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22 junho 2012

Leasing e as Demonstrações Contábeis 1


As operações de leasing correspondem a transações entre o proprietário de um determinado bem (arrendador) que concede o uso desse a um terceiro (arrendatário) por um determinado tempo (Niyama e Silva, p 257). Ao final de um prazo, o arrendatário tem a opção de adquirir o bem, devolvê-lo ou prorrogar o contrato.

Existem dois tipos de leasing: o financeiro, que representa na sua essência uma transação de venda financiada de um ativo, e o operacional. O leasing financeiro, apesar de suas características, não aparece como registro contábil no balanço patrimonial no nosso país.

Isto possui uma série de efeitos para quem utiliza as demonstrações contábeis. Numa empresa que possui operações de leasing financeiro não irá aparecer o ativo, o passivo e a depreciação correspondente à operação. Isto naturalmente irá distorcer alguns dos índices mais conhecidos para analisar as demonstrações, como o retorno sobre o ativo, o endividamento, dentre outros. 

Leasing e a Demonstrações Contábeis 2


O analista pode, por aproximação, ajustar as demonstrações contábeis de uma empresa para considerar, para fins de análise, as operações de leasing, quando estas não são ativadas.

Considere, a título de exemplo, que uma empresa informar possuir alguns bens arrendados. A única informação disponível é o valor anual da parcela paga com arrendamento, no valor de R$1,77 milhão. Para determinar o valor do ativo a ser incluído na demonstração é necessário saber: (1) o número de períodos do pagamento, (2) o número de períodos onde o valor já foi pago, (3) a taxa de juros da operação, (4) o valor da opção no caso do exercício da compra, (5) o tipo de amortização (constante, SAC etc) e (6) a vida útil do ativo.

Somente com a informação da parcela paga não é possível determinar o valor do ativo. Entretanto, em muitos casos, esta será a única informação disponível. Para fazer a estimativa do valor podemos fazer as seguintes suposições:
(1)   Número de períodos do pagamento – corresponde a quantidade de prestações para o financiamento do ativo. Este valor é necessário para determinar o valor presente do ativo. Uma possibilidade é estimar que o número de períodos do pagamento fosse a vida útil do ativo, que deverá ser estimada mais adiante;
(2)   Número de períodos onde o valor já foi pago – refere-se a quantidade de períodos já pagos. Como se trata de uma compra financiada este número refere-se aos meses (ou anos) em que o bem está sendo usado pela empresa. Para uma empresa em expansão contínua pode-se imaginar que a todo ano estará sendo incorporado um número igual de ativos. Se isto for verdadeiro, pode-se considerar aqui um valor correspondente a metade da vida útil dos ativos existentes;
(3)   Taxa de juros da operação – corresponde ao valor cobrado pela arrendadora para fazer a operação. Se esta taxa não for evidenciada, pode-se assumir que seu valor é compatível com a taxa de juros cobrada por outros financiamentos. Neste caso, uma alternativa para o analista é obter o custo de empréstimo do passivo e, a partir deste valor, agregar um adicional pelo fato de se tratar de uma operação de leasing, não um empréstimo.
(4)   Valor da opção de compra – em geral o valor da opção de compra no arrendamento financeiro é relativamente reduzido em relação ao valor de mercado, induzindo a empresa que fez a operação comprar o bem. De qualquer forma este valor pode ser diferente de zero. Entretanto, em razão do fato de que o valor da opção é proporcionalmente reduzido, pode-se assumir zero neste item;
(5)   Tipo de amortização – o tipo de amortização pode influenciar no valor estimado para bem. Uma simplificação é considerar pagamentos constantes, que facilita bastante o cálculo. Mas quando o sistema de amortização conduz a uma parcela inicial é maior nos primeiros anos, isto tende a apresentar um valor superestimado. Uma alternativa é verificar o tipo de amortização mais usado nas operações de arrendamento realizadas para empresas do setor onde atua a empresa;
(6)   Vida útil do ativo – necessária para determinar algumas estimativas dos itens anteriores, mas também para obter o valor da depreciação do ativo.

Para exemplificar os cálculos, considere a situação onde a empresa efetua um pagamento de R$1,77 milhão de parcela anual de leasing. Para determinar o valor do ativo, iremos considerar uma amortização constante (item 5, anterior), que facilita os cálculos. Um levantamento das demonstrações contábeis mostrou que esta empresa possui um custo da dívida de 12%. Levantamentos realizados no mercado permitiram estimar que o custo de uma operação de arrendamento não diferente de maneira significativa dos empréstimos. (Caso isto não fosse verdadeiro, seria necessário acrescentar, ou subtrair, um percentual destes 12%).

Também utilizando as demonstrações contábeis, evidenciou-se que em geral os ativos depreciáveis da empresa possuíam uma vida útil de dez anos. Esta informação pode ser obtida nas notas explicativas, onde é possível obter a discriminação da vida útil dos ativos e sua respectiva depreciação. Como a empresa tem adotado uma política de crescimento contínuo, estimou-se que os ativos existentes possuem cinco anos de vida útil.

Com estas informações temos:
(1)   Número de períodos do pagamento = igual a dez anos
(2)   Número de períodos onde o valor já foi pago = cinco anos
(3)   Taxa de juros da operação = 12%
(4)   Valor da opção de compra = zero
(5)   Tipo de amortização = constante
(6)   Vida útil do ativo = dez anos

O valor presente é dado por uma anuidade, com valor de R$1,77, a 12%, em dez anos. Numa planilha pode-se obter isto facilmente:

= VP (12%; 10; 1,77)

Que corresponde a R$10 milhões. Entretanto, como metade da vida útil já transcorreu, o valor contábil do ativo será de R$5 milhões, sendo a depreciação anual de R$1 milhão. Já o valor do passivo que ainda falta quitar pode ser obtido numa planilha eletrônica como sendo o valor presente dos R$1,77 milhão, por cinco anos, a 12%.

Nesta empresa, haverá um acréscimo de R$5 milhões no ativo, em razão da incorporação de um novo bem. No passivo é necessário considerar um valor de R$6,4 milhões, em lugar da prestação anual que seria paga, de R$1,77. Ou seja, o passivo irá aumentar em R$4,63 milhões. Sendo o ativo antes do ajuste de R$30 milhões, para um passivo de R$15 milhões, os novos valores seriam:

Ativo = 30 milhões + 6,4 milhões = 36,4 milhões
Passivo = 15 milhões + 4,63 – 1,77 = 17,86
Patrimônio Líquido = 36,4 – 17,86 = 18,54
Endividamento Antes do Ajuste = 15 / 30 = 50%
Endividamento Após o Ajuste = 17,86 / 36,4 = 49,1%

Leasing e Demonstrações Contábeis 3


A discussão anterior mostrou a dificuldade para considerar os valores de uma operação de arrendamento nas demonstrações contábeis. Observe o leitor a grande quantidade de suposições necessárias para determinar o valor dos ajustes. Além de basear em suposições questionáveis, o analista não possui plena confiança nos valores obtidos.

Assim, a incorporação das operações de leasing é bem vinda para que a análise das demonstrações contábeis das empresas possa ser realizada de maneira adequada. 

Leasing e Demonstrações Contábeis 4

Para demonstrar a questão do Leasing nas demonstrações de uma empresa, considere o caso da TAM, conforme informação do seu Formulário de Referência de 2011. A figura a seguir mostra que em 2010 a empresa teve despesas operacionais com "arrendamento" de 471 milhões de reais.
No texto mais adiante a empresa esclarece a composição desta despesas:

 A tabela a seguir, a empresa mostra o valor das dívidas, incluindo as operações não inclusas no balanço (penúltima coluna).

 Finalmente, a informação a seguir mostra que a dívida guardava relação com a Libor:
Podemos notar que a TAM divulga muito mais informação do que a empresa do exemplo (postagem Leasing e Demonstrações Contábeis 2).

Fotografia de um sanduíche 2

Sobre a postagem de ontem, eis um texto do Estado:

O McDonald's do Canadá resolveu responder a uma pergunta que é feita frequentemente por consumidores da rede de lanchonetes em todas as partes do mundo: por que os sanduíches que são entregues aos clientes são tão diferentes dos que aparecem nas fotos comerciais?


Em um vídeo postado na internet, a diretora de marketing do McDonald's no Canadá, Hope Bagozzi, assume essa diferença e tenta explicar o motivo. Ela compra um sanduíche em uma lanchonete da rede e o leva ao estúdio de fotografia Watt International, que, segundo o jornal canadense Globe and Mail, faz trabalhos para o McDonald's há sete anos. Depois disso, o vídeo mostra o hambúrguer "normal" fotografado e como o hambúrguer "comercial" é montado, com todos os seus ingredientes à mostra.

Segundo a diretora de marketing, a principal diferença entre os dois produtos é que, no hambúrguer "normal", os ingredientes ficam escondidos e desalinhados, enquanto no outro produto eles têm de estar visíveis, para que o consumidor veja tudo que vai dentro. Além disso, a imagem passa por um processo de retoques. Ela faz questão de ressaltar, porém, que os dois sanduíches têm os mesmos ingredientes.

O vídeo faz parte de uma tentativa da rede de lanchonetes no Canadá de se mostrar mais transparente. É resultado direto da criação de um website (yourquestions.mcdonalds.ca), onde os consumidores enviam perguntas relativas à empresa.

22 anos de pesquisas contábeis sobre o Gecon

Neste estudo se analisam as premissas epistemológicas de trabalhos sobre o Sistema de Gestão Econômica (GECON) publicados no Brasil entre 1989 e 2010. Para isso, realizou-se o levantamento dos artigos sobre o assunto publicados em periódicos de contabilidade considerados na avaliação de 2010 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES como A e B, além dos seguintes eventos: Congresso da Universidade de São Paulo de Controladoria e Contabilidade, Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis e Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. Os achados de pesquisa apontam que há poucas publicações sobre o GECON em fontes contábeis, há concentração em alguns autores e o auge ocorreu em 2006. Ademais, nem sempre as premissas metodológicas para elaboração de trabalhos são consideradas. A maior parte dos artigos observados não explicita, no texto, o problema de pesquisa e suas classificações, dando maior atenção ao item “objetivos do estudo”. Os trabalhos são principalmente descritivos, bibliográficos e de cunho qualitativo, com a utilização de documentos para seu desenvolvimento.

Isabel Cristina Henriques Sales, Rodrigo Fontenelle de Araújo Miranda, Flávia Siqueira de Carvalho, Ludmila de Melo Souza, Cláudio Moreira Santana

Revista Ciências Contábeis em Perspectiva, v. 10, n. 19, 2012.

21 junho 2012

Rir é o melhor remédio



Indicado por Sandra Kuchiki, a quem agradeço.

Fora do Tema: Ainda sobre a Finatec

Queridos leitores,

mais um momento fora do tópico (como diria o professor David Albrecht) segue abaixo a indicação que recebi do professor Dr. Marcelo Hermes Lima. Este é o resumo da dissertação da aluna Érica Santana Neves (UnB):

Kroeker deixa a SEC

James Kroeker está deixando o cargo de contador-chefe da SEC, entidade que regula o mercado acionário dos Estados Unidos. No passado, Kroeker defendeu as regras do valor justo. Apesar de ter origem profissional numa das big 4 e da defesa da convergência, antes de assumir o posto , durante o período que esteve no cargo a adoção das IFRS nos Estados Unidos não avançou muito (ou tanto quanto as Big Four esperavam). Kroeker acreditava na relevância das IFRS.

Em 2010 Kroeker avisava que o prazo para convergência, anteriormente estipulado para 201, iria atrasar. Na ocasião, enfatizou que a qualidade deveria prevalecer sobre a quantidade. Em meados do ano passado, ele comentava sobre o cuidado na incorporação das IFRS.

Em janeiro de 2012 colocou panos quentes na intenção do presidente do Iasb de forçar a adoção das normas internacionais. O comunicado do afastamento afirma somente que Kroeker irá para a iniciativa privada, sem informar os motivos do afastamento.

Fotografia de um sanduíche

Todo consumidor já observou que o sanduíche que recebeu no caixa de um fast-food é muito diferente daquele da fotografia. O vídeo abaixo explica esta diferença: o sanduíche para foto é especialmente "produzido" para parecer delicioso.

Fonte: Aqui

Atrizes bem pagas

10 – Jennifer Aniston = 11 milhões
9 - Kristen Wiig = 12 milhões
8 - Meryl Streep - $12 milhões
7. Sarah Jessica Parker - $15 milhões
6. Julia Roberts - $16 milhões
5. Charlize Theron - $18 milhões
4. Angelina Jolie - $20 milhões
3. Sandra Bullock - $25 milhões
2. Cameron Diaz - $34 milhões
1. Kristen Stewart - $34.5 milhões (foto)

Fonte: Aqui

Multa

Na Eurocopa, a multa por racismo (contra o jogador Balotelli) e por ofender um patrocinador oficial. O jogador Bendtner foi multado em cem mil euros por mostrar o nome de um fabricante de cuecas. Fonte: Aqui