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01 junho 2011

Ritmo de crescimento da receita com papéis supera o do ganho com operações de crédito

No primeiro trimestre do ano, a receita com aplicação em títulos e valores mobiliários (TVM), predominantemente papéis públicos federais, passou a crescer em ritmo mais forte que a receita com as operações de crédito nos dois maiores bancos privados, Itaú Unibanco e Bradesco. Desde o fim de 2009 não se via esse movimento.

No Itaú Unibanco, enquanto a receita com crédito recuou 1,2% no primeiro trimestre de 2011 em relação ao quarto trimestre de 2010, a receita com títulos apresentou alta de 2,6%. No Bradesco, a receita com operações de crédito avançou 1,8% no primeiro trimestre de 2011 ante o quarto trimestre de 2010, e as receitas com títulos, 6,4%.



Quando se compara com o primeiro trimestre de 2010, a diferença diminui bastante no caso do Itaú – o aumento da receita com títulos no período, de 13,8%, supera o da receita com crédito em apenas 0,1 ponto percentual. No Bradesco, o crescimento da receita com títulos no primeiro trimestre de 2011, em comparação a igual período de 2010, é de 39,8%, ante elevação de 24% da receita com crédito. “Enquanto a elevação da Selic contribui para rentabilizar mais o estoque de títulos dos bancos, as medidas macroprudenciais restringem a oferta de crédito”, explica João Augusto Salles, analista da consultoria Lopes Filho. Nas linhas de empréstimo para o varejo, Ronaldo Dias, da FBM Consulting, já observa certo arrefecimento. “Sobrando recurso, as tesourarias correm para investir.”

Embora os bancos mantenham projeções de expansão da carteira de crédito em 2011 acima do “teto” informal de 15% sinalizado pelo Banco Central, todos já falam em número próximo à “banda inferior” do intervalo estimado. “Os financiamentos ainda tiveram aumento grande no primeiro trimestre, mas essa velocidade deve cair”, diz Salles. As receitas com títulos e valores mobiliários tendem a continuar ganhando espaço.

A tendência de crescimento das receitas com títulos ganha mais força ainda se for computado o rendimento do recolhimento compulsórios sobre depósitos.

Fonte: Aline Lima, Valor Economico

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