um contador. Houve algum outro acontecimento legal, mas eu não anotei e já me esqueci. Fica para as próximas férias... próxima maratona de Supernatural.

7) Em Big Little Lies, da Liane Moriarty, uma das personagens é “guarda livros”. Não tem spoiler: Ela teria se formado em direito, mas engravidou e vieram as complicações da vida. Hoje ela ajuda a organizar a papelada contábil de micro empresários. É um livro de ficção que ficou em segundo lugar no prêmio do site Goodreads. Em primeiro lugar ficou Landline da Rainbow Rowell (será que esse nome é fictício? Será que os pais dela realmente a nomearam Arco-Íris?). 

Como gostei do livro da Moriarty fui ler o que ficou em primeiro porque provavelmente seria ainda mais legal né? Não. Se considerarmos as minhas expectativas e o fato de que é um prêmio de um site no qual os leitores votam (e como votar no melhor livro de certo tema se você não leu todos os que estão concorrendo), além de ser em inglês e talvez levar em consideração muitos aspectos culturais... pois é... não foi a experiência literária que achei que seria. Em minha opinião não acontece nada no livro Landline. É a típica história que vai virar um filme estilo o melhor amigo da noiva. 

Enfim... Big Little Lies é legal, Landlane é sessão da tarde. (Ah! E "Me Before You" da Jojo Moyes me deixou deprimida por uma semana. que livro é esse!? Em português é algo como "quem eu era antes de você". Eu ouvi a versão do audible (ebook). a narradora é ótima, a história é péssima. Super não leia, ouça, etc!)

8) O blog Ciência Informativa é novo, não fala de contabilidade, mas vale a visita. Os autores estão se esforçando para publicar uma ciência acessível a todos e é a nossa cara. Anote aí: http://ciencia-informativa.blogspot.com.br/

Débitos e créditos,

Isabel

13 dezembro 2014

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Executivo da Satyam é condenado por fraude contábil

Lembram da Satyam? Era uma grande empresa de terceirização da Índia, que manipulou suas demonstrações, em especial as receitas. Os auditores da PwC já tinham recebido punição da justiça indiana, apesar da alegação que não existia relação entre os parceiros locais, que auditaram a empresa, e a big four. Agora o fundador da empresa, Raju, foi condenado a uma pena de prisão de seis meses, além de multa. (É bem verdade que a multa é menos de 20 mil dólares)

Atraso nas normas de reconhecimento da receita

Conforme já tínhamos indicado anteriormente neste blog, o Fasb está considerando atrasar o início da implantação da norma de reconhecimento da receita. Esta norma foi elaborada em conjunto com o Iasb. Segundo o Journal of Accountacy apesar da previsão de início de implantação aprovada ter sido 15 de dezembro de 2016, o Fasb está pensando em atrasar em razão de aspectos específicos da norma.

É importante lembrar que apesar da norma entrar em vigor no final de 2016, para fins comparativos isto significa a adoção já em 2015. Além disto, tudo indica que o Fasb deverá estabelecer normas adicionais para orientação das empresas.

Já o Iasb informou que não recebeu nenhuma solicitação para postergar o início da norma.

Desvio na Petrobras foi de R$20 bilhões

Talvez nunca teremos uma medida precisa dos problemas da empresa Petrobras. Mas o Valor arrisca um número:

O esquema de corrupção na Petrobras pode ter atingido pelo menos R$ 20 bilhões, informaram ao Valor fontes de diferentes procedências envolvidas na operação Lava-Jato, que investiga desvios de recursos na estatal.

Sabe-se que ao menos R$ 11,5 bilhões foram identificados como "movimentação financeira atípica" pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda.(...)

Arresto de ativos da KPMG

Na quarta-feira o Valor Econômico informou que a justiça de São Paulo manteve o arresto de ativos da KPMG referente a falência do banco BVA.

"Entendeu-se que a KPMG de alguma maneira tem responsabilidade e que, por ora, essa responsabilidade não é afastada. Eles vão ter o direito de se defender no processo", afirmou o promotor Marco Antonio Marcondes Pereira, autor da ação contra a KPMG.(...)

Em julho, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decretou o arresto dos bens da auditoria e de todos os réus envolvidos no processo. Com a medida, o juiz Daniel Carnio Costa, que assinava a decisão, disse que a intenção era evitar o risco de que o patrimônio dos reús desaparecesse durante o curso da ação, prejudicando o ressarcimento do prejuízo, estimado em R$ 1,8 bilhão.


Isto representa uma visão nova: até então, as auditorias não eram responsáveis pelo que assinavam.

93% de chance do Default da Venezuela

As operações de dívida externa geralmente pagam um seguro, que cobre o risco da operação. Num seguro de um automóvel, a seguradora cobra mais do motorista imprudente ou que possui um ativo com mais chance de ter um roubo. O mesmo ocorre com as operações de dívida. A partir do preço deste seguro é possível calcular a probabilidade de default de um país.

Usando esta informação é possível afirmar que a Venezuela possui uma chance de 93% de entrar em default, ou seja, dar um calote na sua dívida.

Auditoria e Luxemburgo

As grandes empresas de auditoria estão sendo acusadas de montar um esquema de "planejamento tributário" para diversas empresas multinacionais, incluindo a Walt Disney e Koch. O tema já gerou até um verbete na Wikipedia.

Inicialmente a Price parecia ser a mentora do esquema, mas investigação indicou que as outras grandes empresas (EY, Deloitte e KPMG) também montaram operações que passavam por Luxemburgo, um pequeno país europeu que fica perto da Holanda. (Em novembro este blog postou sobre o tema, com um vídeo explicativo).

Diante das evidências do esquema, o chefe da PwC afirmou que não mentiu sobre o assunto e mantem o que disse anteriormente.

Habib´s

A rede de restaurante Habib´s está sendo investigada por sonegação fiscal. Segundo informação do Estado de S Paulo a investigação começou com uma denúncia de um franqueado e compreende subfaturamento das notas de entrada, venda sem documento fiscal e problemas na classificação dos produtos, gerando um pagamento menor de tributos.

Propina

A empresa Dallas Airmotive pagou, através de uma subsidiária brasileira, propina para funcionários da Força Aérea Brasileira e um funcionário do governo de Roraima, entre 2008 e 2012. A empresa reconheceu o pagamento. Pelas leis dos Estados Unidos contra a prática de corrupção no exterior, o pagamento influencia na competição da empresas e é punido.

Mais Capital

No fim do terceiro trimestre, o J.P. Morgan tinha uma relação de capitalização de nível 1 sobre o capital ordinário de 10,1%, sob as regras totalmente implementadas do Comitê da Basileia para a Supervisão Bancária. Isso significa que ele precisará de mais de US$ 20 bilhões, com base em ativos ponderados pelo risco de US$ 1,61 trilhão, para atender o novo padrão de 11,5% exigido, se o banco cair no grupo de maior risco. (Fonte: Valor Econômico, 11 de dez de 2014)

O regulador dos Estados Unidos resolveu impor uma taxa maior que as regras internacionais.

Banco do Brasil e CBV



Saiu no Jornal do Brasil:

Na última quinta-feira (11), o Banco do Brasil anunciou que iria desfazer a parceria de 23 anos com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) graças ao relatório divulgado pela Controladoria Geral da União (CGU) que aponta irregularidades na gestão do dinheiro público investido no esporte. Ao todo, 13 contratos dos anos de 2010 a 2013 apresentaram irregularidades. A soma de todos esses contratos chega à casa dos R$30 milhões.

[...]




Entre as irregularidades apontadas pela CGU estão pagamentos para empresas que possivelmente são fantasmas e que pertencem aos genros do ex presidente da CBV e atual presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIV), Ary Graça. Além disso, o órgão do Governo Federal apontou que os bônus relativos às performances não eram repassados aos atletas.




O Banco do Brasil afirma que retomará o patrocínio assim que a CBV adotar as recomendações que foram solicitadas no relatório da CGU. Relatório este, que isenta o Banco do Brasil de responsabilidade em qualquer irregularidade encontrada pela Corregedoria.

Em nota, o ex-presidente da CBV e atual presidente da FIV, Ary Graça, disse que não teve acesso ao relatório, mas negou todas as acusações envolvendo o seu nome que estão sendo divulgadas na imprensa.

O atual presidente da CBV, Neuri Barbieri, disse que vai contestar alguns itens do relatório de irregularidades divulgado pela Corregedoria Geral da União, principalmente o que diz que o atual diretor da confederação, Marcelo Wangler, receba dois salários mensais, o que segundo Barbieri, não é verdade. Além disso, de acordo com ele, a atual diretoria está tomando todas as providências para corrigir os erros cometidos pela antiga gestão, e espera conseguir, o mais rápido possível, cumprir todas as exigências da Corregedoria Geral da União. Barbieri demonstra confiança na volta do investimento do Banco do Brasil no esporte, que atualmente é o que mais dá alegrias ao povo brasileiro. --- Ahn!? Tanta coisa errada com essa frase!!!

Mais, aqui.

Petrobras divulga os resultados (operacionais) do terceiro trimestre 2

Apesar da expectativa de que a empresa iria divulgar na sexta os resultados não auditados (e isto consta até o momento da página da empresa na internet) ocorreu nova postergação. Agora se fala em final de janeiro a divulgação dos resultados.

A empresa voltou a insistir nas medidas tomadas para resolver os problemas. Adiantou algumas informações sobre valores que não seriam comprometidos com uma eventual baixa contábil (receita, por exemplo). E só.

12 dezembro 2014

Petrobras divulga os resultados (operacionais) do terceiro trimestre


Fonte: Aqui

Som da Sexta - Ludovico Einaudi

Hoje o Som da Sexta apresenta o compositor italiano Ludovico Einaudi. Ele inciou sua carreira como compositor de música erudita, mas posteriormente incorporou elementos de música  contemporânea nas suas composições. É autor de trilhas sonaras de filmes como Os Intocáveis e a série Doutor Zhivago. Suas músicas são fantásticas e relaxantes. O vídeo abaixo é o álbum Divenire de 2007:


Rir é o melhor remédio


Crescimento da Econometria Bayesiana

This paper starts with a brief description of the introduction of the likelihood approach in econometrics as presented in Cowles Foundation Monographs 10 and 14. A sketch is given of the criticisms on this approach mainly from the first group of Bayesian econometricians. Publication and citation patterns of Bayesian econometric papers are analyzed in ten major econometric journals from the late 1970s until the first few months of 2014. Results indicate a cluster of journals with theoretical and applied papers, mainly consisting of Journal of Econometrics, Journal of Business and Economic Statistics and Journal of Applied Econometrics which contains the large majority of high quality Bayesian econometric papers. A second cluster of theoretical journals, mainly consisting of Econometrica and Review of Economic Studies contains few Bayesian econometric papers. The scientific impact, however, of these few papers on Bayesian econometric research is substantial. Special issues from the journals Econometric Reviews, Journal of Econometrics and Econometric Theory received wide attention. Marketing Science shows an ever increasing number of Bayesian papers since the middle nineties. The International Economic Review and the Review of Economics and Statistics show a moderate time varying increase. An upward movement in publication patterns in most journals occurs in the early 1990s due to the effect of the 'Computational Revolution'. …

Author(s)
Nalan Basturk, Erasmus University Rotterdam; Cem Cakmakli, Koc University, Turkey; S. Pinar Ceyhan, Erasmus University Rotterdam; and Herman K. van Dijk, Erasmus University Rotterdam, the Netherlands
Keywords:
History, Bayesian Econometrics
JEL codes:
B04, C01
 Fonte: On the Rise of Bayesian Econometrics after Cowles Foundation Monographs 10, 14

Normas novas

Mais normas:

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) edita hoje, 10/12/2014, a Deliberação nº 732/14 que aprova a Orientação Técnica OCPC 08 - Reconhecimento de Determinados Ativos ou Passivos nos relatórios Contábil-Financeiros de Propósito Geral das Distribuidoras de Energia Elétrica emitidos de acordo com as Normas Brasileiras e Internacionais de Contabilidade.

Além disto,

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) coloca em audiência pública hoje, 10/12/2014, minuta de deliberação que aprova o Documento de Revisão de Pronunciamentos Técnicos nº 07.

11 dezembro 2014

Rir é o melhor remédio


Sophia Amoruso e Piketty


Vencedor do prêmio de melhor livro de negócios no "2014 Goodreads Choice Awards":

#GirlBoss de Sophia Amoruso - Ainda sem edição em português.

O livro de Piketty, "Capital", ficou em quinto. No Audible, todavia, ganhou como melhor audiobook de negócios. O livro do Google (How Google Works) ficou em terceiro - clique aqui para ler, em inglês, uma resenha do The Wall Street Journal.

Metrics: combatendo ciência de baixa qualidade

“WHY most published research findings are false” is not, as the title of an academic paper, likely to win friends in the ivory tower. But it has certainly influenced people (including journalists at The Economist). The paper it introduced was published in 2005 by John Ioannidis, an epidemiologist who was then at the University of Ioannina, in Greece, and is now at Stanford. It exposed the ways, most notably the overinterpreting of statistical significance in studies with small sample sizes, that scientific findings can end up being irreproducible—or, as a layman might put it, wrong.
Dr Ioannidis has been waging war on sloppy science ever since, helping to develop a discipline called meta-research (ie, research about research). Later this month that battle will be institutionalised, with the launch of the Meta-Research Innovation Centre at Stanford.
METRICS, as the new laboratory is to be known for short, will connect enthusiasts of the nascent field in such corners of academia as medicine, statistics and epidemiology, with the aim of solidifying the young discipline. Dr Ioannidis and the lab’s co-founder, Steven Goodman, will (for this is, after all, science) organise conferences at which acolytes can meet in the world of atoms, rather than just online. They will create a “journal watch” to monitor scientific publishers’ work and to shame laggards into better behaviour. And they will spread the message to policymakers, governments and other interested parties, in an effort to stop them making decisions on the basis of flaky studies. All this in the name of the centre’s nerdishly valiant mission statement: “Identifying and minimising persistent threats to medical-research quality.”

The METRICS system

Irreproducibility is one such threat—so much so that there is an (admittedly tongue-in-cheek) publication called the Journal of Irreproducible Results. Some fields are making progress, though. In psychology, the Many Labs Replication Project, supported by the Centre for Open Science, an institute of the University of Virginia, has re-run 13 experiments about widely accepted theories. Only ten were validated. The centre has also launched what it calls the Cancer Biology Reproducibility Project, to look at 50 recent oncology studies.
Until now, however, according to Dr Ioannidis, no one has tried to find out whether such attempts at revalidation have actually had any impact on the credibility of research. METRICS will try to do this, and will make recommendations about how future work might be improved and better co-ordinated—for the study of reproducibility should, like any branch of science, be based on evidence of what works and what does not.

Wasted effort is another scourge of science that the lab will look into. A recent series of articles in the Lancet noted that, in 2010, about $200 billion (an astonishing 85% of the world’s spending on medical research) was squandered on studies that were flawed in their design, redundant, never published or poorly reported. METRICS will support efforts to tackle this extraordinary inefficiency, and will itself update research about the extent to which randomised-controlled trials acknowledge the existence of previous investigations of the same subject. If the situation has not improved, METRICS and its collaborators will try to design new publishing practices that discourage bad behaviour among scientists.
There is also Dr Ioannidis’s pet offender: publication bias. Not all studies that are conducted get published, and the ones which do tend to be those that have significant results. That leaves a skewed impression of the evidence.

Researchers have been studying publication bias for years, using various statistical tests. Again, though, there has been little reflection on these methods and their comparative effectiveness. They may, according to Dr Ioannidis, be giving both false negatives and false positives about whether or not publication bias exists in a particular body of studies.

Dr Ioannidis plans to run tests on the methods of meta-research itself, to make sure he and his colleagues do not fall foul of the very criticisms they make of others. “I don’t want”, he says, “to take for granted any type of meta-research is ideal and efficient and nice. I don’t want to promise that we can change the world, although this is probably what everybody has to promise to get funded nowadays.”

Fonte: aqui

10 dezembro 2014

Rir é o melhor remédio


Fonte: Macanudo Número 3 - por Liniers. Zarabatana Books.

Natura


Segundo a revista Época desta semana, a Natura tem como meta 50% dos cargos de chefia serem ocupados por mulheres até 2020.

Falhas Metodológicas das pesquisas empíricas em contabilidade

Some Methodological Deficiencies in Empirical Research Articles in Accounting. Accounting Horizons: September 2014
Resumo:

This paper uses a sample of the regression and behavioral papers published in The Accounting Review and the Journal of Accounting Research from September 2012 through May 2013. We argue first that the current research results reported in empirical regression papers fail adequately to justify the time period adopted for the study. Second, we maintain that the statistical analyses used in these papers as well as in the behavioral papers have produced flawed results. We further maintain that their tests of statistical significance are not appropriate and, more importantly, that these studies do not—and cannot—properly address the economic significance of the work. In other words, significance tests are not tests of the economic meaningfulness of the results. We suggest ways to avoid some but not all of these problems. We also argue that replication studies, which have been essentially abandoned by accounting researchers, can contribute to our search for truth, but few will be forthcoming unless the academic reward system is modified.

Keywords:  research methodology, statistical analysis

Received: September 2013; Accepted: May 2014 ;Published Online: May 2014

Thomas R. Dyckman and Stephen A. Zeff (2014) Some Methodological Deficiencies in Empirical Research Articles in Accounting. Accounting Horizons: September 2014, Vol. 28, No. 3, pp. 695-712.

 http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2324266


Thomas R. Dyckman is a Professor Emeritus at Cornell University and an Adjunct Professor at Florida Gulf Coast University, and Stephen A. Zeff is a Professor at Rice University.

Recomendações dos Autores:

In summary we have endeavored to make the following points:

First, authors must adequately defend their selection of the sample period by convincing the reader that the period is stable itself and in relation to periods in close proximity.

Second, the accounting academy should actively seek and reward replications as an essential element in its aspirations to be a scientific community.

Third, authors should attend to the economic significance as well as the statistical significance of their investigations.

Fourth, authors should respect the limitation of conventional hypothesis tests applied to their data, which implies enhanced caution when declaring results to be statistically significant.

Fifth, authors could consider reporting the use of statistical intervals as a way to mitigate the problems of determining the most likely alternative hypothesis and thereby the appropriate Type ll error.

Sixth, authors need to be sure that, in their “Conclusions” section, they discuss the limitations of their research and how these limitations might be overcome, as well as suggest extensions for future research.
Seventh, authors should consider the use of descriptive statistics and other approaches as a means of, or support for, establishing the validity of their research objective.

Eighth, editors should consider requiring authors of accepted papers to provide a complete description of their methodology, including data collection, accuracy, and verification

Piketty e suas lições para o Brasil

Roberto Macedo *
O Estado de S. Paulo, 4/12/2014

Thomas Piketty é um economista francês famoso internacionalmente após publicar, em 2013, o livro O Capital no Século XXI, um dos mais vendidos em vários países. Já existe também em português (Ed. Intrínseca, 2014).

Tem 43 anos e, aos 22, já era doutor em Economia. No biênio seguinte ensinou no famoso Massachusetts Institute of Technology, dos EUA. Tem outros livros, muitos artigos em boas revistas acadêmicas e recebeu premiações importantes. Convence, portanto, como personagem.

Na semana passada conheci-o na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. Almoçou com professores e deu palestra em inglês para um auditório cheio. Resumiu então esse seu livro e a apresentação está disponível piketty.pse.ens.fr/en/files/piketty2014capital21csaopaulo1.pdf.

A obra é densa em números e análise. A versão em inglês tem 685 páginas e dela traduzi trechos citados abaixo. Raramente toca no índice de Gini, que domina a análise da distribuição pessoal de renda no Brasil. Tal índice varia de zero a 1, da distribuição igualitária para a totalmente concentrada, mas sem chegar a esses extremos nas suas aplicações. E abandonou Gini: "... é impossível resumir uma realidade multidimensional com um índice unidimensional sem indevidamente simplificar as questões e misturar coisas que não deveriam ser tratadas conjuntamente". Por essa e outras razões, concluiu ser "muito melhor analisar desigualdades em termos de tabelas de distribuição indicando as parcelas dos vários decis e centis na renda total e na riqueza total..." (pág. 266). Decis e centis são, por exemplo, os 20% ou 1% mais ricos e suas parcelas desses totais. E no livro há perto de cem gráficos que facilitam entender seus muitos números.

Estudos sobre o Brasil ganhariam com esse enfoque. Assim, o livro também convence pelo que informa e tem de metodologia. Sua tese principal: "Quando a taxa de retorno sobre o capital excede significativamente a taxa de crescimento da economia (como aconteceu por muito tempo na História... e provavelmente também acontecerá no século XXI), a consequência lógica é que a riqueza herdada cresça mais do que a produção e a renda... Nessas condições, é quase inevitável que a riqueza herdada dominará e por grande margem a riqueza amealhada por uma vida de trabalho, e a concentração do capital atingirá níveis extremamente altos e potencialmente incompatíveis com os valores meritocráticos e princípios de justiça social fundamentais às sociedades democráticas modernas" (pág. 26). Discordo, pois se uma economia seguir crescendo, com todos melhorando de vida, ainda que uns mais e outros menos, mesmo estes poderão não ver injustiça social no processo.

O livro não cita o Brasil uma vez sequer. A distribuição de sua atenção se concentra em EUA, Japão, Alemanha, França e Grã Bretanha. No nosso país a concentração de renda é muito alta e os dados existentes não permitem analisar adequadamente a distribuição de riqueza. Mas basta andar por aí para ver que também é fortemente concentrada.

Quanto ao que fazer, novas discordâncias. Piketty prega uma "tributação progressiva e global do capital", o que "exigiria considerável grau de coordenação internacional" (pág. 27). Na palestra: essa tributação "seria baseada na troca automática de informações bancárias". Ora, não há como ter a aprovação unânime dessa ideia. Mais países se tornariam paraísos fiscais para cidadãos insatisfeitos de países aderentes, como já ocorre hoje com relação a países de tributos mais altos.

Voltando ao Brasil, na apresentação recomendou: "... precisa de mais transparência quanto a (dados de) renda e riqueza; tributação progressiva sobre a renda, herança e riqueza seriam uma forma poderosa de produzir informação sobre como os diferentes grupos de renda e de riqueza se beneficiam do crescimento".

Ora, para avançar nessa direção é fundamental atentar para as condições locais. O.k. para maior transparência e tributação progressiva de renda e herança. Aqui há impostos sobre renda em geral, propriedade imobiliária e herança, chamados de diretos, e na Constituição há o Imposto sobre Grandes Fortunas, que carece de lei complementar e vai ficando no armário. Ademais, entre outras dificuldades esse imposto interferiria com o IPTU e o Territorial Rural. Ambos carecem de cadastros que reflitam melhor o valor das respectivas propriedades, o que também poderia levar a uma cobrança mais realista e progressiva.

Ademais, estudos mostram que impostos indiretos, como ICMS, IPI e outros, predominantes na arrecadação tributária, são regressivos, pois incidem sobre o consumo, cuja participação nos gastos das pessoas decresce com a renda. Entre outras distorções, pesam muito nos preços e levam muitos brasileiros a comprar no exterior. Caberia diminuir o gravame desses impostos e ampliar o dos diretos. Nossa tributação não tem caráter e prefere esconder impostos nos preços.

Pode-se também melhorar as condições dos mais pobres atuando sobre os gastos públicos, como os do Bolsa Família. E não dar tanto aos mais ricos, como nos financiamentos subsidiados do BNDES. Na mesma linha, permanece por enfrentar o ensino superior público gratuito, no qual predominam alunos cujos pais poderiam pagar por ele, gerando recursos prioritariamente para bolsas de estudo para estudantes pobres que sem elas têm de trabalhar. Ou seja, é preciso ir do ensino gratuito para o estudante pago.

Também é indispensável ponderar que o Brasil ainda não é rico. Os países que Piketty observou mais têm renda por habitante com valor perto de quatro vezes a do Brasil. Assim, os brasileiros precisam ser estimulados a estudar, trabalhar, poupar e investir mais, acumulando mais capital nas suas várias formas, sem que a insaciável sede tributária do governo os desvie desse caminho.

*Roberto Macedo é economista (UFMG, USP e Harvard),

09 dezembro 2014

Rir é o melhor remédio


Curso de Contabilidade Básica: Queima de Caixa

A empresa Moody´s alertou sobre a possibilidade de queima de caixa na empresa Petrobras (ver ROSTÁS, Renato. Moody´s alerta sobre queima de caixa na Petrobras. Valor Econômico, 5 de dezembro de 2014). O termo refere-se ao fato da empresa reduzir o volume de recursos existentes no caixa. O alerta indica que isto poderá ocorrer depois de 2016, a persistir a situação da empresa. A Moody´s baseou na impossibilidade da empresa em cortar seus investimentos, que já estão comprometidos.

Vamos observar como isto ocorre através da figura abaixo:

As quatro linhas mostram a evolução do início de 2008 até o segundo trimestre de 2014, quando foram divulgadas as últimas demonstrações da empresa. Observe a linha azul, que mostra o volume de caixa de equivalentes. De um valor em torno de 40 bilhões de reais entre 2010 a 2013, a empresa tinha, em 30 de junho de 2014, 58 bilhões. Considerando que a empresa irá necessitar de 5 bilhões de reais por trimestre, isto significa que a empresa poderia levar 11 trimestres para queimar este caixa. Observe que a empresa está gerando, por trimestre, algo em torno de 13 bilhões de reais por trimestre, o que permite investimentos de 18 bilhões (= 13 mais 5).

A linha roxa mostra a soma do fluxo operacional e de investimento. Durante quase todo o período esta linha ficou abaixo de zero. Em média a soma dos fluxos foi de 5 bilhões negativos. Ou seja, esta diferença tem sido financiada por empréstimos ou acionistas. Se mantiver esta média, teremos novamente 11 trimestres para queimar este caixa. Mas observe que quando uma empresa está em dificuldades – como é o caso da Petrobrás - isto tende a refletir no prazo concedido pelos fornecedores, no aumento dos custos de aquisição e nos custos dos empréstimos.

Observe agora o leitor a linha vermelha. Ela indica o caixa, equivalentes e título e valores mobiliários (de curto e longo prazo). Seria uma espécie de caixa “amplo”. Note que a diferença entre estes valores e o caixa mais “restrito” reduziu a partir de 2013. Ou seja, nos últimos trimestres a empresa já estava “queimando” seu caixa “amplo”.

Em suma, o alerta da Moody´s faz sentido e, como afirma a entidade, isto ainda irá demorar ocorrer no curto prazo, mesmo nos piores cenários.

Comportamento dos pobres e desenvolvimento econômico

A BAT and a ball cost $1.10 between them. The bat costs $1 more than the ball. How much does each cost? By paying attention to how people actually think, behavioural economics has qualified some of the underlying assumptions of classical economics, notably that everyone is perfectly rational. In fact, the mind plays tricks, dividing up $1.10 (in this example) neatly into $1 and 10 cents, rather than correctly into $1.05 and 5 cents. People also tend to copy others and often prefer to co-operate rather than compete. For these reasons, some of the simplifying assumptions of economics are not always correct: people do not act in every instance in their long-term self-interest; they do not weigh up all the costs and benefits before taking a decision.

Many of the insights of behavioural economics were based on studies of American university students and other privileged folk. But they apply with greater force to the poor—both the poor in rich countries and the more numerous inhabitants of developing ones. Behavioural economics therefore has profound implications for development. The new “World Development Report”, the flagship publication of the World Bank, considers them.
As the report shows, the poor are more likely than other people to make bad economic decisions. This is not because they are irrational or foolish but because so much is stacked against them. They are more likely to lack the basic information needed to make good choices, such as which fertiliser to use or when to apply it. They are more likely to live in societies which hold mistaken or harmful views, such as that girls should not go to school.

Conventional economic thinking assumes the poor will want to earn their way out of poverty. But as studies from countries as different as Ethiopia and France show, poverty makes people feel powerless and blunts their aspirations, so they may not even try to improve their lot. When they do, they face obstacles everywhere. They have no margin for error, making them risk averse. If they do not know where their next meal is coming from, saving and investing for the future is hard. George Orwell said, “Within certain limits, the less money you have the less you worry.” He was wrong. The poor are subject to exceptional levels of stress: childhood sickness is more likely to be life-threatening; crop failure can lead to destitution. And stress makes good decision-making harder. Above all, the poor lack the institutional framework which, in the West, improves decisions. Everywhere, people underestimate the benefits of education and save too little for their retirement. But children in the West go to school as a matter of course; pension systems make some savings automatic. Poor countries provide few such props.

All this helps explain why the poor stay poor; why (for example) subsistence farmers do not buy fertiliser or put children into secondary school, though they would benefit from doing so. More important, though, behavioural economics provides a different way of thinking about some of the problems of poverty.
Traditional development programmes stress resources and markets. People are poor, the argument goes, because they lack resources: not just money but roads, clinics, schools and irrigation canals. The job of development is to provide those things. And since resources also need to be allocated properly, prices have to be right. So a lot of development is about freeing prices and making markets more efficient.

A behavioural approach to development is different. It focuses on how decisions are made and how they can be improved. For example, in Bogotá a conditional-cash transfer programme paid mothers a monthly stipend if they took their children to school. Attendance during the school year was good but re-enrolment rates were low. A shift in the timing of the hand-out—withholding a part of the regular payment until just before the start of the school year—boosted enrolment sharply. This makes little sense in conventional economic terms: going to school is so beneficial that families should not need extra incentives and the overall sum available did not change. Yet the pay-off was substantial.
Actions like this sound marginal. Economists should be paying attention to the details of policy anyway. It may not seem to amount to a profoundly different approach—but it actually might.

A tweaking revolution

Some small-scale policies turn out to be far from marginal. A programme in Jamaica in the 1990s taught mothers of chronically malnourished toddlers how to play with them in such a way as to encourage greater verbal and physical skills—a behavioural tweak. Twenty years later, the average earnings of these children (among the most deprived in the country) were higher than those of children who had not been malnourished, and far higher than malnourished children who were not part of the programme. Paying attention to how the poor actually think would also imply big changes to financial-inclusion policies, encouraging financial products that people want to buy.

Moreover, development experts have their biases and blind spots, like anyone else. In principle, behavioural development could sit happily alongside the traditional sort. In practice, the two will compete for resources and professional attention.

A behavioural approach to poverty is not new. The World Bank has long had a behavioural unit. The Poverty Action Lab at the Massachusetts Institute of Technology has championed randomised control trials to test tweaks to policy. But by making this the subject of its main annual publication, the Bank has brought behavioural economics into the mainstream of development. It is likely to prove a challenge to traditional ways of combating poverty, as well as a complement to them.

Fonte: aqui