Translate

15 março 2025

Custo de Saída

O problema das redes sociais é que as pessoas que amamos e com quem queremos interagir estão presas em jardins murados. O mecanismo de sua prisão são os "custos de mudança" para sair. Nossos amigos e comunidades estão em redes sociais ruins porque amam uns aos outros mais do que odeiam Musk ou Zuck. Deixar uma plataforma social pode custar o contato com familiares no país de onde você emigrou, um grupo de apoio formado por pessoas que compartilham sua doença rara, os clientes ou a audiência dos quais você depende para seu sustento, ou simplesmente os outros pais que organizam o jogo da liga infantil do seu filho.  

Hipoteticamente, você poderia organizar todas essas pessoas para saírem de uma vez, irem para outro lugar e reestabelecer todas as suas conexões sociais. Na prática, o "problema da ação coletiva" torna isso quase impossível. É nisso que os donos das plataformas apostam – é por isso que sabem que podem tornar seus serviços piores sem perder usuários. Enquanto a dor de usar o serviço for menor do que a dor de deixá-lo, as empresas podem apertar o cerco e tornar a vida dos usuários pior para extrair mais lucro deles. É por isso que Musk eliminou o botão de bloqueio e por que Zuck demitiu todos os seus moderadores. Por que arcar com o custo de fazer algo bom para os usuários se eles continuarão na plataforma mesmo que você reduza drasticamente a equipe e/ou o processamento caro?


Fonte: aqui 

Imagine que você seja um profissional que tem uma conta no Instagram. Uma mudança nas políticas da plataforma pode fazer com que você perca um grande número de clientes. O que você pode fazer? Nada. 

O custo de saída também é conhecido como switching cost (custo de mudança), decorrente do efeito rede.

Dez novos fatos sobre desigualdade de gênero


Este artigo apresenta dez novos fatos sobre desigualdade de gênero e desigualdade nos maiores rendimentos ao longo da vida no Brasil, com base em dados administrativos abrangentes que cobrem quase todo o mercado de trabalho formal de 1985 a 2018. Documentamos disparidades significativas nos rendimentos ao longo da vida entre os gêneros, especialmente entre os que possuem os maiores ganhos, onde as mulheres estão sub-representadas e enfrentam lacunas salariais maiores em comparação aos homens. Identificamos os principais fatores dessa desigualdade, incluindo participação na força de trabalho, segregação ocupacional, emprego em grandes empresas e padrões de mudança de emprego. O emprego no setor público atenua parcialmente essas disparidades.

Link aqui

O Dinheiro dos Imigrantes

As remessas de dinheiro enviado por migrantes a seus países de origem, totalizaram US$ 781 bilhões em 2021, mais que o triplo da ajuda externa global de US$ 202 bilhões. Essas transferências beneficiam cerca de 800 milhões de pessoas globalmente, financiando despesas como educação, saúde e moradia. A maior parte das remessas flui de países de alta renda para países de renda média e baixa, contribuindo significativamente para a redução da pobreza e desigualdade. 

O Brasil não é substancialmente afetado por essas remessas (cor clara no gráfico), mas há países, como Honduras, onde o valor corresponde a 26% do PIB. Comparando, para o Brasil esse percentual é de 0,2%. Mas há cidades no Brasil onde os recursos são expressivos para a localidade. 

Onde estão os influenciadores?

Os dados são dos Estados Unidos e de 2024. Variações entre países e ao longo do tempo são esperadas, mas pode ser uma pista para tentarmos entender o mundo do influenciadores.  Esses são pessoas com grande número de seguidores, que postam regularmente e usualmente não filiados a grandes grupos. 

O gráfico abaixo, da Statista (via aqui), mostra o resultado de um relatório do Pew Research Center. Os influenciadores de notícias estão, na sua grande maioria, no X.  


 

Palestras TED e excesso de informação


O estudo traz algumas conclusões importantes: 

O que torna produtos culturais, como edutainment (por exemplo, palestras online), bem-sucedidos ou não? Em outras palavras, quais características fazem com que certas apresentações sejam mais (ou menos) atraentes? Por meio de 12 estudos de campo e laboratório, exploramos quando, por que e para quem a carga de informação transmitida em palestras do TED influencia sua popularidade – positiva ou negativamente. Em primeiro lugar, identificamos um efeito negativo: quanto maior o número de tópicos abordados em uma palestra (ou seja, maior a carga de informação), menor a adoção por parte dos espectadores. O motivo? Dificuldade de processamento. À medida que a carga de informação aumenta, o conteúdo se torna mais difícil de processar, reduzindo o interesse do público.

Aprofundando essa análise, mostramos que esse efeito desaparece entre indivíduos com alta necessidade de cognição, um traço de personalidade associado à tendência de processar informações de forma ampla e profunda. Da mesma forma, o efeito se atenua entre espectadores de edutainment motivados por objetivos educacionais (isto é, enriquecimento cognitivo), mas se intensifica entre aqueles que buscam apenas entretenimento (isto é, prazer hedônico). Nossa investigação também revela o caráter contraintuitivo desses achados, mostrando como as pessoas frequentemente erram ao prever quais palestras irão (ou não) gostar.

Com base nesses resultados, extraímos insights teóricos sobre pesquisa em fluência de processamento e a psicologia da adoção de produtos culturais – ou seja, analisamos quando, por que e para quem a fluência tem efeitos favoráveis ou desfavoráveis. Além disso, derivamos recomendações práticas para: (a) empresas do setor de edutainment, cujo modelo de negócio depende da curadoria de conteúdos atraentes (por exemplo, TED, Talks@Google, The Moth, Big Think, Spotify), e (b) comunicadores de diversas áreas que desejam ampliar seu alcance e impacto (como professores, cientistas, políticos, jornalistas, blogueiros, podcasters, editores de conteúdo e gestores de comunidades online).

Foto: aqui

14 março 2025

Vulnerabilidades do Clima

A tabela mostra que, por exemplo, no Brasil, 75-100% das unidades geográficas estão expostas a um alto risco de inundação e 28,6% dos ativos bancários estão localizados nessas regiões.

 
O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) publicou em janeiro um relatório para avaliação das vulnerabilidades do clima. É um arcabouço analítico e um conjunto de ferramentas para avaliar esse tipo de risco.

Uma ferramenta complementar ao arcabouço inclui três categorias de métricas para monitorar vulnerabilidades climáticas de forma prospectiva. São elas: (i) indicadores que fornecem sinais iniciais sobre potenciais fatores de risco físico e de transição; (ii) métricas de exposição para avaliar a extensão dos impactos diretos e indiretos na economia real e no sistema financeiro; e (iii) métricas de risco para quantificar os impactos sobre as instituições financeiras e o sistema como um todo. Embora essas métricas já sejam utilizadas domesticamente por alguns membros do FSB, diversos desafios metodológicos e de dados precisam ser superados para que possam ser aplicadas ao monitoramento global.

Esquemorfismo

 

Esquemorfismo seria uma tradução para o termo Skeuomorph. Veja o desenho acima: o ícone de "salvar" representa um disquete, um instrumento que já não é utilizado há mais de vinte anos. Ainda assim, as pessoas compreendem seu significado. Observe também que o telefone é um objeto arcaico. E o que dizer da lupa, que simboliza a função de pesquisa?

Ao criar a representação visual de um produto ou serviço, utilizamos elementos familiares e intuitivos, muitas vezes inspirados em objetos do passado.

Na contabilidade, o termo "caixa" é, de certa forma, um exemplo de esquemorfismo. Originalmente, as pessoas guardavam dinheiro em uma "caixa", e o termo passou a ser utilizado nesse contexto. No entanto, nos balanços atuais, "Caixa e Equivalentes" representa, em grande parte, os equivalentes, e muito pouco o caixa propriamente dito.