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29 setembro 2011

Kindle Fire

A tabela ilustra a diferença entre o Kindle Fire e o iPad 2 (adaptado daqui). Alguns analistas destacaram o preço e estão otimistas. Outros consideram que o tamanho da tela e a ausência de câmera são os pontos fracos. Provavelmente os outros fabricantes deverão reduzir o preço.

A comparação em termos financeiros foi feita aqui, usando o índice P/L. Enquanto a Amazon tem um índice de 72, a Apple, uma das maiores empresas em valor de mercado, possui um P/L de 12. E nos últimos anos, enquanto a Amazon tem apresentado valorização crescente, o comportamento da Apple é mais errático.

Depreciação e Amortização

A seguir um trecho do Diário Económico de Portugal (“Financiamento da Estradas de Portugal deve ser revisitado”, Nuno Miguel Silva) sobre depreciação:

Vários anos depois deste sistema ter entrado em vigor, ainda acredita na viabilidade financeira da Estradas de Portugal (EP)?


Segundo o Plano Oficial de Contabilidade, uma estrada típica tem um período de vida de 60 anos. Se for bem conservada, tem muito mais tempo de vida. O modelo da EP e das concessões tem de ser visto ao longo deste período, porque se analisarmos o modelo apenas do ponto de vista do investimento directo estamos a abordar apenas os fluxos financeiros. A lógica correcta é analisar o proveito e o custo. Se eu fizer isso, verifica-se que a EP dá lucro. Se não, estamos a falar apenas do período em que temos os custos, que é até 2030. E estamos a obrigar a pagar em 30 anos infra-estruturas que deviam ser amortizadas ao longo de 60 anos.


Fazendo essa análise mais longa, como consegue demonstrar a viabilidade financeira da EP?


Segundo um estudo da própria EP, a preços correntes, em 2005, o saldo positivo das concessões rodoviárias até 2050 era de 26 mil milhões de euros. Depois do novo modelo de financiamento do sector, em 2011, segundo os mesmos métodos e no mesmo período, de acordo com o mesmo estudo, o saldo positivo para a EP e para o Estado português será de 44.600 milhões de euros.


Nesta conjuntura de crise não considera exagerado estarmos a fazer projecções de receitas à distância de 40 anos, quando todos os cenários estão a mudar de um dia para o outro?


O mais correcto era fazermos estas contas com base no VAL [Valor Anual Líquido] em vez dos preços correntes. Do ponto de vista técnico, qualquer número ou metodologia é aceitável, tem é de ser bem explicado. As contas são feitas até 2050 porque esse é o horizonte em que a maior parte da infra-estrutura será amortizada. 


Imagem, aqui

Excesso de Confiança


Quando um professor aplica uma prova individual ele tenta medir o conhecimento de cada aluno. Entretanto, em algumas situações, um professor pode elaborar uma avaliar com consulta, incluindo ao colega. De uma maneira geral, acreditamos que o resultado da avaliação tende a melhor, premiando o grupo como um todo.

Uma pesquisa recente, realizada em Nottingham, mostrou que isto nem sempre é verdadeiro. Duas telas feitas, uma de Klee e outra de Kandinsky, foram apresentadas para dois grupos de pessoas. O primeiro grupo, as decisões deveriam ser individuais. No segundo grupo, as pessoas podiam discutir antes de tomar a decisão. O grupo que fez a consulta teve resultado pior. Ou seja, a consulta dentro do grupo piora o processo decisório, mesmo que as pessoas tenham considerado interessante a conversa no grupo.

Isto é estranho já que para grandes grupos o processo decisório parece melhorar (vide o livro A Sabedoria das Multidões).

Uma possível explicação para o resultado é que este tipo de decisão não é possível provar, de antemão, que um dos componentes do grupo conhece realmente a distinção entre os dois pintores. Ou seja, a resposta não é “demonstrável”. Nestas situações, os membros do grupo são influenciados pelo excesso de confiança daqueles que se julgam especialistas. É como o jogo de conhecimento, onde é possível perguntar aos universitários. Se o universitário diz que “tem certeza” da resposta, o inocente tende a ser conduzido pelo excesso de confiança do especialista (neste caso, o universitário).

(Foto: aqui)

Profissional difícil


Um levantamento realizado pela Robert Half revelou que, no mundo, as áreas de finanças e contabilidade são consideradas as mais difíceis de encontrar profissionais  que atendam aos requisitos das empresas. A resposta foi indicada por 26% e 22% dos entrevistados pela consultoria.


Entre os países que encontram mais dificuldades em preencher as vagas de finanças, estão Itália (45%), Holanda (36%) e Brasil (34%).


No caso de profissionais de contabilidade, destacam-se República Checa (42%), Nova Zelândia (41%) e Austrália (34%). No Brasil, o indicador chegou a 17%.


Fonte: Infomoney. Imagem, aqui

Exame de suficiência


(...) O exame de suficiência de Contabilidade foi criado em 2000 e derrubado quatro anos e dez edições depois por uma liminar que questionava o fato de a prova não ser uma lei federal e sim uma resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Em 2010, a lei federal 12.249 instituiu a aprovação no exame como condição para obter o registro no CFC que permite o exercício da profissão. A segunda prova depois do retorno da avaliação ocorreu no domingo, dia 25. Já o exame de Medicina Veterinária foi extinto em 2007 por uma decisão judicial e ainda não voltou a ser aplicado.


Para o presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro, a suspensão do exame fez com que a qualidade das instituições e dos graduados caísse. “Aumentou o número de processos administrativos, de fiscalizações e de denúncias que chegavam ao aconselho”, afirma. Carneiro vê a prova como um instrumento para estimular as faculdades a garantir a qualidade do curso e fazer com que os alunos se esforcem para adquirir o conhecimento necessário e serem aprovados.


De acordo com Carneiro, quando o exame foi extinto, a taxa de aprovação era de 60%. Na primeira edição após a pausa, realizada neste ano, mais de 16.600 pessoas se inscreveram e 30% foram aprovadas. “Esperamos que na próxima edição a aprovação aumente, pois as mais de 1.200 instituições de ensino superior que oferecem o curso de Contabilidade devem ter tomado algumas medidas para que melhore a qualidade de ensino”, acredita.


A avaliação do Ministério da Educação (MEC), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), também apontou queda na qualidade dos cursos superiores de Contabilidade. Em 2006, 30% dos cursos tiveram conceito Enade (nota dos concluintes) 1 ou 2, considerado insatisfatório. Três anos depois, a porcentagem de cursos com desempenho ruim cresceu para 32%. A avaliação tem critérios diferentes do exame de suficiência e não pressiona tanto as instituições como a prova que garante o registro no Conselho, analisa Carneiro. (...)


Fonte: aqui

Talvez seja necessário um certo cuidado na comparação, já que o exame anterior era diferente do atual (um grande número de técnicos fazia o antigo). De qualquer forma é assustador imaginar que somente 30% dos concluintes estão aptos a exercer a profissão. Ou que alguns estados da federação não se teve nenhum aprovado.

Soccernomics

Por Pedro Correia


Com menos de 1000 dias para a Copa de 2014, seja onde for, todos querem saber quais serão os 32 participantes do evento.Os economistas do Itaú BBA, construíram modelo econométrico para estimar quais são as probabilidades dos países da América do Sul de se classificarem nas eliminatórias locais. Três indicadores de sucesso foram utilizados no modelo, como variáveis explicativas para o sucesso da classificação:qualidade da seleção, tradição de participação em Copas do Mundo e riqueza econômica. A qualidade da seleção foi mensurada através da posição no ranking da Fifa, a tradição foi medida com a contagem do número de finais de Copa disputadas. Para a riqueza econômica foram considerados o PIB per capita, PIB e inflação.

Após rodarem o modelo econométrico, os economistas verificaram que o indicador de riqueza econômica é irrelevante. Assim, os outros indicadores mostram que a Argentina e Uruguai têm probabilidade de 94,2% e 85,9% de se classificarem. Logo em seguida, estão Chile e Paraguai com 75,3% e 63,1%.

China é menos dependente de exportações

Por Pedro Correia

De acordo com nota publicada pelo HSBC, as exportações líquidas chinesas contribuíram quase zero para o crescimento de 9,6% do PIB chinês no primeiro semestre de 2011. A noção do "Made in China", talvez, esteja em seu fim, pois a baixa depêndencia das exportações revela que a demanda doméstica é fundamental para o país. Assim, qualquer problema econômico chinês nos próximos anos não será tão proveniente dos EUA ou da Zona do Euro. Leia parte da nota dos economistas ,Qu Hongbin e Junwei Sun, do HSBC:


Chinese growth has become much less export-driven. The net exports to GDP ratio has shrunk to 2-3% from 8-9% before the global financial crisis… Domestic demand has contributed 110% of China’s GDP growth since 2009, much higher than the average of around 85% in the previous three years before the crisis.

During 2008-09, when the global economy slipped into a recession and net exports fell by 40% y-o-y, this 3-4ppt contribution turned into a negative 2ppt contribution, cutting the GDP growth rate by 5ppts before the massive stimulus package picked up the slack. This time around the implication is that if the global economy falls into a recession again, net exports would at most cut China’s GDP growth by 1-2 ppts.




Fonte: CEIC, HSBC

28 setembro 2011

Rir é o melhor remédio


Um jogador de xadrez morre e depois de alguns dias um amigo dele ouviu a sua voz.

"Onde você está agora", perguntou ele.

"O que você quer ouvir primeiro, a boa notícia ou a má notícia?"

"Diga-me a boa notícia primeiro."

"Bem, é realmente o céu aqui! Há torneios e sessões relâmpago acontecendo o tempo todo. Morphy, Capablanca, Lasker, Alekhine, Tal, Botvinnik, todos eles estão aqui"

"Fantástico!" o amigo disse, "E a má notícia?"

"Você tem jogo contra Capablanca no sábado."

Fonte: Aqui

Links

Contabilidade
IFRS é considerada imprópria para uso

Auditoria: Brasil, um país diferente

Deloitte
Receita da Deloitte é recorde e beneficiada pela crise

Deloitte acusada de não encontrar fraude na empresa de hipoteca 

Economia
Exermplos de custo de vida elevado do Brasil

Investidores, com 57 bi de capital, apostam no Brasil e Colômbia

Profissão
As profissões mais felizes dos EUA

Teste 524

Quanto tempo sem os "testes". Parece que não fez muita falta. Mas o de hoje é bem longo e interessante:


Na segunda-feira anunciou que a Boeing entregou a primeira unidade do 787 Dreamliner, seu novo avião. As informações indicam que ocorreu um atraso na entrega de três anos e que o custo de pesquisa e desenvolvimento foi de 32 bilhões.

Cada aeronave terá um preço de 200 milhões de dólares e existem 800 unidades já vendidas. Mas a empresa está desenvolvendo esforços no sentido de fabricar 10 unidades por mês.

A Boeing se recusou, até agora, a dizer quantos aviões precisa vender para não ter prejuízo.

a) Qual o conceito do texto em itálico?

b) Considere que a empresa consiga fabricar 10 unidades por mês. Suponha também que a empresa não possua custo de produção. Em quanto tempo a empresa irá “pagar” os gastos com pesquisa e desenvolvimento?

c) O cálculo da alternativa anterior é irreal já que existem custos de produção. A DRE da empresa mostra que o lucro operacional em 2010 foi de 5 bilhões para uma receita de 65 bilhões de dólares. Suponha que esta margem, de 7,7%, será mantida nos próximos anos. Quanto tempo seria necessário para pagar os gastos de P&D, nesta situação?

d) A margem de 7,7% é irreal já que faz parte das despesas o P&D que foi levado a resultado. Só em 2010 foi de 4 bilhões. Isto significa que a comparação mais adequada seria  9 bilhões (4 mais 5 bilhões) sobre uma receita de 65 bilhões. Ou seja, uma margem de 13,87% para cada avião. Para arredondar, vamos considerar uma margem de 14%. Em quanto tempo a empresa irá recuperar os gastos com P&D?

e) Os cálculos anteriores foram realizados sem levar em consideração o valor do dinheiro no tempo. Supondo uma taxa de desconto de 0,5% ao mês (ou 6,2% ao ano), em quanto tempo será o retorno?

f)   Qual a quantidade de aeronaves que a empresa precisaria vender para a última situação?

Auditorias


Mais um capítulo na guerra entre regulador e as big four. Segundo Huw Jones, da Reuters (Grandes firmas de auditoria poderão sofrer abalo enorme com novas regras)

As "Big Four", quatro maiores firmas de auditoria do mundo, podem ser desmembradas, ficando suscetíveis a aquisições, se forem em frente planos radicais da União Europeia para intensificar a concorrência, disse na terça-feira uma autoridade britânica do setor.


O comissário para mercado interno da UE, Michel Barnier, deverá publicar um projeto de lei em novembro para limitar o que considera um conflito de interesses - quando os auditores verificam os balanços contábeis e prestam serviços de consultoria a um mesmo cliente.

Ainda segundo a Reuters:

O Parlamento Europeu, que dará a palavra final aos Estados da União Europeia, deu aos planos seu mais amplo apoio neste mês.


Técnicos do setor de auditoria estimam que entre 28% e 30% das receitas mundiais são provenientes da verificação legal de livros contábeis, com cerca de 18% de serviços de não auditoria prestados ao mesmo cliente de auditoria. Isso significa que cerca de metade das receitas totais provém da prestação de serviços de consultoria a clientes que não estão sendo auditados.


Barnier decidiu legislar na forma de uma regulamentação, que terá obrigatoriedade diretamente aplicável aos Estados da UE, não dando margem a alternativas locais.


O Reino Unido, como sede da base europeia das quatro grandes, provavelmente se oporá a algumas das propostas mais radicais de Barnier, embora seu Office of Fair Trading tenha anunciado em julho ser justificada uma investigação abrangente sobre as condições de concorrência no setor.

O projeto previsto é bastante amplo, conforme informado ontem no blog:

Outros elementos do projeto regulamentar são o diálogo regular entre auditores e suas entidades regulamentadoras; o rodízio de auditoria a cada nove anos; e a proibição às cláusulas restritivas com as quais os bancos insistem em que uma empresa que recebe um empréstimo deva ser auditada por uma das quatro grandes.


A proposta ainda prevê a implementação de auditorias conjuntas, para que o trabalho de uma das quatro grandes seja compartilhado com rivais menores. Isso se aplicaria a empresas com balanço patrimonial acima de €1 bilhão.


A Autoridade Europeia Fiscalizadora de Valores Mobiliários e Mercados desempenharia um papel de coordenação na supervisão dos auditores na UE.


Alguns dos planos já estão sendo aplicados, como a rotatividade, na Itália, e as auditorias conjuntas, na França.


Uma lei da União Europeia que entrou em vigor em 2008 estabelece o rodízio dos sócios auditores - porém não da firma de auditoria envolvida - a cada sete anos. Também diz que o auditor não pode fornecer serviços de consultoria a um mesmo cliente caso isso dê margem a grandes conflitos de interesse, porém muitos países ainda não aplicaram essa lei na íntegra.

Default da Dívida

Os gráficos mostram os defaults de títulos externos ao longo do tempo. O primeiro gráfico cobre o período de 1820 a1920. Neste período percebe-se o default do Brasil nos idos de 1820, no final do século XIX, no início do século XX e durante a primeira guerra. É interessante notar a presença significativa dos países da América Latina: 55 defaults de um total de 76 ou 72%. Observe também a presença de Portugal (3 vezes) e Espanha (3 vezes). 

O segundo período vai de 1920 a 1980. O Brasil aparece após 1930 (duas vezes). Os países da América Latina aparecem 29 vezes e novos “caloteiros” surgem. 


O último gráfico trata do período de 1981 a 2003. O Brasil aparece na década de oitenta (governo Sarney), mas um grande número de países também decreta default, de diversas partes do mundo. Neste período, a Argentina usa este artifício três vezes. 



Durante este período, o nosso país decretou default sete vezes. Isto não é motivo para orgulho, já que o default constante tende a traduzir num aumento nos juros cobrados externamente. 


Fonte: aqui

Ciclismo: custo e custo de oportunidade

Uma notícia do Estadão sobre ciclismo no cidade:

Desistir da ideia de comprar um carro e usar uma bicicleta para ir ao trabalho todos os dias pode significar economia de até R$ 2.700 por ano, segundo estudo da Coppe, o programa de pós-graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Cálculos dos pesquisadores mostram que pedalar consome R$ 0,12 por km - um sexto da despesa referente a veículos movidos a gasolina, que chega a R$ 0,76. 


O levantamento, coordenado pelo aluno de mestrado Marcelo Daniel Coelho, levou em conta o preço de uma bicicleta nova, a compra de acessórios, a depreciação e a manutenção do equipamento. A pesquisa foi feita com base em percursos de 20 km por dia no Rio e em Porto Alegre, simulando os trajetos de ida e volta ao trabalho durante a semana. (...)


Três aspectos relevantes não abordados no texto (e talvez na pesquisa):

a) quem utiliza a bicicleta para ir ao trabalho "perde tempo" já que este meio de transporte é mais lento. Mas imaginando que o motorista deveria ir para uma academia, o "tempo" economizado no automóvel pode ser compensado pelas horas na academia. Além disto, haveria uma economia com gastos com atividade física.

b) para alguns trabalhadores o ciclismo pode ser inviável pelos problemas na transição entre o uso da bicicleta e estar pronto para o trabalho. Basicamente o burocrata que tem que trabalhar de terno terá problemas em usar a bicicleta.

c) talvez o principal inibidor do uso de bicicleta seja o risco do seu uso frente ao automóvel. Neste sentido duas medidas poderiam ser tomadas para reduzi-lo: (1) aumentar o número de ciclistas, pois isto reduz o potencial de acidentes (vide o livro O Gorila Invisível que explica este fato) e (2) criar condições mais favoráveis para este meio de transporte.

Foto: Aqui

Inveja


Em 30 de junho as doações recebidas pela Universidade de Harvard chegaram a 32 bilhões de dólares. Para se ter uma ideia, o orçamento do Ministério da Educação do Brasil foi de 41 bilhões de reais. Ou seja, o volume de doações recebidas por Harvard é maior que o orçamento do Ministério da Educação.

Com um agravante: parte dos recursos recebidos por Harvard são aplicados no mercado e durante o exercício encerrado agora renderam 21,4% de retorno, um ganho perto de 6 bilhões de dólares.

Foto: aqui

As fraudes mais comuns na partilha de bens no divórcio

Pelo menos dois aspectos bastariam para justificar a volta ao mercado editorial, em setembro, do livro Divórcio, Dissolução e Fraude na Partilha de Bens. A primeira edição, lançada no ano passado, esgotou-se rapidamente. E de lá para cá o tema ganhou novos contornos e interesses, com a aprovação da Emenda Constitucional 66, em julho de 2010, responsável por um aumento expressivo no número de divórcios e, por consequência, de processos recheados de indícios de irregularidades por ocasião da partilha de bens.

Gladston Mamede e Eduarda Cotta Mamede, autores do livro, foram cuidadosos na definição do problema. Identificam e analisam detalhadamente o arsenal de fraudes e artifícios usados para reduzir ao mínimo possível o patrimônio alvo da partilha em casos de divórcios, mas também apontam os meios disponíveis para que sejam evitados ou combatidos, mesmo reconhecendo a dificuldade e os desafios que precisarão ser enfrentados por advogados e juízes, além do cônjuge prejudicado.

Na estratégia de lançamento da segunda edição, os dois autores correram o país em uma série de palestras e debates, sempre com auditórios lotados por platéias multidisciplinares e não apenas por militantes da área do Direito de Família. Faz sentido. No livro, fica clara a influência cada vez maior exercida pelo Direito Empresarial e Tributário sobre relações até então consideradas meramente familiares.

“A sociedade se sofisticou e isso tornou mais complexo o trabalho do advogado”, afirma Gladston. Para ele, o conhecimento elementar que bastava para a advocacia duas ou três décadas atrás já não é suficiente e é preciso acompanhar os novos tempos. “Dizer que a minha área é família e eu não sei nada de empresarial é um risco, porque uma larga zona cinzenta se estabeleceu entre as disciplinas e é exatamente aí que os conceitos se intercomunicam.”

No livro, Gladston e Eduarda debruçam-se, principalmente, sobre as estruturas e estratégias empresariais, societárias e contábeis, reiteradamente utilizadas como mecanismo para o desvio ou a ocultação de bens e valores. Em muitas situações, embora se tenha a certeza de que há algo errado, não se sabe exatamente o que aconteceu, onde o dinheiro e os bens foram parar. “Acontece o mesmo por ocasião das sucessões. Não raras vezes isso acaba por desestruturar a empresa e frustrar a expectativas dos herdeiros”, comparam.

No caso do divórcio, Eduarda Cotta aponta entre “as fraudes mais comuns” aquelas que envolvem movimentos societários e que, de um modo em geral, se caracterizam pela cessão de quotas ou ações no curso da separação ou feitas em um período próximo, como forma de excluir ou reduzir consideravelmente o patrimônio da pessoa física. “Também são comuns determinadas manobras contábeis, que implicam, no final das contas, na redução do valor patrimonial da empresa”, acrescenta.

Há situações de empresas bem sucedidas, mas na hora de um dos cônjuges usufruir de parcela desse patrimônio depara-se como um cenário bem diferente, muitas vezes com patrimônio líquido negativo ou bem próximo disso. Nesses casos, dizem os autores, somente uma auditoria contábil poderá fornecer as respostas, seja pela constatação de simples manobras contábeis, seja por um inexplicável endividamento em período curtíssimo que coincide como o momento da separação judicial.

Para eles, o conhecimento é a principal forma de combate a essas operações, muitas delas encobertas por métodos fraudulentos. “Saber quais são as principais simulações é, antes de tudo, identificar onde o problema pode estar para, assim, tentar detectá-lo e, então, saná-lo”, advertem. Entre as fraudes contábeis mais praticadas, os autores destacam a manipulação de dados, a omissão deliberada de transações, apropriações de bens do ativo circulante, simulação de perdas e danos e fraudes relacionadas aos ativos realizáveis, diferidos ou imobilizados.

O livro também aborda vários artifícios ilegais comuns na área gerencial, como o esvaziamento do patrimônio societário, operações que existem apenas nos livros contábeis e até mesmo a criação de empresas espelho. Dependendo do modelo societário da empresa, não são poucas as ocasiões em que as fraudes contam com a participação ou a anuência de outros sócios, principalmente em casos de alienação de quotas e ações ou cisões fraudulentas da empresa durante o processo de separação do casal.

Impedir não é fácil, admitem os autores. Normalmente quando a parte toma ciência da situação as fraudes já foram praticadas e aí somente o trabalho pericial poderá tentar repor o patrimônio original, diz Eduarda. Para ela, em situações normais e que envolvam patrimônio substancial, o ideal seria que essa situação fizesse parte do planejamento societário.

Além de divórcios, o problema também pode estar presente em casos de sucessões, principalmente quando ocorre a morte de um dos sócios, gerando um quadro de desestruturação da empresa ou frustração das expectativas dos herdeiros. Quando um herdeiro assume a titularidade de quotas, sem sempre a situação é mesma, a começar pelo relacionamento entre os sócios. São donos, herdaram e continuarão exercendo direitos e obrigações, mas essa condição não significa, necessariamente, uma intervenção negativa na gestão da empresa. “É uma possibilidade real de conflito que pode muito bem ser evitada, no casamento ou na sociedade empresarial, poupando tempo, dinheiro e aborrecimentos”, afirma Eduarda.

Fonte: Robson Pereira, Consultor Jurídico

As implicações dos GAAP a partir de uma análise da pesquisa positiva em contabilidade

Implications for GAAP from an analysis of positive research in accounting
S.P. Kothari, K. Ramanna, D. J. Skinner
Journal of Accounting and Economics, v. 10, n. 2-3, p. 246-286, 2010.
Postado por Isabel Sales

A padronização do financial reporting se origina principalmente de três grandes fatores:

1. Controvérsia existente em relação ao grau em que o valor justo deverá ser utilizado como base para o financial reporting;

2. Escândalos e a crise financeira de 2008-2009 levaram alguns autores a argumentarem que os US GAAP (princípios contábeis geralmente aceitos dos Estados Unidos) devem evoluir para a utilização de princípios baseados em normas contábeis ao invés do detalhamento de regras contábeis; e

3. O compromisso de convergência e a colaboração contínua do FASB (Financial Accounting Standards Board) e do IASB (International Accounting Standards Board) poder resultar num padrão global único na próxima década.

Destarte, Kothari, Ramanna e Skinner revisaram a literatura existente em relação à teoria positiva dos GAAP. Essa teoria prevê que o foco principal do GAAP é o controle. A verificabilidade e o conservadorismo são características críticas dos GAAP moldados por forçar de mercado. No desenvolvimento da pesquisa os autores reconhecem as vantagens de se utilizar fair value em circunstâncias em que os valores justos sejam baseados em preços observados em mercados secundários líquidos, mas defendem que deve haver caução na generalização do fair value para instrumentos financeiros. Conclui-se que, melhor que convergir o US GAAP ao IFRS, a competição entre o FASB e o IASB permitirá que os GAAP respondam melhor às forças de mercado.

Groupon

o Groupon também apresentou os números revisados de sua contabilidade. Da última vez que a empresa informou o relatório, eles alegaram ter US$ 1,5 bilhões em receitas para o primeiro semestre de 2011. Agora, com os relatórios atualizados, a informação é que a receita está em US$ 688 milhões, para o mesmo período. (Fonte: aqui)


Em empresa de tecnologia é muito comum erros na contabilização do total da receita. Estas empresas geralmente não geram lucro ou fluxo de caixa no início do seu ciclo de vida. A receita torna-se a base da avaliação, também sendo usada para determinar a participação no mercado.

Poluição


Pesquisa da OMS revela as cidades mais poluídas do mundo. Em primeiro lugar, Ahwaz, no Irã, com um índice de poluição correspondente a 372. O segundo é para capital da Mongólia, Ulaanbaatar, com 279. Depois Sanandaj (Irã), Ludhiana (Índia) e Quetta (Paquistão).

A cidade com maior poluição no Brasil é o Rio de Janeiro, com 64 de índice.  Ocupa a 144º. Lugar na lista. Depois Cubatão (48 e 204ª.), Região de Campinas (39, 267ª.) e São Paulo (38 (268º.).

Leia mais aqui. Foto: Ahwaz.

27 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Auditorias


Segundo o Financial Times (Europa analisa mudanças drásticas para auditorias, Alex Barker e Jennifer Hughes, publicado no Valor Econômico, 27 set 2011, D4), a Comissão Europeia estuda mudanças no mercado de auditoria:

Pelos planos, que serão anunciados em novembro, as companhias com balanços maiores que €1 bilhão seriam forçadas a contratar dois auditores para conduzir uma “auditoria conjunta” de seus livros, incluindo pelo menos uma firma que não faça parte das Big Four (Deloitte, PwC, Ernst & Young e KPMG).

Além disto, segundo o jornal, o plano prevê o rodízio de auditores para cada nove anos e a proibição de serviços não relacionados com auditoria. Estes serviços representam dois terços das receitas das grandes empresas em alguns países.

O próprio texto do Financial Times prevê que a proposta não será facilmente aprovada pelos países europeus. O jornal (Propostas de Bruxelas pegam as grandes empresas do setor no contrapé, publicado no Valor Econômico, 27 set 2011, D4) considera que as Big Four estão “entre os lobistas mais silenciosamente eficientes do mundo”. O jornal considera que talvez a Comissão Européia esteja jogando pesado agora para barganhar no futuro. De qualquer forma, a proposta final será publicada em novembro deste ano.

Uma das razões para o surgimento do assunto foi, sem dúvida, a crise financeira. Além disto, a preocupação com a concentração do setor de auditorias já existe há anos, antes mesmo da falência da Andersen.

No Brasil, o Valor Econômico ouviu a presidente do Ibracon (Público é contra medidas, diz presidente do Ibracon, Fernando Torres, 27 set 2011), que afirmou que um processo de consulta pública realizado pela Comissão Europeia este ano não deu respaldo a proposta:

“Não existe suporte a essas idéias, seja entre acadêmicos, auditores, membros de conselhos de administração e até reguladores. Se pretendem avançar com a proposta, parece que estão ignorando as informações que receberam”, afirma Ana María, com a ressalva de que não teve acesso ao esboço da proposta, que deve ser apresentada em novembro.

Esta declaração é polêmica, já que os problemas de concentração do setor de auditoria é uma preocupação constante dos “acadêmicos, auditores, membros de conselhos de administração e até reguladores”. E este assunto não é novo na contabilidade. A impressão que ficou é que a presidente do Ibracon defendeu uma posição pessoal.

Foto: aqui