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24 outubro 2019

Quem guarda mais fotos no celular?

Uma pesquisa com 3 bilhões de fotografias e 6 milhões de usuários em diversos países do mundo mostrou que guarda mais imagens no celular.

 As mulheres tem uma média de mil fotografias salvas, enquanto os homens teriam 850. Aqueles com idade entre 25 a 44 anos guardam uma média de 1050 fotos, contra um pouco acima de 800 dos mais jovens.
 Por país, os coreanos, malaios e suíços lideram. Em 45 países, os brasileiros são 17o., com uma média de 911 fotos.

Radiologistas x Inteligência Artificial

Radiologistas não foram susbtituídos e não serão substituídos por máquinas.

Three years ago, artificial intelligence pioneer Geoffrey Hinton said, “We should stop training radiologists now. It’s just completely obvious that within five years, deep learning is going to do better than radiologists.”

Today, hundreds of startup companies around the world are trying to apply deep learning to radiology. Yet the number of radiologists who have been replaced by AI is approximately zero. (In fact, there is a worldwide shortage of them.)

At least for the short term, that number is likely to remain unchanged. Radiology has proven harder to automate than Hinton — and many others — imagined. For medicine in general, this is no less true. There are many proofs of concept, such as automated diagnosis of pneumonia from chest X-rays, but surprisingly few cases in which deep learning (a machine learning technique that is currently the most dominant approach to AI) has achieved the transformations and improvements so often promised.

Why not?

[..]

Fonte: aqui

chest xray

Rir é o melhor remédio


Teste de personalidade. Infantil, nervoso, paranoico, racista, bebe? É contador? Adaptado

23 outubro 2019

Como a mulher deve se portar (em uma empresa contábil)

Um grande empresa de contabilidade contrata uma palestrante para um workshop para suas mulheres. A data do evento foi junho de 2018, auge do movimento #MeToo. O nome do workshop é “liderança e empoderamento”, por Marsha Clark.

Mais de um ano depois, um site obtém cópia das transparências. E descobre que um monte de besteiras foram ditas no evento. A empresa tem responsabilidade? E se a empresa de contabilidade não fez nada sobre o conteúdo?

A palestrante falou coisas como:

O cérebro das mulheres é como panqueca e elas possuem dificuldade de concentração, ao contrário dos homens. E cérebro das mulheres é menor que os homens.
As mulheres não devem exibir o corpo, para não mexer nas mentes dos colegas. Devem ter um bom corte de cabelo, unhas feitas, roupas bem cortadas
Não confronte diretamente os homens nas reuniões
Se você estiver conversando com um homem, cruze as pernas. Não fale com um homem cara a cara. Os homens consideram isso como ameaçador

Esta história é real. A palestrante é Marsha Clark, ex-executiva da EDS, nas décadas de 80 e 90. O site Huffington Post teve acesso ao material. E constatou que as afirmações de Clark era pouco científicas.

A empresa de contabilidade alega que as afirmações estão fora de contexto.

Ah, o nome da empresa: Ernst Young.

Fonte: Aqui e aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Nature

Melhores cursos de Economia do Brasil

O Brasil possui poucos cursos de Economia com excelência. 98% dos cursos são bem fracos em comparação com o nível internacional. Fiz uma lista com os melhores cursos do Brasil baseado na qualidade do corpo docente, grade curricular e quantidade de matérias quantitativas. Economia é um curso de matemática aplicada, mas no Brasil o que predomina na maioria das faculdades é a tradição heterodoxa, que não é aceita nas principais universidades do mundo. Os melhores cursos ortodoxos são estes:

1-FGV-Rio
2-PUC- Rio
3-FGV-SP
4-Insper
5-USP
6-UnB



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Panorama das IFRS

Do Zimbabué à Guiné Equatorial, passando por Singapura aos Estados Unidos, são 144 as jurisdições que atualmente aplicam as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) emanadas pelo International Accounting Standards (IAS) Board, o órgão da Fundação da IFRS. Há ainda mais 12 que permitem a sua utilização, perfanzendo um total de 166 jurisdições que utilizam as IRFS.

Em Portugal, por ser um Estado membro da União Europeia, as IFRS são aplicadas para as empresas cujas ações são transacionáveis no mercado regulado.

Em 2018, à exceção de dez jurísdições – Albânia, Belize, Bermudas, Ilhas Caimão, Egito, Macau, Paraguai, Suriname, Suiça e Vietnam – todas (146) comprometeram-se publicamente em apoiar um único conjunto de normativos globais de contabilidade.

De acordo com os dados da World Federation of Exchanges, a Fundação IFRS estima que as 166 jurisdições contabilizem 84 biliões de dólares e são 48.913 as empresas domésticas cotadas em bolsa nestas jurisdições que aplicam, ou permitem a aplicação, as IFRS.

Fundada em 1973 pelas organizações profissionais de contabilidade que formam o Comité da IAS – Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Holanda, Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos – a Fundação tem, ao longo de 46 anos, promovido os três pilares de atuação que a caracterizam: transparência na comparação internacional entre os normativos contabilísticos e na qualidade da informação financeira; reforço da responsabilidade (accountability) através do aumento de canais de informação entre as empresas e investidores; e contribuição para a eficiência económica, auxiliando os investidores a identificarem riscos e oportunidades no mundo, melhorando a alocação de capital.

As normas internacionais de relato financeiro foram adotadas não apenas por governos, mas também pelo G20 e outras organizações internacionais, como o Banco Mundial, associações empresariais, investidores e profissionais da contabilidade, com o objetivo de estabelecer normativos contabílisticos comuns, globais, e de elevada qualidade.

Segundo a Fundação IFRS, “mais de um terço de todas as transações financeiras são transfronteiriças” e antecipa que esse número cresça. Este ponto ilustra a importância atual das IFRS porque, no passado, “estas atividades entre fronteiras eram complexas porque os diversos países mantinham normativos de contabilidade próprios”. Consequentemente, o custo, complexidade e risco das transações transfronteiriças aumentavam.

Nas palavras da Comissão Europeia, “as IFRS tiveram êxito ao criarem uma linguagem de contabilidade comum para os mercados de capitais”. Os benefícios da utilização das IFRS são vários, desde logo a redução do custo de financiamento para as empresas, e ainda o incremento das possibilidades de investimento nourtas jurisdições que utilizem as normas internacional de relato financeiro. E, por exemplo, ao nível do relato financeiro interno, as empresas também têm colhido benefícios porque as IFRS lhes permite comparar diversos departamentos que atuam em diferentes jurisdições, “reduzindo o número de sistemas de reporte”.


Fonte: Jornal EconômicoCerca de 49 mil empresas no mundo utilizam as IFRS - António Vasconcelos Moreira

22 outubro 2019

Como surgiu o radicalismo

Como surgiu o radicalismo 

Algoritmos podem deixar pessoas encurraladas em um canto do espectro ideológico

Fernando Reinach*, O Estado de S.Paulo
12 de outubro de 2019

Stuart Russell é um dos principais cientistas da área de Inteligência Artificial (IA). Seu livro sobre o tema é usado na maior parte das universidades. Enquanto todos se preocupam com o risco de os sistemas de IA substituírem seres humanos, ele aponta um muito maior: perdermos o controle sobre esses sistemas. E discute um exemplo real, dos algoritmos de IA que estão causando polarização política.



Enquanto programas de computação clássicos são uma sequência de instruções que chegam a um resultado, sempre com o mesmo procedimento, sistemas modernos de IA são poderosos porque não seguem procedimentos rígidos. Você determina o objetivo e o computador descobre a melhor maneira de atingi-lo.



Imagine um robô programado de forma clássica. Você pede a ele que te traga uma cerveja. Ele estará programado para abrir a geladeira, pegar a cerveja e te trazer. Se não encontrar, vai provavelmente te avisar que não tem cerveja na geladeira. Um hipotético robô contendo sistema de IA sofisticado não está programado para ir à geladeira, mas para resolver o problema - no caso, te conseguir uma cerveja - de forma independente. Ele vai à geladeira e não encontra a cerveja. Então, descobre um local onde pode encontrá-la, o bar da esquina. De maneira independente, se dirige ao bar. Ele tomou a decisão usando o que descobriu sobre o funcionamento do mercado de cerveja.

Mas imagine que acontece algo inesperado: o cartão de crédito que levou é recusado. Há duas possibilidades. O sistema de IA é suficientemente sofisticado para entender que esse é um obstáculo intransponível e volta sem a cerveja ou, por não ter acesso a leis e códigos morais da sociedade, decide que a melhor solução é matar o dono do bar e levar a cerveja. Como nenhuma dessas ações estava previamente programada, o fabricante só vai descobrir a besteira quando a polícia bater à porta.

O exemplo parece estapafúrdio, mas Russell, em um debate em Londres no lançamento do seu livro, explicou o que aconteceu com sistemas de IA do Google (YouTube) e Facebook. É uma história real. Algoritmos de IA dessas empresas foram construídos para aumentar o número de vezes que o usuário clica em outro link após ler o anterior - as empresas ganham mais quanto maior o número de visualizações.

Os programadores imaginavam que o sistema de IA descobriria o que a pessoa gostava de ler e apresentaria mais exemplos desse assunto. Mas o que aconteceu na prática não foi o previsto. O sistema de IA descobriu que a melhor maneira de aumentar a probabilidade de você clicar no próximo filme (ou post) não é sugerir o que aparentemente você gosta, mas aos poucos modificar sua preferência de modo a focar sua preferência em um ou poucos assuntos. O sistema de IA chegou sozinho a essa descoberta e, à medida que ela funcionou, aumentando o número de cliques, o algoritmo passou a adotar e refinar essa estratégia.

No caso de assuntos de política, se uma pessoa é de centro, pode preferir clicar em algo mais à esquerda ou à direita de sua posição, o que diminuía a probabilidade de a pessoa clicar novamente. Mas, se o algoritmo aos poucos levá-la aos extremos (esquerda ou direita), ao longo do tempo ela acaba encurralada em um dos cantos do espectro ideológico e então a probabilidade de clicar em algo parecido aumenta.

Russell contou que esse efeito foi descoberto por seus alunos (são eles que trabalham nessas empresas), mas a armadilha já estava montada. Voltar atrás diminuiria o número de cliques. Marqueteiros políticos também descobriram isso e passaram a produzir conteúdos que auxiliavam o algoritmo a segregar as pessoas em extremos. Exemplos citados na palestra são Estados Unidos, Inglaterra e Brasil.

É uma história impressionante. Russell sugere que isso é o início da perda de controle sobre sistemas de IA. E está ocorrendo com sistemas relativamente simples. A preocupação é o que pode ocorrer quando se tornarem mais poderosos, superando a inteligência humana. Mas isso é só o começo do livro. A maior parte descreve formas de garantir que mesmo usando sistemas mais inteligentes não venhamos a perder o controle sobre as máquinas. Vale a pena ler.

MAIS INFORMAÇÕES: HUMAN COMPATIBLE. AI AND THE PROBLEM OF CONTROL. STUART RUSSELL ED. ALLEN LANE PRESS (2019)

21 outubro 2019

Sogra deve pagar dívida de genro

Segundo notícia do Valor Econômico, o TJ-SP condenou uma sogra a pagar dívida do ex-marido da filha.

O aspecto importante da questão é que o TJ-SP reconheceu que a informação declarada no imposto de renda tem valor legal. O genro tinha incluído na declaração de imposto de renda que existia este empréstimo e que não estava quitado.

Como não foram apresentadas provas do pagamento, os desembargadores, sem encontrar outros bens do devedor [o genro], responsabilizaram a sogra diretamente pela dívida dele (...)

Na decisão, o magistrado considerou que a devedora reconheceu expressamente no outro processo de execução, a existência dos empréstimos e que, apesar de afirmar que já efetuou os pagamentos, não possui comprovantes.

Mercado de trabalho em setembro

Este blog acompanha, mensalmente, os dados oficiais do governo sobre emprego formal. Interessa a posição dos profissionais em contabilidade. Para isto, consideramos os contadores e auditores, os escriturários e os técnicos em contabilidade. Mensalmente as empresas encaminham para o governo, anteriormente para o antigo Ministério do Trabalho e agora para o Ministério da Economia, a informação dos empregados, que inclui salário, gênero, idade, tempo de emprego etc

No final da semana passada foi disponibilizado o dado de setembro de 2019. Pela informação divulgada e considerando somente os profissionais contábeis, foram admitidos, no Brasil, 9.761 novos empregados. No mesmo período, foram demitidos 9.559. A diferença corresponde a criação ou destruição de vagas. Em setembro foram criadas 202 vagas, que corresponde a uma inversão dos quatro meses anteriores, onde ocorreram uma “destruição” de vagas.

O valor acumulado, de janeiro de 2014 a setembro de 2019, mostra que foram destruídas 43.727 vagas, segundo os dados do Caged. Como é praxe, o salário dos demitidos foi superior ao dos admitidos. Em setembro, o salário médio dos demitidos foi de R$2854,01 e dos admitidos foi de R$2420,74, uma diferença de 18%. Aqueles que foram demitidos tinham, em média, um tempo de emprego de 35,5 meses. Os admitidos tinha uma idade média de 30,89 anos, enquanto os demitidos apresentavam uma idade média de 32,98 anos.

Em setembro, as contratações premiaram os homens (saldo de +207, versus um saldo de -5 para as mulheres), os trabalhadores com ensino superior, completo ou incompleto. Entre aqueles que só possuíam o ensino médio, o saldo foi negativo em 296. De janeiro de 2014 até setembro de 2019 o saldo para aqueles com menor ensino formal foi de -21.595. Ou seja, o problema de emprego no setor parece ter atingido em especial aqueles com menor grau de instrução. Veja que neste longo período de tempo, aqueles com ensino superior tiveram um saldo positivo de 3.028.

Os valores de setembro só não foram melhores pois a economia teve um bom desempenho. E isto tem ocorrido nos períodos anteriores. O gráfico abaixo mostra a série histórica da economia e do setor contábil.

Rir é o melhor remédio


19 outubro 2019

Valor dos serviços grátis da internet

Eis um texto um pouco confuso em alguns termos, mas que apresenta alguns pontos interessantes:

Quando perguntam “qual o valor da internet?”, muitos pensam no custo de conexão e quanto pagam à operadora pelo acesso. O Federal Reserve, Banco Central americano, quer ir além: o que cada site custa [1] para você, especificamente? 

A questão surge por conta da dicotomia na relação entre internet e a economia. Enquanto a conexão banda larga se expande de forma exponencial, o crescimento econômico no mesmo período se mantém tímido.

Segundo o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, a questão está em como esse crescimento é contabilizado. O Produto Interno Bruto de um país é calculado pelo valor de serviços e produtos vendidos e comprados no lugar. Mas boa parte dos maiores produtos na internet, em especial redes sociais, são gratuitos e não dependem de uma transação cliente-provedor de um comércio normal [2].

Alguns estudos tentam quantificar o valor real do serviço de um site gratuito para seu consumidor. No MIT, Erik Brynjolfsson, Avinash Collis e Felix Jeggers estudaram o valor monetário de Facebook, YouTube e outros serviços.

Segundo a pesquisa, um usuário médio do Facebook precisaria de US$48 para abdicar do serviço por mês (US$ 576 por ano) [3]. O YouTube é mais valorizado, valendo US$1.173 por ano. Mas nada é mais valioso que ferramentas de pesquisa como o Google: US$17.530 a cada ano.

Na Europa, uma pesquisa menor foi conduzida. O WhatsApp, pouco usado nos Estados Unidos, foi destaque: 536 euros.

Redes sociais não fazem mal, desde que não substituam atividades mais saudáveis, diz estudo

“Ao longo do tempo, estamos gastando cada vez mais de nosso tempo interagindo na internet ou usando serviços nos nossos smartphones,” disse Brynjolfsson à CNBC. “Uma grande parcela de nossa economia está sendo ignorada pelo PIB.”

O estudo do cientista do MIT afirma que o PIB deveria ser medido pensando nos benefícios de um serviço e não necessariamente do valor de troca. “Queremos saber do benefício que você recebeu, e não o quanto você pagou,” disse Brynjolfsson.

Powell também citou um estudo publicado pela própria Federal Reserve. Usando velocidade de conexão e quantidade de dados transferidos, a pesquisa acredita que o PIB norte-americano seria 0,5% maior em relação à década passada se o valor das redes digitais [4] tivesse sido incluído.

“Boas decisões necessitam de bons dados,” Powell disse. “Mas os dados que temos não tão bons quanto gostaríamos.”

[1] Há uma confusão entre o custo, preço e valor. O termo mais adequado aqui seria valor.

[2] Esta frase é controversa. Quando o Facebook não cobra nada para que as pessoas usem a rede social, a empresa consegue obter receita de outra forma. Por exemplo, através da venda de informações. Assim, o valor está aparecendo em outra transação: a venda de informação do Facebook para um cliente.

[3] É uma forma criativa de medir valor. Há uma pesquisa anterior a esta, de Corrigan et al, "How much is social media worth? Estimating the value of Facebook by paying users to stop using it" que apareceu no PLOS One em julho de 2018.

[4] Aqui o termo é redes digitais, que não é a mesma coisa que redes sociais.

16 outubro 2019

Rir é o melhor remédio

Socorro. Não consegui traduzir o que significa "aprovar à tangente", manchete do Jornal Econômico.

15 outubro 2019

Dois conselhos

Meu irmão mais velho, Colas - que é professor de filosofia na França e, apesar disso, uma das pessoas mais práticas que já conheci (pelo menos na academia) - me deu dois conselhos quando perguntei como começar a carreira como acadêmico.

A primeira foi "escreva uma página todos os dias". Foi assim que ele escreveu sua dissertação. Ele marcava os dias de folga de um calendário com uma cruz, de modo que escrever duas páginas em um determinado dia lhe daria uma trégua no dia seguinte. Mas o sistema significava que ele escreveria em média 365 páginas em um ano e, portanto, uma dissertação em duas. (As dissertações de filosofia francesa são longas!) É claro que o princípio precisa de algum ajuste quando aplicado à economia, uma vez que a escrita em si não é tão importante quanto o trabalho analítico que a precede. Mas o princípio subjacente é essencial: progresso lento e constante. Escrever uma página por dia deixa tempo de sobra para preparação, pesquisa primária ou reflexão sobre o plano geral do livro. Fornece uma estrutura para reforçar o progresso contínuo. Não se cria uma agenda de pesquisa esperando infinitamente até que a Grande Idéia chegue, mas começando a trabalhar em um tópico, aprendendo mais sobre o tópico (e os vizinhos no processo) e conectando progressivamente os pontos.

A segunda coisa que Colas disse foi: “Escreva o livro (ou o artigo) que você gostaria de ler, mas não conseguiu encontrar.” Isso pode parecer bastante óbvio, mas sempre me surpreendo com o fato de muitos jovens pesquisadores fazerem isso. parecem não saber por que estão pesquisando um tópico específico ou, quando sabem, parecem tê-lo escolhido pelo motivo errado. Eles simplesmente encontraram um conjunto de dados e, em seguida, procuraram por uma pergunta; eles queriam experimentar alguma técnica específica e isso parecia ser um cenário apropriado para isso; ou descartaram todas as perguntas que pensavam em responder porque pareciam muito "pequenas". Em geral, essa é uma receita para, na melhor das hipóteses, uma vida muito chata e, na pior, um desastre. Você logo descobrirá (se ainda não o fez) que trabalhar em sua pesquisa é a recompensa por todas as outras coisas que você deve fazer na vida (...) E o que é melhor do que ler um bom artigo ao mesmo tempo em que está trabalhando nele?


Esther Duflo, 2011

Nobel de Economia e a Índia

Três pesquisadores que estudam experimentos para ajudar a combater a pobreza foram contemplados com o Nobel de Economia. Um texto bastante interessante da Quartz mostra a reação da Índia à premiação.

Em primeiro lugar, confesso que não sabia que Banerjee, um dos premiados, era esposo de Duflo, a economista que também recebeu o prêmio, junto com Michael Kremer. (Confesso, na minha ignorância, que já tinha escutado falar de Duflo e sabia que era uma pesquisadora brilhante)

A imprensa indiana destacou que Banerjee, e sua esposa, tinham ganho o Nobel

O ponto fica mais complicado nestes tempos de radicalismo quando sabemos que Banerjee é oposição. No passado, ele criticou a política econômica do atual governo, inclusive a decisão de retirar de circulação as notas de elevado valor. Esta medida foi tomada pelo governo para "combater a corrupção". Mas Banerjee criticava a mudança, assim como uma mudança na metodologia de cálculo do PIB, vista como manipulação por ele e outros opositores.

Como o governo e apoiadores reagiram? Veja
Desmerecendo o prêmio, dizendo não ser um Nobel. Que país estranho. Ainda bem que o Brasil não é assim.

Pergunta da pesquisa: sim ou não

Já escutei isto muito: você não pode fazer um trabalho onde o problema de pesquisa é uma resposta do tipo "sim" ou "não". Um artigo do Journal of Financial Economics, o segundo melhor periódico de finanças, tem no título uma pergunta. O resumo começa com "Sim".
(Via aqui)

Rir é o melhor remédio


14 outubro 2019

KPMG e PCOB

Mais uma pessoa foi condenado no escândalo PCAOB e KPMG. Jeffrey Wada, um funcionário o regulador das empresas de auditorias, PCAOB, pegou noves meses de prisão e outros três anos de liberdade vigiada. Wada entregou para KPMG os planos que o regulador tinha na supervisão da empresa de auditoria. Ele fez isto esperando obter um emprego na empresa de auditoria. E disse que estava com raiva, pois não recebeu uma promoção interna na entidade.

Outros dois funcionários do PCAOB e da KPMG já foram condenados: Cynthia Holder (ex-PCAOB e depois KPMG), que recebeu oito meses de prisão, Middendorf (ex-KPMG), que recebeu um ano e um dia. Aguardam sentença David Britt (ex-KPMG), Thomas Whittle (idem) e Brian Sweet (idem).

Custo da Formatação de um artigo

Uma das piores partes de uma pesquisa é fazer a formatação do trabalho final. É preciso observar o espaço entre linhas, a letra solicitada, o tamanho da margem, sem falar na norma de citação e outras observações. Leva-se muito tempo nesta estimativa. Cada periódico tem sua regra, assim como cada congresso, programa de pós, etc. Além disto, algumas entidades insistem em mudar regularmente as normas ou criar novas normas para situações específicas.

Uma pesquisa realizada por cientistas canadenses encontrou o tempo que se gasta para fazer este trabalho. Usando mais de 300 respondentes, o pesquisadores descobriram o tempo por artigo submetido e a quantidade de artigos. Além disto, solicitaram o valor da renda anual. Considerando uma carga de trabalho anual de 1950 horas, a pesquisa obteve que o custo anual de formatação de artigos é de ...1.908 dólares. Por artigo, o custo seria perto de 500 dólares ou 477 dólares.

Eles também encontraram que este custo é maior para os mais idosos, para os homens e os não cientistas.

Assim, quando você estiver em uma posição de editoria de um periódico ou de um congresso, procure ser mais flexível neste aspecto.

Scientific sinkhole: The pernicious price of formatting. Allana G. LeBlanc, Joel D. Barnes, Travis J. Saunders, Mark S. Tremblay, Jean-Philippe Chaput. PLOS One September 26, 2019)

13 outubro 2019

Nobel de Economia: quem merece ?

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No. 1. The New Keynesians

Not since 2011 has a prize been awarded to economists who primarily study the ups and downs of the business cycle, so we might be overdue. The obvious choice would be to award the prize for the creation of New Keynesian theory. This theory holds that recessions happen because businesses have difficulty adjusting their prices in response to economic disturbances.

Although it’s the dominant paradigm within modern academic macroeconomics, and is used by most central banks to help set monetary policy, New Keynesianism hasn’t yet received a gold medal from Sweden. One reason might be that the theory isn’t the brainchild of a single genius, but of a large group of influential figures who each added key elements. These include Michael Woodford, Stanley Fischer, Greg Mankiw, Nobuhiro Kiyotaki, Olivier Blanchard, Guillermo Calvo, Janet Yellen, David Romer and a number of others. Picking two or three to award the prize to will be hard, but it seems inevitable that the prize committee will eventually have to recognize this incredibly influential theory.

No. 2. Claudia Goldin

Before French economist Thomas Piketty ever hit the bestseller lists, Harvard University’s Claudia Goldin was writing about the rise in economic inequality. Combining the methods of labor economics and economic history, Goldin identifies increasing education as a key driver of the fall in U.S. inequality in the early 20th century, and blames a slowdown in educational attainment for the reversal of that happy trend.

Goldin has also extensively studied the changing role of women in the economy, weaving together trends like delayed childbearing, increasing education and forward-looking decision-making to create the authoritative story of how and why women entered the formal workforce. She has advocated for flexible work scheduling as a way to reduce the gender pay gap. And she has theorized that workplace gender discrimination results from men being afraid that the occupations they dominate will be devalued if women enter. In an age when society is struggling to eliminate gender inequality, Goldin’s work provides a crucial road map.

No. 3. David Card

Great changes have happened in the economics profession during the past three decades. The field has gone from a largely theoretical discipline to one firmly grounded in empirics and data. Although the transition is the work of many thousands of economists, perhaps no one has pointed the way forward as clearly as the University of California-Berkeley’s David Card. His landmark studies of low-skilled immigration and minimum wages changed the debate on those crucial issues, astonishing economists with the finding -- now corroborated by decades of follow-up research -- that neither is particularly damaging to local workers. Those results changed the world, but they represent only a small portion of Card’s extensive body of work. If anyone deserves to win a Nobel for the seismic shift that has changed the very meaning of economics research, it’s probably Card.

No. 4. Paul Milgrom

The economics Nobel tends to favor the work of pure theorists who work on the deepest problems. And few thinkers dig deeper than Stanford University’s Paul Milgrom. He was a major figure in the creation of auction theory -- probably the most empirically successful and practically useful economic theory of all time, which is now used to power everything from Google ads to federal spectrum auctions. He has also contributed deep insights to our understanding of financial markets, modeling the way that market makers interact with informed and uninformed traders, and helping to explain why trading happens in the first place. This is only the tip of the iceberg, though. Milgrom’s contributions in game theory, contract theory, labor economics, industrial organization, the economics of information and learning, and other fields are too numerous to mention or elaborate here. If he never wins the Nobel for this virtuosic career, it will be a big surprise.

No. 5. Daron Acemoglu

Daron Acemoglu is another virtuoso, but of a very different sort. Acemoglu tackles the big questions of why nations grow and develop or stagnate and decline -- the kinds of questions that rarely if ever get definitive answers. His most important thesis is that social institutions are crucial for development and don’t change much over time -- places that develop institutions based on exploiting labor and extracting resources tend to do badly over the centuries, while those that create more inclusive systems flourish. More recently, Acemoglu has tackled the question of whether automation will make humans obsolete. He has created new models of automation in which it’s possible for robots to reduce human wages, and theorized that different types of artificial intelligence could help human workers or compete with them. Beyond those topics, Acemoglu has a vast body of work, much of it dealing with difficult and expansive topics like politics, history, culture and technological change.
Fonte: aqui
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