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16 outubro 2007

História da Religião

Neste sítio, a história do mundo e da religião, através do mapa e do tempo. Muito interessante a evolução (expansão e contração) das 5 principais religiões do mundo (Cristianismo, Budismo, Islamismo, Judaísmo e Hinduísmo).

Links

1. Miniaturas

2. Cientistas subestimados Votei em Lamarr

3. Uso do cerébro: um pequeno teste

4. Os maiores blogs pelo Reader

20 anos do Crash de 1987


Completou 20 anos a crise na bolsa de valores de 1987 ou Black Monday.

Aqui uma análise do ocorrido

Vale do Rio Doce

Duas notícias sobre a Vale do Rio Doce. A primeira informa que a empresa

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) dará preferência a seu fluxo de caixa para dispor dos US$ 11 bilhões de investimentos previstos para o exercício de 2008. (Vale: preferência pelo fluxo de caixa próprio; Daniele Carvalho - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 16/10/2007)


Ou seja, para financiar seus investimentos, a empresa irá usar recursos próprios gerados internamente.

os investimentos para 2008 poderiam ter sido maiores se não fossem as dificuldades encontradas com o fornecimento de máquinas, projetistas e a liberação de licenças ambientais. “Não se trata da falta de recursos. Poderíamos fazer investimentos ainda maiores se não fossem estas limitações”, defendeu o presidente da CVRD.


A segunda notícia informa o sucesso da aquisição da Inco:

Vale ganha US$ 100 bi em um ano com a Inco MINERAÇÃO Compra da mineradora canadense ajudou grupo a triplicar de tamanho
Adriana Chiarini - O Estado de São Paulo - 10/10/2007

O valor de mercado da Companhia Vale do Rio Doce aumentou US$ 100 bilhões desde que a mineradora apresentou a proposta de compra da produtora canadense de níquel Inco. Do dia 11 de agosto de 2006 até a segunda-feira passada, o valor de mercado da empresa passou de US$ 53,43 bilhões para US$ 153,70 bilhões. (...) "A compra da Inco praticamente dobrou a Vale do Rio Doce em relação ao ano passado", disse o presidente da empresa, Roger Agnelli, referindo-se não ao valor de mercado, que praticamente triplicou, mas a diversos outros números da empresa como os de geração de caixa e despesas com funcionários. A compra da Inco, por US$ 18,9 bilhões, foi um dos elementos fundamentais para a valorização da empresa, diz Agnelli. A Vale acaba de passar a Petrobrás como a maior empresa do Brasil em valor de mercado.

A Inco foi a maior responsável pelo aumento da receita operacional da Vale no segundo trimestre deste ano, em relação a 2006. A empresa canadense contribuiu com R$ 7,133 bilhões dos R$ 8,066 bilhões de aumento da receita. De abril a junho deste ano, a receita atingiu R$ 18,197 bilhões. A aquisição da Inco mudou o perfil da Vale. No primeiro semestre do ano passado, 71,6% da receita bruta vinha dos minerais ferrosos. Os minerais não ferrosos, como o níquel, tinham participação de apenas 5,8%. No primeiro semestre deste ano, os minerais não ferrosos foram a principal fonte da receita da Vale, respondendo por 44,4%, enquanto os minerais ferrosos ficaram com 41,9%. Graças à Inco, o grupo agora é líder mundial também em níquel, além do minério de ferro. A Vale também está bem posicionada no cobre, com contribuição significativa da Inco. O níquel transformou-se no principal produto individual da CVRD em geração de receita bruta, contribuindo com R$ 6,340 bilhões, o que equivale a 34,8% do total de R$ 18,197 bilhões.

O minério de ferro respondeu por 30,2%, com R$ 5,498 bilhões. As pelotas somam mais R$ 1,624 bilhão, o equivalente a 8,9% da receita total. Para o analista Edmo Chagas, do UBS Pactual, o níquel vai continuar tendo grande participação na geração de receitas para a Vale. Ele diz que o preço do níquel vai se sustentar nos altos níveis atuais.

A venda do níquel nessa faixa de preço contribuiu para que a Inco gerasse caixa no montante de R$ 4,878 bilhões no segundo trimestre, perto da metade da geração de caixa total da Vale, que foi de R$ 10,255 bilhões.

A participação da Inco no lucro líquido da Vale, porém, é bem menor. O lucro líquido da Vale chegou ao recorde de R$ 5,842 bilhões no trimestre, mas a parcela da Inco foi de R$ 619 milhões, acumulando R$ 2,2 bilhões no primeiro semestre, quando o lucro líquido da Vale foi de R$ 10,937 bilhões. A Vale consolidou seu perfil de empresa global. O número de postos de trabalho no exterior, que cresceu mais de 2000% do primeiro semestre de 2006 para o mesmo período deste ano, passou de 1.143 para 24.052. Essa conta inclui 10.414 trabalhadores terceirizados.

Nobel de Economia

Foram premiados os economistas Eric Maskin, Roger Myerson e Leonid Hurwic na área de design theory. Os ganhadores não estavam entre os favoritos (aqui).

Aqui a justificativa da Academia Sueca. Aqui, um resumo da reação dos blogueiros.

O trabalho foi importante na recente crise financeira dos Estados Unidos (aqui).

Aqui , aqui e aqui links sobre a obra dos economistas premiados.

A Agência O Globo apresentou a seguinte notícia sobre os ganhadores:

Nobel para a arte de negociar
Luciana Brafman e Fabiana Ribeiro*

A teoria que rendeu aos americanos Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson o Prêmio Nobel de Economia de 2007 não é fácil “de ser explicada para sua avó”, segundo um dos mais populares sites sobre economia, o Marginal Revolution. Desconhecida do grande público e até de muitos economistas, a teoria do desenho de mecanismos pode ser traduzida em aplicações práticas no dia-a-dia das pessoas, ao examinar a eficácia da alocação dos recursos pelos diferentes agentes econômicos em uma negociação e avaliar se a intervenção governamental é necessária.

Com base na teoria dos jogos e em incentivos que levam os participantes de uma negociação a dizerem a verdade sobre suas intenções, o estudo foi desenvolvido em separado pelos pesquisadores. Eles dividirão um prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$1,57 milhão). A Academia Sueca de Ciências explica qual a importância da teoria:

“A clássica metáfora de Adam Smith sobre a mão invisível se refere a como o mercado, sob condições ideais, garante uma alocação eficiente de recursos escassos. Mas, na prática, as condições normalmente não são ideais. Por exemplo, a competição não é completamente livre, os consumidores não são perfeitamente informados, e a produção e o consumo desejáveis privadamente podem gerar custos e benefícios sociais”.

Os estudos de Hurwicz, Maskin e Myerson levaram ao desenho de modelos matemáticos que permitem entender como é a tomada de decisões na vida real, levando-se em conta, inclusive, que as pessoas mentem sobre suas intenções e motivos.

— É uma economia posta na prática. E, com isso, permite criar situações para regulamentações, contratos, leilões, concessões. Já há modelos regulatórios que têm como base essas teorias — disse Aloisio Pessoa de Araújo, professor da Fundação Getulio Vargas. (...)

Fraude 2

TORONTO, 15 de outubro (Reuters) - A Nortel pagará 35 milhões de dólares em um acordo com a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), que acusa a empresa canadense de ter fraudado sua contabilidade para atingir as expectativas de lucro de analistas de Wall Street.

A Nortel, produtora de equipamentos de telecomunicações, se envolveu em dois esquemas de fraude contábil, uma relacionada a lucros e outra a receitas, segundo queixa da SEC no tribunal distrital de Manhattan.

Os esquemas permitiram à Nortel atingir "a orientação irrealista de lucros e receita que foi fornecida à Wall Street em 2000 e novamente em 2002 e 2003", alegou a SEC em seu processo.

A Nortel fechou acordo para encerrar o litígio sem negar ou admitir culpa no caso, de acordo com documentos do tribunal nesta segunda-feira.

O órgão que regula o mercado de capitais dos EUA disse que a demanda por equipamentos de telecomunicações e de rede caiu em 2000, e o número de pedidos por produtos da Nortel diminuiu.

Segundo a SEC, a Nortel usou nessa época de ajustes "incompatíveis com os princípios de contabilidade dos EUA geralmente aceitos para mover receitas e lucros para cima e para baixo o necessário para atingir as irrealistas expectativas de Wall Street".


Nortel paga US$35 mi para por fim a acusações de fraude contábil
Reuters Focus - 15/10/2007

Fraudes no mundo

No mundo todo, 43% das 5.428 empresas consultadas detectaram a ocorrência de crimes corporativos entre 2006 e 2007, contra 45% no biênio 2004-2005. Apesar da pequena queda, as porcentagens são praticamente iguais àquelas registradas há oito anos, quando a pesquisa bienal foi iniciada, informou a PwC. O levantamento é feito com base no depoimento dos altos executivos das companhias.Além disso, o volume de perdas geradas pelas fraudes subiu de US$ 1,7 milhão por empresa, em 2004 e 2005, para US$ 2,4 milhões em 2006 e 2007.

Perdas com crimes crescem 40% no mundo
Valor Econômico - 16/10/2007

15 outubro 2007

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Links

1) Produtos complementares ou substitutos: sexo

2) Normas japonesas

3) Edit Piaf

4) Sadia, por um investidor estrangeiro

Venture capital

Os venture capital estão chegando
Gazeta Mercantil - 15/10/2007
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

(...) Os fundos de venture capital estão expandindo sua presença no Brasil, seguindo o caminho aberto pelos seus irmãos em risco, os private equity, que já haviam colocado o País na sua rota principal de investimentos. Os venture capital investem em empresas que entram em fase de expansão mas têm dificuldades para financiar seu crescimento no mercado de dívidas (empréstimos bancários por exemplo) com um custo/benefício adequado. Já os private equity investem em empresas já consolidadas que precisam de reestruturação para fazer uma oferta pública de ações ou para uma fusão ou aquisição. (...)

"A bolsa brasileira foi a que melhor suportou os solavancos de agosto, provocados pela crise imobiliária nos Estados Unidos", afirmou. Outro aspecto importante foi a consolidação da bolsa como um mecanismo de saída para o investidor. O objetivo do fundo é investir na empresa durante um período pré-determinado, criar valor e depois buscar novos desafios. As alternativas para isso são uma operação de venda direta ou uma oferta pública de ações em bolsa de valores.

A nossa incompetência

A via-crúcis do PL 3.741
Folha de São Paulo - 15/10/2007
ROBERTO TEIXEIRA DA COSTA
Primeiro presidente da CVM

Não conseguimos explicação convincente para justificar o emperramento do PL 3.741, que, repito, é de grande relevância para o nosso país

EM 8/11 de 2000, o Executivo enviou à Câmara dos Deputados o projeto de lei 3.741, propondo a alteração da Lei das Sociedades Anônimas (lei 6.404/76), que estendia às empresas de grande porte disposições relativas à elaboração e publicação de demonstrações contábeis, ainda que não organizadas na forma de sociedades anônimas, e dispunha sobre os requisitos de qualificação de entidades de estudo e divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e auditoria como organizações da sociedade civil de interesse público.

Desde então, o projeto vem se arrastando nas comissões da Câmara sem que a questão das normas contábeis tenha sido apreciada em caráter terminativo. Assim, ele foi desmembrado para que aspectos polêmicos, como a maior transparência para sociedades de maior porte, ficassem separados do âmago do projeto.

Outro ponto muito questionado e que se tornou ao longo desses oito anos um enorme empecilho ao andamento da legislação das normas contábeis era a dispensa da publicação, em Diário Oficial dos Estados, dos demonstrativos financeiros das companhias abertas. O poderoso lobby dos governos estaduais foi acionado para bloquear o projeto de lei.

O relator inicial, o ex-deputado Emerson Kapaz, que, durante seu mandato, fez um grande esforço para que o andamento acontecesse com velocidade, não conseguiu que seus pares se sensibilizassem. Com o fim de seu mandato e a aprovação do projeto na Comissão de Desenvolvimento Econômico no final de 2002, ele foi parar, em 2003, na Comissão de Finanças e Tributação, nas mãos do deputado Armando Monteiro Neto.

O projeto teve vários substitutivos, várias pessoas foram convocadas para audiências públicas versando principalmente sobre a questão da publicação em Diário Oficial. Só em 19/6/07 o parecer aprovado na Comissão de Finanças e Tributação foi encaminhado para publicação na Coordenação de Comissões Permanentes.

Em 21/6 deste ano, após encaminhamento à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, foi designado relator o deputado Carlos Willian.

Em 12/6 fora encerrado o prazo para emendas ao projeto, que não foram apresentadas. Após a deliberação da CCJ, se for interposto recurso contra a apreciação conclusiva pelas comissões técnicas, o projeto terá ainda que ir a plenário e só depois deve ser enviado ao exame do Senado. Se houver modificações, voltará à Câmara.

Nesse percurso, o projeto original foi transfigurado. A publicação obrigatória de balanços pelas sociedades fechadas ou limitadas de grande porte (prática comum nos países desenvolvidos) e a redução dos custos pela desobrigação da publicação de demonstrações financeiras em Diário Oficial foram retiradas. Foram-se os anéis para não perdermos os dedos! São decorridos cinco anos de tramitação na CFT e, pasmem, seis substitutivos e 33 emendas!

Nesse período, o Banco Central tornou obrigatória, a partir de 2009, a publicação dos demonstrativos financeiros das instituições bancárias pelo padrão contábil IFRS, definido pelo Internacional Accounting Standards Board, e, mais recentemente, a CVM, seguindo o mesmo caminho, tornou compulsória a adoção do IFRS a partir de 2010 pelas companhias abertas.

Não há como explicar ou justificar tamanha lentidão de nossos congressistas em dar andamento a um projeto dessa magnitude e de tanta relevância para nosso país.

Só para que se tenha uma idéia comparativa, fui pesquisar quanto tempo levou a tramitação da reforma da Lei das Sociedades Anônimas, que se converteu na lei 6.404. A apresentação do anteprojeto de lei na Câmara dos Deputados ocorreu em 31/3/76.

Depois de um percurso de audiências, quando o projeto de Alfredo Lamy e do saudoso José Luiz Bulhões Pedreira passou por amplos debates, dentro e fora do Congresso, a lei foi editada em 15/12/76, num prazo de tramitação de oito meses e 15 dias.

Vale a pena frisar a complexidade daquela legislação, que reformava o decreto-lei 2.627/40. Não há como comparar uma legislação com a outra e não conseguimos explicação convincente capaz de justificar o emperramento do PL 3.741, que, repito, é de grande relevância para o nosso país.

Esperamos que agora se acelere sua votação, pois na opinião de auditores/contadores de prestígio, o projeto é muito bom e revoluciona a contabilidade. Assim seja!

Al Gore mereceu o Nobel?

Aqui uma outra visão sobre o Nobel para Al Gore. Aqui, postagem antiga sobre Gore.

R

Marcos F Silva é técnico de controle externo do TCE/RJ e fã do software R. Ele enviou um texto "Usando R na Análise de Relatórios do SIAFEM". É muito interessante pois o R é um software livre (ao contrário do SPSS e SAS, por exemplo). As dicas são interessantes e você pode conferir em http://marcosfs2006.googlepages.com

Setor informal no Brasil

Um estudo sobre o setor informal do Brasil (Áureo de Paula e José A. Scheinkman) usou mais de 48 mil pequenas empresas. Considerando a definição do setor informal como sendo as entidades que evitam o pagamento de impostos, Paula e Scheinkman encontraram que as empresas possuem um custo de capital mais elevado e tamanho reduzido. Existe correlação entre a educação e o tamanho da empresa.

Divulgação

O Curso de Ciências Contábeis do CCJS/UFCG comunica que estará sediando o VII EPECIC (Encontro Paraibano dos Estudantes de Ciências Contábeis) que realizar-se-á durante os dias 12 e 13 deste mês. Acessem o site e obtenham maiores informações: http://www.viiepecic.com.br

14 outubro 2007

Rir é o melhor remédio

A marca Axe, de desodorante masculino, tem enfatizado o lado "conquistador" do seu cliente, com muito humor. Aqui cartazes de propaganda do produto. Fonte: Aqui







Ética na Enron

Lynn Brewer trabalhava na Enron e foi "escolhida" pela imprensa para representar o lado bom da empresa, de pessoas que tiveram ética em denunciar o que estava ocorrendo.

Com base na sua experiência, Brewer escreveu um livro contando sua experiência e fundou a The Integrity Institute, Inc. Agora, o USA Today revê a história de Brewer para concluir que esta executiva talvez não tenha agido com a ética anunciada. Clique aqui para ler.

13 outubro 2007

Previsão

Aposta nos prováveis ganhadores do Nobel de Economia (aqui)

Elhanan Helpman 5/1
Gene M Grossman 5/1
Paul Romer 6/1
Chris Pissarides 7/1
Dale T Mortensen 7/1
Peter A Diamond 7/1
Paul Krugman 8/1
Eugene Fama 9/1
Robert Barro 10/1
Gordon Tullock 12/1
Jean Tirole 12/1
Nancy Stokey 12/1
Avinash Dixit 20/1
Edward P Lazear 20/1
Thomas J Sargent 20/1
William Baumol 20/1
Lars E O Svensson 40/1
Paul Milgrom 40/1
Robert B Wilson 40/1
Assar Lindbeck 50/1
Cris Sims 80/1
Lena Edlund 100/1

Gol

Gol ajusta sua rota
ADRIANA MATTOS

Os meses andam para lá de agitados pelas bandas da família Constantino, dona da Gol. Num espaço de quatro meses, a companhia aérea reviu duas vezes as projeções financeiras para 2007, reduziu a previsão de ampliação na frota e publicou um balanço financeiro um tanto apagado. Há duas semanas, chegou a acenar com a possibilidade de fechar capital, colocando o mercado em polvorosa. O apetite dos investidores pelo papel da empresa cresceu. A procura pelas ações da Gol aumentou, puxando para cima a cotação nos últimos dias. Mesmo assim, até a última quarta-feira, o valor de mercado do grupo havia encolhido R$ 1,4 bilhão em relação a 2006. Somado a isso, nas contas que os especialistas da área têm feito, trabalha-se com a hipótese de que a absorção da Varig possa estar exigindo da empresa uma engenharia financeira muito maior do que o previsto inicialmente. Por causa da Varig, estima-se que, de abril a junho, entraram mais de R$ 90 milhões em prejuízo no balancete da Gol, apurou a DINHEIRO junto a analistas de mercado. Com essa perda, a Gol passou do azul ao vermelho, de uma tacada só – foram R$ 35,4 milhões de saldo negativo na linha final do balancete.

Para complicar ainda mais esse cenário, a companhia sofreu um baque inesperado. Um de seus principais homens, David Barioni Neto, que ocupava a vice-presidência, assumiu em setembro a vicepresidência de operações da TAM.

Essa fase delicada que a empresa atravessa, no entanto, não pode ser explicada apenas pela perda de um executivo ou pelo efeito Varig. O momento do mercado também não é dos melhores. O ápice da crise aérea, após a queda do avião da TAM em julho, elevou as perdas da companhia.

Atrasos e cancelamentos de vôos, o fechamento do Aeroporto de Congonhas e, por fim, a necessidade de reestruturar a sua malha aérea afetou a taxa de ocupação dos vôos. Esse indicador caiu 8,6 pontos de abril a junho sobre 2006. A própria empresa comenta, em seu último balanço, a existência dessas pressões. Numa análise mais recente, o fato de o combustível ter ficado mais caro, com o preço do barril de petróleo em alta, e os gastos maiores com manutenção e reparo nas aeronaves têm pesado nas contas. “A taxa de ocupação dos aviões caiu, o custo fixo subiu e a conta não fecha mesmo. Ainda é esperado um desempenho fraco no terceiro trimestre”, diz a analista da corretora SLW, Kelly Trentim. “Os efeitos negativos da crise aérea ainda respingam sobre a empresa. Os gargalos da infra-estrutura dos aeroportos devem pressionar os números nos próximos meses”, diz Eduardo Puzziello, analista da Fator Corretora. Na última revisão nas projeções para 2007, publicada neste mês pelo grupo, lucro por ação, margem operacional e taxa de ocupação caem. Procurada pela reportagem da DINHEIRO, a Gol não se manifestou.

O mercado, agora, espera pelos próximos resultados. O que poderia parecer um longo inferno astral, tem chances de não passar de um tropeço maior na rota de sucesso, até agora traçada pelo grupo. Dados recentes mostram, por exemplo, que a Gol já consegue absorver alguns ganhos com a Varig. Foram R$ 200 milhões em créditos fiscais nos últimos meses. A participação de mercado da Gol passou de 37% em janeiro para 39% em setembro.

Continua a aumentar o número de vôos diários e de destinos atendidos pela Varig, operação que tem tomado boa parte do tempo da linha de frente da Gol. Em junho eram 90 vôos para 11 destinos. Em outubro, subiu para 120 vôos e 13 destinos.