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25 novembro 2014

Rir é o melhor remédio





Racismo involutário

Curso de Contabilidade Básica: Teste de Recuperabilidade e Taxa de Desconto

Uma das inovações na contabilidade brasileira dos últimos anos é o teste de recuperabilidade dos ativos. Pelo menos uma vez por ano a administração das empresas deve verificar se o valor contábil líquido dos ativos sofreu perda. Para isto, a empresa deve estimar o valor de venda e o valor em uso, sendo escolhido aquele que for maior.

No caso específico do valor em uso é necessário fazer uma estimativa dos fluxos de caixa futuros dos ativos. Estes fluxos deverão ser descontados, trazendo-os a valor presente. Para isto é necessário estabelecer uma taxa de desconto que será utilizada.

Tanto os valores da estimativa dos fluxos quanto à taxa de desconto são cálculos internos e que não são divulgados ao usuário externo. Para este geralmente basta dizer que o teste foi realizado e fornecer os parâmetros básicos utilizados. Ao usuário externo resta confiar que as informações são verídicas e que a empresa de auditoria constatou que o teste de recuperabilidade foi executado. Quando o valor obtido no teste é menor que o valor contábil existente, a gestão da empresa deve fazer uma baixa. Este é um momento ruim, já que está sendo informado que uma decisão ruim foi realizada no passado. Numa grande empresa é quase inevitável que existam perdas com o teste de recuperabilidade já que existem muitos ativos sujeitos ao teste.

Um dos pontos do teste é a determinação da taxa de desconto que será usada para descontar o fluxo na obtenção do valor em uso. Não existe uma norma sobre qual taxa deve ser usada. Mas uma taxa pequena irá fazer com que o valor em uso seja maior, reduzindo a chance de amortização contábil; uma taxa maior aumentar a chance do valor em uso ser menor. Assim, a escolha da taxa é relevante para o resultado do teste. E cada administração adota um critério. Em outras palavras, o teste de recuperabilidade é subjetivo.

O razoável é a empresa adotar uma taxa que reflita o custo médio do seu capital. Mas existem algumas empresas que adotam alternativas. A Valid, uma empresa de serviços gráficos de segurança, por exemplo, utiliza como taxa de desconto o custo médio ponderado de capital da indústria.



Contas Abertas

O jornal Brasil Econômico fez uma entrevista com Gil Castello Branco, do Contas Abertas. Eis um extrato:

Que lições tirar da Operação Lava Jato?

Sem dúvida, é o maior escândalo de corrupção que o Brasil já teve. Além dos valores vultosos, este episódio envolve as maiores empreiteiras do Brasil, as maiores doadoras de campanha, três partidos da base governista e ainda dezenas de políticos citados. Até agora, nada na história do Brasil teve essa dimensão. Basta lembrar que o mensalão, segundo levantamento do Ministério Público, envolveu R$ 145 milhões. Agora falam-se em R$ 10 bilhões ou R$ 20 bilhões. Este volume por si só já mostra as proporções em relação a situações anteriores.

(...) Qual é o tamanho dessa relação entre empreiteiras e governo?

É muito mais fácil hoje desviar recursos das empresas estatais do que propriamente das administrações diretas. Por mais que se tenha falado tanto das privatizações, ainda existem quase 100 estatais, se incluirmos as do sistema financeiro. De acordo com o Programa de Dispêndios Globais (PDG) elas movimentam recursos de R$ 1,4 trilhão por ano. Isto é ligeiramente superior ao PIB da Argentina. Elas empregam meio milhão de funcionários e possuem um cenário ideal para a corrupção prosperar. Primeiro, são muitos recursos. Para se ter uma ideia, em 2013, na União, se considerarmos os investimentos de todos os ministérios, as obras do Judiciário e as do Legislativo, os gastos somaram R$ 47 bilhões, enquanto nas estatais só os investimentos da Petrobras foram R$ 99,2 bilhões. Considerando as estatais como um todo, excluindo as do sistema financeiro (Banco do Brasil e Caixa Econômica entre outras), os investimentos chegam a R$ 113 bilhões. Por si só, isso demonstra que os investimentos das estatais são mais do que o dobro dos investimentos da União. A primeira condição propícia para a corrupção prosperar é a existência de um volume incrível de recursos públicos. A segunda é muita ingerência política com pouca exposição. Sabe-se sempre quem é o ministro, mas existe uma dificuldade de saber, por exemplo, quem é o diretor de serviços da Petrobras ou da Eletrobrás. Por fim, muito pouca transparência. Por tudo isso, as estatais viraram a Disneylândia dos políticos.

Como explicar a pouca transparência? Por que os dados dos contratos das estatais não são divulgados?

No caso da administração direta, hoje é perfeitamente possível se saber o que foi investido até ontem e saber a quem foi pago, que valor foi pago, que quantidade foi adquirida. Por meio do sistema de convênios (Siconv) se dá até um passo maior, é possível saber o que a União transferiu para estados e municípios, e depois o que esse município comprou. É possível ir até o terceiro nível de observação de para onde o recurso público foi encaminhado. No caso da Petrobras, numa comparação idêntica, a informação sobre quanto ela investiu no mês de novembro só vai ser disponibilizada para a sociedade numa portaria do Ministério do Planejamento no final de janeiro.

Mas essa portaria tem o nível de detalhamento dos dados da União?

Não. Não se sabe quais as empreiteiras contratadas, nem quais empreendimentos, valores globais, valores unitários. Simplesmente sabe-se o quanto ela investiu em um total de programas, mas não se tem as informações minuciosas que se tem na administração direta. Por isso hoje ficou muito mais fácil desviar recursos da administração indireta, fazendo com que as estatais sejam figurinhas carimbadas no álbum da corrupção. 


(...) Faltou controle?

Está claro que é preciso rever os controles das estatais, aumentando a transparência em relação à gestão e aos valores. No escândalo da Petrobras chama atenção o fato de que estamos falando de um crime sistematizado. Não se trata de um crime localizado em uma ou outra obra. É um crime institucionalizado, sistematizado, com método, que acontece há aproximadamente dez anos ou mais. Chama atenção o fato de isso ter passado despercebido pelos órgãos de controle interno da Petrobras, pelos órgãos de auditoria externa, pelo Conselho Fiscal, pelo Conselho de Administração, pela CVM, pelo Dest (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais), pela CGU e pelo TCU. Ainda que eles tenham levantado — sobretudo o TCU — várias situações de irregularidade em obras específicas, jamais havia sido mencionada a existência de uma organização criminosa, de um cartel atuando dentro da Petrobras.

O que fazer?

A primeira conclusão é que vamos precisar rever os sistemas de controles, porque até então as estatais se escondiam atrás de um mantra de que não poderiam ser mais transparentes porque isso iria prejudicar a atuação delas no mercado. Não se vê, no organograma da Petrobras, uma diretoria dedicada à governança. Não sei qual órgão existente na Petrobras que faz um trabalho de inteligência, de prevenir a corrupção, de compliance, que é praticado internacionalmente. A Petrobras não tem nenhum órgão que claramente tenha essa preocupação.

As normas nas estatais são flexíveis demais?

Sim. Elas não são obrigadas a respeitar a lei das licitações. A Petrobras tem um decreto próprio, de 1998, que rege as suas licitações, com diversas falhas. Por causa do decreto, mais de 60% das contratações de bens feitas nos últimos quatro anos pela Petrobras foram sem licitação, segundo o TCU. Tudo isso precisa ser revisto. Ficou absolutamente clara a falência dos sistemas de controle das empresas estatais. Se isso aconteceu na Petrobras, é plenamente possível admitir que este escândalo tenha outras vertentes nas demais estatais, como a Eletrobras.

A que o sr. atribui tantas regras permissivas perdurarem por tantos anos?

As estatais vêm sendo completamente avessas à transparência. Se na administração direta temos o famoso Portal da Transparência e o Siga Brasil, por exemplo, na indireta não existe um portal que contenha as informações que a sociedade precisa saber. Há apenas informações esparsas que chegam através dos investimentos.

A Lei de Acesso à Informação não chega às estatais?

Assim que surgiu a lei, fizemos um pedido para testar a sua eficácia. Pedimos à Petrobras o PDG, que é repassado pela estatal para o Ministério do Planejamento, e fizemos o mesmo pedido ao Ministério. A estatal negou por escrito a informação, alegando que poderia prejudicar sua governança. O documento traz apenas dados consolidados, globais, sem entrar em detalhes acerca de fornecedores ou detalhes de preço. Curiosamente o Planejamento forneceu a informação. Chega a haver uma falta de diálogo: a Petrobras considera sigiloso aquilo que o Ministério não considera. As estatais estão submetidas à Lei da Transparência. Mas há uma incoerência. A edição do decreto (que regulamenta a lei) demorou uma eternidade e o que corria na Esplanada era que o decreto não saía porque as estatais não estavam de acordo com a transparência. O que aconteceu foi um decreto que contrariou a lei. Saiu com uma redação que interessava às estatais, que permite que elas praticamente estejam fora desse contexto. O decreto a rigor deveria ser considerado irregular, porque restringiu a lei.

De quem é a culpa?

Não podemos nem só culpar os agentes do governo. No próprio Conselho de Administração (da Petrobras) havia empresários do porte de (Jorge) Gerdau, um executivo experimentado. As pessoas falam que Dilma fazia parte do Conselho, que havia interesses políticos e que foi feita vista grossa. Mas é possível que, de fato, tenha chegado uma informação precária ao Conselho, ou o Conselho, pela própria sistemática de aprovação das decisões, não funcionou. O que se percebe é que, em muitos casos, esses conselhos funcionam unicamente para avalizar a decisão que já foi tomada na empresa. Há uma reunião periódica, que gera um belo jeton para os integrantes do governo ou outros participantes, e a impressão que se tem é que eles chegam ali, tomam um café, escutam uma apresentação e concordam com aquilo. Depois, quando surgem as irregularidades, se justificam dizendo que não tinham informações suficientes. É preciso rever esses conselhos, que custam caro e estão sendo ineficientes.

Sempre foi assim?

A novidade agora é a situação ficar caracterizada como um sistema, e não como fatos isolados. A delação premiada é também um diferencial. Os operadores, desta vez, adotaram uma postura diferente dos operadores do mensalão. Os do mensalão optaram por ficar em silêncio, talvez confiando que alguns poderosos iriam resgatá-los no momento final. Quando Marcos Valério viu que isso não iria acontecer, tentou partir para a delação premiada, mas já era tarde. Isso de certa forma teve um caráter pedagógico para os operadores do petróleo, que resolveram adotar a estratégia da delação premiada, que vai trazer à tona muito mais detalhes. A investigação talvez traga, até, toda a engrenagem do sistema, o que até poderia ser institucionalizado para trás, mas nós não conhecíamos. Quando a delação vem à tona, descobre-se que já existiam referências gravíssimas à atuação da Petrobras, em parte pelo TCU e em parte pela CGU, mas eram situações isoladas, que nunca foram efetivamente investigadas. Essa sensação de que as estatais estavam acima do bem e do mal, que não precisavam prestar contas a ninguém e tinham que ser independentes e não podiam ficar amarradas pela burocracia do Executivo, nos levou a este caos.

De onde deve vir esse aperfeiçoamento?

Depois que a porta foi arrombada, vemos a Petrobras falando da criação de um departamento ou diretoria que teria essa função de se preocupar com a governança e rever as normas. Não é algo novo do ponto de vista internacional. Chama a atenção que uma empresa que está entre as maiores do mundo, a maior do Brasil, não estivesse preocupada anteriormente. Se as estatais não criarem os controles, isso vai ter que acontecer, seja por imposição do Executivo, do Legislativo ou até do Judiciário.

O que seria essencial para impedir que escândalos como o da Petrobras se repitam?

O que foi decidido pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4.650, que questiona o financiamento empresarial de campanha: que não mais acontecerá. Falta, para se consumar, o retorno do voto do ministro Gilmar Mendes. É incrível que ele não seja cobrado por seus pares. A decisão foi tomada, Mendes pediu vistas e ainda não devolveu, inviabilizando que a decisão da maioria seja colocada em prática nas próximas eleições. É inadmissível que a reflexão de um único ministro impeça uma decisão que já tem maioria. Essa relação (entre empresas e políticos) é extremamente promíscua em todas as instâncias — federal, municipais, estaduais. As empresas não votam, mas elegem. O poder econômico tem uma influência decisiva no processo eleitoral. Percebe-se que não há o financiamento por espírito democrático, tanto que as empresas financiam candidatos adversários. Isto ficou claro no episódio da Marina Silva. Enquanto o candidato era Eduardo Campos, e as pesquisas apontavam baixo percentual para ele, as doações foram minguadas. Quando Marina apareceu como uma possibilidade concreta, as doações cresceram. Eles financiam estrategicamente os estados onde têm negócios. É algo absolutamente dirigido, seletivo, direcionado pelos investimentos. Os empresários não contribuem com as campanhas por amor à democracia: investem na expectativa de retorno. O que o escândalo da Petrobras mostra é como se dá o retorno. As aplicações são volumosas, tem que ser rentáveis e isso acontece dessas formas. São facilidades nas licitações, para ganhar disputas, depois valores superfaturados, aditivos. Deve acontecer há vários anos, vários governos.

(...) O que esperar do acordo de leniência com a CGU?

Não se trata de um acordo de leniência, e sim de conveniência. A preocupação delas ao procurar a CGU é ser enquadrada como inidônea. O ministro Jorge Hage já deu as condições para esse acordo: elas teriam que devolver os recursos, repactuar os contratos, narrar as irregularidades e identificar envolvidos no setor público. Haje vai fazer uso da Lei Anticorrupção, sancionada em janeiro, mas ainda não regulamentada. Por essa lei, as multas das empresas serão reduzidas drasticamente e elas vão continuar mantendo suas relações com o Estado. A saída política vai ser via CGU. Sob o ponto de vista ético e moral isso é imperfeito, é o mesmo que admitir que um ladrão, pego por assaltar um banco, devolva o dinheiro, assuma certos compromissos, e aí poderá continuar trabalhando com o banco. Para que a sociedade possa se sentir satisfeita, vai depender muito do que acontecerá em termos de punição criminal, inclusive para esses dirigentes, que agora se colocam como vítima. Espero que o Cade caracterize a formação de cartel e a Justiça do Paraná puna as pessoas envolvidas. Será uma enorme frustração se essa montanha parir um rato. (...)

Provisão

Na esteira da expansão da inadimplência não bancária, três das cinco maiores varejistas de moda que atuam no país registraram, nos nove primeiros meses do ano, aumento nas provisões para perdas esperadas por calotes de consumidores. Somadas, as projeções de Renner, Grupo Guararapes (Riachuelo) e Marisa para essas perdas totalizaram R$ 491,9 milhões entre janeiro e setembro deste ano, de acordo com as demonstrações financeiras das companhias referentes ao terceiro trimestre. O montante é 30% superior ao contabilizado no mesmo período de 2013 (R$ 378,2 milhões).

“A inadimplência normalmente sobe primeiro no segmento não bancário”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, referindo-se às dívidas de consumidores junto a cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc. Em outubro, o indicador de inadimplência ao consumidor divulgado mensalmente pela Serasa Experian acumulava alta de 5,1% desde o início do ano, na comparação com igual período de 2013. “Enquanto a inadimplência bancária cresceu 2,2% no período, a não bancária subiu 9%”, detalha Rabi.

Terceira maior varejista em faturamento no segmento de Moda e Esporte, segundo ranking de 2013 do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), a Renner viu suas “perdas em créditos, líquidas das recuperações” saltarem 56,6% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, as provisões são as menores do setor, argumenta Laurence Gomes, diretor de Relações com Investidores da Renner. “A provisão é feita em cima do volume de vendas. E nossas vendas em mesmas lojas (inauguradas há pelo menos um ano) cresceram 7,5% no terceiro trimestre, frente ao mesmo período de 2013, enquanto outros players tiveram decréscimo”, diz o executivo. Outro fator que interfere nas provisões para inadimplência é a base de comparação: “O ano passado foi um dos melhores em termos de baixa inadimplência”, afirma Gomes.

Controladora da Riachuelo, a Guararapes Confecções terminou os três primeiros trimestres do ano com R$ 185,1 milhões em provisões para liquidação de créditos duvidosos. Depois de começarem o ano em queda, os níveis de perdas em operações de empréstimo pessoal e do Cartão Riachuelo voltaram a subir no segundo e terceiro trimestres. No Empréstimo Pessoal Riachuelo, o percentual de perdas passou de 9,4%, em junho, para 10,8%, em setembro. No mesmo período, as perdas relacionadas à inadimplência no cartão que leva o nome da varejista subiram um ponto percentual, para 6,7%, conforme dados das demonstrações contábeis do terceiro trimestre. “A luz amarela acendeu”, resume Rabi, da Serasa Experian.

Mesmo num cenário econômico adverso, a projeção da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) é de 2% de crescimento para o setor neste ano. “O grande desafio do varejo é manter as vendas aquecidas sem perder a mão na inadimplência”, diz Eduardo Terra, presidente do SBVC. Na avaliação do especialista, o tripé fundamental no qual o varejo se escora — renda, emprego e crédito — ainda não sofreu desgaste expressivo. “Os fundamentos (da economia) não estão ruins, mas a crise de confiança, de expectativa iniciada em junho de 2013 começa a afetar a economia real”, sustenta Terra.

Os efeitos da inadimplência também se fizeram sentir nos resultados dos Cartões Marisa. Quinta colocada no ranking do Ibevar, com faturamento de R$ 3,7 bilhões em 2013, a rede varejista estimou em R$ 171,7 milhões as perdas em operações de crédito relacionadas aos seus cartões para o período de janeiro a setembro de 2014. O montante é 24,7% superior ao projetado para igual período do ano passado.

“As provisões indicam uma expectativa do que vai acontecer no futuro e o impacto na carteira de débitos das companhias”, esclarece Marcelo Alvim, professor de análise de balanços do Ibmec-RJ. A partir de 2007, com a adoção do IFRS (padrão de normas internacionais de contabilidade) no país, as companhias passaram a estabelecer provisões não mais com base no passado, mas de acordo com uma análise mais subjetiva — segundo Alvim — do perfil de crédito da base de clientes.

Economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Marianne Hanson destaca a incerteza no cenário econômico nacional como um dos fatores responsáveis pela percepção dos empresários a respeito da inadimplência futura. “Existe a possibilidade de um novo ciclo de aperto monetário e uma incerteza de quanto tempo vai durar”, frisa ela. “Houve, também, um aumento do custo do crédito ao longo do ano”. Marianne lista alguns dos fatores que ajudaram a mitigar a subida nos níveis de inadimplência: melhoria no perfil de endividamento (com a expansão de modalidades de financiamento que têm garantia); moderação na concessão de crédito (todos os tipos apresentam desaceleração no ano); e crescimento da renda ainda acima da inflação. “Isso tem feito com que a taxa de inadimplência, de um modo geral, continue baixa”, explica a economista.

Procuradas para comentar suas provisões relacionadas à inadimplência, Marisa e Riachuelo optaram por não se manifestar.

Fonte: Brasil Econômico, Provisão para inadimplência no varejo subiu 30% no ano, Rodrigo Carro, 24 de nov 2014

Listas: Talentos globais

Fonte: Valor Econômico

24 novembro 2014

Rir é o melhor remédio








Propagandas geniais

Sorte ou Habilidade

O gráfico mostra dois extremos: pura sorte, de um jogo de dado ou aplicação financeira no mercado acionário até a habilidade, do jogo de xadrez. Segundo Mauboussin, quando a habilidade é o fato dominante, o conhecimento histórico é um professor útil; quando a sorte é o fator relevante, a história é um professor ruim. (Via aqui)

Limitadas

Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que a maioria das sociedades limitadas é de pequeno porte, o que dificultaria a aplicação de algumas determinações da lei que as rege - o Código Civil. O relatório "Radiografia das Sociedades Limitadas" foi feito com base em informações registradas na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp). Foram analisados os dados de companhias ativas constituídas entre 10 de janeiro de 1993 e 10 de janeiro de 2012.

O Código Civil foi alterado em 2002 "prevendo-se a constituição de entidades de maior porte do que as atualmente existentes", segundo a exposição de motivos. Hoje, porém, de acordo com o estudo elaborado da FGV Direito SP, 63,2% das limitadas em São Paulo são microempresas ou de pequeno porte, 85,7% têm apenas dois sócios e 77,9% têm capital social de até R$ 50 mil.

Com base no estudo, segundo o professor Ary Oswaldo Mattos Filho, da FGV Direito SP, é possível mostrar que a realidade da limitada nada tem a ver com o que está no Código Civil e no projeto de Código Comercial, em tramitação na Câmara dos Deputados. "Elas [as limitadas] estão de um lado e a lei está do outro", diz Mattos Filho. "O relatório mostra que a norma não pegou. Continuam constituindo limitadas sem dar a menor importância para a legislação."

Pelo Código Civil, cita como exemplo o pesquisador Renato Vilela, que participou do estudo, são necessários votos correspondentes a 75% do capital social para aprovar alterações no contrato social. Hoje, porém, 85,7% das limitadas em São Paulo têm apenas dois sócios, o que exige unanimidade. "Sob uma lei com essa exigência, a sociedade com dois sócios foi feita para não funcionar. O controle é com base na unanimidade ou é uma sociedade meramente formal? Nossa hipótese é que é uma sociedade meramente formal", afirma Vilela, acrescentando que, de acordo com o estudo, 22,45% têm um controlador com mais de 99% do capital.

Parte das sociedades também desrespeitam a exigência de, no mínimo, dois sócios para a formação de uma limitada. Hoje, segundo o levantamento, 6% têm apenas um. A situação, porém, seguindo o que determina o Código Civil, não poderia perdurar por mais de 180 dias.

"É mais um estímulo para não olharem a lei. Você agrega a isso o número de alterações realizadas e vê que as pessoas resolvem os problemas independentemente do contrato", diz Ary Oswaldo. Entre as limitadas, 44,9% nunca realizaram alterações desde a sua constituição, o que também indicaria a existência de certa informalidade, de acordo com o pesquisador. "Não é razoável imaginar que, em dez anos, 44,9% das limitadas não tenham feito nenhuma alteração social. Esse número pode significar que o contrato social é irrelevante."

Para o advogado Marcelo Guedes Nunes, diretor do Instituto de Direito Societário Aplicado (IDSA), "a excessiva burocratização e a multiplicação de regras" dificulta a compreensão do funcionamento das limitadas pelos seus sócios. "O Código Civil fez com que muitas dissoluções que poderiam ser resolvidas extrajudicialmente fossem para a Justiça", afirma o advogado, que realizou em 2012 uma pesquisa sobre a situação das limitadas perante os tribunais. O estudo se baseou em uma amostra de 718 ações judiciais envolvendo dissolução de sociedade nas 27 unidades da federação distribuídas entre 1997 e 2011.

Um dos motivos para levarem o problema à Justiça é a dificuldade em excluir um sócio, segundo Nunes. O parágrafo único do artigo 1.085 exige reunião ou assembleia especialmente para a dissolução de uma limitada, que deve ser convocada em tempo hábil para permitir o exercício do direito de defesa de sócio. "Quando há dois sócios, não faz sentido você fazer uma reunião para dar direito de defesa, por exemplo", diz.

Segundo Armando Rovai, advogado e ex-presidente da Jucesp, o Código Civil não contempla a realidade e necessidades das sociedades limitadas. "O direito comercial como um todo precisa de evolução. Na legislação das limitadas, há posições confusas", afirma. As implicações, acrescenta, são burocracia, problemas deliberativos, dificuldades na realização de registros e mais questões levadas ao Judiciário.

Entre julgadores, porém, não há a percepção de descasamento entre a realidade e a lei. "São previsões que exigem muito mais de quem auxilia na elaboração do contrato. O intérprete julgador segue o que está na lei", diz a desembargadora Lígia Cristina de Araújo Bisogni, da 14ª Câmara de Direito Privado e da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial e Recuperação Judicial e Falências do Tribunal de Justiça de São Paulo. "Na hora de se constituir uma sociedade, é necessário pensar se ela realmente se encaixa no modelo escolhido."


(Estudo da FGV mostra uma sociedade limitada diferente do que prevê a lei - Beatriz Olivon)

Péssimo desempenho das Estatais

ON NOVEMBER 14th Brazilian police raided the offices of Petrobras, a vast state-controlled oil firm at the centre of a corruption scandal. Back in 2010 Petrobras was a symbol of Brazil's economic rise. It conducted the largest global equity raising on record, to pay for the development of fields off Brazil's coast.

Now, bribes are the least of it. Despite an investment binge its production growth has been anaemic. Its returns on capital and its shares have slumped. Its balance-sheet is shot, former executives have been arrested and its accounts may be restated. Petrobras is today an exemplar of something else: the lousy performance of state-owned firms.

Ronald Reagan said the nine most terrifying words in the English language were "I'm from the government and I'm here to help." For investors the scariest words may be, "I'm from a state-owned firm and I want your capital." Across the world, big, listed state-owned enterprises (SOEs) that were floated, or raised mountains of equity, between 2000 and 2010 have had a dismal time.

Their share of global market capitalisation has shrunk from a peak of 22% in 2007 to 13% today. Measured by profits their decline is less stark, mainly because big Chinese banks continue to report inflated profits that do not accurately reflect their rotten books. Exclude them and SOEs' share of earnings has slumped, too (see chart). It will probably fall further.

In Russia, Gazprom, which the Kremlin once predicted would be the first firm to be worth $1 trillion, has crumpled: it is worth $73 billion today. India's mismanaged state-owned banks command miserly valuations compared with their private peers. Since 2009 the Shenzhen stockmarket's index, which is dominated by private firms, has rocketed past that of its rival in Shanghai, which is mainly made up of state companies, notes Sanford C. Bernstein, an analysis firm.

Once, investors swooned at the rise of China Mobile, a state-owned operator. Now they admire Xiaomi, a wily private handset-maker. Shares in Vale, a Brazilian miner in which public-sector pension funds have a big stake, have lagged those of its private-sector peers, BHP Billiton and Rio Tinto, by over 40% in the past three years.

Overall, the SOEs among the world's top 500 firms have lost between 33% and 37% of their value in dollars since 2007, depending on how one treats firms that were unlisted at the start of the period. Global shares as a whole have risen by 5%.

It was not meant to be like this. As the West slipped into a crisis in 2007-08, state capitalism supposedly took the business world by storm, particularly in the emerging world. It had two elements. Sovereign wealth funds (SWFs) gathered the excess savings that oil-rich and Asian countries accumulated, investing them overseas. And a new, hybrid kind of SOE was in vogue.

When Europe and Latin America privatised firms in the 1980s and 1990s, they often went the whole hog, with the state selling out completely--think of British Gas or telecoms in Brazil. But in the 2000s private investors were invited to play only a subordinate role, with the state keeping a controlling stake and making enlightened decisions in the interests of all. Investors lapped it up: they forked out more than $500 billion in SOE equity raisings between 2000 and 2012.

What went wrong? As trade surpluses and commodity prices have fallen, SWFs have accumulated cash at a slower rate and spent less on buying stakes in firms. In 2013 their investments were $50 billion, under half the level of 2008, reckons Bernardo Bortolotti of Bocconi University in Milan.

SOEs, meanwhile, have been through hell. Tumbling commodity prices have hurt energy and mining firms. Sanctions have clobbered Russian firms. Corruption scandals have erupted, and not just in Brazil. Jiang Jiemin, PetroChina's ex-boss, was arrested in 2013, for example.

But at the root of the underperformance is what looks like a huge misallocation of capital by SOEs. Given licence by politicians, and with little need to pacify stroppy investors, their capital investment surged, accounting for over 30% of the global total by big listed firms.

More than $2.5 trillion has been invested in telecoms networks, hydrocarbons fields and other projects by SOEs since 2007. Gazprom built an alpine ski resort for the winter Olympics. Etisalat, a telecoms firm in the United Arab Emirates, blew $800m on an operation in India whose licence was cancelled after an anti-graft inquiry. To counteract the global slowdown after 2007-08, state banks went on a lending binge in China, India, Russia, Brazil and Vietnam. The resulting bad debts are only now being recognised.

As the balance-sheets of SOEs have grown faster than profits, return on equity has slumped from 16% in 2007 to 12% today, less than the 13% achieved by private firms. China's four biggest banks, with their inflated earnings, flatter this picture. Excluding them, SOEs' return on equity falls to 10%. Cash returns to investors are poor: SOEs' dividends and buy-backs are typically only 10-15% of the global total. Flabby and stingy, SOEs are now priced by investors at about their liquidation value.

For governments and managers of SOEs the immediate task is firefighting. While SOES' aggregate balance-sheet is passable, some companies are too indebted. Vietnam has had one big SOE default, by a shipyard. Petrobras has net debt equivalent to four times its gross operating profit. Rosneft, a Russian oil firm, must refinance $21 billion of bonds before April. Its bond yields have risen sharply and it wants state aid. Many SOE banks in the emerging world need to be recapitalised.

Next, investment levels and costs need to be cut, so as to lift returns on capital. There is little sign that this is happening yet. Natural-resources SOEs will probably be slower to react to lower commodity prices than their private-sector peers. All state firms find it hard to lay off people--the SOEs among the world's 500 most valuable firms employ 8m, and their workforce has risen by a fifth since 2007. Those in industries facing disruption from the web, particularly banking and telecoms, will probably need redundancy schemes.

In the longer term, managers need to rethink how firms are run. Interviewed by The Economist in April, Xi Guohua, the chairman of China Mobile, talked of introducing incentive-based pay, awarding staff shares and establishing stand-alone units with freedom to innovate. "The old organisation will restrict our development and stand in our way, and we are fully aware of the urgency of such changes," he said.

China Mobile's efforts are part of a wider drive in China to make SOEs more efficient by deregulating prices and interest rates, introducing more private investors and increasing competition. Narendra Modi, India's newish prime minister, has a similar plan to open up Coal India, a notoriously inept monopolist, to competition and to resuscitate India's state-run banks.

Yet at the heart of all these efforts, a tension remains: who are SOEs run for? The public good, as interpreted by politicians? Or shareholders? Only some countries have resolved this, either by the state selling out completely, or by establishing robust mechanisms to keep firms at arms' length from the government, such as at Temasek, Singapore's state holding company.

Until this question is resolved the value-destroying impulses of SOEs will remain, and investors will be wary of both established firms and newcomers. That is why, as the box alongside describes, not a single foreign investor took part in Vietnam's latest flotation of a state firm.


The Economist via aqui

Carlsen mantem o título

Terminou em Sochi, Rússia, a disputa pelo título de campeão mundial de xadrez. O atual campeão, o norueguês Carlsen, o jogador mais forte de todos os tempos, manteve o título, com três vitórias, uma derrota e sete empates. Como cada vitória vale um ponto, o empate meio e a derrota zero, Carlsen finalizou com 6,5 pontos versus 4,5 pontos do seu oponente, o indiano Anand. A disputa terminou antes do prazo estabelecido, já que ainda faltava uma partida e o desafiante não teria condições de alcançar o número de pontos de Carlsen.

O resultado já era esperado. Para se ter uma ideia, Carlsen tinha 2.862 pontos de rating e perdeu um ponto; Anand tinha 2.793 pontos e ganhou 1 ponto.

A disputa teve boas partidas (exceto a nona e décima partida) e erros graves. A disputa trouxe uma discussão entre os enxadristas sobre a Variante Berlim da Abertura Rui Lopez, muito usada no match. Ao final, Carlsen ganhou 1 milhão de euro pelo feito.(A figura mostra os campeões mundiais de xadrez. Nos primórdios a disputa era feita a partir da colocação do título em disputa pelo campeão e por este motivo os campeões de antigamente ficaram anos com o título)

Papa Francisco

O Papa Francisco falou aos participantes do Congresso Mundial de Contadores. O pontífice lembrou que o trabalho do contador é servir a comunidade, segundo o Journal of Accountancy.O papa ressaltou a importância do contador desempenhar uma função positiva e construtiva na sociedade, sabendo que por trás de cada documento existem seres humanos.

Para isto, os contadores devem ir além da função diária, ajudando as pessoas em dificuldades  encontrando soluções que promovam a solidariedade entre os seres humanos.

A audiência com o Papa Francisco ocorreu no dia 14 de novembro.

Listas: 10 maiores shows de música por número de espectadores

Rod Stewart - 1994 - 3,5 milhões de pessoas - Rio de Janeiro
Ilha de Wight Pop Festival - 1970 - 250 mil pessoas - East Afton, Inglaterra
Simon e Garfunkel - 1981 - 500 mil pessoas - Nova York
Rock in Rio 3 - 2001 - 250 mil pessoas
Woodstock - 1969 - 500 mil pessoas Bethel, Nova York
Paul McCartney - 1990 - 180 mil pessoas Maracanã, Rio de Janeiro
The Wall - 1990 - Berlim
U2 - 1997 - Reggio Emilia, Itália - 150 mil pagantes
Rolling Stones - 1969 - Londres
Queen - 1980 - São Paulo - 130 mil pessoas

Fonte: Aqui

23 novembro 2014

Rir é o melhor remédio



 Fonte: Aqui

Especialistas

Veja o seguinte texto publicado no Estadão:

A inclusão de cálculos, mesmo que parciais, sobre as baixas dos ativos e esclarecimentos sobre o fato de as perdas serem possivelmente maiores podem ajudar a dar alguma credibilidade ao balanço da Petrobras, apontam especialistas.

"Funciona (a inclusão de dados parciais), se a Petrobras, com a melhor informação disponível hoje, de maneira imparcial, registrar os valores que, de boa fé, acredita serem os verdadeiros. Não dá para existir nada além disso", diz o advogado Bruno Werneck, sócio do escritório Mattos Filho.

Ele admite que o auditor pode, ainda assim, não ter a segurança necessária para dar seu aval ao documento, mesmo com as premissas indicadas pela Petrobras. "Essa é a dificuldade, o convencimento do auditor de que aquele é o valor certo neste momento", disse.

Werneck pondera que, diferentemente da Embraer, no caso da Petrobras as investigações sobre corrupção surgiram e se tornaram públicas quando o ex-diretor da companhia Paulo Roberto Costa fez a delação premiada e declarou que havia desvios.

(...) A advogada tributarista Isabel Bertoletti, do Machado e Associados, no entanto, salienta que trazer os ativos a valor justo é um dos pontos de atenção do balanço, já que, como a investigação ainda está se desenvolvendo, não é possível saber se outros itens importantes serão identificados.

Itaquerão

O Corinthians e a Odebrecht têm enfrentado rejeição do mercado para comprar os CIDs (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento) do Itaquerão, o que abre um rombo de R$ 405 milhões na conta do estádio. Assim, o clube e a construtora pediram à prefeitura de São Paulo que dê garantia de cobrir o valor caso os títulos não sejam vendidos. Só que o prefeito Fernando Haddad rejeitou a requisição e houve um racha entre corintianos e o município.

Foi a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab que se decidiu pela emissão dos CIDs para complementar o custo da arena corintiana, sede da abertura da Copa-2014. Seu preço final foi R$ 1,150 bilhão. E o clube venderia os títulos ao final da construção para devedores de ISS (Imposto Sobre Serviços), provavelmente bancos, que poderiam descontar o valor de seus débitos.

(...) O problema é que empresas e bancos têm recusado a compra dos títulos porque não confiam na sua validade, o que é confirmado até por pessoa envolvida no projeto da arena. Um dos motivos é um questionamento judicial do Ministério Público Estadual em processo que alega ilegalidade dos CIDs por serem transferência de recurso público a entidade privada. (...)

Resultado: o Corinthians e a Odebrecht foram pedir ajuda a prefeitura. Querem um documento da prefeitura de garantia que se responsabilize pelo valor dos CIDs independentemente do que ocorrer no futuro. Outra possibilidade seria um novo projeto de lei que permitisse a prefeitura recomprar os títulos caso estes fossem rejeitados pelo mercado. Desta forma, o dinheiro sairia do caixa do município, não de incentivo fiscal.

A prefeitura rejeitou a demanda corintiana, considerada ilegal. (...)


Fonte: Aqui

Listas: Os livros mais influentes dos últimos anos

2004: The Paradox of Choice - Barry Schwartz

2005: A Whole New Mind: Why Right-Brainers Will Rule the Future - Daniel Pink

2006: Mindset: The New Psychology of Success - Carol Dweck

2007: The No Asshole Rule: Building a Civilized Workplace and Surviving One That Isn’t - Robert Sutton

2008: Outliers: The Story of Success - Malcolm Gladwell

2009: The Talent Code: Greatness Isn’t Born. It’s Grown. Here’s How. - Daniel Coyle

2010: Switch: How to Change Things When Change Is Hard - Chip e Dan Heath

2011: Thinking, Fast and Slow - Daniel Kahneman

2012: Quiet: The Power of Introverts in a World That Can’t Stop Talking - Susan Cain

2013: Lean In: Women, Work, and the Will to Lead - Sheryl Sandberg

2014: A Path Appears: Transforming Lives, Creating Opportunity - Nicholas Kristof e Sheryl WuDunn

Fonte: Aqui

22 novembro 2014

Rir é o melhor remédio

Lendo o jornal impresso e online

Fato da Semana

Fato da Semana: Novamente Petrobras. A discussão sobre a empresa persistiu ao longo da semana. Questões sobre os controles internos, governança corporativa, auditoria, qualidade das demonstrações, entre outras foram objeto de discussão.

Qual a Relevância disto? Além do aspecto político, as questões contábeis também foram objeto de discussão ao longo da semana. As discussões destes temas são uteis para melhorar a qualidade da contabilidade nas empresas brasileiras, melhorar as regulamentações contábeis, ajudar nas discussões acadêmicas, entre outras.

Positivo ou negativo? Positivo, se nós soubermos aproveitar a crise na empresa para melhorar a qualidade.

Desdobramentos: Conforme dito no fato da semana anterior, ainda haverá uma discussão sobre a auditoria, além de controles internos.

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade:

1 – Fasb pode atrasar o início desta norma contábil, realizada em conjunto com o Iasb
Leasing
Reconhecimento da Receita
Goodwill

2 – Na data em que a Petrobras divulgou que não iria entregar suas demonstrações no prazo, o presidente do conselho de administração
Estava viajando com o presidente da república
Estava de férias na China
Não foi encontrado na sede da empresa para dar explicações

3 – Uma empresa de auditoria fez um contrato com uma equipe de fórmula 1:
KPMG e McLaren
EY e Ferrari
PwC e Williams

4 – As empresas contratas pela Petrobras para ajudar na investigação contábil resolveu:
Desistir do trabalho
Querem contratar uma empresa de auditoria
Querem contratar a Kroll

5 – O banco Morgan Stanley fez uma estimativa sobre o tamanho das perdas da Petrobras. O valor máximo é de
2,1 bilhões de reais
21 bilhões de reais
210 bilhões de reais

6 – A empresa que fez a auditoria da Petrobras recebeu
1,8 milhões de reais
18 milhões de reais
180 milhões de reais

7 – Luciano Coutinho, Miriam Belchior e Sérgio Quintella fazem parte
Do Comitê de Auditoria da Petrobrás
Dos candidatos a ministro da Fazenda
Dos investigados pela Lava jato

8 – A estimativa de baixa feita pelo blog alcançaria a
R$ 2,0 bilhões de reais
R$ 20 bilhões de reais
R$ 200 bilhões de reais

Respostas: (1) receita; (2) viajando com a PR; (3) KPMG e McLaren; (4) auditoria; (5) 21; (6) 18; (7) auditoria; (8) 20

Se obteve de 7 a 8 acertos, você é um Carlsen; de 5 a 6 acertos, Mequinho; 4 acertos, César Tibúrcio.

Gravidade, celular e postura

Ao olhar o celular, uma pessoa irá inclinar sua cabeça. E isto terá consequências sobre postura:

Kenneth Hansraj, um cirurgião de Nova York, encontrou esse número utilizando um modelo de computador de uma coluna vertebral humana. Uma cabeça humana média pesa cerca de 10 a 12 quilos, e inclinando-a para baixo para verificar o Facebook, enviar um texto ou para usar o Google, o peso de uma cabeça humana aumenta a força gravitacional sobre o referido crânio.

21 novembro 2014

Rir é o melhor remédio

Você me completa:

Curso de Contabilidade Básica: Cancelamento de ações

Quando se faz uma integralização de capital existe um aumento de patrimônio líquido e geralmente um aumento de ativo. Este é o primeiro lançamento contábil pelo método das partidas dobradas que ensinamos. Mas e o oposto? Ou seja, quando a empresa reduz o capital?

Apesar de ser uma situação pouco típica, podemos encontrar esta situação na prática. Nestes casos é necessário fazer uma redução do patrimônio tendo como contrapartida redução de caixa, se houver um pagamento envolvido. O caso da Portobello não se enquadra neste caso e por isto vamos observar de perto.

Esta empresa da área de material de construção recebeu de volta ações de seus funcionários, conforme nota explicativa do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2013:



Observe o leitor que os funcionários assinaram um termo de desistência. Ao fazer isto, a empresa registrou como ações em tesouraria, conforme a DMPL da empresa:

Em 2014 a empresa cancelou estas ações. Veja a DMPL entre 1º. De janeiro e 30 de setembro de 2014:

Você saberia dizer qual foi o lançamento contábil realizado?

Atraso na Implantação da Regra de Reconhecimento de Receita

O diretor assistente do Fasb, Cullen Walsh, afirmou que o Fasb poderá atrasar a implantação da nova regra de reconhecimento de receita, conforme noticiou a CFO.

A norma de reconhecimento da receita foi elaborada pelo Fasb em conjunto com o Iasb após anos de discussão. Entretanto, há críticas com respeito a sua complexidade. Empresas como ATT, TiVo e Verizon solicitação, formalmente, que o Fasb prorrogue o prazo de início da norma. O texto foi aprovado no início do ano e o tempo adicional já está sendo solicitado.

Qualidade dos Conselhos

Comentamos sobre a questão dos Conselhos da Petrobras, em especial do Comitê de Auditoria. Agora o Valor também aborda esta questão de outra forma:

Mas causou perplexidade a muitos no mercado o fato de, no momento em que a Petrobras divulgava que não tinha condições de publicar seu balanço com a assinatura de uma auditoria, o presidente de seu conselho de administração, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, estivesse em viagem junto à comitiva presidencial na Austrália. A presidente Dilma já anunciou que Mantega não continuará no ministério. Em tese, afirmam especialistas, a atitude mais correta do ministro seria também a de renunciar à presidência do conselho da estatal ao se desligar do governo. O conselho da empresa é escolhido anualmente na assembleia ordinária de abril.

(...) Além de Mantega, no conselho atual está a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, além do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Na visão de alguns acionistas, talvez eles não tenham tanto tempo disponível para dedicar ao acompanhamento do dia a dia de uma empresa do porte da Petrobras, diante de todas as obrigações que os cargos impõem a eles. O conselheiro, lembram, deve ser da empresa, e não do acionista que o indicou. Um conselho que, em tese, pudesse ser mais dedicado à companhia poderia ser uma boa solução para a empresa.


Esta questão não é nova. Os conselhos das empresas com participação do estado são um complemento salarial.

KPMG e McLaren

A equipe de fórmula 1 McLaren fez um acordo com a empresa de auditoria KPMG. Usando a tecnologia desenvolvida para acompanhar e melhorar o desempenho dos seus automóveis na pista, a McLaren desenvolveu tecnologia que pode ajudar a monitorar milhares de dados e seu relacionamento com o desempenho. Este não é o primeiro acordo que a McLaren, através da McLaren Applied Tecnologies, fez. Anteriormente a empresa já acertou com a empresa farmacêutica GSK para aplicar seu know-how na área de produção, com a NHS para ajudar no combate a obesidade e na melhoria do tráfego aéreo.

Segundo o jornal The Telegraph o acordo terá uma duração de 10 anos e pretende "transformar" a auditoria.

Evolução tecnológica

Volante da Mercedes na Fórmula 1: 1954 e 2014

Listas: Maiores goleadores de todos os tempos

1. Josef Bican - Áustria e Tchecoslováquia - 1931-1956 - 918 partidas e 1468 gols
2. Gerd Müller - Alemanha - 1962-1983 - 1216 e 1461
3. Pelé - Brasil - 1956-1990; 1375 e 1389
4. Arthur Friedenreich - Brasil - 1909-1935; 1239 e 1329
5. Franz Binder - Áustria e Alemanha - 756 e 1006
6. Romário - Brasil - 1985-2007; 1188 e 968
7. Eusébio - Portugal - 1957-1979; 807 e 790
8. Ferenc Puskas - Hungria e Espanha - 754 e 746

Fonte: Wikipedia

20 novembro 2014

Rir é o melhor remédio

Uma propaganda com Messi e Drogba (via aqui)

Curso de Contabilidade Básica: Divulgação dos Resultados

Ao final de cada período, uma empresa deve divulgar seus resultados. Para as grandes empresas, interessadas em agradar seus investidores, atuais e potenciais, a divulgação não é somente colocar na internet os resultados. Existe todo um ritual.

Nos idos de outrora, as empresas faziam apresentações em diferentes cidades. Era um grande evento, inclusive com agrado aos participantes: canapés, bebidas e recepcionistas. E uma cópia impressa das demonstrações. Hoje as empresas continuam fazendo apresentações, mas com transmissão pela internet. Talvez a forma tenha mudado, mas a finalidade continua a mesma.

Veja o leitor o caso da Telefônica. A empresa divulga na sua página as condições para acompanhar o evento de apresentação dos resultados:


A empresa marcou uma teleconferência e divulga a forma de acesso. O interessado necessita fazer um cadastro, disponível na página da empresa. Aquele que não conseguir participar da divulgação, poderá assistir a sua gravação.

As transparências estão disponíveis e são cuidadosamente preparadas:

Existem endereços que fazem transcrições de algumas destas apresentações. Os jornais divulgam os principais eventos, num breve resumo. Em dúvida sobre o que fazer amanhã? Que tal assistir uma divulgação de resultado?

Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)

Eu não falei? 2

Quando postamos sobre a contratação das empresas Trench, Rossi e Watanabe Advogados e Gibson, Dunn e Crutcher por parte da Petrobras para ajudar na investigação contábil dos números da estatal afirmamos:

não são especializadas em investigação. A página da Gibson na Wikipedia informa que a empresa é especializada em litígio. O que é muito diferente de investigação. Para investigar teriam que contratar empresas como a Kroll ou uma das Big Four. Por sinal, enquanto a Gibson possui uma receita de 1 bilhão, a EY, por exemplo, possui receita de 30 bilhões de dólares. Obviamente que a EY tem muito mais condições de ser "independente" que a Wikipedia. 

Eis a notícia

Os escritórios de advocacia Trench, Rossi e Watanabe Advogados e Gibson, Dunn & Crutcher, contratados pela Petrobras a pedido da PwC, estão procurando outra grande empresa do segmento de auditoria e consultoria para ajudar na investigação contábil dos números da estatal.

(...) Entre as quatro grandes do setor, PwC e KPMG não poderiam fazer o serviço, por terem auditado o balanço da Petrobras nos últimos anos. O Valor apurou que Deloitte e EY não têm nenhum tipo de contrato negociado. Procuradas, as duas firmas disseram que não falam sobre clientes.

O objetivo desse tipo de serviço é verificar controles internos, a coerência entre contratos e faturas, além de buscar informações em servidores, computadores e celulares, entre outras tarefas. Também é possível promover investigações externas para checar, por exemplo, se viagens de executivos foram pagas por fornecedores. Isso poderia confirmar, por exemplo, se Renato Duque e Jorge Zelada tiveram viagens pagas por Julio Faerman, ligado à SBM.

Eu não falei?

Segundo notícias dos jornais de hoje, o banco Morgan Stanley afirmou que as perdas da Petrobras podem chegar a R$21 bilhões. Há dois dias estimamos as perdas em R$20 bilhões (vide o final da postagem).

A estimativa do Morgan é o valor máximo, já que o intervalo estaria entre 5 a 21 bilhões (um intervalo realmente amplo).

Um aspecto importante é que a empresa deverá efetuar a baixa no exercício onde ocorreu a corrupção. Assim, diversos balanços serão reapresentados.

Confidence Accounting

Contadores apresentariam incertezas como intervalos para os investidores e gestores, em vez de números como discretos: "o balanço da Empresa X vale $ Y, mais ou menos $ Z, e estamos 95% confiantes de que ele cai dentro desse intervalo". Auditores iriam verificar esses intervalos. Isso mudaria auditoria no sentido de "ciência de medição"(...) Contas aprovadas seriam apresentadas de forma probabilística, mostrando intervalos. Com o tempo, os investidores podem avaliar uma empresa de auditoria com base em quão perto valores históricos caíram dentro dos limites estabelecidos.

É interessante. Obviamente que isto poderia eliminar a necessidade de contas como Crédito de Liquidação Duvidosa.

Listas: Consumo de cerveja por habitantes

1. República Tcheca = 143 litros
2. Alemanha = 110
3. Austria = 108
4. Estônia = 104
5. Polônia = 100
6. Irlanda = 93
7. România = 90
8. Lituânia = 89
9. Croácia = 82
10. Bélgica = 81

Fonte: Aqui

19 novembro 2014

Rir é o melhor remédio

Frases de Dario, o Dadá Maravilha, ex-jogador de futebol

"Não venha com a problemática que eu dou a solucionática."
"Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha."
"Não existe gol feio. Feio é não fazer gol."
"Um rei tem que ser sempre recebido por bandas de música."
"Pra fazer gol de cabeça era queixo no peito ou queixo no ombro."
"Com Dadá em campo, não há placar em branco."
"Pelé, Garrincha e Dadá tinham que ser curriculum escolar"
"Faço tudo com amor, inclusive o amor"
"Nunca aprendi a jogar futebol pois perdi muito tempo fazendo gols"
"Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área".
"Chuto tão mal que, no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol."
"A área é o habitat natural do goleador, nela ele está protegido pela constituição, se for derrubado é pênalti"
"Num time de futebol existem nove posições e duas profissões: o goleiro e o centroavante"
"Bola, flor e mulher, só com carinho"
"Fiz mais de 500 gols, só correndo e pulando."
"Quando eu saltava o zagueiro conseguia ver o número da minha chuteira"
"São duas coisas que eu não aprendi: Jogar futebol e perder gol!"
"Melhor do que Dadá, só Jesus Cristo!"
"Futebol não pode ficar acima da educação, não!"

Curso de Contabilidade Básica: Imposto e Receita

A cobrança de tributos é para ajudar o governo a fazer as ações para o qual foi escolhido pela população. Para a empresa, a sua existência significa trabalho de preenchimento dos formulários, possibilidade de fiscalização, perda de mercado para outras empresas que não pagam tributos ou para produtos incentivados.

Quando o governo cobra um tributo indireto, a empresa transfere este ônus ao cliente no preço final da mercadoria ou serviço. Diz-se então que a empresa age como uma agência do fisco, cobrando o imposto e repassando para o governo. Em lugar de fiscalizar milhões de contribuintes, o tributo indireto permite a fiscalização em alguns poucos entes. Economiza o esforço de arrecadar.

No caso do tributo indireto, como o IPI ou ICMS, a imposição de uma alíquota faz com que o valor da receita da empresa seja maior, mas parte dela irá para o governo. Se um produto teria um preço de venda de R$ 100 e o governo impõe uma alíquota de 25%, a receita será de R$ 125, sendo que parte deste valor será do governo. Isto pode criar um problema quando fazemos análise do comportamento da receita de uma empresa no tempo. Suponha que o governo decida reduzir a alíquota para 10% (supondo). A receita reduziu para R$ 110. Mas a redução da receita é artificial, já que é decorrente da redução da alíquota. Por este motivo, é mais razoável comparar a receita sem o tributo, para não ser influenciado por esta situação.

A empresa Unicasa fez isto na sua demonstração contábil trimestral encerrada em setembro de 2014. Ao fazer análise do desempenho das vendas, a Unicasa considerou a receita bruta ex-IPI:

A constante variação na alíquota poderia distorcer a análise da receita. Por este motivo, a empresa chamou a informação “Receita Bruta ex-IPI”, ou seja, sem o IPI.

Decisão de Investimento e avaliação dos pares

Abstract

Peers' valuation matters for firms' investment: a one standard deviation increase in peers' valuation is associated with a 5.9% increase in corporate investment. This association is stronger when a firm's stock price informativeness is lower or when its managers appear less informed. Also, the sensitivity of a firm's investment to its stock price is lower when its peers' stock price informativeness is higher or when demands for its products and its peers' products are more correlated. Furthermore, the sensitivity of firms' investment to their peers' valuation drops significantly after going public. These findings are uniquely predicted by a model in which managers learn information from their peers' valuation.

JEL classification

Keywords

E a auditoria?


A empresa de auditoria PwC teve um papel fundamental no impasse em que vive a Petrobras, ao recusar assinar o balanço da empresa. Entretanto, recebendo R$ 18 milhões por ano para fazer seu trabalho será que a PwC foi eficiente ou chutou cachorro morto?

Antes de responder a esta pergunta é importante destacar que as empresas de auditoria acreditam que não é sua tarefa detectar ou relatar fraudes. E provavelmente também a auditoria não tem competência ou condições de verificar a existência de desvios de conduta dos dirigentes de uma empresa. Isto tem sido dito e repetido pelas auditorias e este setor tem defendido esta postura firmemente. Recentemente a entidade que fiscaliza as empresas de auditoria nos Estados Unidos tentou abranger o objetivo de uma auditoria para incorporar a obrigação de revelar e reportar fraudes. A PwC respondeu que isto significaria custos desnecessários.

Outro aspecto importante refere-se ao Comitê de Auditoria. Este comitê é relativamente recente nas empresas brasileiras e é composto geralmente de três pessoas que deveriam ser especialistas na área. O Comitê pode ajudar a empresa, melhorando seus controles internos e sugerindo aspectos relacionados com a auditoria. O comitê, com letra minúscula, está composto por Luciano Galvão Coutinho, economista, conhecido como presidente do BNDES; Miriam Aparecida Belchior, engenheira, ministra do MPOG; e Sérgio Quintella, da FGV, engenheiro e economista e presidente do Tribunal de Contas do RJ. Você acredita que este comitê poderia funcionar? Ah, sim, este comitê deveria ser independente.

Voltemos ao caso da PwC e a Petrobras. A Pwc foi contratada em janeiro de 2012, substituindo a KPMG. Neste período, a Petrobras divulgava que estava tudo bem com sua contabilidade e seus controles internos. A PwC assinava os balanços concordando. Se o leitor teve a curiosidade de ler os comunicados da Petrobras deverá lembrar que esta empresa anunciou mais de 60 medidas relacionadas com o controle interno. Pois no balanço da empresa antes da crise não existiam problemas nesta área.

No Formulário de Referência que a empresa é obrigada a entregar para CVM afirma-se que a PwC foi contratada para fazer, entre outras coisas, uma “auditoria sobre a estrutura de controles internos da Petrobras”. No relatório anual a empresa afirma que “a estrutura da Companhia está adequada aos controles internos para verificação da efetividade da política adotada.” Mais adiante o relatório tem o seguinte parágrafo:

A Administração avaliou a eficácia dos controles internos da companhia referente ao processo de preparação e divulgação das demonstrações financeiras consolidadas em 31 de dezembro de 2013. Com base nesta avaliação, a Administração concluiu que, em 31 de dezembro de 2013, os controles internos da companhia referentes à preparação das demonstrações contábeis consolidadas são eficazes.

Logo a seguir o relatório afirma que a PwC não criticou estes controles internos:

Os auditores independentes da PricewaterhouseCoopers (PwC) Auditores Independentes não identificaram, durante a execução dos trabalhos de auditoria, deficiências ou recomendações sobre os controles internos da Companhia que pudessem afetar o parecer sobre as demonstrações contábeis referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2013.

Mas este texto foi escrito no início do ano. No dia 8 de agosto a PwC afirmava no parecer trimestral que

Com base em nossa revisão, não temos conhecimento de nenhum fato que nos leve a acreditar que as informações contábeis intermediárias consolidadas incluídas nas informações trimestrais acima referidas não foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com o CPC 21 (R1) e o IAS 34, aplicáveis à elaboração das Informações Trimestrais - ITR, e apresentadas de forma condizente com as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Ou seja, estava tudo normal. Entretanto, começam a surgir as primeiras notícias sobre os problemas na empresa. Inicialmente, a confissão do seu ex-diretor e de um doleiro na véspera da eleição; logo a seguir, uma empresa holandesa faz um acordo com o governo do seu país sobre o pagamento de propinas para empregados da Petrobras. E agora, uma grande operação policial para prender diversos funcionários e corruptores.

Com base no que foi escrito, é difícil imaginar que a PwC foi competente; provavelmente agiu muito mais no sentido de se preservar, para evitar uma punição maior, nos Estados Unidos.

Para a PwC os controles internos da empresa eram suficientes e eficazes; não eram. E agora?