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24 novembro 2011

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Crise


Brasil terá uma lista de bancos grandes demais para quebrar

Empresas europeias sentem no caixa a crise

Também a Letônia

Europeus reduzem gastos discricionários, incluindo pornografia

Espanha emite títulos com juros elevados

França também

Auditorias

Fiscal dos EUA e o trabalho da KPMG

Bancos são acusados de forçar a contratação das “big four” nos empréstimos, acusa as “big four”

Diversos

Corrida contra máquina

Petrobras, investimento e eficiência

Mulheres bonitas tem mais chance de ganhar dos homens no xadrez

As piores senhas

BRICs mais México, Indonésia, Turquia e Coréia

Brasil melhora sua nota

Riqueza


Mas afinal quem está pagando estes iates? 

A fotografia mais cara do mundo

Onde Wolverine conseguiu tanto dinheiro para abrir uma escola?

O mercado das artes e a formação de bolhas



Muito interesse este artigo:

The Log Periodic Power Law is a model used to define and measure speculative bubbles. This model has proven useful to track bubbles and even predict crashes of liquid asset classes. Using this methodology coupled with properties of cointegration between stocks and art, the 1980s price bubble on Impressionism and Post-Impressionism is analyzed. It is shown formally that there was a bubble in this market between 1986 and 1989. However, when denominating the art index in JPY rather than in USD, no price bubble behaviour was found at all. This observation suggests that Japanese buyers never felt that they were riding a bubble. Despite popular beliefs, no evidence is found that Japanese buyers viewed art as a speculative vehicle instead of a more classic consumption good that was related to their own cultural heritage.

The 1980s Price Bubble on (Post) Impressionism

Carga Tributária e GE

A General Eletric é uma empresa com receita de 150 bilhões de dólares e lucro de 15 bilhões. A empresa informou que pagou cerca de 5 bilhões de impostos, mas um texto do New York Times informa que nos Estados Unidos ela teve um benefício fiscal de 3,2 bilhões.

O jornal esclarece que o sucesso é baseado no lobby por isenções fiscais e contabilidade que concentra os lucros em paraísos fiscais. A equipe fiscal da empresa inclui ex-funcionários do Tesouro, da Receita e de comissões fiscais do legislativo.

Alex Tabarrok comenta que o esforço da empresa em reduzir seus pagamentos de impostos decorre da existência de uma alíquota nominal elevada (35%) e uma alíquota real, aquela que a empresa realmente paga, reduzida. Além disto, a legislação termina por incentivar a empresa a consumir muitos recursos com contadores e lobista, além de projetos questionáveis, mas que produzem benefício fiscal. Em outras palavras, os impostos induzem a uma ineficiência na alocação dos recursos.

(Observem a ironia do logo da empresa)

Revista Ambiente Contábil

Prezado leitor e pesquisador,

Com o propósito de incentivar o crescimento das publicações científicas em contabilidade ressaltamos o pedido da Revista Ambiente Contábil, que solicita o envio de artigos para avaliação e possível publicação.

No momento existem 6 edições disponíveis e já houve classificação como "C" pelo QUALIS - CAPES. Atualmente a revista depende de artigos de professores e profissionais de várias instituições distintas.

Informamos ainda que o periódico está disponíveis em 3 sítios eletrônicos:

http://www.ccsa.ufrn.br/ojs/index.php/ambiente
http://www.periodicos.ufrn.br/ojs/index.php/ambiente
http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/Ambiente

Auditoria

A auditoria interna ganhou espaço no Brasil nos últimos anos e a tendência é que o mercado cresça ainda mais. O momento é especialmente bom para o profissional da área que, além de estar preparado para as novas tecnologias, tem conhecimentos sobre gerenciamento de risco e profundo entendimento do negócio da empresa.

Essa é a conclusão de um levantamento global feito pelo Institute of Internal Auditors (IIA) com 13.500 profissionais com cargos de liderança de 107 países. De acordo com Oswaldo Basile, presidente da Federação Latino-Americana de Auditoria Interna, o gerenciamento de risco é responsável por identificar as áreas mais suscetíveis a erros e fraudes dentro de uma empresa, o que explica seu papel de destaque no atual cenário - quase 80% das organizações consultadas pretendem investir no setor nos próximos cinco anos.

Basile, que também é membro dos conselhos do IIA Brasil e IIA Global, explica que o movimento é consequência do aumento constante da velocidade dos negócios, que traz cada vez mais vulnerabilidade aos processos. "Períodos de pós-crise costumam impulsionar não só essa especialidade, que trabalha de forma preventiva, mas a profissão de uma maneira geral."

A equipe de auditoria interna da Oi, por exemplo, está se preparando para adotar o gerenciamento de riscos como principal técnica de trabalho. Segundo o diretor da área, Fabiano Castello, a empresa pretende investir no desenvolvimento técnico dos auditores, que receberão em média cinco semanas de treinamento em 2012.

Na opinião de Castello, o aquecimento do mercado tornou não só a contratação de novos profissionais um desafio, mas também a retenção do time atual. A Oi dá preferência a profissionais de dentro da empresa na hora de contratar e, segundo o estudo da IIA, 52% das corporações consideram essa prática como a melhor forma de recrutamento. "É essencial que o colaborador entenda o negócio da empresa", explica Basile.

Metade dos profissionais pesquisados espera contratar mais auditores internos nos próximos cinco anos. O movimento se reflete no Brasil, onde o Instituto dobrou de tamanho nos últimos três anos e conta com quatro mil membros.

Para Basile, o Brasil ainda corre atrás de outros países em aspectos como o tamanho do mercado - nos Estados Unidos, a instituição possui 70 mil associados -, mas está bem posicionado em relação a tecnologias que auxiliam a atividade. A principal, atualmente, é o uso de auditoria contínua, que monitora os processos da empresa em tempo real e é capaz de vetar fechamentos de negócios que apresentem irregularidades antes que elas aconteçam. O caminho é contrário ao tradicional, no qual os auditores revisam documentos e processos em busca de erros após a conclusão das operações.

A pesquisa mostra que 30% das empresas adotam a auditoria contínua e 54% preveem aumentar seu uso nos próximos cinco anos. No Brasil, a técnica chegou há três anos e Basile espera que ela se popularize no país até 2016.

A construtora Camargo Corrêa, por exemplo, faz uso da prática desde 2009 em 100% de seus projetos. Além do monitoramento contínuo, que é a verificação dos processos de acordo com as regras que regulam os processos, a empresa trabalha com auditoria remota, na qual os profissionais não precisam ir até o local para interromper a operação quando necessário.

"O sistema nos possibilita evitar que o evento se materialize", explica o gerente de auditoria interna e compliance, Luiz Pires. Milhares de operações são processadas diariamente e, quando um novo risco é detectado, ele é incorporado à matriz de risco do sistema, criando novos "filtros".

A equipe de 46 profissionais da Walmart passou a usar a auditoria contínua recentemente. Baseado no trabalho anterior tradicional e com a ajuda de consultores externos e da própria companhia, um sistema de regras foi estabelecido para identificar comportamentos não convencionais. "Hoje, temos uma equipe multidisciplinar que reúne conhecimentos em tecnologia da informação, lógica de programação e negócios", explica o diretor de auditoria de TI e projetos especiais, Cesar Morales.


Valor Econômico - Por Letícia Arcoverde | De São Paulo - via aqui

Leasing 2

A nova proposta para o registro do leasing operacional é particularmente controversa no Brasil. Como a maior parte dos contratos por aqui são indexados a algum índice de preços, o registro das operações de arrendamento poderá acarretar um descasamento entre o ativo e o passivo no longo prazo.


Por essa razão, há uma possibilidade de o novo modelo de contabilização alterar a forma como as companhias se financiam. "A maioria esmagadora das empresas tem algum tipo de operação de leasing", afirma Idésio Coelho, diretor técnico do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). Mas se o objetivo for evitar o registro da operação no balanço patrimonial "não tem muito para onde correr", afirma.


A orientação geral do Conselho Internacional de Padrões Contábeis (Iasb, na sigla em inglês), órgão que edita as normas do IFRS, é observar a natureza das operações. Dessa forma, explica Paul Sutcliffe, sócio líder de mercado de IFRS da Ernst & Young Terco, qualquer contrato que concede o direito de uso sobre um bem deve ser enquadrado na regra, independentemente se recebe o nome de leasing operacional, serviços, aluguel ou "charter".


Há um consenso de que o modelo a ser adotado aprimoraria a disponibilidade de informações para o usuário das demonstrações financeiras, revelando um retrato mais fiel das finanças das companhias. Uma estimativa da Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos, calcula que as mudanças trariam cerca de US$ 1,25 trilhão de dólares para dentro dos balanços das empresas listadas na bolsa americana.


Apesar de concordar com a essência da alteração, Edison Arisa, coordenador técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e sócio de auditoria da PricewaterhouseCoopers (PwC), afirma que o inchaço repentino dos ativos é uma preocupação.


Ele aponta ainda outra complicação. No caso de aluguel de lojas em shoppings, há determinados contratos que atrelam o valor das parcelas ao faturamento do ponto de venda. "Como a previsão de faturamento seria contabilizada no balanço patrimonial?", questiona.


Depois de receber mais de mil comentários e sugestões, o Iasb deve retomar a audiência pública sobre a contabilização de leasing no primeiro trimestre do ano que vem.


Algumas exceções serão avaliadas, outras já estão previstas de antemão. Contratos com menos de seis meses não precisarão de registro patrimonial, tampouco de imóveis para investimento. Neste caso, isentando as companhias que atuam no ramo imobiliário a contabilizar as suas operações no ativo.


Para os contratos com possibilidade de renovação, Sutcliffe, da Ernst & Young Terco, acredita que o Iasb está se direcionando para exigir o registro do "valor mínimo pelo prazo mínimo".

Indexação de contratos é complicador no caso brasileiro - Valor Econômico - 23 nov 2011 - via aqui

Leasing

Um total de R$ 78 bilhões entraria no passivo da Petrobras caso as mudanças nas regras de contabilização de leasing, em estudo pelo Conselho Internacional de Padrões Contábeis (Iasb, na sigla em inglês), passassem a vigorar hoje.


O valor diz respeito aos contratos de leasing operacional dos equipamentos utilizados pela gigante do setor de petróleo no terceiro trimestre e representa 13,4% dos R$ 582 bilhões em passivos que a companhia acumulava ao fim do período e 24,6% de seu patrimônio líquido (R$ 331 bilhões).


Em meio a inúmeras controvérsias, a alteração das normas do padrão contábil internacional (IFRS) não deve vigorar antes de 2015 e o texto final ainda deve mudar para contemplar as sugestões feitas durante o período de audiência pública, encerrado em dezembro do ano passado.


Mas a simulação utilizando os números da Petrobras dá a medida do impacto que a mudança pode ter sobre o retrato financeiro das companhias em todo o mundo.


Pela norma atual, o arrendamento mercantil (leasing) é dividido em duas categorias: o financeira e o operacional.
A modalidade financeira implica o aluguel de um bem com uma opção de compra ao fim do contrato. Grosso modo, é o leasing comumente utilizado para a aquisição de automóveis: com as parcelas quitadas, o veículo passa a ser de propriedade do arrendatário.


No Brasil, esse tipo de operação passou a entrar no balanço das empresas como dívida a partir da adoção do padrão contábil internacional, no ano passado. As amortizações são contabilizadas como despesas financeiras, com registro do bem no balanço patrimonial da companhia nos ativos e nos passivos.


Outra categoria, conhecida como leasing operacional, engloba as operações de arrendamento que não contemplam a opção de compra ao fim do período. Na prática, trata-se de uma operação de aluguel no sentido mais estrito do termo: paga-se parcelas periódicas pelo direito de uso de determinado bem.


Até que a nova norma sobre o leasing seja aprovada, o arrendamento operacional permanece nas demonstrações financeiras apenas como despesa administrativa e não é contabilizado no balanço patrimonial.


A proposta do Iasb é eliminar a diferenciação entre as duas modalidades de leasing. A lógica por trás da alteração é que o aluguel de bens engloba um "direito de uso", que deve ser contabilizado no ativo, com o consequente registro da obrigação de pagamento nos passivos, de acordo com Edison Arisa, coordenador técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e sócio de auditoria da PricewaterhouseCoopers (PwC).


A orientação segue a diretriz de primazia "da essência sobre a forma", conceito que rege o padrão internacional de contabilidade.


Nem todas as empresas discriminam o valor de seus contratos de arrendamento operacional nas notas explicativas que acompanham o balanço, como a Petrobras. Mas, segundo Arisa, é possível prever que a indústria extrativa deve ser uma das mais afetadas no país, uma vez que os gastos com a compra de equipamentos nesse setor poderia ser muito oneroso para as companhias. "É comum que as empresas que exploram recursos naturais aluguem equipamentos pesados por meio de contratos de leasing operacional."


(...) Com o reconhecimento das operações de arrendamento operacional como dívida, a despesa com amortizações passa a ser contabilizada na conta financeira e não mais como gasto administrativo.


Com isso, cresce o lucro operacional das empresas - isto é, aquele antes dos dispêndios com pagamento de juros -, com proporcional efeito na rubrica financeira.

Efeito leasing* Valor Econômico - 23 nov 2011 - via aqui

Sped

Apesar de melhorar a qualidade das informações e diminuir a possibilidade de fraudes, o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) tem elevado os gastos das companhias com mão de obra. Essa é a conclusão da pesquisa "Custos e impactos da implantação do Sped para as empresas brasileiras", realizada pela Fiscosoft Editora e divulgada com exclusividade ao Valor. O levantamento ouviu a opinião de executivos de 1.181 companhias de médio e grande porte de todo o país.

O Sped foi criado em 2007 pela Receita Federal com o objetivo de digitalizar as escriturações fiscal e contábil. Hoje, a maior parte das empresas já é obrigada a usar o sistema.

A maioria dos participantes (96,3%) afirmou que com o Sped passou a ter custos mais altos para cumprir obrigações tributárias. São gastos com horas de trabalho de profissionais, implantação de sistemas e serviço de consultoria externa, por exemplo. Somente 3,7% dos pesquisados afirmaram não ter impacto financeiro com a medida. Já os valores dispendidos são considerados altos pelas companhias. Do total, 24% afirmam gastar 10% de seu faturamento para cumprir todas as obrigações acessórias, enquanto 19% reservam 5% da receita.



Custos com Sped geram reclamações - Adriana Aguiar - Valor Econômico - 22 nov 2011 - via aqui. Aqui um conjunto de reportagens sobre o Sped, do próprio Valor.  Foto: aqui

Iasb e Ifac

O International Accounting Standards Board (IASB) e a International Federation of Accountants (IFAC) anunciaram um aumento na colaboração para a criação de normas de contabilidade. O IASB é responsável pelas normas para empresas, enquanto o IFAC apoia o International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB), que trabalha as normas do setor público (IPSASs).

As normas do setor público tem inspiração nas IFRs, criadas pelo Iasb.

Maiores riscos sistêmicos

A tabela mostra os bancos com maiores riscos sistêmicos. A surpresa, para este blogueiro, é a presença do HSBC.

PCAOB e KPMG

Assim, o conselho (PCAOB) está rejeitando o que pode ser um método comum de avaliações de bancos pelas auditorias. Parece que as empresas contactam várias fontes para as estimativas de preços e assumem que todas as respostas que obtiveram são razoáveis. Então eles [as auditorias] verificam se a empresa tinha chegado perto do aceitável de qualquer uma das respostas. Se assim for, o valor foi considerado aceitável.


At PWC, They Now Have Names - Floyd Norris - New York Times 21 nov 2011

23 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Lua

Pesquisa

Prezado Leitor,

Gostaria de convidá-lo para participar de uma pesquisa acadêmica sobre informação contábil. Para isto, basta clicar no link aqui e seguir as instruções. Estamos precisando de mais 20 respostas para completar o número mínimo para amostra.

Agradeço a atenção e o apoio do leitor

César Augusto Tibúrcio Silva

Como chegamos a marca de 7 bilhões de habitantes?

Recentemente, a ONU divulgou a notícia de que a população mundial ultrapassou a marca de 7 bilhões de habitantes. Grande parte do crescimento se deu na Ásia - Índia e China. Esses foram os dois países mais povoados do mundo durante os últimos séculos. Entretanto, uma mudança demográfica está ocorrendo, já que, nesses mesmos países, inicia um processo de queda das taxas de natalidade. O maior crescimento se observa, atualmente, no continente africano. A ONU ainda estima que em 2100 poderemos alcançar o pico de mais de 10 bilhões de habitantes antes de começar a declinar. Veja o vídeo e descubra como chegamos tão rápido a marca de 7 bilhões de pessoas.
















Fonte: aqui

Basileia do PanAmericano



As medidas de afrouxamento da exigência de capital para operações de crédito anunciadas este mês pelo Banco Central (BC) tendem a “dar fôlego” para o índice de Basileia do PanAmericano, avalia José Luiz Acar Pedro, diretor-superintendente do banco. “Isso dá uma certa folga para que o banco possa crescer.”

Com o recálculo da carteira de acordo com as novas regras, o índice de Basileia da instituição sobe para 12,96%, ante 11,9% registrado no balanço do terceiro trimestre deste ano.

“Estamos cientes de que temos que reter carteira para formar uma base sustentável de resultado”, disse o executivo em encontro com analistas de mercado realizado esta manhã em São Paulo.

Com as novas regras, o BC flexibilizou a exigência de capital dos bancos para conceder crédito de médio prazo a pessoas físicas, mas penalizou as operações longas.

As operações de financiamento de veículos, responsável por 61,8% da carteira de crédito do PanAmericano, permaneceram com fator de ponderação de risco de 150% para as operações com prazo acima de 60 meses, como foi estabelecido pelas medidas macroprudenciais em dezembro de 2010.

Há pouco mais de uma semana, logo após divulgar os resultados trimestrais do banco, Acar disse que o PanAmericano precisa alcançar um volume próprio de créditos de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões (ante os R$ 7,7 bilhões atuais).

Durante o encontro de hoje com analistas, o diretor-superintendente também falou que o banco irá atuar na concessão de crédito imobiliário para os segmentos de classe média e alta, “o que está sendo desenvolvido a quatro mãos com a Caixa”, disse ele.

A Caixapar, braço de participações da Caixa Econômica Federal, detém 36,6% das ações do PanAmericano, e divide o controle acionário da instituição com o Banco BTG Pactual, que tem 37,6% das ações.

Fonte: Filipe Pacheco Valor Economico

Yanni


Além da problemática dívida soberana, a Grécia tem Yanni:

Yanni nasceu em Kalamata, na costa do Mediterrâneo, em 1954. Filho de Sotiri e Felitsa Chryssomallis. Segundo de três filhos, Yanni tem um irmão e uma irmã mais nova. Compartilhando um amor profundo pela música, a família passou a maior parte de seu tempo tocando e cantando juntos.

Os pais de Yanni deram uma típica vida grega para o menino. Ele cresceu pescando, nadando, e indo à escola como qualquer outro garoto de sua cidade, com uma exceção: Yanni nasceu para compor música. Começou a tocar piano aos seis anos de idade, mas se recusou a ir à aulas de piano formal. Quando criança, Yanni ouvia uma música em sua cabeça e ele simplesmente queria ouví-la sair do piano também, assim ele precisou aprender a tocar para que isso acontecesse. Ele sentiu uma certa liberdade com as teclas que poderia ter sido esmagada sob o peso da aprendizagem estruturada.

A música não era o único talento de Yanni. Em 1969, com 14 anos, Yanni quebrou o recorde de natação nacional grega de 50 metros nado livre. Embora ele pudesse ter continuado com essa habilidade, ele optou por percorrer um caminho diferente, aquele que eventualmente o levou a partilhar o seu dom musical com o mundo.

Aos 18 anos, mudou-se para os Estados Unidos, onde cursou psicologia na Universidade de Minnesota por três anos e meio. No entanto, ao terminar a faculdade, decidiu abandonar a carreira de psicólogo antes mesmo de iniciá-la, resolvendo dedicar-se apenas à música. Aos 21 anos, Yanni aprendeu a tocar teclado sozinho e passou a fazer parte de uma banda de rock local intitulada Chameleon.

Alguns anos depois, decidiu mudar-se para Los Angeles com o baterista Charlie Adams, que conhecera na época do Chameleon, e começou a gravar suas próprias composições pelo selo Private Music. Em 1986 lançou seu primeiro álbum, Keys To Imagination. O álbum trouxe a Yanni um impressionante séquito de fãs.

A partir daí, não demorou muito para o tecladista estabelecer-se como um conceituado músico de estúdio, compositor de jingles e produtor. Pouco tempo depois, Yanni tornou-se um dos artistas mais vendidos do selo Private Music.

Considerado um dos nomes de maior destaque no segmento instrumental, a fama de Yanni aumentou a partir de seu relacionamento com a atriz americana Linda Evans, no início da década de 1990. Por ser muito popular nos Estados Unidos na época, Evans foi a maior responsável pelo grande interesse da mídia pelo tecladista. Eles tiveram um relacionamento de amor que durou nove anos.

Por ser autodidata, Yanni não sabe ler ou escrever músicas do modo tradicional. Ao invés disso, inventou uma maneira própria de compor ainda na infância e continua criando suas músicas usando a mesma técnica até hoje, depois de quase vinte anos de carreira e mais de vinte e dois discos. Sua sonoridade é ao mesmo tempo acessível e elaborada, sempre unindo o pop e a música clássica. As composições de Yanni também ficaram famosas nos Estados Unidos após terem sido usadas em programas de televisão e na abertura dos Jogos Olímpicos.


Yanni prosseguiu o maior desafio de sua carreira - para se tornar o primeiro artista ocidental a executar, tanto no Taj Mahal na Índia quanto na Cidade Proibida, na China. Ambos os locais apresentavam obstáculos únicos e difíceis, mas mais uma vez, a persistência e paciência de Yanni foram pagas através de concertos de grande sucesso. O álbum “Tribute” foi lançado no outono de 1997, e grande parte das músicas foram escritas com essas duas localizações em mente.

O DVD também intitulado Tribute, foi filmado durante estes dois acontecimentos. O resultado foi uma combinação excepcional de músicos extraordinários, paisagens inspiradoras, e um movimento inconteste da paz mundial e harmonia, todos reunidos pela visão de um único artista. O especial foi visto por uma audiência coletiva de cerca de 250 milhões de pessoas. Em conjunto com o seu desempenho Yanni doou a renda do show para ajudar a preservar o Taj Mahal.

Uma das melhores músicas desse álbum é Dance with a Stranger:






Fonte: aqui e aqui

Fórmula para mudar o ensino da matemática

Alguém sempre pergunta ao professor de matemática, "Será que que vou usar Cálculo na vida real?" E para a maioria de nós, de acordo Arthur Benjamin, a resposta é não. Ele oferece uma proposta audaciosa sobre como tornar o ensino da matemática relevante na era digital.






Por que você quer ser um contador?

O blog "Não Posso Evitar" já foi apresentado a você aqui, aqui e aqui. Para quem não tem acompanhado (o que fortemente recomendamos), a publicação mais recente se refere a uma entrevista que o autor, Rodolfo Araújo, fez com o escritor do livro “Motivação 3.0”, Daniel Pink, que pode ser conferida na íntegra aqui.


Ressaltamos, porém, um trecho em especial:


RODOLFO: Seus pais disseram-lhe para ser advogado (Pink formou-se em Direito) ou contador e, em seguida, estas profissões foram terceirizadas para outros países – algo que eles não poderiam prever. Hoje você diz para seus filhos serem artistas. Não existe o risco de estas carreiras também serem substituídas, de alguma forma que não podemos prever hoje?

PINK: Certamente que sim. Por isso não digo para meus filhos serem artistas... (Ops!)

RODOLFO: Nem advogados...

PINK: De jeito nenhum! O que digo para meus filhos é para seguirem seu coração. Sua cabeça deve pensar estrategicamente, ou seja, pensar no que será valioso no futuro. O que será difícil de fazer de forma barata? O que será difícil de ser feito por uma máquina? O que resolve os problemas que você tem hoje?

Isto é uma parte. A outra é fazer algo que você realmente gosta. Algo que lhe traga prazer e significado e trabalhar duro nisto. Vamos tomar o contador como exemplo. Se um dos meus filhos me disser: “Eu quero ser contador”, eu não responderia “Não, não, não...”. Eu perguntaria: “Por que quer ser um contador?”. Se ele me responder: “Eu gosto de ajudar as pessoas a resolver complicados assuntos financeiros. Vejo beleza em fazer os dois lados de um balanço coincidirem”, eu lhe diria: “Você será um grande contador!”.

Seria difícil terceirizar este garoto. Seria difícil dar o seu trabalho para uma máquina fazer. Então, as pessoas que fazem algo de que realmente gostam, algo em que realmente acreditam – e se esforçam bastante – vão se dar bem. Assim, o que eu insisto, é que se descubra em que você é bom, o que gosta de fazer e trabalhe muito, muito duro. E seja ágil e capaz de aprender.

Contabilidade do Tráfico

A velha história da "contabilidade" do tráfico:

A contabilidade de uma das bocas de fumo da Rocinha, na Rua do Valão, revela que Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, buscou no álcool o remédio para seu desespero, diante da iminente invasão da polícia, em seus últimos dias como chefe do tráfico na maior favela do Rio. De acordo com a documentação apreendida segunda-feira por agentes da 16 DP (Barra), Nem gastou R$ 12.905 com uísque, energético e vodca em 22 dias. Neste mesmo período, entre 18 de outubro e 8 de novembro, Nem movimentou R$ 447 mil em uma única boca de fumo e promoveu festas e shows.

No dia 7 de novembro, ele chegou a ser atendido na UPA da Rocinha, ao misturar álcool e drogas. Análise da contabilidade mostra que, no dia 27 de outubro, Nem gastou R$ 2.750 com despesas referentes a um show de pagode. Os registros terminam exatamente dois dias antes da prisão de Nem, que foi encontrado por PMs do Batalhão de Choque na mala de um carro, no dia 10. Na documentação, Nem aparece com o apelido de Mestre. A contabilidade também faz referência a Thiago Schirmmer Caceres, conhecido como Pateta ou Leão, e a Rodrigo Belo Ferreira, o Rodrigão.

A dupla, apontada pela polícia como sucessora de Nem no comando do tráfico da Rocinha, tem contra si mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio.

— Os dois cadernos com a contabilidade serão enviados para a perícia. Tudo indica que os registros sejam de despesas bancadas pelo tráfico — disse o delegado Fernando Reis, que deverá encaminhar o caso para 15 DP (Gávea), onde Nem já é investigado por tráfico.

A contabilidade do tráfico foi apreendida pela polícia, junto com um lança-rojão, uma granada, cinco quilos de maconha e um colete à prova de balas. O material estava escondido dentro de uma galeria de esgotos, na Rua do Valão. Nas anotações existe uma série de gastos curiosos, que vai desde bebidas até despesas com uma academia de ginástica. No dia 21 de outubro, por exemplo, aparece o registro de R$ 640 ao lado da inscrição uísque mestre. O dinheiro é suficiente para comprar sete garrafas da bebida, dependendo do gosto do freguês, claro. No mesmo dia, outra anotação revela que Rodrigão seguiu os passos do chefe e gastou R$ 250 em uísque. Segundo a contabilidade, dois dias depois, Nem desembolsou R$ 1.490 para omprar energéticos, vodca e mais uísque



Fonte:aqui

Leia outros posts sobre o assunto:aqui, aqui

Desviou dinheiro e pôs culpa na depressão


A 1ª Câmara Criminal do TJ manteve condenação imposta na comarca de Laguna contra um bancário daquela cidade que desviou cerca de R$ 20 mil de diversas contas de clientes do HSBC Bank Brasil, onde trabalhava. Em sua apelação, o réu alegou estar em tratamento de depressão e, por conta da medicação, não era responsável por seus atos.

Na época dos fatos, o bancário exercia a supervisão de serviços a clientes e respondia pela tesouraria da agência local. Embora fosse necessária a senha de duas pessoas para realizar saques e transferências, o réu se valia da amizade com os colegas para obter os dados que utilizava no desvio dos recursos. Após as primeiras reclamações de furto por parte dos clientes, o réu não compareceu mais em serviço e apresentou um atestado para tratamento médico.

O banco realizou uma auditoria interna e verificou a responsabilidade do réu pelo desvio. Ele não negou, mas também não confirmou as acusações – preferiu apenas dizer que, em razão do seu estado de saúde, não lembrava sequer qual função exercia na instituição financeira. Para os desembargadores, o tratamento da depressão não pode ser o culpado pois, com exceção do último furto, os demais foram realizados em período anterior aos atestados.

“Assim, em relação aos fatos até aqui analisados, diferentemente do que consignado no recurso da defesa, não há dúvida quanto à responsabilidade do apelante, seja por provas documentais, seja por testemunhas”, afirmou o desembargador Newton Varella Júnior, relator do acórdão. A pena de mais de dois anos foi substituída por prestação de serviços à comunidade, pelo prazo da condenação, e por prestação pecuniária, além da restituição dos valores subtraídos. A decisão da câmara foi unânime.

Fonte: TJSC, Radio Crisciuma

22 novembro 2011

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Chevron

A empresa de petróleo Chevron derramou petróleo na costa do Brasil. Pelas notícias preliminares, tudo leva a crer que a empresa cometeu erros. A consequência é um problema ambiental, onde a empresa deveria indenizar os efeitos. Em outras palavras, isto deveria afetar o passivo da empresa, com efeitos sobre o resultado futuro da empresa.

Observe no gráfico abaixo a reação do mercado nos últimos dias. Obviamente a análise aqui não torna possível isolar o efeito do problema ambiental das outras notícias; mas é interessante notar que no dia 14 a ação estava cotada um pouco acima de $105 e na sexta chegava num patamar inferior a $100, seu valor mínimo nos últimos trinta dias.

Duas outras notícias: A empresa foi multada em R$50 milhões e este valor corresponde a 0,014% da receita.

Revisão da IFRS 9




A nova regra de instrumentos financeiros do IFRS vai mudar apenas dois anos depois de ser editada e antes mesmo de virar obrigatória, o que está previsto para 1º de janeiro de 2015.

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) votou de forma unânime, na semana passada, a favor de uma revisão no pronunciamento IFRS 9, que trata de classificação e mensuração dos instrumentos financeiros.

Apesar do consenso, quem tiver a oportunidade de assistir o vídeo da reunião, disponível na página do órgão na internet, vai notar que existe um certo desconforto com a decisão. A ordem é para que a revisão seja “limitada” e rápida.

A questão é que alguns países já estão adotando o IFRS 9 de forma antecipada e não pega bem, além de criar custos, rever uma regra depois de tão pouco tempo e tendo em conta toda discussão feita antes de sua edição.

Há dois motivos para a decisão, sendo que um parece ser mais fácil de entender – e de explicar – para os membros da diretoria do Iasb. O órgão está discutindo neste momento um pronunciamento para o setor de seguros e chegou à conclusão de que haveria um descasamento na forma de mensuração dos ativos e passivos das seguradoras se o IFRS 9 fosse mantido. Uma mudança poderia resolver o caso.

Mas outro ponto que está por trás da revisão é a intenção de aproximar o pronunciamento da regra que os EUA pretendem criar sobre o tema. Sem uma revisão da forma como o IFRS 9 está escrito hoje e diante do entendimento dos americanos sobre a questão, a chance de se chegar a uma convergência nas regras de instrumentos financeiros é praticamente nula.

Apesar de verem como positivo o alinhamento com os EUA, alguns membros do Iasb sugerem que isso não deve ser feito a qualquer preço. Eles rejeitam fazer mudanças que levem a regra nova a parecer com a atual, considerada mais complexa e que já deu problemas no passado. E também não querem adiar ainda mais a data obrigatória do novo pronunciamento – o que pode ocorrer se eles tiverem que refazer o trabalho todo ou esperar uma decisão americana.

“Vejo que vocês temem que a gente caia num processo sem fim, de rediscutir toda a norma. Mas deixamos bem claro que isso não deve acontecer. Precisamos ter a certeza de que somos os mestres da nossa própria agenda e do nosso ritmo de trabalho”, disse o presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, ao fim da sessão.

Fonte: Fernando Torres, Valor Economico

Olympus 4

Autoridades japonesas dizem que pelo menos US$ 4,9 bilhões não foram contabilizados num escândalo financeiro na Olympus e estão investigando se boa parte desse dinheiro foi para companhias relacionadas ao crime organizado.


Num memorando preparado por investigadores que circulou numa reunião recente das autoridades da Comissão de Vigilância das Bolsas de Valores do Japão, o escritório da promotoria de Tóquio e o Departamento e Polícia Metropolitana de Tóquio, as autoridades dizem que estão tentando determinar se a Olympus trabalhou com sindicatos do crime organizado para ocultar bilhões de dólares em prejuízos passados com investimentos, e depois pagou-lhes uma soma exorbitante por seus serviços.


O memorando - do qual o New York Times obteve uma cópia de uma pessoa próxima das investigações oficiais - parece vincular pela primeira vez os prejuízos da Olympus a grupos do crime organizado.


Ele também sugere que os investigadores acreditam que os pagamentos ilícitos da Olympus foram muito além do cerca de US$ 1,4 bilhão em comissões de fusão e pagamentos de aquisição que ficaram sob recente escrutínio, fazendo do caso um dos maiores escândalos da história corporativa do Japão.


Investigação interna


A Olympus, fabricante de aparelhos médicos por imagens e de câmeras digitais, anunciou recentemente que uma investigação interna havia revelado que a companhia usou uma série de aquisições deficitárias para ocultar prejuízos com investimentos nos anos 90, mantendo esses prejuízos fora dos livros durante décadas. A Olympus disse a um painel de especialistas independentes que ainda está contabilizando os números das perdas.


A companhia disse que todas as transações foram para mascarar prejuízos. Ela negou rumores de que tentou contratar notórios sindicatos do crime organizado do Japão, conhecidos como Yakuza, para ajudá-la a orquestrar o encobrimento.


Mas, segundo o memorando dos investigadores, a Olympus fez pagamentos que ultrapassam muitas vezes os prejuízos que buscava ocultar, e os investigadores suspeitam que boa parte do dinheiro adicional foi para grupos criminosos.


A Olympus gastou um total de 481 bilhões de ienes, ou US$ 6,25 bilhões, em pagamentos de aquisições, investimentos e honorários de consultoria questionáveis de 2000 a 2009, segundo o memorando, mas somente 105 bilhões de ienes receberam baixa ou foram contabilizados de alguma outra forma em suas declarações financeiras. Isso deixa 376 bilhões de ienes, ou US$ 4,9 bilhões, não contabilizados, segundo o documento.


Crime organizado


O memorando diz ainda que os investigadores acreditam que mais da metade dessa quantia foi canalizada para sindicatos do crime organizado, incluindo o maior do país, o Yamaguchi Gumi. O documento não deixa claro se a Olympus sabia desses vínculos, mas se isso for confirmado, uma associação com o crime organizado poderá provocar a retirada das ações da Olympus da Bolsa de Valores de Tóquio, pelas regras da bolsa.


O memorando sugere que a Olympus pode ter sido coagida pelo crime organizado, que sabia das fraudes ou ajudou nos encobrimentos anteriores, canalizando quantias cada vez maiores para fora da empresa.


"A Olympus foi explorada sobre seus encobrimentos, totalizando perdas de 50 bilhões de ienes, e desde 2000, mais de 200 bilhões de ienes desapareceram na economia subterrânea", diz o memorando.


Dirigentes da Olympus disseram na quinta-feira que não tinham nada a comentar de imediato. Em 26 de outubro, quando perguntado sobre a possibilidade do envolvimento de "forças antissociais" no escândalo, um eufemismo para crime organizado, o presidente da Olympus, Shuichi Takayama, disse: "Eu não reconheço absolutamente isso". Até agora, três diretores da empresa foram dispensados ou se demitiram.


Os problemas com as aquisições da Olympus foram ventilados pela primeira vez em agosto na revista japonesa Facta. O escândalo se aprofundou em outubro, depois que a Olympus demitiu seu presidente executivo, Michael C. Woodford, que disse ter sido destituído após questionar o conselho da companhia sobre alguns pagamentos.

Olympus pode ter ligação com a máfia - Investigações sobre fraudes contábeis na companhia japonesa apontam para possíveis pagamentos ao crime organizado no Japão - Estado de S Paulo - 18 de novembro de 2011

Olympus 3

No centro da ação da Olympus está uma técnica que já foi comum no Japão para ocultar prejuízos, chamada tobashi, que os reguladores financeiros japoneses toleravam antes de coibi-la no fim dos anos 90.


O esquema permitia que as companhias ocultassem prejuízos sobre ativos podres vendendo esses ativos para outras empresas, para depois recomprá-los mediante pagamentos, com frequência disfarçados em honorários de consultoria ou outras transações, quando as condições de mercado ou de lucratividade melhorassem.


O memorando dos investigadores japoneses historia os esforços da Olympus para saldar seus prejuízos anteriores com pagamentos camuflados como aquisições e honorários de consultoria supostamente afins para comprar companhias que pareciam ter pouca relação com suas atividades principais.


O documento confirma algumas informações previamente noticiadas pelo New York Times, segundo as quais boa parte dos pagamentos dos negócios foi feiro por meio da empresa de consultoria de gestão Global Company, chefiada por NobumasaYokoo, um ex-banqueiro do banco de investimento Nomura.


Segundo novas reportagens, o memorando também ajudou a arranjar esses acordos a ITX, uma empresa adquirida pela Olympus em 2003 e anteriormente chefiada pelo irmão mais velho de Yokoo, Akinobu Yokoo.


Ele é presidente de uma empresa de peças e serviços de aviação, a Jalux, que informou na quinta-feira que Yokoo não estava acessível para comentar.


Os escritórios de Tóquio da Global Company foram desocupados no começo de outubro.


Em outra companhia pertencente a Yokoo, um homem que se identificou somente como "Yamamoto" disse que Yokoo não era visto "fazia algum tempo" e havia dado instruções "para não falar com estranhos" sobre a Olympus.


Ninguém atendeu a campainha em seu endereço pessoal registrado em Tóquio, uma mansão protegida por cercas e câmeras.

/TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK - Empresa tinha esquema para ocultar prejuízos - Estado de S Paulo

Olympus 2

A Olympus, fundada há 92 anos, tem a sua disposição caixa suficiente para continuar operando em meio às investigações sobre esquemas para ocultar perdas com investimentos, disse ontem o presidente da companhia, Shuichi Takayama.


"Continuamos concentrados em nosso trabalho e nossas responsabilidades. Nossa tesouraria vai cuidar das questões financeiras", escreveu Takayama na intranet da companhia, fornecendo depois uma cópia para a Bloomberg. Takayama disse que hospitais estão solicitando detalhes sobre o escândalo antes de se comprometerem com encomendas e que um hospital cancelou uma compra.


A fabricante japonesa de câmeras e maior produtora de endoscópios do mundo, que está sendo investigada por irregularidades contábeis por autoridades japonesas, britânicas e americanas, reuniu-se na quarta-feira com funcionários de instituições financeiras em Tóquio para pedir apoio a elas. Takayama escreveu que a Olympus "conseguiu a simpatia" de várias dezenas de instituições financeiras na reunião.


Os três maiores bancos do Japão tinham em 31 de março empréstimos combinados de longo prazo pendentes na Olympus de 235,2 bilhões de ienes (US$ 3,1 bilhões), segundo demonstrações financeiras divulgadas pela companhia de Tóquio em 29 de junho. Os empréstimos de longo prazo da Olympus cresceram para 527 bilhões de ienes nos últimos cinco anos, quando o ex-presidente do conselho de administração Tsuyoshi Kikukawa fez aquisições que incluíram a oferta hostil do Gyrus Group por US$ 2,1 bilhões.


Na semana passada, a Olympus disse que ocultou perdas com investimentos na década de 1990, usando comissões infladas pagas a consultores na aquisição da Gyrus - uma fabricante de equipamentos médicos - em 2008 e na compra de três outras companhias no Japão.


A Olympus informou ter contabilizado um lucro operacional inferior no primeiro semestre fiscal, comparativamente a igual período do ano passado. A retração se deveu à queda das vendas.


A empresa registrou um lucro operacional de 16,9 bilhões de ienes (US$ 220 milhões) no período de seis meses encerrado em 30 de setembro, comparativamente aos 19,8 bilhões de ienes do mesmo semestre do ano passado, segundo relatório encaminhado pela fabricante aos bancos credores na quarta-feira e divulgado ontem por meio da Bolsa de Tóquio.


A companhia isse que pretende divulgar seus resultados completos do segundo trimestre fiscal em 14 de dezembro, depois que o relatório for revisado pela auditoria.


Na semana passada, a empresa foi colocada sob observação para um possível cancelamento do registro pela Bolsa de Tóquio, depois de declarar que descumpriria o prazo para encaminhar os resultados. Durante o primeiro semestre fiscal, a companhia registrou 416 bilhões de ienes em vendas, comparativamente aos 419 bilhões de ienes do mesmo período do ano fiscal anterior, segundo o relatório.


A Nippon Life Insurance, maior acionista da Olympus, e sua subsidiária Nissay Asset Management reduziram a participação acionária conjunta na Olympus de 8,18% para 5,11%, segundo documento encaminhado ontem ao Ministério da Fazenda do Japão.


Para o diretor aposentado Koji Miyata, a Olympus deveria reconduzir Michael C. Woodford ao cargo de diretor para reconstituir a confiança perdida depois que a companhia reconheceu ter encoberto prejuízos.


Miyata, 70, instaurou o site "Olympus Grassroots" no dia 11 e tem atualmente pelo menos 356 pessoas registradas como adeptas da ideia, entre os quais alguns funcionários da ativa, disse ele. Miyata, que conhece Woodford há 25 anos, disse que não contatou o ex-principal executivo a respeito do site.


Woodford foi demitido como presidente e principal executivo em 14 de outubro, depois de ter entrado em confronto com o conselho de administração sobre pagamentos superdimensionados feitos aos prestadores de assessoria para a aquisição do Gyrus Group.


"Quero o apoio dos funcionários para que a direção possa reconduzir Woodford ao cargo", disse Miyata, que foi diretor da Olympus de 1995 a 2006, em entrevista concedida em Tóquio na quarta-feira. "Ele foi o único que agiu corretamente como diretor quando surgiram todas as denúncias."


A Olympus perdeu cerca de 70% de seu valor de mercado desde a demissão de Woodford. O Hospital da Universidade Okayama decidiu cancelar a compra de um endoscópio da Olympus, disse o doutor Yoshiro Kawahara, juntando-se à Southeastern Asset Management e a outros acionistas nas críticas à governança da empresa.


"Minha impressão é que a Olympus fez um giro de 180 graus", disse Kawahara em entrevista por telefone na quarta-feira. "Agora é uma empresa horrível para mim."


A Baillie Gifford e a Harris Associates estão entre os investidores que pedem a volta de Woodford. A Southeastern Asset, detentora de cerca de 5% do capital da Olympus, disse no dia 8 que os membros do conselho de administração da companhia deveriam pedir demissão imediatamente e que deveria ser convocada uma assembleia geral extraordinária dos acionistas.

Fonte: Valor Econômico - Olympus diz ter caixa para manter operação - Mariko Yasu, Takashi Amano e Chris Cooper | Bloomberg, de Tóquio ((Colaborou Kazuyo Sawa)

Olympus

tinha comentado anteriormente (postagem de 12 de novembro) o texto de Weil sobre os escândalos contábeis. Na sexta saiu o texto traduzido no Valor Econômico (18 nov 2011, via aqui), que apresento abaixo:

Se você por acaso adora acompanhar escândalos contábeis, então possivelmente nunca viu um período tão bom como os últimos meses, encerrado com chave de ouro pelos desdobramentos do desastre na Olympus. Por outro lado, se você trabalha como auditor numa grande firma de contabilidade, ficou muito mais difícil justificar que a sociedade deva valorizar os seus serviços.


O golpe praticado na Olympus era simples, ainda que os meios tenham sido, por vezes, exóticos. A fabricante japonesa de câmeras e endoscópios ocultou prejuízos tratando-os como ativos. Segundo a companhia, assim foi desde os anos 1990. Isso poderia ter permanecido em segredo, caso o executivo da Olympus, um britânico chamado Michael C Woodford, não tivesse feito pressão internamente para resolver o assunto, em resposta a uma reportagem de uma revista japonesa sobre alguns dos negócios menos ortodoxos da companhia. O conselho de administração da Olympus reagiu demitindo Woodford, apenas seis meses no cargo. Agora, vemos que suas advertências sobre as finanças da empresa estavam certas.


Onde estavam os auditores? Embora ainda não conheçamos a plena extensão do que eles sabiam e quando, basta ver quem eram os auditores externos para saborear o fascínio da história.


A auditoria da Olympus na década de 1990 era a afiliada japonesa da Arthur Andersen, à época uma das chamadas "Cinco Grandes" firmas de contabilidade. Depois que a Andersen entrou em colapso em 2002, a KPMG adquiriu sua operação no Japão, que atuava sob o nome de Asahi & Co, e assumiu a auditoria da Olympus. A KPMG permaneceu como auditora até 2009. A Olympus passou a usar os serviços da Ernst & Young no fim daquele ano.


Desse ângulo, parece que os fantasmas de Andersen ainda estão assombrando os corredores empresariais. A firma foi indiciada em 2002 devido a sua conduta como auditora da Enron, empresa americana de energia, no que equivaleu a sua sentença de morte. Na esteira desses acontecimentos, grandes fraudes contábeis vieram à tona em muitos dos ex-clientes da empresa - uma lista de nomes onde compareceram a WorldCom, Dynegy, Qwest, Freddie Mac e Refco. A Olympus parece estar a caminho de entrar para a mesma lista. Foi necessária apenas cerca de uma década a mais para os problemas emergirem.


O "Financial Times" informou no mês passado que a KPMG efetivamente levantou em determinado momento algum questionamento sobre a contabilidade da Olympus. Nenhuma divergência entre a KPMG e a Olympus foi divulgada publicamente, embora saiba-se agora que houve divergências, segundo um artigo, em 4 de novembro, no jornal britânico "Daily Telegraph".


A Ernst & Young também não levantou quaisquer problemas.


O mais recente relatório de auditoria da E&Y, firmado em 29 de junho, observou que a firma auditou as demonstrações financeiras da Olympus apenas para os anos fiscais de 2010 e 2011, e que os livros da empresa referentes a 2009 foram examinados "por outros auditores", que apresentaram um parecer sem ressalvas". Agora, tanto a Ernst & Young como a KPMG estão numa saia justa.


Podemos ouvir ecos de escândalos passados também no colapso da MF Global Holdings, construído em parte por meio de uma aquisição dos ativos da Refco em 2005, depois que a corretora de futuros faliu naquele mesmo ano. Os espectadores do escândalo Enron podem recordar, por exemplo, que os executivos da empresa de Houston não tinham como controlar a quantidade de dinheiro que a companhia tinha em determinado momento. Após as falências da Enron e da WorldCom, o Congresso aprovou em 2002 uma lei exigindo que os altos executivos certificassem a eficácia dos controles internos de suas empresas sobre seus relatórios financeiros. Relatórios de auditores sobre os controles internos tornaram-se também uma exigência.


A PricewaterhouseCoopers, auditoria externa da MF Global, disse em maio, que os controles MF estavam em ordem, e que tudo estava bem também com Jon Corzine, à época executivo-chefe da MF. Se essas afirmações estavam corretas é algo agora em questão. Mais de uma semana após a MF ter pedido concordata, há ainda cerca de US$ 600 milhões de clientes desaparecidos sem causa definida.


Então, no mês passado, houve a implosão do Dexia, gigantesco banco franco-belga que recebeu um socorro do governo para evitar seu colapso. Em março, o Dexia recebeu um parecer positivo da afiliada belga da Deloitte & Touche. O mercado finalmente percebeu que seu balanço era uma farsa.


São tantas as grandes companhias que sofreram colapsos após terem sua contabilidade aprovada pelas Quatro Grandes firmas de auditoria que muita gente considera seus pareceres uma piada. Afinal de contas, é o cliente quem paga as auditorias. (Opa, nenhum conflito nisso!) Há décadas as agências fiscalizadoras vêm tentado descobrir maneiras de contornar essa falha fundamental no modelo de negócios do setor, colocando em vigor todo tipo de regras exigindo que os auditores sejam "independentes", por mais tola que essa noção possa, por vezes, parecer. Apesar disso tudo, continuam assomando novas ondas de escândalos contábeis,.


No entanto, o próximo passo lógico - tirar da profissão contábil a sua galinha de ouro, tornando as auditorias voluntárias, em vez de obrigatórias, para as empresas de capital aberto -, sempre pareceu uma péssima ideia, porque seria praticamente um convite para mais fraudes. Nem há muito apetite para que terceiros, como governos nacionais, paguem pelas auditorias nas empresas. Os resultados provavelmente não seriam melhores.


Pelo menos, o público pode deleitar-se com o valor de entretenimento em todos esses escândalos. Pode não haver fiapos de otimismo quando tanta riqueza e tantas vidas são destruídas, mas é algo capaz de nos distrair da conclusão óbvia de que estamos atados, por ora, a um sistema que, muito frequentemente, não funciona.


O maior temor para o cartel das Quatro Grandes deve ser que os investidores um dia fiquem tão fartos, que exijam uma mudança total no status quo, por concluir que nada têm a perder. Ainda não chegamos a esse ponto, mas poderemos. Se as auditorias não conseguirem descobrir uma forma de reincutir valor em seu produto mais básico, até mesmo soluções horríveis poderão começar a parecer melhorias substanciais.

Judiciário

Um estudo realizado por dois economistas derruba a tese de que as decisões do Judiciário são mais favoráveis ao devedor. A pesquisa "Pró-devedor ou Pró-credor? Medindo o Viés dos Juízes Brasileiros" analisou 1.687 decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e mostra que em 53,6% dos casos os vencedores foram os credores. Em disputas contra empresas, por exemplo, as instituições financeiras saíram vitoriosas em 70% das decisões.


A pesquisa, dos economistas Luciana Luk-Tai Yueng e Paulo Furquim de Azevedo, avaliou decisões entre 1998 e 2008. Eles queriam verificar se realmente existiria uma tendência pró-devedor - apresentada sistematicamente como uma das causas dos spreads elevados no Brasil. Apesar de não haver esse favorecimento, outros dois problemas foram apontados como prejudiciais ao mercado de crédito: o tempo de tramitação do processo e as divergências de entendimentos entre as instâncias. Segundo a pesquisa, 54,3% das decisões foram reformadas total ou parcialmente pelo STJ. 


É interessante que a pesquisa concentrou na última instância, onde a atividade lobista talvez seja mais efetiva. Veja que as decisões contras as instituições financeiras representam 30% dos casos. Sabe-se que estas entidades possuem uma despesa significativa com bancas de advocacia de qualidade.

21 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Europa x Big Four

Segundo o The Telegraph, o relatório do comissário Michel Barnier sobre o setor de auditoria sofreu um atraso. Barnier tinha planos de divulgar na quarta um relatório sobre a quebra do oligopólio das quatro grandes empresas de auditoria (foto). O novo prazo é 30 de novembro e o atraso se deve a crise do euro.

Para as grandes empresas o atraso pode ser útil para tentar mudar o foco das reformas propostas. Segundo o presidente da Price, publicado no jornal inglês, as propostas poderiam aumentar os custos num momento onde existe muita turbulência financeira.

A ideia central de Barnier é dividir a auditoria em pelo menos duas empresas, a chamada auditoria especial conjunta.

Que economia está pior, a dos EUA, Europa ou China?

Ian Bremmer e Nouriel Roubini Especial para The Wall Street Journal

Não admira que os mercados globais estejam tão nervosos. As três maiores economias do planeta não podem continuar pelo mesmo rumo de suas trajetórias atuais, e todo mundo sabe disso. Os investidores procuram nervosamente sinais de que a China está caminhando para um desaquecimento brusco, que os Estados Unidos vão afundar de novo na recessão, e que a zona do euro vai simplesmente implodir.

Nos três casos, empurrar com a barriga tem mitigado o desastre até agora, mas a tarefa está cada vez maior e mais pesada. Qual economia será a primeira a tropeçar nos seus problemas?

Na Europa, as decisões mais difíceis foram adiadas porque os principais protagonistas não concordam sobre como e por que os problemas começaram. A Alemanha e outros países mais ricos põem a culpa na farra de gastos da Grécia, Portugal e Itália, e temem que um resgate concedido logo venha aliviar a pressão sobre esses perdulários para que mudem seu comportamento. Os países devedores, por sua vez, julgam que toda a zona do euro está fora de equilíbrio e que os países mais prósperos como a Alemanha deveriam exportar menos e consumir mais, para endireitar a situação.

Outros europeus dizem que uma moeda comum não pode sobreviver indefinidamente quando a política monetária é administrada por uma entidade central, mas cada governo decide quanto cobrar de impostos e quanto gastar. Outros ainda alertam que o acesso ao mercado de capitais exige algum tipo de seguro coletivo, de preferência sob a forma de um título em euros. Não surpreende que a Alemanha resista a essa solução, pois implica uma transferência gradual da riqueza das economias mais fortes para a periferia do euro, uma "união de transferência" dos países ricos para os mais pobres.

No entanto, outro ponto de vista europeu sustenta que os planos de austeridade agora concebidos pela Alemanha e o Banco Central Europeu são piores do que a própria doença. O continente precisa de crescimento, não apenas de reformas e de um aperto de cintos, argumentam eles, e apenas uma onda de estímulos em toda a área do euro pode conseguir isso.

Os 17 países e quatro instituições europeias agora enredados na crise do euro vão continuar empurrando com a barriga, mas essa procrastinação não pode ser sustentada. Os mercados já estão perdendo a confiança em uma reforma feita em pequenas etapas. As dúvidas sobre a Itália, uma economia grande demais para ser resgatada, só vão aumentar a volatilidade.

A Europa será a primeira a parar de procrastinar e empurrar com a barriga: espere uma moratória desordenada da Grécia, mais problemas para os bancos europeus e uma recessão acentuada em todo o continente.

Na China, a necessidade de reformas econômicas também é óbvia. Já são quatro anos desde que o premiê Wen Jiabao advertiu pela primeira vez que o modelo econômico do país é "instável, desequilibrado, descoordenado e, em última análise, insustentável", e os três anos desde que a crise financeira deixaram claro que o crescimento chinês continua perigosamente dependente das exportações para a Europa, Estados Unidos e Japão.

Para garantir a expansão econômica (e a estabilidade política) de longo prazo, o governo chinês tem que descobrir uma maneira de incentivar os consumidores do país a comprar mais produtos de fabricação local. Isto exigirá uma transferência maciça de riqueza do Estado e das empresas estatais para as famílias do país.

Mas Pequim está rumando para a direção oposta. A liderança reagiu à turbulência dos mercados ocidentais não impulsionando o consumo, mas sim aumentando as despesas estatais e privadas em investimentos fixos, que hoje respondem por quase a metade do crescimento da China. O resultado foi um boom no setor imobiliário residencial e comercial, maiores gastos governamentais em infraestrutura e mais empréstimos baratos dos bancos estatais para empresas estatais.

De fato, um sério obstáculo às reformas é o fato de que a China continua tão investida em seu modelo de capitalismo com gestão estatal. Das 42 firmas chinesas listadas na edição de 2010 da "Fortune 500", 39 eram estatais, e três quartos das 100 maiores empresas de capital aberto do país são controlados pelo governo. Dirigentes do partido que têm interesse no sucesso das estatais acumularam um poder considerável na liderança, e resistem ferozmente aos esforços para transferir a riqueza das estatais para as empresas privadas e os cidadãos comuns.

A China tem reservas disponíveis de caixa e moeda estrangeira para adiar a crise. Mas o crescimento do país já está encolhendo, as tensões financeiras estão aumentando, e há boas razões para temer que os dias em que a China ainda poderá empurrar com a barriga também já estão contados.

E com isso, sobram os Estados Unidos.

Ninguém pode restaurar a confiança na saúde fiscal americana de longo prazo sem um plano com credibilidade para cortar os gastos com benefícios governamentais e com a defesa, e ao mesmo tempo aumentar as receitas, que estão agora no ponto mais baixo em 60 anos como proporção do PIB. Mas que não se espere nenhuma solução imediata de Washington. A atual campanha presidencial só vai exacerbar o partidarismo mesquinho e o impasse político, ou seja, os problemas estruturais da economia norte-americana tendem a persistir.

Mas a longo prazo, o futuro parece muito mais brilhante para os EUA do que para a Europa ou China. Os Estados Unidos ainda são o líder em tecnologia de ponta, do tipo que expande o potencial econômico de um país a longo prazo, desde energias renováveis e aparelhos médicos até a nanotecnologia e computação na "nuvem". Com o tempo, essas vantagens trarão um crescimento econômico mais robusto.

Os EUA também têm uma vantagem demográfica. Na Europa, a queda nas taxas de natalidade e o crescente sentimento contra a imigração indicam que a população vai diminuir em até 100 milhões de pessoas até 2050. Na China, graças em parte à política do filho único, a população economicamente ativa já começou a se contrair. Em 2030, cerca de 250 milhões de chineses terão passado dos 65 anos, e proporcionar-lhes pensões e assistência médica será muito caro.

Apesar do debate sobre a imigração ilegal, a população americana provavelmente aumentará de 310 milhões para cerca de 420 milhões até meados do século. Entre 2000 e 2050, segundo cálculos de Mark Schill, do Praxis Strategy Group, a força de trabalho americana deve crescer 37%. Enquanto isso, a chinesa vai diminuir em 10% e a europeia em 21%.

Por fim, apesar da crescente exasperação do público americano, os EUA têm muito mais probabilidade do que a Europa ou a China de parar de empurrar as coisas com a barriga. Nada vai mudar muito em 2012, ano da eleição presidencial, mas 2013 abre a oportunidade de uma verdadeira reforma fiscal.

No próximo mês de novembro os republicanos provavelmente ganharão o controle das duas casas do Congresso. Se um republicano for eleito presidente, o Partido Republicano enfrentará uma enorme pressão pública para implementar as reformas prometidas. Mesmo se o presidente Obama for reeleito, a perspectiva de um grande acordo é promissora. Ele estará liberado das demandas políticas imediatas e, tal como outros presidentes em segundo mandato, Obama poderá começar a considerar o seu legado presidencial.

Que ninguém se engane: os desafios diante dos EUA são formidáveis, e um impasse político persistente pode atrasar as reformas fiscais e estruturais muito necessárias. Mas tudo é relativo, e neste momento a melhor aposta é sem dúvida os Estados Unidos.

Bremmer é presidente do Eurasia Group e autor de "The End of the Free Market" (O fim do livre mercado, em tradução livre). Roubini é presidente da Roubini Global Economics e professor da faculdade de Administração Stern, da Universidade de Nova York.

Pesquisas brasileiras publicadas em inglês

Recentemente terminei de ler o livro “Pérolas da Redação Científica”, de Gilson Volpato (ed. Cultura Acadêmica) que me foi indicado pelo professor Cláudio Santana, a quem agradeço.

As pérolas, como aponta Volpato, são equívocos transmitidos constantemente e que atrapalham ao pesquisador alcançar uma ciência de bom nível. Para desenvolver o assunto, o autor menciona as tais “pérolas”, quais as possíveis origens, equívocos teóricos que as envolvem, implicações na prática e a correção, ou qual seria a melhor forma de agir.

O livro é dividido em algumas etapas atrativas: Publicação; Concepção do Artigo; Autoria; Idioma; Estilo de Redação; Projeto de Pesquisa; Título; Resumo; Introdução; Material e Métodos; Resultados; Discussão; Conclusões; Citações; Agradecimentos. Considero que todo professor que orienta trabalhos de conclusão de curso e, especialmente, os que ensinam metodologia de pesquisa deveriam ler essa obra.

Sempre que pertinente comentaremos alguns tópicos. Hoje falaremos sobre um muito curioso, a pérola 28, que afirma que “estudos regionais devem ser publicados em português”. Essa é a pérola – a verdade é que ‘estudos regionais não precisam ser publicados em português’. Acho que muitos de nós sabemos disso, mas é raro encontrar artigos de pesquisadores da nossa área escritos em outras línguas. O mais interessante é que algumas universidades oferecem recursos que cobrem os custos de tradução – verifiquem na sua faculdade ou reitoria. Na UnB, por exemplo, existem editais publicados pelo Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP) que cumprem essa e outras funções.

A CAPES exige que os professores publiquem certa quantidade de trabalhos, que o programa de pós-graduação alcance certo nível para que a avaliação seja boa. Todavia, é complicado publicar apenas no Brasil. Os periódicos são escassos, especialmente os que pontuam mais. O tempo de avaliação é longo, podendo chegar a dois anos entre o momento em que o trabalho é submetido até ser efetivamente publicado. Porque não investir na internacionalização das nossas pesquisas? Na disseminação do conhecimento que é desenvolvido aqui, mas que nunca chega aos maiores centros de discussão mundiais?

Cito um ótimo exemplo para nos inspirar (enviado por Luciana Ikuno, a quem agradeço):

Disclosure and cost of equity capital in emerging markets: The Brazilian case
Alexsandro Broedel Lopes, Roberta Carvalho de Alencar
The International Journal of Accounting 45 (2010) 443–464

Tenham uma ótima leitura!

Transformador

Abaixo, um trecho de um reportagem publicado domingo no Estado de S Paulo. Parece cômico, mas não é:

As três horas que os clientes da Light, no Rio, ficaram sem luz em dezembro do ano passado já custaram R$ 275 milhões aos consumidores do Sudeste e Centro-Oeste. Essa fatura, já repassada às contas de luz, é consequência da falta de um transformador na subestação do Grajaú, de Furnas, avaliado em R$ 12 milhões. Ou seja: o valor pago pelos clientes foi 23 vezes maior do que o investimento necessário para comprar o equipamento.


A falta desse transformador deixou o sistema que atende o Rio vulnerável, sobretudo no verão, quando aumenta a demanda de energia. Para evitar novos apagões por sobrecarga, foi ligada a termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho, da Petrobrás. O custo médio mensal para acionar a usina é de R$ 25 milhões.


Levantamento do mercado obtido pelo Estado mostra que o maior valor mensal pago até agora foi em janeiro (R$ 45,7 milhões). Nos três primeiros meses do ano, a fatura chegou a R$ 104,8 milhões. A despesa total, que atingiu R$ 275 milhões em setembro, foi rateada na conta de luz dos consumidores do Sul e Centro-Oeste sob o nome de Encargos de Serviços do Sistema (ESS). E a fatura pode aumentar se o transformador não for reposto até dezembro.


O valor pago pelos ESS encarece o megawatt/hora em R$ 8, revela uma fonte do setor. "É um custo pela incompetência de uma empresa", critica a fonte. A conta é repassada a consumidores residenciais, comerciais e industriais. "Quando Furnas comunicou o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) o problema, foi ligada a termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho e não desligaram mais", disse a fonte.

Dívida Externa do Brasil

O gráfico mostra a dívida externado Brasil, desde 2000, em bilhões de dólares. Desde 2007 a dívida vem crescendo de forma constante. Este crescimento decorre do financiamento externo do setor privado e transferências de fundos de investimentos.

Custo do Kindle


Para cada tablet Kindle Fire que vende, a Amazon recebe praticamente o mesmo valor que gastou para produzi-lo, estimou a consultoria IHS iSuppli, ressaltando a agressividade com a qual a empresa tenta controlar o custo de um dispositivo que encabeça a sua incursão no mercado de tablets.


O Fire, de US$ 199, é vendido por menos da metade do preço do iPad mais barato da Apple e tem o objetivo de ser uma "máquina de vendas" para músicas, vídeos e livros vendidos pela Amazon na internet.


O custo total de componentes do aparelho totaliza US$ 185,60. Somado ao custo de montagem, o preço sobe para US$ 201,70, estimou a IHS iSuppli.


Fonte; Folha de S Paulo