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17 setembro 2007

Mais dividendos

Acionista ganha mais com dividendos

São Paulo, 17 de Setembro de 2007 - Montante pago cresceu sete vezes em seis anos, de R$ 3,3 bilhões para R$ 24,5 bilhões. As companhias abertas brasileiras estão revertendo mais de 50% de seu lucro líquido em dividendos aos acionistas. O percentual é mais do que o dobro do pagamento mínimo de 25% determinado pela Lei das S/A. Os dados constam da pesquisa "Dividendos e Ações no Brasil", do professor da FEA-RP/USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) e Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Alexandre Assaf Neto, obtida com exclusividade por este jornal.

O estudo aponta que o pagamento de proventos aos investidores feito pela área de custódia da CBCL (Companhia Brasileira e Liquidação e Custódia) saltou de pouco mais de R$ 3,3 bilhões em 2000 para mais de R$ 24,5 bilhões em 2006. É um aumento de mais de sete vezes no período de seis anos. De 2000 a 2006, o pagamento de dividendos cresceu ano após ano, com exceção de 2002, período marcado pelas turbulências no mercado provocadas pelas eleições.

"A política agressiva de distribuição de dividendos por parte das companhias abertas é típica de países emergentes e traz preocupação, porque significa que a empresa não está investindo ou fazendo aquisições", explica Assaf. Ele defende a idéia de que uma companhia deve manter a liberdade em pagar ou reter lucros para reinvestimentos em seus negócios, de acordo com suas oportunidades de crescimento e de geração de riqueza. "A obrigatoriedade do pagamento de 25% do lucro em dividendos é esdrúxula. A legislação pode inibir o crescimento sustentado das companhias", diz.

Para Assaf, um dos motivos para a farta distribuição de dividendos por parte das companhias abertas é o baixo crescimento econômico do país, que desestimula os investimentos. "Com a expectativa de retomada do crescimento econômico, o montante de pagamento de dividendos deve cair", avalia.

O indicador que calcula a porcentagem do lucro que a empresa pagou aos acionistas em forma de dividendo é o payout. No ranking da Bovespa, os setores químico e de telecomunicações aparecem no topo da lista como os maiores distribuidores de dividendos para detentores de ações ON. O payout do setor químico é de 323,77% e o de telecomunicações, de 211,59%. O cálculo leva em conta a média do payout de 2000 a 2006. Em seguida aparecem os setores de papel e celulose (88,01%), eletroeletrônicos (87,85%), energia elétrica (84,56%), máquinas industriais (73,77%), siderúrgico e metalúrgico (57,07%) e petróleo e gás (53,27%).

Quanto maior, melhor

Outro indicador utilizado pelo mercado para mensurar o retorno dos dividendos é o "dividend yield". Ele relaciona o dividendo pago por ação de uma empresa e o preço dessa mesma ação. Quanto maior for o "dividend yield", melhor será o resultado da empresa ou mais vantajosa será sua política de distribuição de dividendos aos acionistas. No ranking, os setores de alimentos e bebidas e energia elétrica são os que apresentam maior "dividend yield". A média do "dividend yield" do setor de alimentos e bebidas de 2000 a 2006 foi de 11,33% para ações ordinárias e 7,69% para ações preferenciais. No setor de energia elétrica, a média ficou em 6,87% para as ações ON e de 4,88% para as ações PN.

Gazeta Mercantil - 17/09/2007, Finanças & Mercados - Pág. 3)(Ana Cristina Góes)

15 setembro 2007

Marcas que fazem parte do dicionário

Anteriormente postei um link que mostrava marcas que faziam parte do Oxford Dictionary. Fiz uma pesquisa no Houaiss e encontrei algumas marcas que já estão incorporadas a língua portuguesa:

=> Gilete
=> Band-aid
=> Aspirina
=> Forde (assim mesmo, com "e" no final)
=> Fuscão
=> Bombril
=> Xerox

Alguma outra sugestão? Envie e-mail para cesar@cesartiburcio.com.br.

14 setembro 2007

Rir é o melhor remédio


Trabalho difícil

Centros financeiros mundiais

A The Economist de 13/09/2007 faz um extenso relatório sobre o setor financeiro mundial. Uma constatação é a proliferação de centros financeiros mundiais, que nos dias de hoje possuem uma alta dependência entre eles. Apesar do aumento no número de centros financeiros, a revista considera que provavelmente somente Nova Iorque e Londres possam ser considerados centros globais.

Na reportagem Marketplaces on the move, a revista apresenta o seguinte gráfico:

Importância do setor financeiro

O setor financeiro tem contribuído cada vez com o lucro das empresas de capital aberto. Nos Estados Unidos. Conforme a revista The Economist (13/09/2007, The profits puzzle) o setor contribui com 27% do lucro das empresas do índice SP500. Em 1996 era de 19%

Risco dos emergentes

Risco persiste nos emergentes. Brasil parece melhor preparado
Joanna Slater - The Wall Street Journal

Depois de recuperarem-se heroicamente da recente turbulência financeira, os mercados emergentes estão com desempenho melhor que os dos Estados Unidos e Europa. Foi uma vitória para os investidores que argumentavam que esses mercados têm fundamentos mais sólidos do que antes, e melhores perspectivas de crescimento que os países desenvolvidos.

Mas embora a maioria desses mercados esteja bem mais firme que no passado, nem todos estão em forma financeiramente. Alguns têm problemas que lembram os emergentes do passado — e como naqueles tempos, podem deixar muitos investidores ingênuos com prejuízos.

Entre os países na lista de observação estão Turquia e Hungria, que gastam mais do que poupam; Venezuela e Argentina, por causa de suas controversas políticas econômicas; e até México e Israel, cujas enormes indústrias de exportação seriam vulneráveis a um desaquecimento na economia americana.

(...) Alguns, como Brasil e Rússia, acumularam reservas impressionantes e reduziram suas tomadas de empréstimo externo, o que melhorou bastante sua capacidade de suportar mais instabilidade.

(...) Outros discordam, notando que os EUA continuam sendo um consumidor importante, especialmente para América Latina e Ásia. México, Israel e Colômbia estão entre os países particularmente vulneráveis a um declínio da demanda dos EUA, que foram destino de mais de um terço das exportações deles no ano passado, segundo o Fundo Monetário Internacional. O México é de longe o mais exposto: 85% de suas exportações foram para os EUA.

Ações individuais também estão suscetíveis. O Morgan Stanley analisou as 20 empresas com maior valor de mercado em seu índice de emergentes e concluiu que sete dependiam dos EUA para mais de 20% de suas receitas: a Infosys Technologies e a Reliance Industries, da Índia; a Teva Pharmaceuticals, de Israel; a TSMC e a Hon Hai Precision, de Taiwan; a Cemex, do México; a Samsumg Electronics, da Coréia do Sul; e a Petrobras. Entre as empresas que obtêm mais de 30% de suas vendas nos EUA, segundo o Citigroup, estão a Embraer, a peruana Southern Copper e a mexicana Gruma.

Mapa da produção de petróleo



Um mapa de diz tudo sobre a produção de petróleo no mundo

Fonte: Aqui

Expansão do IFRS

O International Accounting Standard Board (IASB), órgão mundial responsável pela formulação dos IFRS, prepara uma versão simplificada deste modelo para uso de empresas de pequeno e médio portes. "Pretendemos apresentá-lo em 2008", disse ontem David Tweedie, presidente do conselho da entidade, em evento sobre o tema em São Paulo.

Antes disso, os órgãos de auto-regulação contábil em diversas partes do mundo estão coordenando testes com o uso dos "IFRS light" por empresas menores. Trata-se de um documento de 200 páginas, dez vezes menor do que o que rege o padrão para grandes corporações. (...)

Empresas estrangeiras que têm BDR listados na Bovespa poderão apresentar seus balanços financeiros no padrão IFRS, sem necessidade de reconciliação para o modelo brasileiro. É o que prevê uma minuta de instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que deve entrar em audiência pública nas próximas semanas. (...)


Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4 - Aluísio Alves - Padrão internacional chega a empresas de pequeno e médio porte

Embraer e custos

[...] As autoridades dos EUA temem que a entrada de milhares de novos jatinhos no espaço aéreo nacional sobrecarregue ainda mais a infra-estrutura do setor, num momento em que o sistema de controle do tráfego aéreo exibe vários sinais de esgotamento e o governo e o Congresso estão procurando meios de financiar os investimentos necessários para modernizá-lo.As consequências dessa discussão para os negócios da Embraer ainda são bastante incertas, mas dificilmente seu impacto poderá ser ignorado.

Aumento de custos e restrições podem afetar Embraer nos EUA
Valor Econômico - 14/09/2007

Impairment

Nova regra obriga atualização de valor de ativos no balanço
Valor Econômico - 14/09/2007

A divulgação da primeira regra de contabilidade para as companhias brasileiras definida conjuntamente pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é prevista para hoje. O pronunciamento técnico do comitê terá de ser obrigatoriamente adotado pelas empresas de capital aberto, podendo levar a baixas contábeis em série. A deliberação, que ficou em consulta pública até o fim de julho, insere o conceito de "impairment" no país.A palavra em inglês significa deterioração, na tradução literal. Tecnicamente, trata-se da "redução do valor recuperável de ativos", conforme a regra da CVM. Na prática, quer dizer que as empresas terão de avaliar, anualmente, os ativos que geram resultado antes de contabilizá-los no balanço. Cada vez que a projeção de geração de caixa tiver um valor inferior ao montante pelo qual o ativo está registrado, a companhia terá de fazer a baixa contábil da diferença.

O ajuste será feito por meio de uma provisão na demonstração de resultados ou no balanço patrimonial, quando se tratar de ativo já reavaliado.O professor Eliseu Martins, vice-coordenador técnico do CPC, explica que a mudança está alinhada às regras contábeis internacionais do padrão IFRS, que deverá unificar a contabilidade global. O objetivo do pronunciamento é evitar que as empresas brasileiras tenham em seus balanços ativos registrados por um valor que não irá se concretizar no futuro.Aos poucos, a CVM e o CPC, por meio de pronunciamentos e deliberações, estão promovendo a convergência dos conceitos brasileiros. Além do "impairment", há diversas outras declarações do comitê que já estão "no forno", segundo o professor. "Essas regras conjuntas com a CVM estarão em vigor porque não há nenhum grande conflito com a lei." Martins diz isso para lembrar que a migração completa das companhias brasileiras ao IFRS depende da mudança da Lei das Sociedades por Ações (6.404/76), com a aprovação do projeto de lei 3.741, tramita no Congresso Nacional.Essa primeira deliberação conjunta com a CVM deverá entrar em vigor assim que for publicada no "Diário Oficial da União".

(...)"Teremos uma situação esdrúxula de resultados bastante diferentes entre o balanço societário e o fiscal."O eventual "impairment" demandará uma nota explicativa no balanço das empresas. Em muitos casos, a companhia terá em seu caixa o benefício de uma possível amortização de ágio, sem que isso fique evidente nas demonstrações financeiras que seguem a legislação societária.Reginaldo Alexandre, vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento no Mercado de Capitais (Apimec-SP), ressalta que a avaliação das companhias não deverá sofrer impactos relevantes por essa regra. Segundo ele, as análises são realizadas com base no fluxo de caixa das empresas, item que não sofrerá alteração com a medida. No entanto, admite o especialista (que também participa do CPC), os balanços indicarão de forma mais realista os investimentos detidos pelas companhias.

A regra internacional de "impairment" gerou casos memoráveis, especialmente, no setor de telecomunicações. A holandesa KPN fez, em 2002, uma baixa contábil de 9 bilhões de euros pela compra das bilionárias licenças de 3ª geração de telefonia celular vendidas na Europa.

Uma decisão da justiça


O grupo Cobraço, distribuidor de aços longos em Minas Gerais, receberá 250 toneladas semanais de produtos da Belgo Mineira pelo mesmo preço praticado em 1997. Numa decisão favorável ao distribuidor, inédita no país, a 22ª Vara Cível de Belo Horizonte determinou a busca e apreensão semanal de produtos no pátio da Belgo.Trata-se de tutela antecipada concedida à Cobraço que exige na Justiça o fornecimento de aço pelos preços praticados em 1997, antes da siderúrgica do grupo Arcelor Mittal ser condenada, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por prática de cartel. No mesmo processo também foram condenadas as siderúrgicas Gerdau e Barra Mansa.Com a decisão, a Cobraço não só volta a atuar no mercado mineiro de distribuição de aço como passa a ter situação privilegiada, com custos quase três vezes menor que os praticados hoje.

Pela tonelada do aço tipo CA 6.3, por exemplo, a Cobraço terá de pagar em torno de R$ 1 mil por tonelada. No mercado, o produto está cotado de R$ 2,8 mil a R$ 3 mil por tonelada."O que a Justiça está fazendo é restituir a condição de atuar no mercado que a Cobraço tinha antes de praticamente quebrar", comentou ontem um dos advogados responsáveis pela ação, Emiliano Wagner. Segundo ele, a Cobraço poderia vender perto de 5 mil toneladas por mês se os negócios não tivessem sido inviabilizados pela cartelização dos preços. (...)


Justiça apreende aço da Belgo a pedido da Cobraço
14/09/2007 - Valor Econômico

Dificuldade de ser verde

Uma reportagem sobre a General Electric mostra como é difícil ter uma consciência verde no mundo capitalista:

Há dois anos, Jeffrey Immelt, presidente da General Electric Co., prometeu transformar a empresa numa líder em questões de mudança climática. Desde então, ele diz que ouve o mesmo refrão de alguns dos maiores clientes da GE: "Dá para calar a boca e vender pra gente? Isso é uma paráfrase, talvez com alguns parênteses pelo meio."

Reclamação de clientes não é o único problema provocado pelo esforço de implantar uma política de conservação do meio ambiente num conglomerado de US$ 163 bilhões/ano, que vende desde lâmpadas até turbinas de avião. Alguns dos subalternos de Immelt têm questionado se as emissões de dióxido de carbono são uma causa comprovada de mudança climática.

E ele mesmo só pretende empurrar a GE até certo ponto. "Não quero mudar o fluxo econômico da empresa", diz Immelt. Assim, a GE continua vendendo turbinas movidas a carvão e tem se aprofundado na produção de petróleo e gas. Ao mesmo tempo, sua divisão de finanças pretende aumentar os investimentos relacionados a carvão, inclusive termelétricas, uma das maiores causas de emissões de dióxido de carbono nos Estados Unidos.

Mas nenhum desses limites impediram que a GE transformasse o compromisso ambiental numa tarefa de marketing. De fato, o principal foco do marketing do conglomerado hoje é uma campanha de US$ 1 milhão por ano para promover sua pesquisa de "soluções inovadoras para desafios ambientais".

(...) Immelt diz que vários fatores contribuíram para sua decisão de tornar a GE mais "verde". A empresa tinha uma lista crescente de tecnologias, entre as quais a de turbinas de vento e uma turbina de avião que gasta menos combustível, que podiam ser vendidas como ambientalmente corretas. Fábricas da empresa na Europa e no Japão enfrentam limitações em suas emissões de dióxido de carbono. Immelt também diz que um relatório da Academia Nacional de Ciências, de 2001, o convenceu que o aquecimento global é um "fato técnico". (...)

Immelt enfrenta resistências para fazer da GE uma empresa mais 'verde'
14/09/2007 - Kathryn Kranhold - The Wall Street Journal