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17 agosto 2013

Desvio nos jogos da Seleção

Em sua edição desta quinta-feira, o Estado revelou com exclusividade que um contrato de 2006 entre a empresa que detém os direitos sobre a seleção brasileira, a ISE, e outra com registro nos EUA garantia que mais de 8 milhões seriam transferidos para a americana Uptrend por um pacote de 24 jogos da seleção. A companhia estava registrada em nome de Sandro Rosell, presidente do Barcelona, mas também ex-diretor da Nike no Brasil e amigo pessoal de Teixeira.

Ex-funcionários de empresas que eram responsáveis por operar mais de 40 jogos da seleção afirmaram que jamais ouviram falar na Uptrend e que não saberiam dizer qual serviço prestaria.

Nesta quinta, ainda na Basileia, onde na quarta-feira a seleção enfrentou a Suíça, a assessoria de imprensa da CBF não desmentiu as informações. O atual presidente, José Maria Marin, insistiu que "desconhecia" o assunto.

Novos documentos, porém, revelam que o esquema não acabou com a queda de Teixeira. Antes de renunciar, o dirigente renovou os contratos que tinha com a ISE por mais dez anos, por um valor que seria US$ 100 mil inferior ao acordo anterior.

Mas a parcela que era desviada para outras contas aumentou de cerca de US$ 450 mil para quase US$ 800 mil, também em contas em locais fora do Brasil, principalmente nos EUA.

Diferentes contratos consultados pelo Estado, seguindo sempre o padrão daquele revelado nesta quinta pela reportagem, acabaram sendo assinados para justificar os pagamentos dessas comissões. De um lado, a ISE, com sede nas Ilhas Cayman. De outro, empresas que prestariam supostos serviços.

(...) A renda dos amistosos da seleção também foi usada para quitar dívidas e mesmo para comprar empresas, de acordo com fontes que trabalharam na CBF. Uma dessas companhias seria do próprio Rosell.

Antes de assumir a presidência do Barcelona, em julho de 2010, ele teve de se desfazer de suas empresas de marketing, exigência dos estatutos do clube. O obstáculo foi resolvido com a ajuda da seleção brasileira. A ISE enviou recomendação aos organizadores das partidas para que transferissem diretamente ao dirigente o dinheiro que teriam de enviar à empresa - e que seria destinado à CBF. A ISE, em troca, ficou com a companhia de Rosell. O dinheiro foi enviado: cerca de 3 milhões.(...)


Desvio de cotas dos amistosos da seleção continua, indicam contratos - Jamil Chade - O Estado de S Paulo

16 agosto 2013

Rir é o melhor remédio


Chorar é o melhor remédio

Fonte: Aqui (as 20 horas do dia 17 de agosto)

Em defesa do hedge accounting

Num texto publicado no Valor Econômico ('Geografia contábil' sob os holofotes - Fernando Torres - Valor Econômico - 16/08/2013) algumas afirmações interessantes e controversas sobre a contabilidade das empresas brasileiras. Logo no primeiro parágrafo:
A temporada de balanços do segundo trimestre trouxe para o holofote temas contábeis extremamente áridos como "geografia contábil" e o uso do "valor justo" para mensurar ativos e passivos.
Devo confessar que é a primeira vez que deparo com o termo "geografia contábil". Pesquisei no Google e encontrei somente 37 resultados (pesquisa realizada no dia 16, as 10:35 da manhã, quando estava redigindo este texto). Já o termo valor justo realmente é controverso e não de agora. Prossegue o texto:
A grande razão para essas discussões virem à tona neste momento foi que no segundo trimestre houve mudança relevante nos preços dos instrumentos financeiros. O dólar saltou 10% e as taxas de juros subiram bastante tanto no Brasil como no exterior, seja pela sinalização do Banco Central de que vai continuar elevar a Selic, ou por causa da expectativa de mudança no rumo da política monetária dos Estados Unidos.
Não é a primeira vez que isto ocorre e certamente não será a última. E novamente temos controvérsias sobre o tratamento da variação cambial. Prossegue o texto:
O impacto da variação do dólar provocou um aumento - em reais - da dívida em moeda estrangeira das empresas. E teria como contrapartida natural uma despesa na conta de lucros e perdas das companhias.
O termo "conta de lucros e perdas" não é recente. Talvez esteja um pouco em desuso e não deveria ser relembrado.
Embora isso tenha ocorrido para muitas empresas, e provocado as despesas "não caixa" no resultado, não foi assim com Petrobras e Braskem, que decidiram adotar a contabilidade de hedge para evitar esse impacto. Dessa forma, o efeito do câmbio na dívida foi registrado diretamente no patrimônio, sem reduzir o lucro das companhias no trimestre.
Esta é uma discussão muito mais profunda. O efeito cambial não passar pelo resultado contraria os defensores do "clean surplus".
Se a "geografia contábil" não tivesse relevância, não haveria diferença entre se registrar o efeito no resultado ou no PL, já que o impacto final é igual.
O texto parece esclarecer o conceito de geografia contábil aqui: o registro do efeito no resultado ou no PL. Mas ao contrário do que afirma o texto, existe diferença entre registrar no resultado ou no PL. Sobre a contabilidade de hedge:
Segundo um dos contadores mais respeitados do país, o professor Eliseu Martins, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, a contabilidade de hedge permite uma "representação melhor da situação econômica" das empresas.
"Se o passivo aumentou, eu reconheço a perda de patrimônio, mas não registro a pancada no resultado porque vou contrapor isso aos ganhos com exportação no futuro", resume o professor, que lembra que as exigências para se aferir a eficácia desse hedge ao longo do tempo são severas.
A questão parece não ser bem sua utilização, mas o fato das empresas resolverem alterar sua política contábil no meio do caminho, sem comunicar adequadamente ao mercado, aparentemente "gerenciando" seus resultados.
Como oscilações bruscas no câmbio não são novidade no Brasil, o que aparentemente aconteceu é que as empresas preferiram enfrentar o trabalho de ter que provar aos auditores que seus hedges funcionam do que ter que passar horas tentando convencer investidores e o público que a despesa "não caixa" que corroeu o lucro não terá efeito nenhum - quando na maior parte dos casos a distribuição de dividendos é sim afetada pelo sobe e desce cambial.
Não vejo muito problema em "provar aos auditores" já que a contabilidade de hedge já estava normatizada pelo CPC. A gritaria dos investidores foi decorrente da falta de clareza na mudança da política contábil.
Já outra discussão sobre a geografia contábil tem a ver com categoria "disponível para venda", que permite que a variação de preço dos instrumentos financeiros seja registrada no patrimônio líquido, e não no resultado.
O texto insiste em usar o termo "geografia contábil". Agora sobre o tratamento dos instrumentos financeiros.
Se não houvesse essa possibilidade - e assumindo tudo mais constante -, o Bradesco teria registrado prejuízo no segundo trimestre, já que a perda registrada no patrimônio por causa desses títulos foi de R$ 5,3 bilhões e o lucro apurado no período somou R$ 3 bilhões. Da mesma forma, o Itaú teria lucro R$ 1,2 bilhões menor e o Bando do Brasil, R$ 685 milhões.
"Essa categoria disponível para venda nunca me convenceu muito. Tanto que está para morrer dentro do IFRS", diz Martins.
Para ele, se houvesse o entendimento de que ganhos e perdas não realizados não deveriam transitar pelo resultado, como já ocorreu no passado, isso funcionaria melhor se a regra valesse para todo o conjunto de ativos. "O problema é a classificação ficar ao arbítrio da instituição."
Para minimizar esse problema de geografia, o professor defende que os lançamentos tratados como "outros resultados abrangentes" apareçam logo abaixo da demonstração de resultados, e não numa peça separada do balanço.

Mais do que isto, que o resultado abrangente seja a base de desempenho das empresas.
Por fim, a última pergunta que surge dessa safra de balanços é: se os ativos financeiros mudaram tão bruscamente de preço no trimestre, por que não houve mudança perceptível no valor dos ativos não financeiros, mesmo naqueles registrados pelo chamado valor justo, como os ativos biológicos e os prédios de empresas que vivem de renda de aluguel e de administradoras de shoppings?
De acordo com Luiz Paulo Silveira, sócio da Apsis, consultoria especializada em avaliação de ativos, ao se calcular o efeito da recente alta da Selic sobre os modelos de avaliação de valor justo do setor imobiliário, por exemplo, haveria uma alta de 13% na taxa de desconto, o que, a princípio, provocaria uma redução no valor dos bens. Ele diz, contudo, que, como os modelos de avaliação de ativos não financeiros dependem de inúmeras outras informações e premissas, além da taxa de juros brasileira, "a sensibilidade do valor final é bem menor".
O especialista lembra ainda que os demais ativos não financeiros - que não os biológicos e nem as propriedades para investimento - só precisam ser reavaliados em fusões e aquisições ou quando há evidências de perda do valor recuperável. "E apenas variações relevantes no desempenho da companhia ou na conjuntura econômica deflagrariam a necessidade de ajuste, o que não parece o caso."
Particularmente achei este o melhor trecho da reportagem. A pergunta a pertinente, mas a resposta apresentada não convence. Além do efeito da alta da Selic, as manifestações populares alteraram a percepção do risco Brasil. Isto é inegável. E deveria interferir diretamente na taxa de desconto. Mas isto não ocorreu. Minha opinião é que as empresas evitam alterar suas avaliações por serem subjetivas, imprecisas e inadequadas. Se fosse realizada de maneira adequada, haveria um grande quantidade de amortizações.
(Cartoon adaptado daqui)

Rir é o melhor remédio

Do The Telegraph (via Boring is optional): Accoutants (e não acountants) não são somente contadores de feijão. Mas a fotografia é de ervilhas.

Max Geringher fala da sua experiência em contabilidade

Na palestra de abertura da XXVIII Contesc (Convenção da Contabilidade de Santa Catarina) em Itajaí, o consultor e comentarista Max Geringher fez um passeio pelo próprio passado e fez analogias com situações do mundo corporativo para elogiar as habilidades dos profissionais da contabilidade.

Administrador e Técnico em Contabilidade
"A humanidade começou a escrever por conta do contador, que precisava registrar as transações", começou ele, contando em seguida que, além de Administração, fez o curso de Técnico em Contabilidade, o que lhe fez prestar mais atenção nos detalhes numéricos. "Essa talvez fosse a diferença que eu tinha nas empresas onde trabalhei, pois eu montava balanços dentro da empresa de um modo diferente, montando por ordem de despesa, da maior para menor. Outro ponto que aprendi foi ir atrás de mais dados quando a descrição da despesa não era detalhada, ou seja, eu abria para entender e acabei recebendo pontos nas organizações ao fazer observações do detalhe do detalhe", relatou.

Ao fazer comparações de hábitos de décadas passadas com a atualidade, Max Geringher ressaltou preocupações com a segurança antes inexistentes, aumento do poder de compra que fez mais pessoas terem acesso a bens de consumo antes destinados apenas aos mais abastados e tecnologias que facilitam o dia a dia mas confundem a percepção dos profissionais, pois mudam os instrumentos, mas alguns valores continuam os mesmos.

Entre uma frase de efeito e outra, o palestrante fazia considerações sobre a profissão de contador. "Arrume o melhor contador do mundo, pois não há nada pior do que decidir com base em dados errados. E quem toma a decisão é que será sempre cobrado", disse.

Ao abordar o tema da Contesc, que uniu Conhecimento, Habilidade e Atitude, ele enfatizou que as escolhas são de cada um, podemos ver o lado ruim ou o lado bom. "No mundo corporativo temos o tempo de trabalhar e o tempo de colher. Precisamos ter muitas experiências para poder escolher mais tarde o que queremos fazer, portanto o recado está dado, é preciso trabalhar muito antes de alcançar qualquer resultado", afirmou.

Outro tema abordado por Max Geringher foi o tema liderança. "Existem algumas palavras que estão na moda, liderar é uma delas, mas não adianta só espírito de liderança, é preciso termos os liderados. Existem estimativas que dizem que de cada 10 profissionais numa empresa, oito nunca serão promovidos. Parece alto, mas essa é a proporção. É importante ter essas características e existem pessoas que tiveram carreiras brilhantes e nunca foram chefes".

Fonte: Aqui

Ebitda e Caixa

Sobre o desempenho da OGX (OGX tem prejuízo de R$ 4,7 bi com provisões por fracasso geológico, Brasil Econômico, 15/08/13):

A empresa de petróleo de Eike Batista OGX, que vive uma grave crise de confiança no mercado, amargou prejuízo bilionário no segundo trimestre, impactado principalmente pela provisão de perdas com campos de petróleo considerados inviáveis economicamente.

O prejuízo líquido contábil da petrolífera subiu quase 12 vezes no segundo trimestre, para R$ 4,722 bilhões, ante prejuízo de R$ 398,6 milhões no mesmo período de 2012, informou a empresa nesta quarta-feira (14/8).

O aumento expressivo do prejuízo reflete principalmente despesas de R$ 3,6 bilhões referentes à provisão para perda dos investimentos realizados nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre.

Os três últimos foram considerados inviáveis comercialmente, enquanto o Tubarão Azul, ainda em produção, tende a continuar em declínio, sem novos investimentos após a empresa concluir que sua continuidade também é inviável.

Outros R$ 491 milhões no prejuízo estão associados a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e R$ 491 milhões referem-se a despesas com variação cambial, basicamente não realizadas.

A posição de caixa da empresa de Eike minguou em cerca de US$ 822 milhões no trimestre, encerrando junho em US$ 326 milhões.

"Essa redução ocorreu principalmente devido ao desembolso de US$ 369 milhões (R$ 779 milhões) à OSX", afirmou a companhia em comunicado.


O interessante do texto é revelar que o Ebitda da empresa ainda foi positivo ...

Apesar dos problemas operacionais, a empresa fechou o segundo trimestre com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) positivo de R$ 46 milhões, ante Ebitda negativo de R$ 110 milhões no mesmo período do ano passado.
... e que o caixa reduziu

Emblemática preocupação dos investidores, o caixa da empresa recuou significativamente em seis meses, com queda de R$ 3,4 bilhões em relação a 31 de dezembro de 2012.

Além da compensação para a OSX, a queda na posição do caixa da empresa reflete também investimentos realizados no período de R$ 1,2 bilhão e pagamentos de juros de R$ 344 milhões.


Ou seja, o caixa operacional reduziu.

Passivo Ambiental do município

O jornal Valor Econômico trouxe um texto interessante (São Félix do Xingu encara seu passivo ambiental, Bettina Barros, Valor Econômico - 15/08/2013) sobre a mudança de mentalidade ambiental nos municípios da região Norte.

Na década de 70, para cada alqueire de floresta derrubada, o governo lhe dava cinco de presente. Desmatar era um dever, e quem não o fizesse corria o risco de perder a propriedade.

Nos dias de hoje o desmatamento tem consequências negativas. O texto relata o caso de São Félix do Xingu, considerado o primeiro na lista dos desmatadores da Amazônia:

A "lista negra" lançada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2008 interrompeu o crédito público aos produtores do município - sem distinção entre pecuaristas, agricultores, desmatadores ou seguidores da lei. Foi o primeiro baque. Logo depois, a indústria de carne bovina passou a pressionar na outra ponta, exigindo correções nas fazendas para eximi-la de complicações futuras com a Justiça.

O resultado foi a redução do desmatamento, de 2,5 mil km2 para 162 km2. E o município está fazendo investimentos para sair da lista. E isto sobrou para as empresas:

Após o chacoalhão que embargou os municípios, as autoridades foram atrás dos compradores de bovinos da Amazônia derrubada ilegalmente. Num piscar de olhos, frigoríficos passaram a ser corresponsabilizados por crimes ambientais. Não demorou para a cadeia produtiva se mexer.

"Os frigoríficos tomaram a iniciativa de procurar São Félix do Xingu para o odernamento rural. A chegada deles foi determinante", diz Ian Thompson, diretor do programa Amazônia da The Nature Conservancy (TNC), ONG ambientalista por trás da costura do pacto pelo desmatamento ilegal zero.


O passivo ambiental do título do artigo está claramente presente, embora não apareça ninguém para tentar mensurá-lo. É interessante que sua existência para o município de São Félix poderá ser revertida com as medidas que estão sendo tomadas.

Domenico Dolce e Stefano Gabbana podem encerrar a marca

Domenico Dolce e Stefano Gabbana, diretores criativos e fundadores da Dolce & Gabbana, foram sentenciados, como comentamos anteriormente, a um ano e oito meses de prisão pela justiça italiana, que os acusa de sonegar cerca de € 1 bilhão em impostos (quase R$ 3 bilhões). Apesar da sentença, é muito difícil que os acusados cumpram sua pena na cadeia, já que, em geral, na Itália não se encarcera réus sentenciados a menos de dois anos de prisão. A dupla ainda foi condenada ao pagamento de uma multa no valor de € 500 mil (R$ 1,48 milhão) à Receita Federal do país.

O processo que acusava a dupla de lavagem de dinheiro já teve um final feliz. Esse teve como fundamento a avaliação monetária feita sobre a Dolce & Gabbana, que, segundo a “Folha de S.Paulo”, foi vendida por € 360 milhões para uma empresa de fachada, de nome Gado Srl, com sede em Luxemburgo. Aí, o problema seria que, de acordo com o jornal espanhol “El País”, a marca valeria, na verdade, € 700 milhões. Mas após a decisão favorável da juíza Brambilla, Massimo Dinoia, Armando Simbari e Fortunato Taglioretti, advogados de Dolce e Gabbana, expressaram “grande satisfação” já que, pela segunda vez, seus clientes foram inocentados quanto à venda da marca por um valor inferior ao estimado. Fabio Cagnola, defensor de Patelli, comentou ainda que “aconteça o que acontecer, o veredito não é eficaz até ter passado pela Corte di Cassazione”, equivalente ao nosso Supremo Tribunal Federal (STF).

Update: o jornal “The Telegraph”, noticiou nesta sexta (26.07) que a marca corre até o risco de encerrar seus negócios caso os estilistas não consigam recorrer à sentença. Domenico Dolce disse: “Nós iremos fechar. O que você quer que a gente faça? Fecharemos. Não seremos capazes de lidar com isso. Impossível”. Já Stefano Gabbana falou que “nós não iremos nos entregar sendo crucificados como ladrões porque não somos ladrões”.

por Carla Valois do Fashion Forward

15 agosto 2013

Rir é o melhor remédio

Amigos verdadeiros

Capitalismo de Laços

No Brasil, as relações sociais entre empresários e governos têm suas origens no período colonial e, portanto, expressam uma matriz cultural enraizada no ambiente institucional brasileiro. A associação entre instituições privadas e públicas eram (ou são) imprescindíveis para manutenção dos negócios. Na ausência de instituições jurídicas independentes da Coroa Portuguesa, os empreendedores eram “obrigados” a estabelecer relações, mormente com contatos próximos ao governo português para solucionar problemas jurídicos e comerciais. Tanto no passado como no presente, as conexões formadas independem de vínculos sociais estreitos, pois o objetivo precípuo dos atores envolvidos é facilitar transações econômicas.

A despeito das raízes coloniais, a Primeira República, de 1890 a 1915, caracterizada por mudanças institucionais, foi um período econômico mais liberal. Com a ditadura de Vargas, no entanto, o caráter central dos governos, característico da época colonial, retomou e reforçou os laços entre Estado e setor privado. Raymundo Faoro, autor do livro Donos do Poder, caracteriza essa íntima relação como uma “combinação de estatismo com privatismo, obedecendo este às diretrizes daquele, com as compensações de seu estímulo e proteção”.

Sérgio Lazarinni, no livro Capitalismo de Laços, investiga as conexões entre atores públicos e privados por meio dos laços que são expressos na estrutura de propriedade e mecanismos de controles estratégicos das empresas. A abordagem do livro ocorre em três eixos: sistema político, governo e grupos privados.

Devido ao caráter privado e informal (às vezes, formal) entre grupos domésticos privados, sistema político e entidades públicas, o estudo dessas valiosas relações sociais deu-se por meio da análise dos proprietários e controladores de 804 empresas, nos anos de 1996, 2003 e 2009. A observação das estruturas de propriedade das empresas – por meio de laços entre firmas e proprietários, participações societárias conjuntas de vários donos em empresas comuns – revela uma rede, em que há presença de aglomerações empresariais: proprietários com posições acionárias conjuntas nas mesmas empresas, e de atores de interligação de aglomerações distintas que garantem conectividade à rede. Serviços de redes sociais como Facebook, Orkut, Twitter têm características análogas às redes de propriedade. Quando estas exibem atores de ligação que conectam várias organizações, há formação de mundos pequenos. É por isso que as pessoas costumam dizer que “o mundo é pequeno”.

Alguns sociólogos entendem que os sistemas sociais estão enraizados num contexto econômico, isto é, as transações econômicas influenciam a forma de organização da sociedade, assim como as relações sociais têm impacto nas trocas econômicas. O capitalismo de laços é caracterizado por valiosas relações sociais estabelecidas, tanto entre conhecidos ou desconhecidos, para obter recursos limitados ou proveito futuro ou facilitar trocas econômicas. Laço é, na definição de Lazzarini: “relação entre atores sociais para fins econômicos”.

Numa economia de mercado, o capitalismo de laços gera disfunções. Ao influenciar decisões econômicas, contratos sociais e relações políticas, aloca os recursos econômicos sem considerar critérios meritórios e transparentes, em outras palavras, há uma má alocação de recursos, que pode ocorrer de duas formas. Primeira: as decisões empresariais são influenciadas por razões políticas e ideológicas dos governantes, que nem sempre estão de acordo com a estratégia de mercado das firmas. Segunda: empresários que possuem valiosas conexões políticas são favorecidos com concessões de financiamento e subsídios públicos, entre outros recursos escassos.

Por outro lado, em países com ambiente institucional desfavorável – voláteis e hostis – à atividade empresarial, a associação entre entes privados e públicos é forma legítima de proteção: corrobora para a compreensão dos problemas enfrentados pelas instituições privadas. Ademais, formações de alianças serve como instrumento de troca de conhecimento, geração de eficiência produtiva, etc.


Por Pedro Correia, Brasília 15 de agosto de 2013.

Capitalismo de Laços: os donos do Brasil e suas conexões
Sérgio G. Lazzarini
Rio de Janeiro; Elsevier, 2011 – 4ª reimpressão – 184 páginas.

Relatório do Auditor

Diante dos diferentes casos onde as empresas de auditoria falharam em indicar problemas com as empresas auditadas, os reguladores voltaram sua atenção para o relatório de auditoria (ou parecer de auditoria, como queiram). Há anos o texto não sofre grandes alterações, mas isto poderá mudar.

O PCAOB, entidade que regula a auditoria nos Estados Unidos, depois de vários relatórios apontando deficiências nos trabalhos realizados pelas auditorias, resolveu tentar melhorar a qualidade deste texto. Segundo Michael Rapoport, do Wall Street Journal (New Rules Expected for Annual Audit Reports, 12 de agosto de 2013) ainda não está claro o que o PCAOB pretende. E está esperando que os próprios auditores digam o que podem fazer para melhorar o relatório. Uma das possibilidades é que o texto indique se a contabilidade da empresa é agressiva ou não.

Entretanto o WSJ indica que o problema pode estar no modelo de negócios: as empresas contratam e pagam seus auditores, o que faz com que exista certo ceticismo sobre a relação entre empregador e empregado.

Apesar da iniciativa do PCAOB é possível perceber que a mudança ainda levará certo tempo: existirá um período para comentários públicos e mais discussão.

(Fonte do Cartoon aqui)

O Câmbio e a Petrobras

A diluição do impacto cambial no resultado financeiro da Petrobras poderá ser realizada em cerca de sete anos, prazo médio da dívida da estatal, disse nesta segunda-feira (12/08) o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa.

O lucro líquido da petroleira no segundo trimestre superou as expectativas do mercado com uma mudança contábil para reduzir o efeito da alta do dólar na dívida.

A nova contabilidade teve um impacto positivo da ordem de R$ 5 bilhões no lucro de R$ 6,2 bilhões.

"A contabilidade de hedge coloca os números da empresa alinhados com o caixa", afirmou Barbassa durante entrevista a jornalistas.

Como resultado deste efeito benéfico da mudança contábil, a Petrobras poderá distribuir dividendos adicionais de R$ 600 milhões para detentores de ações ordinárias na segundo semestre, acrescentou o executivo.

"Não é distribuição extra, mas o que pode haver é a aprovação pelo Conselho de Administração (do dividendo a mais). Agora com lucro líquido maior, que não foi afetado pela variação cambial, há a oportunidade de aumentar participação das ON's nos dividendos referentes ao ano."

Mas o executivo pondera que a distribuição de dividendos além do esperado terá de passar ainda por decisão do Conselho e de acionistas. "Até o fim do ano ainda tem muita água para correr."

Segundo ele, a distribuição de dividendos para ações preferenciais deverá ter valor definido por percentual de 3% do patrimônio líquido.

Barbassa explicou ainda que pela nova contabilidade, se o dólar recuar, o valor de perda cambial que migrou para patrimônio líquido será retirado do resultado. Caso contrário, se a moeda americana permanecer elevada, a empresa vai descontar tais perdas da receita com exportações, e a diluição será realizada ao longo de vários anos.

Alavancagem

A alavancagem da Petrobras (relação entre o endividamento e patrimônio líquido) pode superar 35% a partir do segundo semestre, mas esse aumento seria neutralizado com uma alta na produção até o final de 2014, afirmou o executivo.

"Mesmo ultrapassando os limites de 35% de dívida líquida, duas vezes e meia o Ebitda, nós estamos vendo novas unidades este ano e ano que vem, vemos um crescimento continuado da produção que vai nos trazer mais recursos e proporcionar menos alavancagem da companhia", afirmou Barbassa.

A alavancagem ficou em 34% ao final do segundo trimestre. Já o índice de dívida líquida/Ebitda ajustado caiu para 2,57 vezes.

A perspectiva de crescimento futuro deverá deixar agências de classificação de risco confortáveis, sem afetar, portanto, o rating da companhia, segundo ele.


Impacto cambial da Petrobras pode ser diluido em 7 anos - Brasil Econômico - Por Sabrina Lorenzi, Rodrigo Viga Gaier e Jeb Blount/ Reuters - 12/08/13 16:37

Jackson

A família de Michael Jackson entrou na justiça tentando ganhar algum dinheiro da empresa AEG Live, que fez um contrato com o cantor antes da sua morte. Um depoimento de um contador forense mostra como as finanças pessoais do cantor era desorganizada. Segundo William Ackerman, contador forense (via Mirror), Jackson tinha uma dívida entre 400 a 500 milhões de dólares. Esta dívida implicou em pagamento de juros anuais de 30 milhões em 2009. A taxa de juros estava entre 7% a 16,8% ao ano.

A situação financeira de Jackson decorre de gastos inadequados (viagens, caridade, presentes, jóias, manutenção do rancho Neverland com seu jardim zoológico e trem). E a situação complicava a cada ano: segundo Ackerman, em 1993 Jackson tinha um dívida de 30 milhões, que aumentou para 140 milhões em 1998.

14 agosto 2013

1,5 milhão

O blog atingiu 1,5 milhão de visitas. Gratos!!!

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Behavioral Economics for Dummies

A série de livros “for dummies” é muito interessante para aqueles que desejam iniciar num determinado assunto ou para os que gostariam de uma abordagem mais palatável do tema. O texto é carregado de piadinhas, o que faz com que a leitura seja bastante agradável. E é acompanhada por desenhos humorísticos que permite que o tempo passe fácil com a obra.

Comprei o livro Behavioral Economics for Dummies, de Morris Altman, com esta expectativa. Tenho também muitas obras sobre o assunto, mas até hoje não consegui ler um livro que tenha uma estrutura dos temas mais relevantes didática. A obra de Altman divide o assunto em cinco partes, com vinte capítulos no total.

Entretanto a obra é uma grande decepção. O texto não é “leve”, como outros da série “for Dummies”, o assunto não é apresentado de forma agradável ao leitor, existem poucos cartoons para animar a obra e a estrutura realmente não é boa. Por exemplo, o tema “neuroeconomia”, um assunto recente na área, aparece no capítulo 3, bem no início do livro. A última parte do livro, uma lista de “top tens” deveria ser atrativa, mas não atrai.

Em resumo, se você deseja conhecer o assunto, tente outro livro. O de Kahneman pode ser uma boa alternativa. Ou quem sabe qualquer um do Dan Ariely. Mas evite este.

Parceiros do blog:
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Americanas
Submarino

Explicações para o balanço

Ainda sobre a questão do hedge:

A adoção da contabilidade de hedge (proteção) por companhias abertas para reduzir o impacto da alta do dólar nos resultados do segundo trimestre está sendo apurada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O regulador pediu explicações para pelo menos dois grupos: Petrobrás e Braskem.

Uma consulta a dados públicos revela que a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM abriu processos administrativos para analisar as informações trimestrais dessas companhias. O da estatal foi iniciado ontem, três dias após a publicação do balanço financeiro do segundo trimestre.

Consultada, a CVM informou que não comenta casos específicos. No entanto, confirmou que a SEP "está analisando o referido tema contábil para um conjunto de companhias, no âmbito do Sistema de Supervisão Baseada em Risco (SBR)".

A prática da contabilidade de hedge é legal e autorizada no País desde 2009. A opção por esse modelo já foi feita anteriormente por grandes companhias. A hipótese é que a CVM esteja questionando o momento e a forma como as duas empresas comunicaram ao mercado a nova política. Esse mecanismo neutraliza parte do impacto da variação sobre a dívida da empresa no curto prazo.

Em entrevista coletiva ontem, o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, afirmou que a contabilidade de hedge "veio para ficar".

Para Barbassa, a contabilidade de hedge é um instrumento muito útil para países em desenvolvimento, que têm maior dificuldade de captar recursos no mercado internacional "e acabam expostas a variações". Além disso, reduz a volatilidade no resultado fruto de variações cambiais.

Repercussão. A decisão da Petrobrás teve forte repercussão no mercado por ter sido tomada em meio à escalada do dólar.

No segundo trimestre do ano passado, quando o dólar se valorizou 10,93%, a Petrobrás registrou prejuízo de R$ 1,346 bilhão, o primeiro balanço no vermelho desde a maxidesvalorização do real, em 1999.

Tanto a estatal quanto a Braskem passaram a adotar a contabilidade de hedge em maio. No entanto, as companhias só comunicaram a nova prática ao mercado em julho, quando os balanços já estavam fechados.

É possível que a CVM também olhe a maneira como o impacto dessa contabilidade foi destrinchada nos balanços. Outro ponto é verificar se as companhias cumpriram o trâmite necessário à adoção do hedge. Por exemplo, se há garantias de receita futura compatível com a perda contábil referente ao efeito do câmbio sobre a dívida.

Na contabilidade de hedge as exportações são usadas como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira. A manobra elimina o descasamento contábil entre os efeitos benéficos da valorização do câmbio na receita de empresas exportadoras - mais demorado - e o imediato peso negativo sobre a variação da dívida em moeda estrangeira.

A decisão da Petrobrás de adotar a mudança a partir de maio evitou um resultado trimestral fraco. O lucro de R$ 6,201 bilhões reportado entre abril e junho foi alcançado porque um montante de R$ 7,982 bilhões em perdas cambiais não foi contabilizado no resultado, mas no patrimônio líquido da empresa.

No caso da Braskem, o hedge adotado evitou que o prejuízo líquido de R$ 128 milhões no segundo trimestre fosse mais de oito vezes superior.

O prejuízo da petroquímica teria chegado a R$ 1,082 bilhão no período, segundo a própria empresa.

O início da temporada de balanços do segundo trimestre já indica que nos próximos meses outras companhias tendem a usar a contabilidade de hedge. A mineradora Vale informou que estuda a adoção da prática.

No entanto, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, declarou em teleconferência com analistas e investidores que a empresa decidiu não usar a prática no segundo trimestre para não parecer uma medida "casuística".

Petrobrás e Braskem terão de explicar balanços - Estado de S Paulo, 13 de agosto de 2013

Instituições contagiosas

O Banco Central (BC) está identificando e vai divulgar ao público quais as instituições financeiras oferecem maior potencial de contágio para o sistema financeiro nacional. Delas, será exigido mais de capital para garantir suas operações. A ideia é eliminar o risco de falência - caso em que os prejuízos se espalhariam rapidamente, provocando uma crise sistêmica, como ocorreu em 2008 no mercado financeiro internacional. Na lista, além de bancos, podem estar cooperativas e financeiras.

A identificação das "instituições financeiras sistemicamente importantes" é uma exigência da terceira fase do acordo internacional de capitais, conhecido como Basileia III, que começa a ser implantado no Brasil em outubro. O acordo visa prevenir crises e manter a solidez e estabilidade do sistema financeiro internacional.

Estudo dos pesquisadores do BC Benjamim Tabak, Solange Guerra e Sérgio Rubens Souza, realizado durante um ano com metodologia própria, mostra que entre sete e 11 instituições financeiras podem ser consideradas "sistemicamente importantes" no país - e a maioria é de médio porte. "Tamanho importa menos do que as relações de vizinhança", disse Souza, sem contudo revelar os nomes dos bancos.

"Estar na lista é positivo, pois esses bancos serão vistos como os mais seguros do sistema, uma vez que o BC estará mais atento e fará de tudo para preservá-los", disse uma fonte do BC, que preferiu não se identificar. Alto potencial de contágio é diferente de alto risco de falência. Esses bancos podem ter um baixíssimo risco de quebrar mas, se esse baixíssimo risco se materializasse, os estragos seriam enormes. Por isso, a exigência de mais capital e o reforço da vigilância do BC sobre eles visam eliminar a chance de um deles falir de fato. A lista, contudo, ainda não tem data para ser publicada.

O Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, sigla em inglês para Financial Stability Board), identificou uma lista 28 instituições globais com esse potencial (ver quadro). Nela, a maioria é de bancos de peso - e nenhum brasileiro. A lista é revisada anualmente e a próxima sai em outubro. Ben Bernanke, presidente do Fed, banco central dos Estados Unidos, já disse que há 25 bancos sistemicamente importantes nos EUA.

Todos os bancos centrais dos países participantes do acordo de Basileia tem que identificar as instituições locais. Segundo a mesma fonte do BC, os bancos brasileiros que estarão na lista já antecipam isso, e portanto já estão se preparando para aumentar o capital acima dos limites mínimos exigidos. "De 2017 a 2019, somente 2% de todo sistema financeiro nacional precisará de mais capital", disse o presidente do BC, Alexandre Tombini, durante evento sobre estabilidade financeira e contágio realizado na sexta-feira em São Paulo. Para Tombini, as exigências de capital adicional não devem impactar a oferta de crédito no país: "A implantação ocorrerá com tranquilidade, o sistema financeiro nacional já é bastante conservador e a maioria dos bancos já atua com capital acima das exigências", disse. "Basileia III melhora o custo de captação dos bancos e aumenta o potencial de expansão internacional.

Tamanho não é mais documento em outros sistemas financeiros internacionais, e não só no Brasil. Chen Zhou, economista e pesquisador do Banco Central da Holanda, descobriu em suas pesquisas que existem muitos bancos com menos de US$ 13 bilhões em ativos que podem ser considerados sistematicamente importantes.

O especialista sueco Stefan Invés, presidente do comitê de Basileia, também vê na interconectividade entre os bancos o principal fator de contágio. Para ele, não se deve menosprezar a possibilidade de novas crises: "É inevitável". Mas está convencido de que o reforço de capital é uma forma de reduzir a probabilidade e a gravidade das crises no futuro. "Há uma longa lista do que fazer. Regulamentação é só uma parte - supervisão forte é fundamental.


BC divulgará instituições financeiras “contagiosas” - Léa De Luca - Brasil Econômico

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FONTE: Financial Stability Board ( FSB); Bancos no Grupo 1 precisam reforçar o capital em 2,5% além da regra básica de Basileia III; no Grupo 2, 2%; Grupo 3, 1,5% e Grupo 4, 1%. A lista será atualizada em outubro