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29 maio 2025

Tarifa de 100%: Trump Declara Guerra aos Filmes Estrangeiros

Ontem [4 de maio de 2025], Donald Trump anunciou um plano para impor uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos no exterior. Ele alegou que os incentivos fiscais internacionais estavam drenando produções americanas do território dos EUA e acusou outras nações de praticarem sabotagem econômica e propaganda cultural. Em sua postagem no Truth Social, ele escreveu:

“Queremos filmes feitos na América, de novo!”

A declaração acendeu o debate sobre um tema que a indústria raramente enfrentou de forma direta. Afinal, o que realmente significa um filme ser feito na América? Trata-se do local onde as câmeras gravam, de onde vem o dinheiro ou de quem controla a visão criativa? E quantos dos chamados filmes de Hollywood realmente passariam nesse teste, se fosse imposto?

A produção cinematográfica se tornou uma das indústrias mais globalizadas do mundo. Equipes, financiamento, efeitos visuais, pós-produção e até atores cruzam fronteiras com frequência. Muitos filmes americanos são gravados no Canadá, no Reino Unido ou na Austrália. E, embora a proposta de Trump pressuponha uma linha clara entre o que é estrangeiro e o que é doméstico, a realidade atual da indústria cinematográfica é muito mais difusa.

Vamos ver o que os dados podem revelar sobre onde esses filmes são realmente feitos — e quais fatores qualquer sistema de tarifas americano teria que enfrentar.

Quantos filmes são feitos na América?

A expressão “feito na América” parece simples, mas é difícil de definir para a maioria dos grandes filmes. Se usarmos o país de origem informado pelo IMDb, cerca de um terço dos filmes de longa-metragem produzidos globalmente desde o ano 2000 poderiam ser classificados como americanos.

Se você focar somente nos filmes feitos pelos grandes estúdios americanos, então o percentual aumenta para 4 em 5 (87% em 2024)

No entanto, não é tão simples quanto dizer “americano ou não”. Isso porque:

  • Os filmes normalmente têm múltiplos países de origem. Muitos filmes hoje são coproduções entre dois ou mais países. Isso permite acesso a múltiplos incentivos fiscais, fontes de financiamento e mercados de distribuição.

  • Não existe um sistema para rastrear isso. Não há um banco de dados universal ou um framework que defina ou verifique oficialmente a identidade nacional de um filme. O IMDb permite que os produtores informem os dados por conta própria, enquanto premiações, festivais e fundos nacionais aplicam seus próprios critérios. Esses sistemas frequentemente entram em conflito, levando a respostas diferentes dependendo de quem pergunta e por quê.

  • Uma cadeia de produção global. Os filmes são feitos por meio de uma cadeia de produção internacional. Assim como na indústria de manufatura, o cinema hoje depende de uma cadeia de suprimentos global, e não de um único ponto de origem.

  • As plataformas de streaming borram ainda mais as fronteiras. Streamings globais como Netflix e Amazon frequentemente encomendam filmes sem um país de origem claramente definido. Um projeto pode ser desenvolvido em Los Angeles, produzido por uma empresa britânica, filmado na Espanha e divulgado como “conteúdo internacional”.

  • Estúdios americanos financiam regularmente filmes não americanos. Estúdios de Hollywood frequentemente financiam, produzem ou distribuem filmes que não são de origem americana. Isso inclui dramas prestigiados voltados para a temporada de premiações, coproduções internacionais ou conteúdos em língua local voltados para mercados estrangeiros.

    Como determinar de onde é um filme?

    Qualquer tarifa exigiria que os filmes tivessem uma identidade nacional claramente definida. Atualmente, os Estados Unidos não possuem uma definição formal do que torna um filme americano. Não existe um processo de certificação, nenhum critério mínimo de conteúdo doméstico, nem uma agência única responsável por determinar o status nacional de um filme.

    O termo “nacionalidade” pode significar coisas diferentes, dependendo de quem pergunta e do que está em jogo. Festivais, premiações, agências de financiamento e o próprio público aplicam critérios distintos — e os resultados podem variar drasticamente (incluí alguns exemplos polêmicos no final deste artigo).

    Muitas pessoas inicialmente se perguntam em qual país ocorreu, de fato, a produção do filme. As locações de filmagem são, em teoria, fáceis de identificar. Ou um filme é gravado em um lugar, ou não é. Mas isso se complica quando as produções são divididas entre vários países ou utilizam equipes remotas.

    Quando analisei esse tema alguns anos atrás, descobri que um filme de maior bilheteria, em média, é filmado em 1,6 países.

    A análise de Stephen Follows (How many Hollywood movies are made outside America?) continua, mas o recado parece claro. A simplicidade de um político demagogo, que declara uma taxação, como é o caso, não condiz com a complexidade do mundo real.

Grandes nomes da história mundial da contabilidade: Fini e irmãos

Fini e irmãos - Entre os mais antigos registros de contabilidade por partidas dobradas que sobreviveram estão os dos irmãos Rinerio Fini de' Benzi. Os três irmãos Fini eram comerciantes florentinos que atuavam na França, especialmente como negociantes e agiotas nas feiras de Champagne. O livro contábil dos Fini (1296–1305) incluía a maioria dos elementos de um sistema completo de partidas dobradas. Cada lançamento no razão era referenciado ao seu respectivo débito ou crédito. O lucro ou prejuízo de cada transação era calculado e transferido para uma conta de compensação.

Além dos valores a receber e a pagar, já encontrados em livros razão florentinos anteriores, surgiram pela primeira vez contas nominais, como despesas com juros e com vestuário e calçados. No entanto, aparentemente não houve nenhuma tentativa de fechar ou equilibrar o livro razão dos Fini. As contas continuavam de ano a ano sem verificação aritmética, sem transferências dos saldos das contas nominais para o capital e sem cálculos globais de lucro.

Michael Chatfield - The History of Accounting

Não há muito sobre Fini além do fato de serem irmãos e comerciantes em Florença. 

Estrutura conceitual do COSO para Governança Corporativa: Draft divulgado


O Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO), em colaboração com a National Association of Corporate Directors (NACD), divulgou uma minuta para consulta pública do Corporate Governance Framework (CGF) e está convidando o público a enviar comentários a partir de 27 de maio de 2025.

Em maio de 2024, a PwC foi selecionada pelo COSO como autora principal para desenvolver um framework abrangente de governança corporativa, que fornece orientações baseadas em princípios para que as organizações estabeleçam e fortaleçam suas práticas de governança, começando pelo conselho de administração e se estendendo por toda a empresa.

O Corporate Governance Framework foi concebido para complementar e alinhar-se aos frameworks de Controle Interno (IC) e de Gestão de Riscos Corporativos (ERM) do COSO. Ele incorpora práticas líderes globais para ajudar as organizações a aprimorar a eficácia da governança, gerenciar riscos de forma proativa e criar valor a longo prazo.

Nessa página você pode clicar no link da minuta. 

Pesquisa sobre desonestidade: Gino sofre derrota


Anteriormente postamos sobre uma pesquisa que foi colocada em dúvida de manipulação nos dados. O curioso era que a pesquisa tratava de honestidade. A pesquisadora, Francesca Gino, diante da denúncia, resolveu processar sua instituição de ensino e o site Data Colada, que tinha feito a investigação. Também postamos sobre o assunto.

A notícia de agora é que a universidade de Harvard revogou a estabilidade da professora após uma investigação interna. Trata-se do primeiro caso de demissão de um professor com estabilidade de Harvard. E no caso de Gino é destaque pois a professora era um dos docentes mais bem pagos da universidade, tendo recebido 1 milhão de dólares em 2018 e 2019. 

Negando as acusações e processando a Universidade e o blog, Gino não trouxe muita simpatia. Um juiz já negou a alegação de difamação, mas o processo relacionado com o contrato de docente seguiu adiante.

Pandemia e mercado de trabalho contábil


A pesquisa buscou investigar como a pandemia de COVID-19 impactou a empregabilidade no setor contábil no Brasil, analisando a influência da crise na criação e preservação de empregos na contabilidade, os desafios enfrentados pelos profissionais e as mudanças na demanda por serviços contábeis. A metodologia baseou-se em uma abordagem quantitativa, utilizando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), contemplando as séries histórica e atualizadas do banco de dados, além de variáveis macroeconômicas como PIB e IPCA. Para a análise dos dados, foi empregado o modelo estatístico de Diferenças em Diferenças (DiD), que permitiu avaliar de forma robusta os efeitos causais da pandemia sobre os saldos líquidos de emprego no setor. Os resultados destacaram que os profissionais da contabilidade sofreram impactos negativos mais acentuados que outros profissionais da área administrativa, apresentando saldos líquidos negativos de emprego. 

Um trabalho da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, de Mossoró-RN: IMPACTO DA PANDEMIA NA EMPREGABILIDADE DO MERCADO DE TRABALHO CONTÁBIL: UMA ANÁLISE DOS DADOS DO CAGED - Daniel Victor Oliveira da Silva, Alexsandro Gonçalves da Silva Prado

28 maio 2025

Europa obseervando influenciadores financeiros

A Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA), reguladora e supervisora dos mercados financeiros da UE, escreveu hoje para várias empresas de mídia social e plataforma (X, Meta, TikTok, Alphabet, Telegram, Snap, AmazonAmazon, Apple, Google e Reddit) incentivando-os a tomar medidas proativas para evitar a promoção de serviços financeiros não autorizados.

A crescente disseminação de golpes on-line direcionados a investidores de varejo representa um sério risco para os próprios investidores e para a sociedade, com atores fraudulentos explorando plataformas digitais para anunciar serviços financeiros ilegais. Estas actividades induzem frequentemente os consumidores a envolverem-se em empresas que não têm autorização adequada, resultando em perdas financeiras e na perda de confiança no setor financeiro.

Essa abordagem complementa a iniciativa da semana passada lançada pela Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários, destacando a natureza global de fazer danos on-line ligados à má conduta financeira.

Fonte: aqui

Roland Garros diz não à tecnologia

Um artigo do Wall Street Journal destaca que o Torneio de Roland-Garros, em 2025, permanece como o único Grand Slam a utilizar juízes de linha humanos, resistindo à tendência de adoção da tecnologia de marcação eletrônica implementada nos demais torneios principais. Enquanto o Australian Open, o US Open e Wimbledon já incorporaram sistemas automatizados, Roland-Garros mantém a tradição, argumentando que a natureza única das quadras de saibro favorece o julgamento humano.

A decisão de Roland-Garros gera debates entre os jogadores. Alguns, como Arthur Fils, expressam frustração com as imprecisões percebidas nas chamadas eletrônicas, especialmente no saibro. Outros, como Coco Gauff, apoiam a integração tecnológica, considerando-a um avanço. Ex-oficiais, como o árbitro de cadeira Jaume Campistol, também observam a perda da dinâmica humana e da construção de confiança quando os oficiais são removidos da quadra.