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11 fevereiro 2013

Contabilidade: Minas na segunda metade do século XIX


O Diário de Minas foi uma publicação que circulou entre 1865 a 1878, tendo como sede a então capital da província de Minas Gerais, a cidade de Ouro Preto. Nos seus diversos números é possível notar alguns aspectos curiosos sobre a contabilidade e a profissão.

Em primeiro lugar, existia uma distinção clara entre contabilidade e escrituração. Veja o trecho a seguir, de 1867 (clique na imagem para ver melhor):

Ou este trecho de 1873, onde é citada uma legislação de 1837:

Um ano depois, uma norma sobre o Arsenal da Marinha deixa novamente clara a separação entre estes dois termos:

O segundo aspecto refere-se ao trecho acima, que mostra a função da contabilidade naquele período: fiscalização. No final de 1867 (mas publicado numa edição de 1868 do Diário de Minas) a Coroa institui o imposto pessoal:

No artigo 41 do decreto 4052 apresenta sobre a fiscalização e contabilidade:

As demonstrações contábeis de uma instituição financeira foi publicada em 1866. Eis o ativo:

Trata-se de um balancete de uma filial do Banco do Brasil. Ao final do ativo, um item denominado de “prata e cobres”. O lado direito é denominado de passivo:

Atente para o nome do guarda livros: Cesario Augusto. Em 1875, num debate publicado no jornal, Candido Oliveira faz a seguinte afirmação sobre a contabilidade:

Ou seja, quem não tem latim, pode estudar matemática e usar seus conhecimentos como guarda livros. 

Leitores impressionantes

Tumblr com ótimas fotos de pessoas famosas lendo:

Bjork rjeads.
Bjork rjeads.
Clarice Lispector reads, writes, sips tea.
Clarice Lispector reads, writes, sips tea.
Gabriel Garcia Márquez rea … wears a book on his head like a hat.
Gabriel Garcia Márquez rea … wears a book on his head like a hat.





George reads.
George reads.



Fey reads.
Fey reads.



Eu sou apaixonada pela foto da Tina Fey ^.^ ... ela lê - e escreve (claro). O livro 'Bossypants' é sensacional (o audiobook é hilário!!).


Guess what author Morrissey likes to read. I’ll give you thr … Oh. You guessed it.
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Judy Garland reads.
Judy Garland reads
Lydia Deetz (Winona Ryder) reads.
Lydia Deetz (Winona Ryder) reads.



Fora do tema: gratidão

“Cultive o hábito de ser grato por toda boa coisa que vem até você e de agradecer continuamente. E porque todas as coisas têm contribuído para o seu progresso, você deve incluir todas as coisas em seus agradecimentos.”
- Ralph Waldo Emerson

10 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio

Como os aviões voam:

Mania de Livros


A beautiful mess (by Mariam Kalandarishvili)
It’s Heaven! Home library designed by architecture firm Ilai.
It’s Heaven! Home library designed by architecture firm Ilai.
Home Library (Photo by srk1941)
Home Library (Photo by srk1941)

This has landed on the dash straight from Oxford :) Thanks Henry!
This has landed on the dash straight from Oxford :) Thanks Henry!
Largest Law Library Building in the World. Gothic-structured University of Michigan Law Library has a 50-foot cathedral ceiling, huge stained-glass windows, oak wainscoting, and cork floors. Renovation in the 90’s added more spaces for books containing for up to 475,000 volumes. The Jackier Rare Book Room alone shelves up to 25,000 volumes of old books! (Photo by Dominic Bow)
Largest Law Library Building in the World. Gothic-structured University of Michigan Law Library has a 50-foot cathedral ceiling, huge stained-glass windows, oak wainscoting, and cork floors. Renovation in the 90’s added more spaces for books containing for up to 475,000 volumes. The Jackier Rare Book Room alone shelves up to 25,000 volumes of old books! (Photo by Dominic Bow)
“And all the books you’ve read have been read by other people. And all the songs you’ve loved have been heard by other people. And that girl that’s pretty to you is pretty to other people. And that if you looked at these facts when you were happy, you would feel great because you are describing “unity.”” — Stephen Chbosky, The Perks of Being a Wallflower (via piccsy)
“And all the books you’ve read have been read by other people. And all the songs you’ve loved have been heard by other people. And that girl that’s pretty to you is pretty to other people. And that if you looked at these facts when you were happy, you would feel great because you are describing “unity.”” — Stephen ChboskyThe Perks of Being a Wallflower (viapiccsy)
Fonte: Tumblr bookmania

Ilustrar é esclarecer


Desde o tempo do Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci até os raios-X de Rosalind Franklin, certos enunciados da ciência são feitos com muito mais força usando imagens em vez de palavras.


Com o lema de que ilustrar é esclarecer, e que as ilustrações apresentam a conexão mais imediata e influente entre cientistas e cidadãos, a National Science Foundation (NSF – Fundação Nacional de Ciência) e o periódico Science criaram o desafio de Visualização de Ciência e Engenharia, para celebrar a tradição da visualização de ciência e encorajar seu crescimento contínuo.
O espírito da competição é comunicar ciência, engenharia e tecnologia com finalidade educacional e jornalística.
Aqui os vencedores de fotografia e ilustração:

Primeiro lugar e vencedor do voto popular: “Cristais Biominerais Isolados”
1
O primeiro lugar foi para uma foto de cristais de biominerais isolados. Estas estruturas fantásticas são cristais microscópicos que fazem parte do dente de um ouriço do mar.
Cada tom de azul, azul-piscina, verde e roxo destaca um cristal individual de calcita, mineral carbonatado encontrado em mármore, calcário e conchas. A foto foi colorida usando Photoshop e microfotografia de escaneamento de elétrons.
O formato incomum e intrincado destes cristais permitem que os dentes do ouriço do mar, mesmo feitos de uma substância tão macia quanto o giz, sejam fortes o suficiente para triturar rochas.
Crédito: Pupa U. P. A. Gilbert e Christopher E. Killian; Universidade do Wisconsin, Madison
Menção honrosa: “Autodefesa”
2
Essa é uma foto feita pelo radiologista Kai-hung Fung, e mostra duas estratégias diferentes de autodefesa.
O mexilhão da esquerda tem uma concha bivalve, que se fecha ao primeiro sinal de uma ameaça. O caramujo da direita tem uma estratégia diferente: a concha em espiral fornece uma série de barricadas a potenciais invasores.
Fung usou um scanner para visualizar fatias do caramujo e do mexilhão, então desenhou seus contornos usando várias cores, destacando as estruturas complexas. A criação de uma imagem destas envolve o equilíbrio de “dois lados da mesma moeda”, diz Fung. “Um lado é a informação factual, o outro lado é a arte”.
Crédito: Kai-hung Fung, Hospital Oriental Pamela Youde Nethersole em Hong Kong
Primeiro lugar: “Conectividade de um Computador Cognitivo Baseado no Cérebro Símio”
3
Esta estrutura em espirais de néon é o diagrama de fiação de um novo tipo de computador que, segundo algumas definições, pode ser capaz de pensar. Ele foi inspirado na arquitetura neural de um macaco.
Nos últimos 2 anos, o grupo de computação cognitiva da IBM em San Jose, Califórnia (EUA), fez grandes avanços no projeto de um computador que possa detectar padrões, planejar respostas e aprender a partir de erros. A imagem foi feita por Emmett McQuinn, engenheiro de hardware da IBM.
Crédito: Emmett McQuinn, Theodore M. Wong, Pallab Datta, Myron D. Flickner, Raghavendra Singh, Steven K. Esser, Rathinakumar Appuswamy, William P. Risk, e Dharmendra S. Modha
Menção honrosa e vencedor do voto popular: “Infiltração cerebral”
4
Nesta imagem de um cérebro, um tumor maligno aparece como uma massa vermelha à esquerda. As fibras vermelhas são um sinal de perigo. Se forem cortadas pelo escalpelo do neurocirurgião, o paciente pode ter a visão, percepção ou função motora afetadas. As fibras azuis mostram conexões funcionais distantes do tumor que provavelmente não serão afetadas durante uma cirurgia.
Juntas, as fibras azuis e vermelhas fornecem um roteiro para os neurocirurgiões planejarem suas operações.
O estudante de graduação de Ciência da Computação Maxine Chamberland, do Sherbrooke Connectivity Imaging Lab no Canadá, cria imagens como estas semanalmente, usando uma técnica de ressonância magnética que detecta a direção em que as moléculas de água se movem dentro das fibras de matéria branca, e monta uma imagem tridimensional das conexões funcionais do cérebro.
Crédito: Maxime Chamberland, David Fortin, e Maxime Descoteaux, Laboratório de Imageamento de Conectividade Sherbrooke
Fonte: Aqui

Estudar para aprender


Muitos de meus alunos e mesmos meus colegas de profissão me questionam, quanto ao desenvolvimento do hábito de estudar. Principalmente quando sou flagrado nessa afronta inacreditável de estudar todos os dias, seja preparando minhas aulas ou aprendendo algo novo.

Estudar é um conceito chave e caracteriza o ato mais frutífero no processo de ensino-aprendizagem. Quando alguém está estudando, está criando uma oportunidade de aprender. Está hierarquizando procedimentos que proporcionam os elementos essenciais para a construção do conhecimento. O estudar e o aprender estão intimamente relacionados.

Daí o óbvio que muitos querem ignorar:
Para realmente aprender é preciso estudar.

É imperativo que tanto estudantes e professores, sejam capazes de construir ambientes de aprendizagem. Em síntese um ambiente que proporciona as condições mais favoráveis para o estudo, o que não se resume obviamente na concepção de modelos puramente instrucionais, onde a informação é simplesmente disponibilizada com certo didatismo, em via única, indo do instrutor ao aprendiz. Supondo-se na maioria das vezes que este último seja tábula rasa. Um mero recipiente a ser preenchido.

Do ponto de vista filosófico, um ambiente de aprendizagem deve ser antes de tudo um ambiente de estudo dentro de um mundo de instrução capaz de envolver a atividade hermenêutica de construir interpretações.

Em outras palavras a informação só pode ser útil, se dela, se obtém a capacidade de elaborar uma nova concepção da própria realidade. A descoberta deste saber que se tornará alavanca da evolução individual e possibilitará a sua nova leitura de mundo.

Consistente com estes argumentos filosóficos, por exemplo, o estudo de determinada lei natural, não deve limitar-se à simples memorização do enunciado da lei, ou ao estabelecimento de algoritmos de aplicações de sua formalização matemática.

Estudar, em seu pressuposto hermenêutico, caracteriza um conjunto de operações mentais, que possibilitem a formulação de hipóteses, a modelagem de ensaios, o exame dessas hipóteses e a construção de interpretações e previsões de resultados, como reflexo desse modelo, dentro de um determinado contexto prático.

Do aprendizado desse novo conteúdo, o aprendiz terá evoluído o seu discurso, sua forma de pensar e evidentemente sua conduta no mundo do fazer. Nesse ponto o processo ensino-aprendizagem torna-se, a meu ver, algo mais abrangente que denominamos “educação”.

Aliás, é justamente esse elemento de contextualização, que apresenta um papel preponderante, como elemento que desperta a atenção, na construção de um aprendizado pleno de significado que prepara o indivíduo para o mundo e o torna efetivo. O torna cidadão.

O modelo deve ser projetado para ajudar o aprendiz a construir um conhecimento útil em lugar de informação inerte, que simplesmente ilustra.

Deve ser dada ênfase num determinado enfoque que gere interesse e permita que o aprendiz se identifique com o problema e passe a prestar atenção à sua própria percepção e na forma que se dá a construção dessa compreensão e da solução do problema.

Assim o aprendiz, hierarquizado a estudante, pode ser apresentado à informação pertinente a essas percepções, de forma que seu aprendizado seja efetivo e possibilite, a posteriori, aplicar analogamente esse know how desenvolvido na construção de soluções para novos problemas, tornando-se autônomo.

A meta principal de um ambiente de aprendizado é possibilitar ao estudante a percepção das características críticas da situação problema, experimentar as mudanças em sua percepção e entender como se pode analisar a situação por pontos de vistas inovadores.

Porém, a questão determinadora, que tange a meta principal, até no pressuposto de torná-la viável ou não, seria a que se resume no “como” se deve projetar um ambiente de aprendizagem? Ou, em outras palavras, quais são os atributos essenciais que caracterizam um ambiente de estudo?

Do ponto de vista do educador, se inicia simplesmente pelo ato de encantar. De mostrar que o universo a ser aprendido é a cada dia um brinquedo novo.

Do ponto de vista do educando, se inicia com a sua coragem. Coragem de aceitar desafios. De colocar o seu esforço como prioridade. Descobrindo que existem brinquedos muito trabalhosos e que nem por isso deixam de ser divertidos.

Quando o educando aceita a sua parte na responsabilidade de aprender e tornar-se parte da solução ele naturalmente se transforma em educador. Primeiro de si mesmo. E a posteriori dos demais.

O êxito do aprendiz é quando naturalmente ele se transforma também em professor.

O êxito do professor é quando ele descobre humildemente que nunca deixará de ser aprendiz – pois existem neste mundo muitas coisas a se conhecer – e neste ponto ele transcende sua condição de instrutor e se transforma em educador. Estudando sempre e inspirando seus alunos com suas ações a estudarem com alegria e aprenderem com prazer, pois, nas palavras do poeta inglês William Yeats:

“Educar não é encher um cântaro, mas sim, acender uma chama”.

09 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana

Fato: A Justiça Brasileira e os escândalos financeiros. Nesta semana parece que a justiça brasileira começou a agir contra alguns crimes do colarinho branco. O Ministério Público Federal denunciou pessoas responsáveis pelos problemas ocorridos no Banco Cruzeiro do Sul. O STJ condenou o Banco Rural e a Vasp por simulação num empréstimo. Mesmo na área administrativa aumenta o rigor com estes tipos de crimes. A CVM multou o ex-proprietário da Mesbla; além do caso do Pactual, BTG e UBS e os impostos. O melhor foi uma decisão do TRF sobre insider trading da Sadia.

Qual a relevância disto? A justiça brasileira ainda é lenta e ineficiente. Mas sem dúvida nenhuma algo melhorou nos últimos anos. Os escândalos contábeis e financeiros estão encontrando uma nova geração de pessoas que estão menos propensas a aceitar o “jeitinho brasileiro”.

Para profissão, os desdobramentos criminais destes casos pode representar um risco maior para aqueles que desrespeitam o código de ética e as leis.

Positivo ou Negativo? – Positivo para aqueles que acreditam que a honestidade vale a pensa.

Desdobramentos – Mais leis e regras serão criadas para punir aqueles que praticam o crime do colarinho branco. O contador será atingido por estas regras.

Outros candidatos a fato da semana: A divulgação do balanço da Petrobras seria um forte candidato; mas a empresa já foi fato da semana passada e a rigor as demonstrações contábeis não apresentaram notícia nova. Os escândalos contábeis na China  e a divulgação que a Wal-Mart sabia, desde 2005, que a filial do México estava pagando suborno são fatos internacionais.


Anpcont

O VII Congresso ANPCONT irá ocorrer em Fortaleza/CE, entre 2 e 5 de junho de 2013. Além da apresentação dos trabalhos, o Congresso contará com as seguintes participações:

(a) Jerome Haas (Président de l’Autorité des Normes Comptables, FRANÇA) e (b) Yuri Biondi (ESCP Europe, Editor do Journal of Accounting, Economcis and Law, chairman da FASC/AAA), (c) Belverd Needles (De Paul U., EUA, UN/ISAR, IAAER, AAA), (d) Robert Stake (U. of Illinois, EUA, Diretor do CIRCE/UIUC, Avaliação e Pesquisa Qualitativa).

Os artigos podem ser submetidos até 15 de fevereiro, aqui

Leitura fotografada

O Tumblr Common People Reading reúne fotos de pessoas anônimas lendo por aí. Você pode, inclusive, participar. Basta enviar e-mail para o adorável idealizador da versão brasileira do Awesome People Reading, Wolvey Fernandes wolney7@gmail.com

Tatiana Lima fotografada por Joel Muniz
[Rio de Janeiro -> Niterói/RJ - Brasil]
Tatiana Lima fotografada por Joel Muniz
[Rio de Janeiro -> Niterói/RJ - Brasil]

Anônima fotografada por Wolney Fernandes
[São Paulo/SP - Brasil]
Anônima fotografada por Wolney Fernandes
[São Paulo/SP - Brasil]

Sofia Almeida Barros
[Goiânia/GO - Brasil]
Sofia Almeida Barros
[Goiânia/GO - Brasil]

Freira fotografada por Rob van Duijn
[Hoofddorp - Holanda]
Freira fotografada por Rob van Duijn
[Hoofddorp - Holanda]

Isabel Sales fotografada por André Luis V. S. de Andrade
[Maragogi/AL - Brasil]
Isabel Sales
[Maragogi/AL - Brasil]
Wolney Fernandes
[Goiânia/GO - Brasil]
Wolney Fernandes
[Goiânia/GO - Brasil]





08 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio


Cruzeiro do Sul

Nas contas do Banco Central, o rombo no Cruzeiro do Sul em setembro do ano passado, quando a instituição foi liquidada, era de R$ 2,2 bilhões. Desse valor, R$ 1,934 bilhão - ou seja, quase 88% do patrimônio a descoberto apontado pela auditoria do BC - foi alvo de desvios supostamente praticados pelos ex-controladores Luis Felippe Indio da Costa e Luis Octavio Indio da Costa, com o auxílio de outras 15 pessoas. Essa é a conta feita pelo Ministério Público Federal, que em 7 de janeiro denunciou à Justiça Federal de São Paulo 17 pessoas, entre eles os dois ex-banqueiros, oito integrantes da diretoria do banco e sete "laranjas" - terceiros utilizados para sangrar o patrimônio do banco por meio de operações financeiras fraudulentas. (...)


Segundo a acusação feita em um dos processos que tramita na Justiça, foram quatro as formas até agora descobertas para que os ex-controladores, diretores e funcionários desviassem dinheiro do banco. A primeira delas envolve fraudes em empréstimos consignados, cuja soma dos valores subtraídos alcançaria R$ 1,249 bilhão. A acusação também aponta contratos de prestação de serviços falsos, nos quais os valores pagos pelo banco voltavam ao seu caixa, em uma contabilidade paralela, e eram sacados em espécie pelos seus diretores; e a manipulação da cotação das ações do banco na bolsa de valores, feita com a simulação de operações de compra e venda dos papéis por intermediários, o que teria levado o banco a um prejuízo de R$ 285,19 milhões.

A fraude de maior complexidade apontada pelo MPF, no entanto, é a que envolve dois Fundos de Investimento em Participações (FIPs) - o BCSul Verax Cinco Platinum e o BCSul Verax Equity 1, administrados pela corretora Cruzeiro do Sul DTVM, cujo único proprietário era o banco dos Indio da Costa.

MPF aponta desvio de R$ 1,9 bilhão no Cruzeiro do Sul - 7 de Fevereiro de 2013 - Valor Econômico
Cristine Prestes | De São Paulo

Escândalos contábeis da China

O escândalo contábil da Caterpillar, que adquiriu um empresa chinesa com milhares de dólares em estoques inexistentes, chamou a atenção para as fraudes na China. Mas chama a atenção a simplicidade das fraudes:

O que une a suposta fraude na subsidiária chinesa da Caterpillar, a Siwei, com os métodos descritos por Gillis são sua simplicidade. Enquanto Enron escondeu suas perdas através da realização de operações de derivativos com seus próprios veículos fora do balanço e Bernard Madoff escondeu seu esquema Ponzi com uma suposta estratégia de negociação "split-strike", as empresas corruptas chinesas infla as vendas nos negócios de fabricação e inventando clientes falsos.

Futebol e Companhias aéreas

Ao longo dos últimos anos, o futebol tem sido fortemente influenciado pela riqueza da região do Oriente Médio. Vários clubes em toda a Europa estão sendo assumidas pelos conglomerados do Oriente Médio, com o anúncio que o Catar ganhou o direito de hospedar a Copa do Mundo de 2022, houve um grande fluxo de dinheiro trazido para o jogo. Mas esses grupos não estão apenas no negócio de futebol para ganhar troféus, eles estão lá para construir marcas corporativas. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que na indústria de aviação comercial, onde duas companhias aéreas em rápido crescimento estão usando o futebol para estabelecer uma base de consumidores forte.

Na semana passada, a Emirates assinou um novo contrato de cinco anos para patrocinar o Paris Saint-Germain (PSG) e contará com a camisa da equipe durante a temporada 2018-2019. O negócio de 171 milhões dólares irá aumentar ainda mais a pegada da Emirates em todo o futebol europeu, e espera repetir o sucesso que ocorrido ao patrocinar o Arsenal, um dos maiores clubes de Londres.

Em 2004, o Arsenal assinou o seu primeiro negócio com a Emirates, que contou com o acordo de patrocínio na camisa e do estádio de um dos clubes mais populares da Europa. Em novembro de 2012, o Arsenal reassinou com a Emirates por US $ 235 milhões, onde a companhia aérea apareceria na camisa da equipe nos próximos cinco anos. Esta parceria já foi extremamente benéfica para a Emirates, porque ao longo das últimas cinco temporadas o Arsenal vendeu uma média de 800 mil camisas por temporada (terceiro maior vendedor da Nike).

Com patrocínios em grandes centros europeus, a Emirates adicionou 15 novos destinos, desde Setembro de 2011, e atingiu um lucro recorde de US $ 17 bilhões em março de 2012. Mas Emirates não é a única a usar o futebol como uma ferramenta de branding e outras companhias aéreas tomaram uma estratégia semelhante para tentar imitar o sucesso da companhia aérea.

A Ethiad Airways, com sede em Abu-Dhabi, tem sido o principal patrocinador para o Manchester City desde 2009. (...)

Adaptado daqui

07 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio

Sinalização encontrada em Edinburgh


Estamos sempre à espera de conexões causais

Até recentemente, a nossa percepção de risco e a maneira como tomamos decisões eram consideradas mais da alçada da estatística. A psicologia cognitiva, porém, com sua ênfase em processos mentais, aproximou as noções de percepção e julgamento do campo da resolução de problemas, obtendo com isso resultados surpreendentes. No livro Judgment under uncertainty: heuristics and biases (1974), o israelense-americano Daniel Kahneman reviu, em parceria com Amos Tversky, diversas teorias sobre como tomamos decisões em momentos de incerteza. Eles concluíram que a difundida tese de que as pessoas se decidem com base em estatísticas e probabilidade não era verdadeira na prática. As pessoas fundamentam suas decisões em “regras gerais”, exemplos específicos ou pequenas amostras. Por consequência, os julgamentos podem ser muitas vezes equivocados, pois se baseiam em informações que ocorrem à mente com probabilidades reais.

Kahneman e Tversky perceberam que esse método de resolver problemas com base em experiência tinha um padrão t: tendemos a superestimar a probabilidade de coisas que tem pouca chance de acontecer (como um acidente de avião) e a subestimar a probabilidade do que tem muita chance de ocorrer (como bater o carro quando se dirige alcoolizado).

Esses achados fomentaram a teoria da perspectiva de Kahneman e Tversky, divulgada em 1979, e levaram à criação de um campo de estudo associado à psicologia: a economia comportamental.

Fonte: O Livro da Psicologia - as grandes ideias de todos os tempos.

Rural e Vasp

O Banco Rural e uma empresa do grupo, a Rural Agroinvest, perderam um recurso anteontem no STJ (Superior Tribunal de Justiça) numa ação em que foram condenados a pagar cerca de R$ 110 milhões a ex-funcionários da Vasp.

O banco queria incluir a massa falida da Vasp na ação e foi derrotado. A empresa área teve sua falência decretada em 2008 e deve R$ 1 bilhão a 4.200 funcionários.

O Rural, segundo a Justiça, ajudou o ex-dono da Vasp, o empresário Wagner Canhedo, a tirar R$ 38 milhões do grupo em 2004. À época, já havia uma decisão judicial de que todos os bens de Canhedo deveriam ser usados para pagar dívidas trabalhistas, segundo o advogado Carlos Duque Estrada.

Para contornar o veto, de acordo com o advogado, Canhedo simulou um empréstimo no banco e pagou com 71.600 cabeças de gado.

O gado, porém, não foi entregue. O resultado da operação foi a retirada de R$ 38 milhões do grupo de Canhedo. A juíza Elisa Andreoni escreveu em decisão que "a fraude é inconteste". Esse valor corrigido atinge hoje cerca de R$ 110 milhões.

O Rural diz que não havia veto à venda, que o gado foi entregue e que vai entrar com novos recursos na Justiça.

O banco informa que já tem reservado o valor a ser pago caso perca a ação.

Rural terá de pagar R$ 110 mi a ex-funcionários da Vasp - 6 de Fevereiro de 2013 - Folha de São Paulo

BTG, Pactual e UBS

Uma complexa trama entre estas três entidades, envolvendo também a receita federal:

Autoridades brasileiras acusam o banco suíço UBS de não ter pago impostos que poderiam chegar a R$ 2,4 bilhões no período em que a instituição financeira suíça controlou o banco Pactual entre 2006 e 2009 no Brasil. Os dados fazem parte do relatório financeiro do próprio UBS, publicado ontem, menos de uma semana depois que o Palácio do Planalto deu o sinal verde para a volta do banco suíço ao Brasil.

Em 2006, o UBS colocou pela primeira vez os pés sobre o mercado brasileiro, comprando do empresário André Esteves o Pactual por US$ 3,1 bilhões. Mas a crise financeira internacional acabou atingindo o UBS, que foi resgatado por um pacote do governo suíço.

Entre as medidas tomadas pelo UBS para se recuperar estava a venda de alguns negócios pelo mundo. Assim, em 2009, o banco vendeu o Pactual para o BTG, fundado justamente por André Esteves, que pagou US$ 2,5 bilhões por seu ex-banco.

Agora, o UBS admite que Esteves reclama o pagamento de US$ 1,2 bilhão em indenização para pagar por "várias avaliações de impostos emitidas pelas autoridades fiscais brasileiras contra o Pactual em relação ao período de dezembro de 2006 a março de 2009, quando o UBS era o proprietário do Pactual".

Segundo o documento e a própria assessoria do banco consultada pelo Estado, o UBS está questionando legalmente essa cobrança de impostos. "O BTG também forneceu avisos ao UBS sobre vários questionamentos por parte das autoridades fiscais brasileiras sobre o Pactual e que estão relacionadas com o período em que o Pactual foi de propriedade do UBS, mas envolvendo valores substancialmente menores", indicou o relatório oficial do banco. Procurados no Brasil, o BTG e a Receita Federal não comentaram o assunto.

Volta. Há apenas uma semana, o UBS comemorou o fato de que a presidente Dilma Rousseff assinou decreto aprovando a aquisição da corretora Link pelo banco suíço, anunciada em abril de 2010. "É do interesse do governo brasileiro a participação estrangeira de até 100 por cento no capital social de banco de investimento a ser constituído pelo UBS (...) e a Link Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, a ser adquirida pela mesma instituição", diz o decreto. Na prática, o governo deu o sinal verde para o retorno do banco suíço ao Brasil.

A presença do UBS no Brasil nem sempre foi tranquila, e o banco chegou a ter funcionários presos no País por suspeita de evasão. Hoje, esses banqueiros estão soltos em Genebra, mas não trabalham mais para o UBS.

O banco foi investigado por ter colaborado também com esquemas de lavagem de dinheiro, e doleiros brasileiros continuam sob investigação na Suíça por conta do caso.

A reportagem do Estado publicou documentos oficial da Polícia Federal indicando que gerentes de contas do UBS na Suíça operaram com doleiros no Brasil para garantir a transferência de recursos entre as contas secretas em Genebra e o País.

Interceptações de conversas telefônicas feitas pela Polícia Federal mostraram uma gerente de contas em uma conversa com um doleiro no Brasil pedindo seus serviços para um cliente do UBS. A constatação aponta ainda para suspeitas de que a gerente em questão funcionava como "mula financeira", viajando frequentemente entre seu escritório na Suíça e o Brasil para abrir contas não declaradas ao Fisco.

Em 2007, operações lançadas pela Polícia Federal identificaram suspeitas de banqueiros suíços colaborando com a evasão fiscal e lavagem de dinheiro. O UBS, na época, negou que tivesse qualquer relação com doleiros e que os casos eram iniciativas pessoais das pessoas envolvidas.

Perda. Ontem, o UBS admitiu ter registrado importantes prejuízos no quarto trimestre do ano passado, depois que uma multa de US$ 1,5 bilhão foi cobrada por manipulação de taxa de juros, além de custos de reestruturação que prevê a demissão de 10 mil funcionários.

No ano de 2012, os prejuízos totais do maior banco da Suíça atingiram 2,5 bilhões de francos suíços ( 2 bilhões). O resultado contrasta com o lucro de 4,1 bilhões de francos suíços de 2011.

BTG cobra R$ 2,4 bilhões do UBS por impostos não pagos no Pactual - 6 de Fevereiro de 2013 - O Estado de São Paulo - JAMIL CHADE

Benford e Petrobras

Em postagem de ontem, calculamos para o resultado da Petrobras, o comparativo com a Lei de Benford.

Esta lei, já citada anteriormente em outras postagens, diz que em certos conjuntos de dados a distribuição do primeiro dígito não é uniforme. Na verdade, o número que deve aparecer mais será o 1, com cerca de 30% dos casos. O segundo número mais comum é o 2, com 17%; o terceiro é o 3 e assim por diante.

Com respeito a Petrobras, eu tomei o balanço patrimonial da empresa e selecionei sempre o primeiro dígito. Por exemplo, o primeiro valor monetário é o Caixa e Equivalentes, com um quantitativo de 27.628. Para verificar a Lei de Benford é necessário somente o primeiro dígito, neste caso o número dois. O item seguinte é Títulos e Valores Mobiliários, com valor de 21.316; novamente, o que interessa é o primeiro dígito, ou 2. Já este mesmo item, do grupo não circulante, tem um valor de 359 e o primeiro dígito é 3.

Na postagem de ontem tomei todos os valores do balanço patrimonial, 2012 e 2011, consolidado e controladora, exceto os totais e subtotais. A escolha de considerar somente o balanço é um limitador da análise, que deveria também usar os dados das outras demonstrações. De qualquer forma, o número de observações é suficiente para termos uma ideia sobre a distribuição dos dados.

Usando a mesma empresa, mas considerando somente 2012 Consolidado, e expandindo a análise também para DRE, DFC, Lucro Abrangente e DVA, obtive o seguinte resultado:
Em azul, o valor obtido em percentual; de vermelho, o valor teórico da lei Benford. Enquanto o número 1 o valor obtido está um pouco abaixo da lei, o número dois ocorre o contrário. Nos demais, a diferença é reduzida. (O número de observações foi de 120).

Os primeiros trabalhos da Lei Benford na contabilidade (e impostos) foram de autoria do professor Josenildo Santos. Um desses trabalhos pode ser obtido aqui. Uma aplicação em auditoria do terceiro setor, de um orientando de mestrado meu, pode ser obtida aqui. As diversas postagens deste blog, sendo a primeira de agosto de 2006, podem ser obtidas aqui.

Fora do Tema: Inspiração

À medida em que envelhecer, você descobrirá que tem duas mãos, uma para se ajudar, outra para ajudar os outros. – Audrey Hepburn


06 fevereiro 2013

Wal-Mart já sabia...

A investigação sobre o caso de pagamentos da empresa Wal-Mart para pessoas de países estrangeiros, em particular o México, indicou que os executivos da empresa já sabiam das denúncias desde 2005. Dois congressistas dos EUA afirmaram ter documentos que comprova que inclusive o CEO recebeu e-mails sobre subornos pagos no México. 

Uma estimativa inicial indica 24 milhões de dólares pagos no México para obter licenças de construção. A empresa, por sua vez, afirma que desde 2011 está investigando o assunto.

Rir é o melhor remédio


Observações sobre notas explicativas

Foi postado recentemente no blog um texto da revista Capital Aberto. O assunto era a grande quantidade de notas explicativas nas demonstrações contábeis. O texto, no entanto, merece alguns comentários.

Em primeiro lugar, a questão do excesso de notas explicativas não é exclusividade brasileira – como as vezes deixa transparecer o texto – nem é recente. Veja a frase a seguir:

Criadas para complementar as demonstrações contábeis em tópicos que necessitam de esclarecimentos extras, elas sofrem atualmente de verborragia a redundância.

Ou mais adiante:

A dificuldade das empresas em escreverem uma boa nota explicativa também está ligada ao processo de adaptação do mercado brasileiro à produção de demonstrações financeiras no novo padrão contábil. Diferentemente do modelo de contabilidade antigo, baseado em regras predefinidas, os IFRS exigem do emissor do balanço uma análise sobre a essência econômica das transações. Para justificar as decisões tomadas, os contadores podem estar dando mais voltas que o necessário.

As IFRS podem ser acusadas de muitas coisas, menos de serem indutoras do aumento da quantidade de páginas.

A segunda questão diz respeito ao que se espera das notas explicativas. Num primeiro momento, afirma-se que:

O grupo defende que as notas divulguem apenas fatos relevantes novos e informações complementares às publicadas anteriormente. Dados apresentados em períodos anteriores poderiam ser encontrados com um simples direcionamento para o local onde se encontram.

Na opinião de Eliseu Martins, professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos maiores especialistas brasileiros em IFRS, a nota explicativa "só deve conter o que interfere diretamente no processo de investimento".

Aqui temos um grande problema. Antigamente, as demonstrações contábeis eram detalhadas. Com o passar do tempo e o aumento da complexidade do ambiente de negócios, as demonstrações quantitativas ficaram mais enxutas, sendo colocados nas notas explicativas os detalhes. A proposta do grupo que está estudando o problema é inadequada. Se desejar conhecer qual o método de avaliação do inventário da empresa deveria consultar os relatórios onde isto foi informado. Se a empresa já possui dez exercícios que não muda o método de inventário, o usuário deverá procurar por relatórios de dez exercícios até encontrar esta informação.

A frase do Eliseu Martins esconde um grande problema: quem está produzindo os relatórios não sabe o que o usuário deseja. E provavelmente nunca saberá, pois estamos tratando de usuários, no plural. Com necessidades distintas. Assim, imaginar que aquele que produz o relatório terá condições de antecipar as necessidades dos usuários é temerário. De igual modo, é praticamente impossível separar aquilo que interfere na decisão de investimento do que não interfere.

O terceiro aspecto é decorrente do conservadorismo necessário ao que produz a informação. O texto lembra isto timidamente:

As notas longas demais e pouco elucidativas são, em alguns casos, incentivadas pelos próprios contadores e auditores. Com medo de represálias dos reguladores, esses profissionais preferem pecar pelo excesso.

A discussão é muito mais complicada do que faz parecer o texto.

Petrobras

A empresa divulgou os resultados de 2012. Diante das últimas notícias, e usando os dados dos balanços (página 70 do relatório), fiz a comparação entre os parâmetros da lei de Benford e o observado:
Em azul, o valor teórico da distribuição da Lei. Em vermelho, o que foi obtido no balanço patrimonial da empresa. Diferenças elevadas pode ser um sinal de manipulação dos resultados divulgados.

Também observei o que a empresa dizia sobre a questão da refinaria de Pasadena. Eis o que está escrito na página 58 das demonstrações:
Ou seja, o teste de impairment amortizou 464 milhões de reais da refinaria. Mais adiante, a empresa comenta o acordo, onde teve que pagar 820 milhões de dólares:
A perda de 464 milhões novamente aparece na página 105:
A imprensa ressaltou o resultado menor que o ano anterior. O que diz a administração da empresa? Na mensagem da presidência a resposta:
Pesquisa realizada no passado pela doutora Fernanda Rodrigues mostra que quando as notícias são ruins, a administração puxa variáveis externas. É o caso: preços elevados, desvalorização cambial e aumento das despesas extraordinárias - parece que foge ao controle da gestão - pelos poços secos. A questão de Pasadena, que gerou uma amortização de 464 milhões de dólares, resultado de uma decisão administrativa no passado, não foi comentada. (É bem verdade que a baixa de poços secos aumentou de 2,5 bilhões para 5,6 bilhões)

Herbalife

O Valor Econômico apresentou ontem um texto sobre o Caso Herbalife (Caso Herbalife é alerta para investidor, 6 de Fevereiro de 2013, Valor Econômico, Marcelo d'Agosto). Em meados de janeiro este blog já comentava o assunto.

O texto do Valor resume o assunto:

O investidor americano Bill Ackman, que administra a companhia de investimentos Pershing Square Capital Management - um "hedge fund" -, acusa a Herbalife de organizar um esquema de pirâmide que provoca enormes danos a diversas comunidades vulneráveis nos Estados Unidos e no mundo. Com a esperança de aumentar rapidamente a renda, argumenta Ackman, as pessoas acabam comprando produtos que não precisam e que são vendidos pela Herbalife por preços acima dos praticados pela concorrência.

Recentemente o blog especializado em fraudes Grumpy Old Accountants fez uma análise das demonstrações contábeis da empresa. A conclusão é que a empresa é saudável:

No caso da Herbalife, as demonstrações financeiras podem estar mascarando algum risco de longo prazo, particularmente se autoridades regulatórios fizerem a empresa mudar a maneira de fazer negócios. 

O problema estaria na maneira de fazer negócios da empresa, não na sua contabilidade.

Mesbla

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou o empresário Ricardo Mansur em R$ 200 mil por infrações a regras de mercado no comando da extinta Mesbla. O mesmo processo contra o empresário havia sido julgado em 2009, mas teve a decisão anulada pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), conhecido por "conselhinho". Agora, a CVM dobrou a multa aplicada.

Naquele ano, Mansur recebeu duas multas que somavam R$ 100 mil e recorreu ao "conselhinho". O CRSFN anulou o julgamento por considerar que o empresário não havia sido regularmente intimado para a sessão, o que prejudicou sua defesa.

Agora a CVM condenou o empresário a pagar R$ 100 mil na qualidade de presidente do conselho da Mesbla, por não ter convocado assembleias gerais ordinárias de 1999 a 2003 e nem eleito o diretor de relações com investidores da companhia. A autarquia também multou o empresário no mesmo valor por não ter, como diretor presidente, elaborado as demonstrações financeiras da companhias naquele mesmo período.

Em sua defesa, Mansur alegou que a prestação de informações ao mercado pela holding Mesbla não faria sentido, já que após a decretação de falência da loja de departamentos ela teve suas atividades paralisadas. Argumentou ainda que, após a falência da controlada, os documentos contábeis da Mesbla ficaram indisponíveis.

Para a relatora do caso, Luciana Dias, a falência da controlada não desobriga sua holding de informar a CVM e que não houve comprovação quanto à indisponibilidade dos documentos. Também rebateu o argumento de que Mansur não poderia ser responsabilizado porque em 2002 foi inabilitado para as funções e administrador pela autarquia. Segundo o voto, o empresário é responsável porque não renunciou ao cargo.

CVM dobra pena de Mansur por infrações na Mesbla - 5 de Fevereiro de 2013 - Estadão.com.br

Cruzeiro do Sul

"O prejuízo se estende aos depositantes, investidores, sistema financeiro nacional e ao ambiente econômico brasileiro", advertiu o juiz Márcio Ferro Catapani ao decretar, em despacho de 90 linhas, abertura de ação penal contra os banqueiros Luís Octávio Azeredo Lopes índio da Costa e seu pai, Luís Felippe índio da Costa, e mais 15 ex-dirigentes do Banco Cruzeiro do Sul - agora, todos réus da Justiça Criminal Federal em São Paulo.

"As investigações dão conta de uma fraude perpetrada no âmbito da gestão do Cruzeiro do Sul que resultou em um desfalque na ordem de grandeza que ultrapassa a casa de R$ 1 bilhão", assinala o juiz, da 2ª Vara Criminal Federal.

Na avaliação de Catapani, a denúncia da Procuradoria da República "é lastreada por um forte acervo probatório, produzido por meio de quebra de sigilo e procedimento fiscalizatório do Banco Central, que traz indícios satisfatórios de autoria e materialidade delitiva".

A denúncia, de autoria da procuradora Karem Louise Kahn, foi apresentada no dia7 de janeiro. Ela acusa os índio da Costa e seu grupo pela prática de crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, manipulação de mercado de valores mobiliários e "contra a paz pública".

O juiz devolveu os autos à procuradora para esclarecimento de alguns fatos. Na semana passada, Karen fez o aditamento, corrigiu "algumas descrições fáticas e imputações penais" e reapresentou a denúncia.

"Tal fraude ocasionou a efetiva quebra do Banco Cruzeiro do Sul, em virtude da decretação de sua liquidação extrajudicial", argumenta o juiz.

Auditoria.

Além das provas produzidas pela Polícia Federal, a denúncia é lastreada pela auditoria realizado em meio ao Regime de Administração Especial Temporária (Raet) no Cruzeiro do Sul e nas demais pessoas jurídicas pertencentes ao conglomerado financeiro do banco.

"O Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que administrou o banco durante o Raet, constatou as fraudes descritas na denúncia, confirmando o relatório do Banco Central, antes da decretação do regime especial", observa o juiz. "Verifico que a denúncia e seu aditamento expõem satisfatoriamente a conduta tida como criminosa, com todas as suas circunstâncias e descreve a participação de cada denunciado nos crimes descritos."

Catapani anota que "os elementos de prova trazem a certeza necessária para o início de uma persecução penal, havendo justa causa para a ação penal". Ele mandou citar os denunciados para que apresentem resposta à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. Expediu ofício ao Banco Central e à Comissão de Valores Mobiliários para que se manifestem sobre eventual interesse em ingressar na ação penal ao lado da Procuradoria.

Catapani rejeitou aplicação de medidas cautelares aos réus, pleiteadas pelo Ministério Público Federal. Ele destacou que, com relação aos índio da Costa e a outros dois ex-dirigentes da instituição, Horácio Martinho Lima e Maria Luísa Garcia de Mendonça, já estão em vigor medidas restritivas, impostas em outra ação penal. Eles estão proibidos de deixar o País.

Banqueiros do Cruzeiro do Sul agora são réus - 5 de Fevereiro de 2013 - O Estado de São Paulo - Fausto Macedo