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02 abril 2014

Caixa, muito caixa

Uma estimativa feita pela Bloomberg indica que as empresas dos Estados Unidos, exceto as financeiras, possuíam 1,64 trilhão de dólares no final de 2013. Isto representa 12% a mais que o ano anterior, um recorde histórico.

Entre as empresas com maior volume, Apple, Microsoft, Google e Verizon. Ter muito caixa pode ser interessante para uma empresa quando deseja não depender dos empréstimos (e de suas exigências), melhora os índices financeiros, mas atrai investidores ativistas, que tentam forçar a empresa a fazer aquisições arriscadas ou distribuir dividendos.

Mas parte do grande volume de recursos decorre da escolha destas empresas em manter seus recursos líquidos em países com carga tributária reduzida. A mesma Bloomberg informa que o volume de dinheiro das empresas dos EUA fora do país é de 1,95 trilhão, um aumento de quase 12% em relação ao ano passado.

Menos Caixa, menos crime

Uma pesquisa conduzida por uma equipe de economistas e criminologistas mostrou existir uma relação entre dinheiro e crime. Partindo da ideia de que a quantidade de dinheiro em circulação nas ruas é um convite para os criminosos, os pesquisadores procuraram relacionar as duas variáveis. A oportunidade surgiu quando o estado do Missouri adotou um programa de pagamento através de transferência eletrônica através de cartões de débito. A adoção desta forma de pagamento provocou um impacto negativo na taxa de crimes como roubos e assaltos em 9,8%. O programa também afetou o número de prisões, mas não teve efeito sobre os estupros. 

Listas: Países que mais usam "no worries"

A expressão "no worries" está tomando conta da língua inglesa. Os países que mais usam são Malásia, Cingapura e Austrália.

01 abril 2014

Rir é o melhor remédio


Política e Negócios

A discussão recente sobre as péssimas decisões de investimento da Petrobras mostram a estreita ligação entre a política e os negócios. Mas isto não ocorre somente nas empresas do Estado. Este vínculo ficou claro na ascensão e queda do empresário Eike Batista, que se aproveitou dos financiamentos do governo para expandir seus empreendimentos. Talvez não seja exagero em afirmar: “olhe com atenção uma empresa de sucesso no Brasil e você irá enxergar a política (e os políticos) ajudando seu desempenho”.

No Brasil estamos acostumados a ver nitidamente a relação da política (e dos políticos) com o crescimento de empresas. Mas isto não é privilegio nosso. Em 2001, Ray Fisman estudou a conexão existente entre as empresas da Indonésia e o governo local. De 1967 a 1998 mandou no país o presidente Suharto. Durante três décadas, Suharto comandou o país de maneira centralizadora e ditatorial, reprimindo os dissidentes e separatistas. Sob seu comando, a Indonésia apresentou um elevado nível de crescimento. Suharto também enriqueceu pessoalmente, “tendo criado um pequeno círculo de privilegiados” através de monopólios estatais e subsídios.

Fisman observou que quando a vida de Suharto estava em perigo, o valor das empresas próximas dele e de sua família apresentava queda no valor das ações. A razão é simples: provavelmente estas empresas perderiam o acesso ao poder e suas vantagens. Isto recebe a denominação de “crony capitalism” ou capitalismo de compadrio. Este tipo de capitalismo apresenta uma estreita relação entre os negócios e os políticos de um país.

Tudo leva a crer que o capitalismo de compadrio é mais forte nos países mais corruptos e onde a participação do estado na economia é mais efetiva. Mas o capitalismo de compadrio também existe em países desenvolvidos. Uma pesquisa conduzida por pesquisadores estadunidenses mostrou que isto também ocorre nos países desenvolvidos. Para isto, eles usaram a nomeação de Timothy Geithner como secretário do tesouro do governo de Obama. Geithner possuía uma série de conexões com grandes empresas, como o Citigroup. O resultado foi que a ações destas empresas responderam de maneira positiva à nomeação de Geithner. Ou seja, o estudo indicou que as conexões com o poder foram consideradas pelos investidores como um ponto positivo para estas empresas. Exatamente como se espera no capitalismo de compadrio. Exatamente como num “país subdesenvolvido”.

Para ler mais:
Acemoglu, D, S Johnson, A Kermani, J Kwak, and T Mitton, (2013), “The value of political connections in turbulent times: evidence from the US”, National Bureau of Economic Research working paper 19701, December.

Links em inglês que valem a pena

- Em um déjà vu da defesa da Enron “se há crime corporativo, a culpa é da contabilidade”, a MF Global (postamos sobre ela em 2012) está processando a PwC alegando que negligencias contábeis cooperaram para a falência da corretora.

- A Hasbro convidou o público para sugerir novas normas para o jogo de tabuleiro Banco Imobiliário e as regras mais populares se tornarão oficiais. Na chamada, as sugestões são bem insípidas (mães podem ser liberadas da prisão, só é permitido começar a comprar propriedades após a primeira rodada, bla bla) então a The Economist está incentivando seus leitores a apimentarem as sugestões em um espírito que reflita “a realidade de se negociar nos dias de hoje”.

- Uma publicação do conglomerado HSBC em parceria com a PwC para investir no Brasil. O propósito da publicação é “fornecer a investidores estrangeiros uma visão mais ampla do atual ambiente econômico, legal e administrativo a serem enfrentados quando se negociando com o Brasil”.

- Como o Twitter mudou nos últimos anos apresentado em 12 gráficos. “Responder está morrendo, retweeting está em alta, a América do Norte não é mais a maioria, mas a língua inglesa sim”.

Leilão: Sucesso do Sucesso

O tema da discórdia de hoje? Concessão. Discorra sobre o assunto sem maldizer o Partido dos Trabalhadores utilizar os termos "a culpa é do governo", "ano de eleição é assim", "privatização mudou de nome". Bem. Eu não faria isso com os meus alunos e não farei com você, querido leitor. Então vamos afrouxar as regras e começar a postagem.

Antes vamos nos situar. O portal G1 Economia relembrou bem que:
O plano para reduzir as contas de luz entrou em prática em janeiro de 2013 e gerou corte médio de 20% nas tarifas de energia. Para chegar a esse resultado, uma das medidas adotadas pelo governo foi oferecer a renovação de todas as concessões de geração e transmissão de energia que vencessem até 2017. 
Em troca da renovação, as empresas aceitariam receber valores mais baixos pela operação desses empreendimentos, levando, assim, ao barateamento da produção e transporte da energia. 
Como Cesp, Copel e Cemig não aderiram ao plano, o governo pretende levar os empreendimentos administrados por elas a novo leilão. Três Irmãos é a primeira hidrelétrica a ser relicitada pelo governo federal entre esses empreendimentos.
Sobre o leilão da Cesp, saiu no Estado de São Paulo que:
Classificado de "sucesso do sucesso", o leilão da usina hidrelétrica de Três Irmãos [...] pode ser uma amostra do pouco apetite dos investidores, após a aprovação da nova regulamentação federal para a energia elétrica.
Houve apenas uma oferta, que saiu vencedora com uma proposta quase sem deságio. A proposta reduziu em R$ 0,87 o teto de receita anual proposto pelo governo para a licitação, que era de R$ 31.623.036,87. 
Especialistas dizem que, dado o grau de insegurança regulatória e de descapitalização que se instalou após o pacote do setor elétrico, esse desempenho era esperado. Antes do leilão de Três Irmãos, eles já informavam que a tendência era haver poucos participantes. 
E, havendo, o mais provável é que esses seriam de dois tipos: empresas ligadas ao governo federal e empresas privadas com pouca experiência, que cobrariam caro para cobrir o risco elevado envolvido no negócio.
Pouco tempo depois (pouco tempo menos, tipo horas depois de finalizado o certame) o Triunal de Contas da União (TCU) impediu a assinatura do contrato para poder avaliar o modelo de licitação. Isso porque não incluiram a operação do canal de navegação e as eclusas da Usina! As eclusas (imagem abaixo) são como degraus para os navios e, assim, permitem que embarcações subam ou desçam os rios ou mares em locais onde há desníveis. Então, por ser uma via de transporte, o Ministério de Minas e Energia achou válido não incluir no edital da licitação. Bacana, não?


O interessante é que a diretora de novos negócios de Furnas, Olga Simbalista, atribui a falta de concorrentes no leilão exatamente devido ao fato de não terem incluído as eclusas e a operação do canal de navegação... Então foi um sucesso pra quem? Pra Furnas? Para os consumidores? Para o governo?

O Valor acrescentou que, segundo o ministro do TCU, há “receio de grave lesão ao interesse público, diante da indefinição de quem ficará responsável pela operação e manutenção das eclusas e do canal Pereira Barreto, a partir de quando fazendo jus a que remuneração”. Ainda bem que alguem está receoso. Nos conforta.

Esse "novo modelo" foi definido há algum tempo e já se falava dele há mais tempo ainda. A Cesp, atual operadora da Três Irmãos, foi uma das empresas que não aderiu ao programa de renovação antecipada das concessões (a Eletrobras aderiu e culpou a isso o prejuízo também em 2013). Começa o jogo dos leilões. Há de se esperar muito sucesso este ano.

No fim das contas o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romário de Oliveira Batista, falou que o Ministério dos Transportes se mostrou disposto (interessante a escolha de palavras... "disposto") a contribuir para a definição do papel das empresas nesses ativos, algo que deveria ter sido feito antes da licitação. 
Segundo o portal Exame a fala foi:
"O Ministério dos Transportes se colocou a disposição para contribuir para essa redefinição de papeis, porque você sai de um único concessionário que faz os dois serviços, para dois", disse [Romário de Oliveira Batista].
Apesar da pesquisa, ainda não descobrimos (piscadinha) quem classificou o leilão como "sucesso do sucesso", mas acreditamos ter sido uma observação irônica.

Listas: As mais lucrativas e os maiores prejuízos

Os maiores lucros:
Os maiores prejuízos:
P.S. A tabela ficou desatualizada com o prejuízo da OGPar de 17,4 bilhões (divulgado em abril)

Discursos



"Todos os discursos são tolices quando ditos por pessoa sem brilho. Seriam palavras deliciosas se fossem ditos por gente ilustre."

Molière via Blog da Dad

O Beijo


A fotografia mostra o exato momento que dois caracóis se beijam em cima de cerejas. Foi tirada por Vyacheslav Mischenko, na Ucrânia. "Eles podiam ser vistos se inclinando em direção ao outro, em uma tentativa desesperada para beijar"

31 março 2014

Rir é o melhor remédio

America's Next Top Accountant


O Newsbiscuit reportou (com adaptações):

Cantores, atores, dançarinos e estrelas do rock estão formando fila na esperança de ganhar uma vaga no novo reality show, campeão de audiência nos Estados Unidos. O “America’s Next Top Accountant” realizará o sonho de todo americano: se tornar um contador.

“Eu sempre tive este sonho secreto de que algum dia eu poderia trabalhar em alguma área de gestão financeira”, afirma uma empolgada Beyonce, “esse programa de TV significa que há ao menos uma chance dos meus sonhos se realizarem”, acrescentou enquanto praticava freneticamente sua tarefa de auditoria na calculadora e na planilha.

Os participantes têm apenas trinta segundos para impressionar os juízes com conselhos sobre despesas dedutíveis e declarações fiscais. Porém, apenas alguns poucos sortudos seguirão para o “Acampamento Contábil” onde a angústia e a euforia de descobrir quem tem talento para chegar até o fim serão assistidas por milhões de telespectadores.

“Desde que eu era uma criança eu praticava contabilidade no meu quarto...” confessou Adele. “Eu já enviei diversas tabelas com projeções de despesas para grandes empresas, e embora eles continuassem a me rejeitar, sempre acreditei que eu tinha a perspicácia financeira e as habilidades de auditoria para tornar meus sonhos reais”.

“Isso significa o mundo para mim” pranteou Rihanna, após ouvir que não passaria para a próxima rodada. Os juízes foram acusados de serem exageradamente brutais com alguns dos aspirantes a contabilidade. “Você não pode chamar isso de dedutível!” gritou um dos profissionais a uma choramingona Madonna, enquanto rasgava os recibos ilegíveis de algum psicólogo. “Esqueça, querida. Você nunca será uma contadora; você será apenas uma superestrela icônica do rock pelo resto de sua vida!”.

“Eu voltarei no próximo ano e no ano seguinte”, soluçou Madonna. “Eu me agarrarei ao meu sonho até chegar ao topo. Contanto que eu possa compensar a projeção das minhas despesas na pequena empresa do meu parceiro, em uma conta de financiamento fora de balanço em paraíso fiscal... Não... espere… não é bem assim…”

História da Contabilidade: O final dos anos setenta do século XX e a Inflação

Já apresentamos que a correção parcial das demonstrações contábeis no Brasil deve ter mais de setenta anos de história (1). Também mostramos que o índice de correção das informações geralmente era menor que a inflação da economia, caracterizando subestimação do índice usado (2). Este problema, por sinal, será muito debatido na década de oitenta do século passado.

Logo após a aprovação da lei 6.404, no final de 1976, o governo tinha que regular a correção do ativo. Um problema era determinar a correção dos valores dos ativos existentes nas empresas, adquiridos antes da lei. No início de janeiro de 1978 o governo lança uma portaria, estabelecendo os valores da ORTN para os ativos adquiridos antes da lei (3). Assim, para os ativos adquiridos em 1976 o parâmetro seria 1,3. Ou seja, o valor da aquisição seria multiplicado por 1,3. Já para 1968 o parâmetro era de 6,69 e assim por diante. Os valores dados pela portaria são apresentados a seguir:

Como não tínhamos o cálculo da inflação antes de 1939 – o primeiro índice de inflação, da Fipe, começou a ser calculado em fevereiro de 1939, a comparação entre a inflação e o valor da ORTN só pode ser comparado a partir deste ano. Usando o índice Fipe, podemos verificar a variação anual da ORTN dada pela portaria de correção do balanço em 1979 em relação à inflação. Esta comparação encontra-se no gráfico abaixo:

Em 27 anos a inflação da Fipe foi superior a variação da ORTN. Em 12 anos aconteceu o contrário. Ou seja, a variação da correção do balanço esteve abaixo da inflação na maioria dos anos. Mas para certificar se a variação da ORTN era realmente menor que a inflação é necessária verificar a variação acumulada. O gráfico abaixo está apresentando a diferença acumulada. Claramente existe uma diferença entre os dois índices. O gráfico anterior, com a variação anual, mostra que no início da década de sessenta a variação da ORTN foi bastante superior ao IPC da Fipe.



Referências
(1) Sobre a reavaliação, vide esta postagem. Aqui a cronologia da história da contabilidade brasileira. A questão inflacionária antes da lei 6.404 foi tratada aqui
(2) A postagem sobre a correção do imobilizado entre 1939 e 1964 mostra esta subestimação. Vide aqui
(3) O Estado de S Paulo, 14 de janeiro de 1978, p. 21. Para uma análise crítica do problema da subestimação do índice vide o livro de Niyama e Silva, Teoria da Contabilidade, 3ª. edição, 2013, o capítulo específico sobre contabilidade em ambientes inflacionários.

Xadrez

Terminou ontem o torneio dos candidatos de 2013 de Xadrez. Realizado na Rússia, o torneio reuniu oito jogadores que disputavam o direito de desafiar o maior jogador atual, o norugues Carlsen. Num sistema de disputa em que todos jogavam contra todos, o indiano Anand venceu o torneio com 8,5 pontos, obtidos com três vitórias e nenhuma derrota. A seguir o russo Karjakin, com 7,5 pontos.

Antes da penúltima rodada, Anand liderava com o armênio Aronian em segundo. Aronian é também o segundo no ranking do xadrez. Mas a experiência do indiano parece que foi decisiva: enquanto ele assegurava pontos preciosos, Aronian perdia os seus dois últimos jogos.

No ano passado Anand perdeu o título de campeão mundial para o jovem Carlsen. Agora, no segundo semestre, terá a chance de recuperar o título. Apesar de Carlsen ser o melhor ranking de todos os tempos, superando inclusive a Kasparov, Anand já foi campeão do mundo várias vezes e sabe como administrar seu jogo numa situação de tensão. Na disputa de 2013 ele começou pressionando bastante o norueguês Carlsen, que teve bastante dificuldade para se defender. Mas na medida que os jogos avançavam, parece que Anand sentiu o cansaço e Carlsen aproveitou para vencer o match.

Esportes na França

O mapa a seguir apresenta o esporte mais praticado em cada cidade da França:
O verde, que domina o mapa, é o futebol. O tênis, de laranja, no sul e perto de Paris.

Petrobras e TCU

Nos últimos anos, a Petrobras tem travado uma batalha com o TCU (Tribunal de Contas da União), que apontou em várias auditorias manobras jurídicas, sonegação e atraso de informações por parte da estatal. A Petrobras é a maior empresa do país, cujo plano de investimentos prevê gastos de quase R$ 100 bilhões por ano. São os contratos de obras bilionárias que estão no radar do TCU. A auditoria da polêmica compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, é um dos casos. O autor da denúncia que originou as apurações, o procurador do TCU Marinus Marsico, pediu documentos para fazer a análise da compra em 2012 (Fonte: Aqui)

É interessante que a empresa já chegou a ser premiada como empresa que melhor faz evidenciação de suas informações no mercado de capitais. Isto faz parte, inclusive, de uma questão do livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva. Naquela questão apontava-se a contradição entre a premiação e a posição do TCU, que não obtinha informações da empresa. É certo que são usuários diferentes, mas isto ilustra exatamente a dificuldade de atender a todos os usuários.

Listas: Fashion Capitals

Alessandra Ambrósio na São Paulo Fashion Week
Um novo ranking do Global Language Monitor, empresa do Silicon Valley que funciona como uma consultoria para grandes empresas globais de tecnologia, mostra que São Paulo está crescendo não apenas em sua expansão e número de habitantes, mas também dentro do universo da moda.

Em uma lista com 25 cidades, São Paulo ocupa o 15º lugar e ganha o título de “Rainha Fashion da América Latina”.

Nova York roubou o posto que foi de Londres em 2011 e 2012 e hoje está em primeiro lugar. “Nova York ficou em primeiro por conta de sua relação disciplinada, metódica e, ainda assim, criativa com a indústria da moda”, diz Bekka Payack, do GLM.

[...]

Veja a ista completa:

1 – Nova York
2 – Paris
3 – Londres
4 – Los Angeles
5 – Barcelona
6 – Roma
7 – Berlim
8 – Sydney
9 – Antuérpia
10 – Xangai
11 – Tóquio
12 – Milão
13 – Florença
14 – Madri
15 – São Paulo
16 – São Petesburgo
17 – Moscou
18 – Cingapura
19 – Miami
20 – Hong Kong
21 – Praga
22 – Nova Déli
23 – Cracóvia
24 – Varsóvia
25 – Dallas

O Rio de Janeiro foi classificado em 28o.

30 março 2014

Fazer um blog é um ato de amor

Eu sou uma pessoa que não entende nada de internet e quanto mais tempo on-line passo, menos entendo. Nunca vou conseguir compreender porque uns posts são mais lidos que outros, porque uns blogs são mais lidos que outros etc. Claro que tem a obviedade: um blog sobre poesia croata com análises no original provavelmente terá pouco acesso, um blog sobre celebridades tem mais chances de ultrapassar o limbo dos cem acessos diários – que é basicamente onde grande parte dos blogs se encontra etc. Mas falar além do óbvio, falar que eu posto sabendo no que vai dar é a maior mentira do universo. Na maior parte das vezes em que um post meu causa problema doméstico ou social o que mais tenho vontade de falar é: “Mas eu já disse tanta coisa pior!”.

[...]

Fico pensando nisso quando vejo essa enxurrada de analista de mídias sociais e internet. Tem até um curso na Escola São Paulo ensinando a fazer “blog pessoal”. Conteúdo programático: como preencher o cadastro do blogspot? O que eles fazem? Viram pro “cliente” e dizem “faz isso aqui que é garantido”? Que furada.

Uma das melhores coisas que já me aconteceu foi trabalhar por duas semanas com uma menina que acredita piamente que compreende a internet. Ela pensa isso por ter um site conhecido, muitos seguidores no Twitter, sono e bocejos. Nunca ocorreu a essa pessoa que todo seu imenso sucesso virtual fosse motivado por: 1) O site ser relativamente legal para um certo público e não cometer erros muito brutais tipo não ter link permanente; 2) Acaso. A pessoa realmente acredita que o site bomba porque ela manja e, portanto, podia fazer outro site e ele fatalmente seguiria o caminho do primogênito. Sabe quantas vezes já ouvi falar do site dela depois de pedir as contas? Nenhuma. Parece que até o primeiro site está miando.

O máximo que eu poderia fazer com alguma honestidade seria ensinar para a pessoa humana virtualmente leiga como ela deveria agir caso tivesse pretensão de ser lida por alguém além da família nuclear, ex-namorados e garotas que a detestavam na escola. Porque eu tenho uma teoria de que qualquer blog tem pelo menos trinta leitores. Daí você me diz “Mentira, o Google Analytics me disse que meu blog passou dias sem um só acesso”. Calma, eu disse que você tinha trinta leitores, não que tinha trinta leitores que entravam todo dia, muito menos trinta pessoas que entravam diretamente no seu site, te dando um pageview e um location de graça. Fato é: existem trinta pessoas que sabem o que está acontecendo no seu blog, então, pare com essa lamúria de “caso algum dos meus três leitores não saiba” etc etc porque essa definitivamente é uma frase que integra o Top 100 de Sentenças Mais Chatas e Repetidas da Internet.

Essas trinta pessoas abençoadas são: sua mãe, todos os seus ex-namorados e as meninas (ou meninos) que não gostavam de você na escola (o que pode evoluir para cursinho, faculdade, trabalho, INSS). Não adianta dizer “ah, minha mãe não sabe ligar o computador”. Confia em mim que ela lê. Não se pode entender leitura como um processo linear e integral. Na melhor das hipóteses alguém vai ligar para sua mãe contando, o que significa que indiretamente ela lê o seu blog. Sabe aquele livro “Como Falar dos Livros que Não Lemos?”, de Pierre Bayard? Famílias são especialistas na versão virtual disso aí. Se não confia em mim vai lá e insere no próximo post “Minha mãe é obesa e viciada em rivotril” e me conta em quantos minutos recebeu uma ligação furiosa.

Fazer um blog é um ato de amor ao próximo. Quando você faz um blog dá a essas trinta pessoas uma função social, coisa de que elas muito careciam. O sujeito deixa de ser seu ex-namorado e vira seu leitor. O leitor é o novo ex-namorado.

Nessa parte eu deveria falar o que acho que o cidadão pode fazer para ser lido por meia dúzia de pessoas além de sua família nuclear, mas vai que um dia eu dou aula na Escola São Paulo? A primeira regra do professor moderno é fingir que está ensinando algo que não pode ser encontrado na primeira página do Google.
Já Matei Por Menos, Juliana Cunha

Rir é o melhor remédio



Fonte: xkcd

Brasil: O PS4 mais caro

Não que seja novidade, mas vamos a uma reportagem do WSJ:

The PlayStation 4′s $399 price tag has made it an attractive choice for people in the U.S. But the PS4 isn’t such a great buy in other parts of the world.

In Brazil, Sony's videogame machine is more than four times as expensive as it is in the U.S., according to data from Bloomberg that was compiled by Statista. Bloomberg said the high import fees that Brazil puts on consumer electronics landed the country at the top of the list of most expensive places to buy a PS4. The U.S. and Sony’s home base of Japan are among the least-costly places. The U.K., like many European Union nations, is somewhere in the middle.

–Brian R. Fitzgerald

Blackberry

A Blackberry divulgou os resultados do quarto trimestre de seu ano fiscal nesta sexta-feira 28. A empresa teve prejuízo, mas menor do que o esperado pelo mercado. Apesar dos números negativos, as ações da empresa subiam cerca de 7% pela manhã.

A empresa teve um prejuízo de US$ 423 milhões, número muito melhor que o do trimestre anterior, que foi de US$ 4,4 bilhões de perda. No ano passado, no mesmo período, o prejuízo foi de US$ 628 milhões. O mercado esperava um resultado mais alarmante. As previsões eram de que o rombo na Blackberry fosse de US$ 0,56 por ação. O registrado foi US$ 0,08 por papel.
(Fonte: Aqui)

Mas quando se observa o desempenho ao longo do tempo, a situação da empresa parece realmente crítica. Veja, por exemplo, a evolução do lucro:

A empresa, que era lucrativa até 2012, passou a ter seguidos prejuízos. A evolução da receita também espelha o momento da Blackberry:
A empresa perdeu muito mercado com os smartphones e a concorrência de Samsung e Apple. A reação dos investidores é esperada:
Os investidores puniram a empresa, principalmente a partir de 2011.