04 abril 2011
Inglaterra x Big Four
"Nós não aceitamos a defesa que os auditores do banco fez tudo o que era exigido deles. À luz do que sabemos agora, que a defesa parece desconcertantemente complacentes", escreveu a Câmara dos Lordes no relatório.O gráfico mostra a divisão do mercado de auditoria na Inglaterra.
03 abril 2011
Efeitos do críquete no mercado acionário
Não obstante, este evento pode ser ainda mais interessante para o estudo de finanças comportamentais. Em 2006, os pesquisadores Edmans, Garcia e Norli, do MIT, da Tuck e da Norwegian School mostraram que existe uma relação entre o sentimento em esportes e o retorno das ações. No artigo intitulado Sports Sentiments and Stock Returns, os autores utilizaram vários esportes (futebol, basquete, críquete, rugby e hockey no gelo), e fizeram uma associação com o retorno do mercado acionário do dia seguinte ao jogo.
Como já foi dito neste blog:" o estudo faz parte de uma literatura recente ,que investiga como os preços dos ativos são influenciados por viés no comportamento.Utilizando uma amostra de mais de 2.600 observações, entre 1974 até 2004, os autores confirmaram uma ligação entre o comportamento do investidor e o resultado de eventos esportivos."
É bom ressaltar que os efeitos no mercado acionário são maiores nos locais em que o futebol é mais popular. No caso do basquete, críquete, rugby e hockey no gelo os efeitos encontrados são menores.
Esta vitória histórica terá algum efeito positivo na bolsa de Mumbai?
Na última sexta-feira o pregão fechou com baixa e o índice BSE Sensex 30 recuou 0,13%,para 19.420 pontos.
[1] A Índia desistiu do IFRS. ?
[2] O futuro da contabilidade depende do Sri Lanka
UPDATE: A bolsa de Mumbai subiu 1,45% e foi para 19.701 no 1º dia útil após o evento. Assim, percebe-se que existe uma correlação positiva entre a vitória histórica, o sentimento dos investidores e o retorno das ações. É claro que correlação não significa,necessariamente, causualidade.
Banqueiros e o gene da ganância
Cegos de Nascença
Excelente frase do Paul Krugman:
Em suma, somos cegos quando nos julgamos os donos da verdade.
02 abril 2011
Rir é o melhor remédio
Quantitativo pode não ser preciso
Tome o exemplo do teste Dickey-Fuller, as vezes nomeado ADF. Este teste é usado para verificar a estacionariedade de uma série temporal. Isto significa dizer que a série histórica dos dados deve ter média e variância constante. Na área quantitativa, o teste Dickey-Fuller é considerado pobre. Entretanto, como o software Eviews, bastante usado pelos cientistas, só calcula este teste, os artigos produzidos na área financeira continuam usando o teste.
Mas os pesquisadores sabem disso? Provavelmente não. Para se ter uma idéia, aprendi isto esta semana, quando participei de uma banca de livre docência.
01 abril 2011
Rir é o melhor remédio
Reagir ou ficar indiferente?
No número de março de 2011 do periódico Accounting Review (1), Kaplan faz um balanço atual, honesto e crítico da pesquisa contábil. O texto deveria ser leitura obrigatória para os estudantes de mestrado e doutorado (2).
Fazendo um apanhado dos últimos quarenta anos de pesquisa contábil, podemos notar forte viés para pesquisa entre informação e mercado. Isto inclui tópicos como evidenciação, anomalias ou accruals.
Entretanto, mesmo com esta grande quantidade de pesquisa, Kaplan afirma que raramente isto contribui com a inovação e o avanço da prática contábil. ´Acadêmicos têm contribuído com a prática dos reguladores contábeis testando as reações dos padrões propostos e implementados e comunicados´, afirma Kaplan. A pesquisa tornou-se um fenômeno de estudos estatísticos, usando dados históricos. ´Uma característica destas pesquisas é a existência de múltiplas tabelas´.
Uma análise dos artigos submetidos na Accounting Review mostra uma grande parcela de pesquisas usando o método ´empirical-archival´.
Entretanto, a agregação do conhecimento quando lemos mais um artigo sobre accruals é reduzida. Isto significa que as pesquisas são reativas, estudando o que já existe, mas não contribuindo com o avanço da prática contábil. Kaplan estranha isto, já que nos últimos anos muitas coisas ocorreram na contabilidade. Em outras palavras, os pesquisadores estão perdendo uma oportunidade ao se tornarem desconectados da prática.
Ele cita como exemplo a questão do risco. Apesar de sua relevância, os reguladores (Iasb e Fasb) debatem ainda a avaliação de ativos e passivosa, mas não seus riscos. Citando o valor justo, para Kaplan a profissão contábil não está preparada para usar este conceito. Os contadores delegaram a outros a tarefa de aplicar o valor justo. Kaplan lança dúvida se os contadores possuem condição de validar as estimativas realizadas no seu cálculo. Isto ocorre em razão de não sabermos economia, matemática e estatistica na quantidade suficiente.
Assim, como no livro Relevance Lost, neste artigo ele faz uma crítica a pesquisa contábil. Resta saber se iremos reagir ou manter nossa indiferença.
(1) Accounting Scholarship that advances professional knowledge and practice. Accounting Review. vol 86, n2 p. 367-383
(2) Aos leitores interessados posso encaminhar o arquivo em PDF.
IFRS Brasil : Discussões e Divagações
O site IFRS Brasil- Discussões e Divagações é um dos melhores locais para estudos das normas contábeis internacionais. Uma iniciativa em conjunto de Samir Sayed e Gustavo Raldi Tancini. O objetivo é explicar questões importantes da normas de contabilidade internacional com foco nos pronunciamentos do CPC. O site é depositário de um crescente conjunto de artigos que tratam minuciosamente da teoria e prática de todos os IFRS e CPC's.
31 março 2011
Sete Livros que Recomendo
1. A Meta – Goldratt e Cox – Através de um romance, Goldratt e Cox apresentam a teoria das restrições. Um executivo precisa salvar uma fábrica em poucos meses e para isto lança mão de conceitos novos. A crítica à contabilidade de custos é pertinente.
2. Desafio aos deuses – Peter Bernstein – O falecido Bernstein traça uma história do risco, de maneira muito didática e interessante. Assuntos como seguros, probabilidades e modelos de precificação de ativos são discutidos de maneira acessível
3. Fora de Série – Malcolm Gladwell – A lista tinha que contar com pelo menos um livro de Gladwell. Poderia ser Blink ou O Ponto da Virada (mas não Que se Passa na Cabeça dos Cachorros). Qualquer um desses seria interessante o suficiente para constar na lista.
4. Freakonomics – Dubner e Levitt – É um livro que consegue fazer qualquer pessoa gostar de economia. A aplicação da economia nas decisões cotidianas é uma tendência moderna.
5. Mais sexo é sexo mais seguro – Steven Landsburg – Este talvez seja o livro da lista que teria mais receio de indicar. As pessoas deveriam ler duas ou três páginas, parar dois dias para pensar no assunto, e depois retomar a leitura. Ou talvez voltar a ler novamente. A lógica econômica nunca foi tão lógica. E polêmica. ]
6. O mito dos mercados Racionais – Justin Fox – É a história moderna de finanças, e o confronto entre as finanças tradicionais e as finanças comportamentais.
7. Previsivelmente irracional – Dan Ariely – Geralmente indico este livro dizendo que meu filho de 15 anos leu, entendeu e gostou. Diversas experiências de finanças comportamentais apresentadas de maneira elegante e simples.
Ao terminar a lista, fiquei com a impressão que esqueci algum livro. Qual foi?
Priceless
O autor aproveita a propaganda do Mastecard (“não tem preço”) para, em 57 capítulos ou 336 páginas apresentar algumas pesquisas interessantes sobre o preço.
Apesar de ter gostado de várias passagens, a impressão final é que a obra poderia ter metade do número de páginas sem perder conteúdo. Os capítulos da parte quatro da obra, do 24º. Capítulo até o 57º e último capítulo, são curtos demais, e sem um fio condutor. Talvez por isto eu levei muito tempo para finalizar a obra.
Para aqueles que gostam de finanças comportamentais, é uma obra interessante. Mas não recomendaria com ênfase.
Escolhas racionais? Nem tanto
Até aqui está Ok.
Agora no caminho da bilheteria para a entrada do cinema, alguém lhe dá o ingresso de X e vai embora. Você vai ver X (que você não pagou nada) ou Y (que você pagou do seu dinheirinho para ver)?
A grande maioria vai ver Y, mesmo sendo X o filme que originalmente queria ver e mesmo que ECONOMICAMENTE a compra do ticket de Y equivale a compra do ticket de X. E o mais interessante é que irão surgir literalmente dezenas de explicações para este comportamento aparentemente irracional: a mais comum é "Ah, já comprei este aqui. Depois eu vejo o outro".
É este tipo de comportamento que estimula o crescimento de bolhas econômicas e outras tragédias mais ou menos comuns do dia-a-dia (um exemplo é manter uma decisão ruim só para não se retratar). Isto é intrínseco à nós mesmos. E temos de reconhecer isto e quando possível consertar.
O quam cito trânsito gloria mundi
Uma das colunas mais antigas do Financial Times, a Lex Collumn, fez uma proposta sarcástica para a solução de um dos problemas dos PIGS : transformar Portugal numa província brasileira, que seria equivalente a 5% da população e 10% da economia do Brasil. É o retrato do passado e o futuro dos territórios ultramarinos.
"Here is an out-of-the-box way to deal with the situation: annexation by Portuguese-speaking Brazil (a decade of 4 per cent annual GDP growth, much higher recently). Portugal would be a big province, but far from dominant: 5 per cent of the population and 10 per cent of GDP."
Como diria Tomás de Kempis:"O quam cito trânsito gloria mundi"("O quão rapidamente passa a glória do mundo").
Vale
Crescendo geometricamente, a Vale e a saída de Roger Agnelli têm sido centro do noticiário das últimas semanas. Mas apesar dos quilômetros de análises, matérias e ponderações, não há explicação clara e objetiva para a forma pela qual está sendo feita a mudança de liderança na ex-estatal.
É direito, sim, dos acionistas, trocar o comando de qualquer empresa. Entretanto, forçar a saída de um executivo, que só fez a empresa crescer e se fortalecer, “pela porta dos fundos”, é fato que merece maior transparência. Tanto assim, que foram sondados pelo menos três executivos, ao longo desses dois anos de fritura de Agnelli, sem sucesso. Eles sutilmente se esquivaram de um “problema” que significa salário de R$ 20 milhões por ano.
Ontem, Alcides Tápias, ex-Bradesco e ex-colega de Agnelli, perguntou: “Será que ele está saindo porque foi eficiente, fez coisas boas demais para a Vale e seus acionistas?”.
E mais. Se a solução encontrada for mesmo a opção por um executivo que já trabalhe na empresa, é possivel que boa parte da diretoria saia, dependendo da escolha.Me dê motivo - Sonia Racy
30 março 2011
Links
Felix Salmon: Mercado brasileiro de private equity
Caixa das grandes empresas ao longo do tempo
O sítio para testar o que é real e o que é aleatório
O caso Wal Mart
O que o jatinho pode dizer sobre a empresa
Um novo filme: Too big to fail, baseado no livro de Sorkin
Estados Unidos, Fasb, Iasb e o Reconhecimento da Receita
Vida de Elizabeth Taylor foi resenhada por alguém que já morreu há seis anos
Coréia do Sul quer um software contra zumbi
Cerco tributário aos clubes ingleses de futebol
Carlos Brito (Inbev) entre os 30 melhores CEOs (ou aqui)









