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17 fevereiro 2022

Desinformação, falsa memória e tecnologia


Uma entrevista com Daniel Schacter sobre a questão da desinformação nos dias atuais. Trechos:

Mais recentemente, também fizemos uma pesquisa que discute como o ato de fotografar afeta a memória. Ao tirar fotos de um evento, é possível que você fique com lembranças mais vagas sobre aquela ocasião – uma das explicações plausíveis é de que o fotógrafo presta atenção em aspectos como luminosidade e ângulos, e menos no evento em si. Por outro lado, há indícios de que fotografar também pode impulsionar sua memória sobre algum evento, caso a imagem capture algo importante sobre o momento.

A tecnologia está danificando nossa memória?

Esse trabalho sobre fotografias sugere que a tecnologia pode trazer efeitos negativos e positivos, mas ainda são indícios. Outro exemplo que trago no livro é sobre o GPS. Há evidências de que, ao usar o GPS para uma rota, o usuário terá menos memória sobre aquele trajeto, já que ele não estaria pensando ativamente em como se locomover daquele lugar para outro. Porém, ainda não se sabe os efeitos do uso recorrente dessa tecnologia, ou seja, como o GPS afetaria de forma generalizada a habilidade de relembrar caminhos. Antes de termos preocupações exageradas, precisamos lembrar que a tecnologia pode ser útil para a nossa memória, como as agendas digitais que nos notificam sobre compromissos, por exemplo.

Foto Mohanan

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