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03 agosto 2011

Termômetro de Insolvência III


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva
(continuação 2)


Em outro trecho, comentando o resultado de sua pesquisa, SÁ (1977, p.25) expõe:

Quando observamos, por exemplo, as proporções que de­vem ser guardadas entre o volume dos créditos cedidos aos clientes e o dos recebidos de fornecedores, não nos é possível ficar alheios aos pontos de conexão no tempo, relativamen­te aos investimentos e financiamentos em créditos. A im­portância da análise das situações na dinâmica é que nos conduziu à elaboração da teoria da proporção definida dos valores, que chamamos de ponto de equilíbrio do capital (ver nosso livro "O Equilíbrio do Capital das Empresas").

Observamos, pela análise de milhares de balanços, que existem proporções certas nas combinações dos valores de acordo com o giro ou a velocidade dos mesmos no tempo e com o processo da formação do rédito. Enunciamos a primeira das leis a respeito:

"Os valores que se combinam para a formação da estrutura do capital de funcionamento das empresas guardam entre si relações constantes".

Imagine como deve ter sido trabalhoso fazer este levantamento no final da década de 1950 por SÁ e por Kanitz na década de 70.

Ao abordarmos a questão do uso de indicadores setoriais obtidos através de publicações especializadas fizemos um breve comentário sobre a primeira edição da revista EXAME Melhores e Maiores (SILVA, 2010. p. 89 – nota de rodapé), para demonstrar como era complexo trabalhar como tão grande volume de dados antes do advento da microinformática.

A primeira edição da Revista Melhores & Maiores – uma raridade que encontrei na Biblioteca do Senado – saiu em setembro de 1974, sob a direção do Prof. Stephen Kanitz, e foi chamada “Os melhores e os maiores”. A capa destacava que seriam apresentadas as 500 maiores empresas privadas por vendas e as 50 maiores empresas estatais e como se comportou cada setor. No texto de apresentação – “como foi feito” – encontramos uma pérola do “recurso tecnológico” utilizado na elaboração do ranking. Veja uma parte do texto:

“Durante oito meses – a partir de 16 de dezembro de 1973 – foram examinados mais de 10 mil balanços de empresas. Chegou-se, com isso, a uma seleção de 1.600 balanços, que foram então analisados em profundidade. Os dados recolhidos em cada balanço foram passados para cartões de computador, de modo a permitir o processamento eletrônico – único meio de tornar viável um empreendimento de tal porte, em que foram efetuados cerca de 18 milhões de cálculos e consumidas 212 horas de computador.”

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