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07 agosto 2012

Seguros

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) criou um grupo de trabalho com o objetivo de revisar os normativos que regulamentam o teste de adequação de passivos para os balanços das seguradoras. A informação foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU). A conclusão dos trabalhos está prevista para daqui a 90 dias.

O grupo é formado por representantes da Susep e do mercado de seguros. Criado em dezembro de 2010, por meio da circular 410, o teste visa adequar as normas contábeis do setor de seguros brasileiro ao padrão internacional de contabilidade (IFRS).

Atualmente, todas as companhias que atuam no mercado de seguros têm de fazer o teste de passivos: seguradoras, entidades abertas de previdência complementar e resseguradores locais. As datas-base para a realização são 30 de junho e 31 de dezembro. O teste avalia as obrigações das empresas relativas aos contratos e certificados de seguro, previdência complementar aberta e de resseguro.


Susep vai revisar adequação de passivos em seguradoras - Por Aline Bronzati

10 julho 2012

Governo & Fundo de Pensão 2

Ainda sobre o GASB e a questão dos fundos de pensão, uma postagem do blog Grumpy Old Accountants  mostra os problemas decorrentes da contabilidade. O GASB 50 exige que o passivo de um fundo de pensão projetado para uma unidade governamental (cidade ou estado, por exemplo) deve ser divulgado. Mas não incluindo no balanço patrimonial.

Isto tem trazido um efeito perverso para a geração futura. Ao não incluir no balanço tal passivo, os políticos podem fingir que o problema não existe, conforme destaca o blog.

Os autores contam uma história de um condado onde um aumento nas obrigações com o fundo de pensão gerou uma discussão sobre o conceito de passivo. De um lado, os favorecidos afirmavam que o fato do GASB não exigir que este aumento fosse apresentado no balanço seria uma comprovação de que não seria um passivo. Por outro lado, alguns defendiam que a existência da obrigação atende a definição de passivo, mesmo não sendo reconhecido como tal no balanço.

A criação de uma obrigação ou o aumento desta diz respeito a um passivo. Mas as decisões judiciais do caso conduziram para o caminho oposto: não reconhecer o item como passivo.

01 julho 2012

Embaraço

O Business Line, um jornal da Índia, chama atenção para um aspecto que passou desapercebido nas demonstrações contábeis do Iasb, a entidade responsável pelas normas internacionais: uma disputa fiscal com a receita inglesa. O valor, de 460 mil libras, corresponde ao salário de um dos seus conselheiros. Ou seja, não é substancial. Entretanto, sabendo que a maioria dos seus funcionários (conselheiros, inclusive) tinham vínculo com as big four, a situação é considerada "embaraçosa" por Richard Murphy, vinculado ao fisco inglês.

Além disto, segundo Murphy e a partir das informações do BL, a estimativa do passivo tem sido subestimada.

25 maio 2012

Teste 559

Segundo o jornal Valor Econômico (16 de maio de 2012, Caixa pode se livrar de R$ 5 bi em créditos vencidos,

Edna Simão) o governo estuda transferir os créditos podres dos bancos públicos para a Empresa Gestora de Ativos (Emgea).

Isto resolveria o problema da necessidade de aporte de capital nestas entidades, sob pressão com a redução dos juros e o acordo da Basileia 3.

Com a medida, o governo quer agir preventivamente, criando condições para que as carteiras de crédito ruins sejam repassadas para a empresa governamental que tem experiência em cobrança - a Emgea -, além de, ao mesmo tempo, abrir espaço para aumentar a concessão de crédito.

Como seria o lançamento contábil na Caixa, transferindo estes créditos para a Emgea? Discuta as possibilidades.

Resposta do Anterior: todas estão corretas.

23 maio 2012

Passivo

O texto a seguir apresenta uma ilustração interessante para discutir as questões relacionadas ao passivo de uma empresa.


A mão de obra tem custado caro para empresas de construção civil, não só pela falta de pessoal, mas também por ações judiciais envolvendo trabalhadores. Em 31 de dezembro de 2011, a Gafisa tinha R$ 39,8 milhões em provisões para a cobertura de processos judiciais de cunho trabalhista, volume 67,2% superior ao de 12 meses antes. (...) Disponíveis em notas explicativas de demonstrativos financeiros, números como esses eram quase tudo a que investidores tinham fácil acesso sobre pendências trabalhistas das companhias abertas brasileiras. A partir de 2010, porém, com a divulgação obrigatória do formulário de referência (FR), uma nova gama de informações se abriu, permitindo a formação de um quadro muito mais completo sobre a natureza da relação entre empresas e empregados — e os riscos inerentes a essa temática.

A publicação do FR é exigida pela Instrução 480 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que lista as obrigações de prestação de contas de companhias abertas. A seção 14 do documento se dedica a destrinchar os recursos humanos da S.A. Nela, além de escrever sobre número de terceirizados, empregados diretos, índice de rotatividade e relacionamento com sindicatos, as companhias precisam detalhar sua exposição a passivos e contingências trabalhistas. Mais especificamente sobre este último ponto, várias têm preferido falar na parte do formulário voltada a fatores de riscos (no item processos não sigilosos relevantes). Desse modo, os interessados podem descobrir não somente os montantes provisionados para os casos de perda provável, algo já informado pelos balanços, como também as razões dos processos trabalhistas, muitos dos quais ainda nem geraram reservas.

No FR da Gafisa relativo ao exercício de 2010 (o de 2011 tem prazo até 31 de maio para ser divulgado), fica claro que várias das ações judiciais contra a empresa movidas por trabalhadores são típicas do setor. Em 31 de dezembro daquele ano, a companhia figurava como ré em 2.789 processos de cunho trabalhista. Desses, consta no texto do formulário, "86% foram propostos por empregados de empresas terceirizadas". A alegação de vínculo empregatício por profissionais dessa indústria é comum. Não raro, a Justiça dá razão à queixa. Há uma súmula que considera ilegal terceirizar funcionários para a atividade–fim. (...)

todas as pendências legais das companhias abertas são acompanhadas por auditores e advogados e são classificadas, dependendo do andamento das ações e do entendimento do Judiciário sobre determinados assuntos, em três níveis de risco: provável, possível e remoto. Para a primeira categoria, as companhias são obrigadas a constituir provisão, o que traz certa transparência e conforto para os acionistas. Se a questão representar pouco do valor de mercado da companhia (menos de 5%, normalmente), a tendência é de a informação não ser considerada, pois as oscilações habituais de preços das ações na Bolsa diluem o efeito da "descoberta" de um novo passivo. (...)


O preço da mão de obra - 12 de Maio de 2012 - Revista Capital Aberto - Danilo Gregório & João Carlos de Oliveira

21 maio 2012

Instrumentos Híbrido

Em Teoria da Contabilidade o estudo do passivo e patrimônio líquido não desperta tanta emoção e curiosidade quanto o ativo. Um dos pontos que se discute nestes dois tópicos é o denominado "título híbrido". Este tipo de instrumento possui características de passivo e patrimônio líquido, ao mesmo tempo. Em outras palavras, situa-se numa soma nebulosa entre estes dois conceitos.

Existe uma discussão sobre o assunto no livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva (Atlas, p. 171 e seguintes).

Sobre o assunto tem-se um texto muito instrutivo publicado na revista Capital Aberto (Títulos híbridos: não julgue o livro pela capa, Atademes Branco Pereira & Conrado de Castro Stievani, 12 mai 2012)

O desafio reside em identificar quais particularidades do instrumento o definirão como dívida ou como patrimônio. Por óbvio, esse debate não objetiva apenas solucionar as questões contábeis em si. Ele ganha importância também diante das vantagens que podem se apresentar para o emissor em caso de o instrumento de captação ser classificado como título patrimonial ou de dívida.


Estas vantagens citadas pelos autores são: (a) redução no índice de endividamento da empresa, com consequências inclusive nas taxas de juros; (b) não afeta os direitos dos acionista; (c) poderia ser considerado como redutora do lucro tributável.

Os autores chamam atenção para os

pronunciamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos processos RJ2010/1058 e RJ2011/3316, relativos, respectivamente, às debêntures perpétuas emitidas pela Tec Toy S.A. e às perpetual notes da Energisa S.A. (...)

De acordo com os precedentes mencionados acima, um título híbrido poderia ser considerado patrimonial se apresentasse, dentre outras, as seguintes características: 1) perpetuidade, sendo o principal exigível somente em hipóteses muito restritas, como liquidação da emissora; 2) participação nos lucros da emissora como sua única remuneração; 3) subordinação aos demais passivos, sendo desnecessária a conversão em outro instrumento para tornar–se subordinado; 4) inexistência de covenants, sendo o resgate a critério exclusivo da emissora; e 5) cálculo do reembolso com base no patrimônio líquido, na hipótese de liquidação da companhia emissora.

27 janeiro 2012

Vale perde a disputa

A Vale informou nesta quinta-feira ter recebido decisões desfavoráveis na esfera administrativa de processos tributários que somam R$ 9,8 bilhões, acrescidos de juros e multas.

As decisões referem-se a pagamentos de Imposto de Renda sobre lucros de subsidiárias da Vale no exterior.

Além dessa autuação, a mineradora tem mais três cobranças pelo mesmo motivo, segundo informações de relatório da empresa enviado à SEC.

Juntas, essas ações podem significar uma perda de R$ 26,7 bilhões à Vale, o equivalente a 12% do valor de mercado da mineradora.

A empresa afirmou que vai recorrer da decisão em instâncias administrativas e judiciais para suspender a cobrança até o julgamento do mérito.

A Vale contesta, desde 2003, a Medida Provisória 2.158/2001, que determina o pagamento, no Brasil, de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido sobre os lucros das subsidiárias estrangeiras.

Em novembro do ano passado, a Vale já havia sofrido uma derrota similar na Justiça com relação à cobrança de tributos sobre lucros no exterior.

Ao julgar um mandado de segurança impetrado pela Vale, o Tribunal Regional Federal da 2º Região manteve a cobrança de IRPJ e CSLL incidentes sobre o lucro de empresas brasileiras no exterior.

A Procuradoria da Fazenda Nacional estimou, na época, que o valor do débito da empresa com a União poderia chegar a R$ 25 bilhões.

A Confederação Nacional da Indústria propôs ação direta de inconstitucionalidade questionando a MP e aguarda julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.

Para os analistas do Barclays Capital, o caso ainda está longe de uma decisão final. As disputas judiciais da empresa, acrescenta o banco em relatório, podem trazer mais incertezas para os seus planos de investimentos.

Folha de S Paulo

27 dezembro 2011

Teste 535

Um dos problemas da crise financeira é o aumento no risco. Isto faz com que uma dívida contratada no passado tenha, hoje, uma taxa de juros mais elevada, refletindo o momento do mercado. Assim, enquanto em termos históricos um passivo tenha parâmetros que refletem o passado, o mercado já considera que isto alterou em razão das mudanças que ocorreram no ambiente econômico. Esta questão é mais verdadeira para as empresas com maiores probabilidades de decretarem default nos seus passivos. Este teste é sobre esta situação.

Um texto do Financial Times (Fundos de crédito ´podre´ estão de olho em companhias problemáticas, Robin Wigglesworth, publicado no Valor Econômico de 19 de dezembro de 2011) indicam que empresas como a Thomas Cook (viagens), Pagine Gialle (´páginas amarelas´ da Itália), Eksportfinans (norueguesa) e La Senza (varejista de lingerie) estão com problemas no seu passivo.

Uma empresa de ´créditos podres´ comprou parte da dívida da empresa Premier Food por um valor de 70 centavos a libra. Ou seja, pagou 70% do valor de face da dívida.

Pergunta-se:
a) usando o custo histórico, qual a influência desta operação na Premier Food?
b) para a empresa de créditos podres, qual a vantagem de comprar a dívida?
c) para a empresa de detinha a dívida, qual a vantagem de vender a dívida?
d) existe alguma alteração na contabilidade da Premier Food usando o valor justo?

Resposta do Anterior: A diferença é de 900. Esta diferença esta na troca do número do milhar pelo número da centena. Por ser 900, o erro ocorreu em números consecutivos. Só existe um caso de número consecutivo no balancete de verificação: 7.600. O erro está em clientes, que deve ser 6.700 e não 7.600. Com efeito, corrigindo isto, temos um valor de 115.300 para o total dos débitos.

23 dezembro 2011

Passivo

Banco Central também possui balanço patrimonial. Na figura abaixo, a evolução do passivo do Banco Central Europeu. A figura diz muito a respeito da crise, correto?


12 novembro 2011

Bancos

Floyd Norris escreveu um artigo (Distortions In Baffling Financial Statements) sobre os problemas da contabilidade de bancos. Mais uma crítica para a contabilidade atual.

Analisando os recentes balanços das instituições financeiras, que apresentaram resultados razoáveis, Norris afirma: "Contabilidade para as instituições financeiras é uma bagunçaE está ficando pior."


O principal ponto é a questão do valor e a possibilidade de duas instituições usarem o mesmo método e chegarem a valores diferentes. No caso dos bancos, neste ano, segundo Norris, estas entidades estão aumentando seus lucros "apenas porque as pessoas estão perdendo a fé na capacidade do banco para cumprir as suas obrigações". A questão está no valor justo dos passivos: quando o valor justo cai, produz receitas e lucros. (Isto está explicado no livro de Teoria Contábil, de minha autoria com o prof. Jorge Katsumi Niyama, editado pela Atlas, no capítulo de passivo).

Conclui Norris:

a contabilidade do banco pode parecer como os espelhos em uma casa de diversão. A realidade é refletida, mas as distorções podem ser enormes.

04 novembro 2011

Perdão


Alguns dos principais bancos que quebraram na década de 1990 estão prestes a conseguir um alívio bilionário em suas dívidas. Beneficiados por uma lei aprovada no meio do ano passado, instituições como Econômico e Nacional devem fechar, em breve, acordos de perdão de nada menos que R$ 18,9 bilhões em débitos.


O desconto total equivale a 30% de toda a dívida de cinco bancos: Nacional, Econômico, Mercantil de Pernambuco, Banorte e Bamerindus. Segundo o balanço do Banco Central (BC), em 30 de junho os débitos totais dessas cinco instituições eram de R$ 64,4 bilhões. Com os descontos, caem para R$ 45,5 bilhões, desconto de 30% sobre o total.

Fonte: Aqui

18 outubro 2011

Compensação


O artigo 368 do Novo Código Civil diz que “se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem”. A obviedade dessa afirmação salta à vista de qualquer pessoa com um mínimo de discernimento. E o legislador foi sucinto e direto devido ao fato de não haver absolutamente nada a acrescentar ou especular. O estado de lucidez que permitiu a elaboração desse artigo só foi possível porque ele é destinado às relações que não envolvem o poder público. Quando o mesmíssimo assunto abrange as entidades fazendárias a coisa muda completamente de figura. O artigo 374, vizinho do 368, que tratava da compensação de dívidas fiscais e parafiscais, foi revogado pela lei de um artigo só e meia dúzia de palavras, a de número 10.677/2003. A exposição de motivos para tal revogação está na E.M. 26, de 09/01/2003, que menciona o comprometimento da estabilidade fiscal e graves prejuízos ao erário. (...)

PAPO DO MALANDRO - Reginaldo de Oliveira - Publicado no Jornal do Commercio em 11/10/2011

07 julho 2011

Tarifas


O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro entrou com ação civil pública contra os bancos Santander, Itaú-Unibanco e HSBC para que devolvam mais de R$ 1 bilhão aos seus correntistas. O processo é relativo a cobranças sobre tarifas bancárias que contrariavam norma do Banco Central feitas entre 2008 e 2010.


Segundo o procurador Claudio Gheventer, uma resolução do Banco Central publicada em 30 de abril de 2008 estabeleceu quais serviços os bancos poderiam cobrar, mas as três instituições financeiras continuaram a recolher valores de seus clientes relativos a tarifas que estavam fora da padronização. (...)


Antes de entrar na Justiça, o MPF enviou, em março e maio, recomendações para que os bancos promovessem o ressarcimento integral aos clientes.


A partir da iniciativa, apenas o Santander respondeu que devolverá os valores arrecadados a título de Repasse de Encargos de Operação de Crédito - REOC, que corresponde a custos arcados pelo banco, em um total de R$ 265 milhões. (...)


Procuradoria quer que Bancos devolvam R$1 bilhão a clientes - Folha de S Paulo - Leila Coimbra

Observem que apenas o Santander disse que irá devolver. Isto significa que a instituição deve ter registrado no seu passivo o valor. Já as outras entidades provavelmente irão recorrer. Neste caso, o registro no passivo dependerá da percepção de sucesso (ou não) de ganhar a ação.

30 junho 2011

Passivo


A Whirlpool, dona da Brastemp e Consul, fez um acordo com o Banco Safra para pagamento de R$958,5 milhões referente a uma ação judicial, informa o Valor Econômico (Whirlpool vai pagar R$959 milhões ao Banco Safra, Luciana Seabra, 24 jun de 2011, E1).

Tudo começou quando um funcionário da Whirlpool tomou um empréstimo de US$25 milhões em 1989. Em 2000, a justiça brasileira decidiu contra a empresa, faltando calcular o valor da causa. É interessante notar que o valor acordado agora corresponde a uma atualização anual de 15,6%. A empresa acreditava que se não fechasse o acordo o valor da indenização seria de 1,2 bilhão de dólar, ou 19,2% de taxa anual.

O valor será liquidado em duas parcelas: a primeira de R$469 milhões em julho e outra de R$490 milhões em janeiro do próximo ano.

O asecto interessante está na tempestividade do reconhecimento da provisão. Veja o seguinte trecho da reportagem:

Segundo nota da empresa, o impacto do acordo nos resultados da companhia será mitigado pela dedução fiscal e por uma provisão, de R$ 267,7 milhões (US$ 164 milhões) que estava já registrada no balanço do primeiro trimestre.


Em comunicado enviado à Securities and Exchange Commision (SEC), o regulador do mercado americano, a Whirpool dá mais detalhes sobre o pagamento. Nesse documento, a empresa informa que, além da provisão já feita, deverá registrar uma provisão adicional de US$ 439 milhões que será reconhecida toda no segundo trimestre, embora o pagamento ocorra em duas parcelas.


Ao considerar as alíquotas de Imposto de Renda, de 25%, e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), de 9%, a empresa diz que o impacto no resultado líquido do segundo trimestre será de US$ 290 milhões.

27 junho 2011

Prazo

Ainda segundo o STJ, O caso teve início na década de 1930, com a desapropriação de parte da Ilha do Governador e a transferência das terras à Aeronáutica em 1944. A proprietária das terras entrou com ação contra a União em 1951, que foi condenada a pagar a indenização.

O processo passou pelo STF, a fase de liquidação tramitou entre 1979 e 1989 e a liquidação transitou em julgado em 2 de abril de 1990.

Apenas em 1997, entretanto, a Companhia Brasília pediu vista dos autos, por dez dias, para "diligenciar uma fórmula adequada para pôr fim à demanda".

"Mas, com a retirada para vistas, os autos desapareceram por quatro anos. Somente em maio de 2001, um terceiro, pastor evangélico, entregou o processo no cartório da Justiça Federal, informando tê-lo encontrado no banco da igreja", informou o STJ.

Entretanto, o ministro do STJ que julgou o caso, Mauro Campbell, destacou que, até hoje, a Companhia Brasília não iniciou a ação de execução. Ele entendeu que, seguindo o Código de Processo Civil vigente à época, a prescrição da cobrança da indenização acabou em 2 de abril de 2010, 20 anos depois da homologação da sentença --por isso a empresa não vai mais conseguir receber o pagamento.

"Veja-se que pela simples descrição dos atos processuais praticados nos autos, em momento algum a Companhia Brasília deu início à ação executiva, mesmo após o magistrado singular ter sinalizado à parte então interessada que os autos estariam aguardando o início do processo executivo, momento em que, misteriosamente, desapareceram", afirmou.


Empresa perde prazo e deixa de receber R$ 17 bilhões da União - Folha de S Paulo - 24 jun 2011

31 janeiro 2011

Passivo da União

O jornal Estado de São Paulo traz uma reportagem interessante sobre o passivo da União (Passivo Judicial da União ultrapassa R$390 bi e assombra gestão Dilma, Renato Andrade, 30 jan 2011). O texto fica restrito ao passivo judicial e o valor da manchete foi estimado pela AGU.

Mas este não seria o valor a ser registrado numa contabilidade de regime de competência realista, já que o valor refere-se “a soma das principais ações que tramitam na Justiça contra a União”. Representa pois um cenário pessimista.

É certo que em alguns casos a chance de perda é significativa. Mas em outros casos existem possibilidades de vitória da União ou o valor pedido poderá ser reduzido. É o caso da Varig, que pede R$2,5 bilhões, mas que também possui dívidas com o governo, num valor muito superior a este montante.

Os prejuízos potenciais que mais preocupam o governo, entretanto, são os provenientes de disputas sobre a cobrança de impostos. "Do ponto de vista econômico, as questões tributárias são as mais relevantes", reconheceu o ministro Luís Inácio Adams, da AGU.

O melhor do texto é o comentário de Renato Andrade, que mostra que a quitação da dívida é demorada (Nos casos perdidos, quitar a dívida é uma longa novela, Renato Andrade, Estado de São Paulo, p. A4).

Nem toda ação contra o governo é prejuízo certo para os cofres públicos. E mesmo nos casos de derrota, o pagamento da despesa é diluído ao longo do tempo, o que evita uma parada abrupta nos investimentos e gastos federais.

A sistemática de quitação das perdas judiciais favorece a administração dos passivos. Se a União sofrer uma derrota no início deste ano, por exemplo, o contribuinte favorecido terá ainda que apresentar um pedido de restituição, que pode ser feito diretamente na administração ou por via judicial. A discussão do valor a ser pago pode levar alguns anos para ser definida.

Os valores das ações que tramitam na Justiça contra a União também não são exatos. Em muitos casos, o governo registra como risco potencial o montante que está sendo solicitado pelo contribuinte. Ao contrário da iniciativa privada, no setor público não há projeções sobre o potencial efetivo de perdas e reserva desse dinheiro em caixa.

08 dezembro 2010

Dívida

Mas os riscos crescem na mesma proporção. E, de tempos em tempos, isso se reflete nos números da empresa. DINHEIRO teve acesso ao balanço financeiro da companhia referente ao terceiro trimestre de 2010. Nele, observa-se que o ativo total da construtora saiu de R$ 4,5 bilhões, em 31 de dezembro do ano passado, para R$ 3,9 bilhões até 30 de setembro deste ano – queda de 13%.

O patrimônio líquido encolheu 43,3% no mesmo período – saiu de R$ 808 milhões, em 2009, para R$ 458 milhões no encerramento do terceiro trimestre de 2010. Já o endividamento saltou de R$ 121 milhões, em 2009, para R$ 629 milhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano.


"O meu negócio é dívida" - Por Eliane Sobral - Isto é Dinheiro

Se o termo "endividamento" representar o passivo, como geralmente é empregado, algo não fechou nas contas: ativo = 3,9 bilhões; patrimônio líquido = 458 milhões.

15 outubro 2010

Passivo governamental

A questão do passivo governamental é complicada, mesmo em países desenvolvidos. A recente dificuldade de aprovação do aumento na idade da aposentadoria na França é um sinal dos enormes poderes dos beneficiários do setor público.

A revista The Economist fez um cálculo simplista da situação dos pensionistas dos Estados Unidos. Em algumas cidades daquele país, é comum a aposentadoria aos cinqüenta anos, com valores dos últimos salários.

Meredith Whitney, analista financeira, que previu a crise bancária, acha que os Estados da América poderá ser a próxima fonte de risco financeiro sistêmico.

A questão de determinar o valor do passivo é complicado, já que boa parte dos valores está fortemente vinculado ao futuro. Mas usando uma taxa de desconto de 8%, estima-se um passivo de 5,3 trilhões de dólares, para ativos de 1,9 trilhão.

Mas parte do problema refere-se a questão contábil. A The Economist propõe que os contribuintes sejam informados claramente das promessas de pagamentos futuros para os servidores públicos.

24 setembro 2010

Evidenciação do Passivo


É como se cada proprietário fosse obrigado a publicar um mapa mostrando o caminho mais fácil aos assaltantes em sua casa e onde seus valores estão guardados. Essa é a forma como as empresas estadunidenses veêm uma proposta que o Financial Accounting Standards Board (FASB) apresentou em julho. O FASB quer obrigar as empresas a publicar informação detalhada sobre onde poderia ser processada e quanto poderia custar. Isto proporcionaria um guia didático para os advogados procurando alvos. O FASB concedeu às empresas até 20 de setembro para responder.

(...) As empresas teriam de divulgar todo o dinheiro reservado para passivos potenciais, não para cada caso, mas para cada tipo de caso. Isso revelaria aos advogados onde estariam as mais ricas colheitas. Tais divulgações teriam que ser atualizadas regularmente

O FASB recebeu um pequeno número de cartas de apoio as suas propostas.


Pointers for predators

23 setembro 2010

Futebol quebrado


O Real Madrid está quebrado.

E quebrou antes de completar as duas mais caras transferências em 2009, trazendo Kaká por US$86 milhões e Cristiano Ronaldo por US$ 123 milhões. Foi quando bateu os recordes de transferências anteriores, na compra de Luis Figo por US$ 57 milhões em 2000 e Zinedine Zidane por US$71 milhões em 2001. (...)

Apesar de gerar mais de US $ 500 milhões por ano, que inclui um contrato de TV que rende mais de US $ 200 milhões por ano, a dívida do Real Madrid é de US $ 414 milhões, segundo o relatório financeiro do clube de 2008-09.

Contudo, os gastos do Real não pararam. Só nesta última janela de transferência, o clube gastou 114 milhões dólares em novos jogadores (...)

O maior rival do Real, é também está quebrado.

Barcelona estava falido antes da compra de David Villa, Javier Mascherano e Adriano por US $ 52 milhões, US $ 28,4 milhões e 11,6 milhões dólares, respectivamente, neste verão. O clube está precisando tanto de dinheiro que pegou um empréstimo ponte de 195 milhões para garantir que ele poderia pagar salários.

Como o Real, Barcelona também tem um acordo de radiodifusão lucrativo, avaliado em mais de 185 milhões dólares por ano, e obtém mais 293 milhões dólares em receitas. No entanto, como o Real, o Barcelona tem uma dívida por 578 milhões dólares. Mas ambos os times não mostram sinais de contenção nos gastos.

SINAIS DE AVISO

Os 10 clubes mais endividados do futebol europeu conjuntamente devem 5,74 bilhões dólares.

Os vinte clubes ingleses da Premier League têm uma dívida que aumentou espectacularmente para 4,45 bilhões dólares. Catorze deles perderam dinheiro em 2008-09, a temporada mais recente em que os números estão disponíveis. O quadro financeiro é ainda pior em La Liga, que no ano passado, as 20 equipas apuraram 4,65 bilhões dólares em dívidas. Apenas três dos baluartes do futebol ibérico obtiveram um lucro operacional: Barcelona, Real Madrid e o pequeno Numancia (...)

Entre as 36 equipes nas duas divisões profissionais holandesas, apenas quatro são consideradas financeiramente sólidas pela associação de futebol holandesa. Doze deles, incluindo o lendário Feyenoord, estão com suas finanças supervisionadas pela Liga. Quanto aos outros 20 clubes, a liga classifica como "preocupante" a sua situação financeira. (...)


NEGÓCIO ARRISCADO

Os clubes de futebol, especialmente os que estão num nível mais alto, tem desenvolvido uma aversão a dar lucro, ou mesmo a um equilíbrio. Afinal, se você administrar um clube como um bom negócio, você não vence. Muitas equipes consideram postergar a falência como o único verdadeiro objetivo de longo prazo (ou de curto prazo). E preferível gastar o dinheiro que não se têm em novos jogadores para tentar reforçar os seus esquadrões do que se preocupar em equilibrar as contas. (...)


A Folha de pagamento é outro elemento-chave. Na Espanha, 85 por cento das receitas é gasto com salários dos jogadores. Alguns clubes, como Atlético de Madrid, Sevilla e Valencia, gastam mais do que as receitas obtidas no período 2008-2009, a época mais recente na qual são conhecidos os números financeiros.

O [jornal] The Guardian publicou um estudo, baseado em números de 01 de junho de 2008 até 31 de maio de 2009, onde mostra que a receita bruta e a folha de pagamento foram perigosamente próximos em muitos clubes da EPL. A receita bruta do Manchester City foi de US $ 133 milhões e sua folha de pagamento foi de US $ 127 milhões. Blackburn Rovers arrecadou US $ 78 milhões e gastou US $ 70 milhões em salários. As receitas do Wigan Athletic e números salário foi de US $ 70 milhões e 64 milhões dólares, respectivamente. Na cidade de Birmingham e Wolverhampton Wanderers, a margem entre o volume de negócios e da massa salarial foi de aproximadamente um milhão e meio de dólares. (...)

Deve ser dito que algumas equipes da Premier League mantém seus salários no nível ou abaixo de 65 por cento da receita bruta. No ano passado, por exemplo, o Manchester United foi a 44 por cento e 32,9 por cento no Arsenal.

Mas nos casos em que folha de pagamento chega perto de ultrapassar a receita há uma margem muito pequena de manobra para evitar problemas financeiros inesperados, tais como abandono do patrocinador, falência das emissoras (como pode acontecer no caso de Barcelona e Real Madrid) ou declínio na venda de ingressos. Quando isso acontece, os clubes estão mal equipados para saldar a dívida e acabam cavando um profundo buraco financeiro. (...)

"Independentemente das responsabilidades que foram acumuladas por muitos clubes em toda a Europa, não há qualquer risco de falência semelhante ao que é enfrentado por empresas regulares", explica o economista Bernd Frick, da Universidade do Paderborn, na Alemanha. "Os clubes sempre encontram ajuda de políticos, quer na sua comunidade local, no âmbito federal, estadual ou mesmo no governo nacional.

"Ninguém se importa se empresas de porte semelhante desapareceu. Mas isso não é o caso de clubes de futebol. A [receita] média dos clubes da Bundesliga alemã é de 100 milhões de euros -... Isso é menos do que a minha universidade"

E, ao contrário da universidade Frick, clubes de futebol sabem aproveitar os holofotes. "A atenção da mídia funciona como um seguro de vida para os clubes de futebol", disse Frick. "Se o teto em seu jardim de infância local cai e fere alguns dos filhos, mesmo assim é muito difícil mobilizar mais do que 20 pais de marchar até a prefeitura. Mas se o seu clube de futebol local é ameaçado, todo mundo se levanta para ajudar o clube."

Se não se pode contar com o governo ou as empresas locais, o que é um clube deve fazer? Encontrar um rico benfeitor, é claro, alguém que pode comprar o clube, sustentar sua dívida e financiar enormes gastos. Roman Abramovich, do Chelsea, por exemplo, injetou cerca de US $ 1,1 bilhão para pagar dívidas e comprar jogadores, um montante que provavelmente nunca será reembolsado. (...)

A UEFA, organismo regulador do futebol europeu, irá (...) proibir que as equipes gastem mais do que ganham (...)


Fora de Controle - Leander Schaerlaeckens - ESPN