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29 janeiro 2013

Simples

Termina nesta quinta-feira, dia 31, o prazo para empresas que já estão atuantes optarem pelo Simples Nacional, regime de tributação simplificado para micro e pequenas empresas.

Optantes do Simples pagam tributos federais, estaduais e municipais numa guia única de recolhimento. A apuração do tributo a ser pago é proporcional ao faturamento bruto e varia conforme o setor de atuação.

Para entrar nesse regime, é necessário fazer a opção pela internet, no site do Simples localizado no portal da Receita (www.receita.fazenda.gov.br), na área "Solicitação de Opção". A partir daí, o empreendedor deve aguardar o deferimento do pedido.

Apesar de trazer facilidade na hora do recolhimento dos tributos, o Simples nem sempre é a melhor opção, segundo Sérgio Machado Júnior, presidente do Sescon-SP, sindicato dos escritórios de contabilidade de São Paulo.

Machado Júnior orienta os empresários a procurar um profissional contábil antes de fazer a escolha, para realizar simulações e verificar qual é o melhor regime de tributação para a empresa.

Além do Simples, há os regimes do lucro real e lucro presumido, que calculam os impostos pelo lucro líquido e pelo faturamento bruto, respectivamente.

"Quando se tem um custo elevado, pode valer a pena estar no lucro real, em que o imposto é pago sobre o lucro líquido", explica.

Às empresas que estão com faturamento próximo ao limite do Simples, de R$ 3,6 milhões por ano, Machado recomenda que não continuem neste regime tributário.

"Todo mês que você estoura o limite dos 12 últimos meses, há um acréscimo de 20% no valor do imposto. Você só vai poder corrigir isso no ano seguinte."


Empresas têm até quinta-feira para mudar para o Simples - 28 de Janeiro de 2013 - Folha de São Paulo

28 janeiro 2013

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

História da Contabilidade: 1976

O ano de 1976 é bastante conhecido entre os contadores: em dezembro daquele ano foi aprovada a lei 6404. O jornal da época (Estado de S Paulo, 16 de dezembro de 1976) trouxe a seguinte notícia sobre a aprovação da lei:
Mas o texto é somente sobre a Rede Ferroviária Federal. Em termos de balanços, os relatórios da diretoria estão mais amplos, como é o exemplo da Elgin, empresa de máquinas de costura:
(o texto está realmente ilegível). Apesar desta empresa ter publicado um "demonstrativo dos resultados", ainda era possível encontrar, em lugar desta demonstração, o razonete de lucros e perdas. Eis o exemplo da Bombril, na mesma edição:
Mas o interessante é que as empresas já adotavam a ordem dos ativos e do lado direito como conhecemos hoje. Exceto os bancos, onde a ordem do lado direito é invertida ainda: começa pelo PL e termina nas contas de compensação. Eis o caso do balancete do Banco Econômico:
No mercado de trabalho, um grande número de vagas para "auxiliares":
Observe que a datilografia é exigida num dos anúncios. Em termos educacionais, surgem as empresas de treinamento e atualização profissional. Dois anúncios chama a atenção: um do IOB, oferecendo vários cursos vinculados a legislação; e outro do IOPEC, sobre auditoria, com professores da USP e PUC:


Petrobrás

O texto a seguir, publicado no O Globo, seria interessante... Entretanto, a imprecisão nos termos torna realmente difícil o seu entendimento:

Planos audaciosos de investimento, projetos com custos subestimados e falta de reajuste nos preços de combustíveis minaram o caixa da Petrobras. Com isso, a companhia tem gasto sistematicamente bem mais do que consegue gerar de receitas o que, segundo analistas [1], põe em dúvida a sustentabilidade de suas contas a longo prazo. Entre 2009 e 2012, o rombo no caixa [2] da estatal pode ter acumulado US$ 54 bilhões, pelas projeções mais recentes, uma média de US$ 13,5 bilhões por ano de déficit [3]. Especialistas acreditam que, se continuar nessa trajetória, a empresa precisará fazer nova capitalização — em 2010, a Petrobras fez um aumento recorde de capital de R$ 120,2 bilhões o equivalente a US$ 69,9 bilhões na ocasião.

Com o caixa enfraquecido, a companhia está chegando no limite de sua capacidade de endividamento, já que os investimentos não estão dando resultados, alertam os especialistas. Até setembro, as dívidas somam R$ 133,9 bilhões, valor que é 2,5 vezes a sua geração de caixa.— Hoje, a Petrobras está gerando cerca de US$ 30 bilhões [4] e gastando US$ 42 bilhões (projeção para o resultado fechado de 2012). Vai ter que se escolher entre reajustar os preços dos combustíveis ou aumentar seu endividamento. Ou desacelerar o plano de investimentos — afirmou Emerson Leite, chefe da área de análise de ações do Credit Suisse First Boston.

Por e-mail, a Petrobras afirma que investir mais do que a capacidade de geração de caixa [5] faz sentido em períodos nos quais grandes oportunidades justificam esses investimentos, como o pré-sal. Além disso, segundo a empresa, esses investimentos são viabilizados pela captação de recursos externos.

Especialistas afirmam, porém, que esse descasamento tem ocorrido de forma sistemática e que a empresa está colhendo, hoje, o resultado de erros de gestão no passado.

— O desalinhamento entre caixa e investimentos [6] é normal por curtos períodos. É um ciclo que tem um fim. A questão na Petrobras é que esses investimentos ainda não deram retorno, pois houve queda na produção — diz Luiz Francisco Caetano, da corretora Planner.

Defasagem gera perdas de R$ 20,9 bilhões

A queda na produção, num momento em que o consumo de combustíveis cresceu no país, provocou um forte aumento nas importações de gasolina e diesel. O caixa da empresa ainda é afetado pela diferença entre o preço dos combustíveis (gasolina e diesel) no mercado doméstico e internacional. Segundo cálculos feitos por Caetano, a Petrobras deixou de arrecadar [7] R$ 20,9 bilhões entre janeiro e setembro de 2012.

— Esse valor representa 35% da geração de caixa estimada para 2012 e 16% de sua dívida líquida (no terceiro trimestre). As preocupações com o endividamento seriam apagadas se os preços tivessem alinhados com o cenário internacional. A companhia vai encerrar o ano de 2012 no limite de seu endividamento.

Caetano lembra que a relação entre dívida e patrimônio líquido da empresa hoje é de 28%. Se esta relação superar 35%, a empresa pode perder a chancela de investment grade. Para Leite, do Credit Suisse, com a estatal chegando ao seu limite de endividamento, ela poderá ser levada a fazer uma nova capitalização em breve.

No segundo trimestre do ano passado, a empresa registrou prejuízo de R$ 1,3 bilhão, o primeiro resultado negativo desde 1999. Analistas avaliam que a empresa adotou metas de investimento muito elevados a partir de 2009. O Plano de Negócios 2009/13 previa investimentos de US$ 174,4 bilhões, valor 55% maior em relação que os US$ 112,4 bilhões entre 2008 e 2012.

Para David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o problema não foi fixar metas ambiciosas, mas sim a gestão dessas metas. Para ele, a estatal perdeu sua capacidade de gerar mais caixa com as falhas na gestão, principalmente na área de exploração, desviando-se do foco, que é a produção, e com o subsídio dado aos combustíveis:

— Não dá para se enrolar na bandeira do Brasil. Subsidiar gasolina é típico de países perdulários e menos desenvolvidos. A Petrobras está subsidiando a gasolina, deixando de investir onde precisa.


Gastos da Petrobras superaram em US$ 54 bi sua geração de receitas nos últimos 4 anos
RAMONA ORDOÑEZ & BRUNO ROSA

[1] O texto começa relacionando "gasto" com "receita". O primeiro, seria típico da DFC; o segundo, da DRE.
[2] Aqui é sobre o balanço. Ou seria DFC?
[3] Já usa o termo déficit. Trata-se do quê, afinal? 
[4] Gerando o quê? Como logo a seguir usa o termo "gasto", seria "recebimento"? 
[5] Aqui parece ser a relação entre o fluxo de caixa de investimento e o fluxo de caixa das atividades operacionais. 
[6] Deve ser entre fluxo de caixa das operações e fluxo de investimento. Deve ser...
[7] este termo geralmente é usado para a Receita Federal. Mesmo assim, arrecadar está mais próximo de Receita. 

Manchester United

Com o aumento recente no preço das ações, o valor do empreendimento (enterprise value) do Manchester United foi para 3,3 bilhões de dólares, o mais alto valor de qualquer time do mundo. O segundo time mais valioso no mundo é o Dallas Cowboys, com 2,1 bilhões de dólares.

Fonte: http://www.forbes.com/sites/mikeozanian/2013/01/27/manchester-united-becomes-first-team-valued-at-3-billion/

Spam

O número de Spam no volume de e-mails tem-se reduzido a cada ano. De quase 90% entre 2007 a 2008, agora está em torno de 60 a 70%. (Fonte: The Economist)

27 janeiro 2013

Rir é o melhor remédio


FEM: Crescimento Econômico - África e América Latina


O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, afirmou estar muito satisfeito com o crescimento econômico apresentado pelos países da África e da América Latina nos últimos cinco anos.

Em um discurso no Fórum Econômico Mundial, realizado na cidade suíça de Davos, Yong Kim previu que a África crescerá no próximo ano por volta de 5,5%. Segundo Yong Kim, a África investiu em 2000 16% do produto interno bruto (PIB) em investimentos e infraestrutura, percentagem que subiu para 22% em 2012. "Trabalhamos com estes países e fizeram muitas coisas bem: consolidação fiscal, investimento em saúde, educação e proteção social", disse o presidente do Banco Mundial.

Yong Kim considerou que as economias emergentes mostraram uma grande resistência nos últimos cinco anos e fizeram a maior contribuição ao crescimento econômico global.

O presidente do Banco Mundial também lembrou as elevadas taxas de desemprego entre os jovens, que são inclusive maiores entres as pessoas com educação universitária. Por outro lado, o presidente assinalou que é uma responsabilidade de todos os países conseguir um crescimento econômico que leve em conta a mudança climática.


Fonte: Aqui

Caterpillar

Duas das maiores empresas contábeis do mundo ajudaram a fazer a due diligence na aquisição de 886 milhões de dólares da Caterpillar. A empresa adquiriu a ERA, uma empresa fabricante de equipamentos para mineração da China e depois descobriu irregularidades. Segundo o Financial Times (via aqui), Deloitte e Ernst & Young conduziram a due diligence da transação, sendo que a Deloitte auditou o capital de giro.

Derivativos

O Comitê de Meios e Recursos da Câmara dos Representantes dos EUA propôs nesta quinta-feira tributar os derivativos e outros produtos financeiros usados em "atividades especulativas" sob um sistema que exige que os produtos sejam avaliados de acordo com o preço de mercado no final do ano.

A proposta, que visa atingir Wall Street, ocorre mais de um ano depois de uma audiência no Congresso que levou os parlamentares a conclusão de que o código tributário desempenha um papel na crise financeira.

Enquanto muitos participantes do mercado já estão acostumados com a contabilização a preços de mercado ("mark-to-market accounting"), o comitê pretende estender a norma de forma mais ampla para derivativos. O plano não se aplica a derivativos utilizados pelas empresas para se protegeram ("hedge") contra, por exemplo, oscilações de preços do petróleo e do gás natural.


Câmara dos EUA propõe taxar derivativos "especulativos"
Por AE

26 janeiro 2013

2012: Fatos - Auditoria


Continuando a licença temporal brasileira para o início do ano, que ocorre apenas após o carnaval, mais uma retrospectiva: Fatos da Semana do Ano - Auditoria.


1º Trimestre
KPMG: nova empresa de auditoria do Banco do Brasil:
Deloitte: maior empregadora da geração Y:
BDO vai ao CADE contra as Big Four:
Mercado de auditores carece de profissionais:
Ernst & Young Terco faz lobby para empresas em que faz auditoria:

2º Trimestre
Big Four gastaram quase 10 milhões de dólares em lobby:
Balanço do Cruzeiro do Sul recebe ressalva da auditoria:
Empresas de auditoria indicam como suas auditadas devem contabilizar receita de ativos virtuais:
Para resolver os problemas espanhóis, o governo aceita auditoria:
Grandes empresas ainda não fazem auditoria:

3º Trimestre
Começa o atrito entre China e EUA por conta das empresas de auditoria:
Deloitte rejeita a acusação de ter ajudado o Standard Chartered a lavar dinheiro:
Ernst & Young Terco pede para Bacen e CVM desconsiderarem parecer de auditoria do Banco Cruzeiro do Sul:
Ernst & Young Terco deixa de ser a empresa de auditoria do Banco Real. No lugar: Fernando Motta e Associados:
Na disputa presidencial dos EUA, o candidato republicano não paga impostos e usa uma carta da PWC para defendê-lo:
A proposta de rodízio das auditorias sofre derrota na comunidade europeia: o responsável pela reforma sugere rodízio a cada 25 anos:

4º Trimestre
Entre as empresas com melhores programas de estágio, duas auditorias:
PCAOB afirma que rodízio é bom:
Aumenta a terceirização na auditoria:
Uma pesquisa mostra que 67% discordam que não exista diferença entre um balanço auditado ou não:
Um sócio de uma grande empresa de auditoria aceitou uma classificação errada de uma dívida de 2,1 bilhões de dólares :
Para incentivar que PME entrem na bolsa, demonstrações por meio eletrônico e auditoria a cada seis meses: 
China e EUA continuam não se entendendo na questão das auditorias:

Rir é o melhor remédio

Conta do Telefone. Fonte: Aqui

Fato da Semana


Fato: A nomeação de Mary Jo White para SEC

Qual a relevância disto? A SEC é o regulador do mercado de capitais da maior economia do mundo. Esta agência irá determinar se os Estados Unidos irão adotar ou não as normas internacionais de contabilidade, emitidas pelo Iasb, em lugar das normas do Fasb. Em meados do ano passado, uma equipe da SEC divulgou um relatório sobre o assunto, com críticas a convergência e sem um plano temporal para a adoção das normas internacionais. No final do ano, a presidente da SEC renunciou, assumindo uma interina.

Passada a eleição, Obama nomeia Mary Jo White para o cargo de presidente da SEC. O New Yorker lembrou que o primeiro presidente da SEC, nomeado por Roosevelt, foi Joe Kennedy, pai do JFK. Aposta em Joe na SEC foi como “colocar a raposa para cuidar do galinheiro”, pois este conhecia as malandragens do mercado. E foi um excelente presidente da SEC. Mary Jo White ser “colocar um policial para bater”, conforme a New Yorker. Havia uma percepção que a SEC estava sendo muito frouxa com Wall Street.

A razão disto é o currículo de Mary Jo White. Atualmente com 65 anos, White ficou conhecida pela agressividade como promotora. Ajudou a colocar nas grades um mafioso, lidou com o ataque terrorista de Bin Laden, entre outros casos. Apesar de ser conhecida no combate ao terrorismo, a nomeação de Obama deve-se ao conhecimento de White do crime do colarinho branco. Mas nos últimos anos Mary Jo White estava exercendo a advocacia defendendo executivos de Wall Street.

Um último aspecto sobre White: seu marido é um veterano na SEC, tendo sido chefe da divisão de Finanças Corporativas.

Positivo ou Negativo? – Indefinido. Não se sabe a posição de White com respeito a convergência. Mas a expectativa de Obama é que Mary seja realmente uma policial na SEC; tempos duros para os malandros de Wall Street.

Desdobramentos – Teremos que aguardar a posição de Mary Joe. Ela deverá tomar a decisão da convergência, mas talvez isto não ocorra de imediato. Ou seja, deverá levar alguns meses.

Outros candidatos fortes a fato da semana: A compra de 566 mil cartões telefônicos pelo Cruzeiro do Sul paradesviar dinheiro; a Caterpillar sendo enganada pelos chineses; e o estudante de 89 anos em contabilidade

Teste da Semana


Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.

1 – Cartões de telefone foram usados para desviar dinheiro de um banco para os controladores. Este banco é:
BVA
Cruzeiro do Sul
Santos

2 – Em razão dos problemas com seu novo jato, a empresa Boeing terá uma série de despesas. Estas despesas serão consideradas no resultado da empresa
Ao longo dos próximos anos
Imediatamente
Já foram levadas ao resultado no passado

3 – Na série escândalos contábeis da semana a Caterpillar. A empresa de máquinas agrícolas anunciou uma amortização de 580 milhões de dólares por conta dos estoques
De uma empresa adquirida na China
De uma filial na Índia
Em elaboração, na matriz

4 – Já a ATT anunciou baixa de 10 bilhões de dólares em razão
Da queda na venda dos iPhones
Do aumento da taxa de juros
Dos planos de aposentadoria

5 – Este clube de futebol, ex-campeão espanhol, anunciou que está quebrado
Atlético de Madrid
La Coruña
Valência

6 – Uma pesquisa mostrou que empresas auditadas pelas Big Four
Estão mais sujeitas a fraudes contábeis
Fornecem informação de mais qualidade
Geram mais lucro ao longo do tempo

7 – Será realizado em abril uma conferência sobre normas contábeis, com a participação do presidente do Iasb. Qual cidade brasileira irá receber esta conferência?
Brasília
Rio de Janeiro
São Paulo

8 – O estudante de contabilidade Deoclides Maciel Oliveira foi destaque nesta semana:
Por ser o estudante mais velho aprovado no Enem
Por ter acertado mais questões no Enad
Por ter sido o primeiro colocado no exame de suficiência

XBRL


XBRL é a sigla de eXtensible Business Reporting Language. Corresponde a um padrão computacional para as informações financeiras. Pela sua importância, os órgãos reguladores procuram estabelecer taxonomias adequadas aos padrões contábeis adotados em cada país, como os princípios contábeis dos Estados Unidos ou as normas do Iasb.

O processo de desenvolvimento do XBRL é antigo. Existe uma esperança de que o XBRL seja amplamente adotado. Entretanto, uma pesquisa daColumbia University é pessimista quanto a este assunto. O relatório, realizado por Trevor S. Harris e Suzanne Morsfield, afirma que o padrão corre o risco de se tornar obsoleto antes de ser beneficiar os usuários. Apesar dos recursos investidos para desenvolver o XBRL e dos usuários gostarem da filosofia do XBRL, analistas e investidores estão rejeitando o padrão em razão dos erros e do fato de não ser possível escolher facilmente os dados necessários. Os pesquisadores têm dúvidas se o XBRL será um sucesso em termos de formato. 

Apple 2

No mês passado,saíram reportagens que diziam que a Apple está trabalhando em um iPhone menor e mais barato. Mas os últimos números de venda não dão a entender que a Apple precise criá-lo.

O iPhone teve 47,8 milhões de unidades vendidas, ante 37 milhões do ano anterior
-aumento de 29%.

Analistas prestaram atenção em um detalhe sobre o iPhone: o preço médio global. A teoria diz que, se tal valor pendesse para baixo, indicaria que os iPhones mais velhos estivessem vendendo mais que o iPhone 5.

Isso indicaria que a Apple teria o dever de vender um iPhone mais barato, direcionado à renda mais baixa.

Mas o preço médio de venda do iPhone, no último trimestre, foi de US$ 641
(R$ 1.300).

Isso sugere que o iPhone 5, que custa desbloqueado US$ 650 nos EUA, foi responsável pela ampla maioria das vendas de iPhones.

Tero Kuittinen, analista do mercado de dispositivos móveis, diz que o iPhone 5 não pode ter sido responsável por menos de 70% das vendas de smartphones da Apple no último trimestre, baseando-se no preço médio de venda.

"Isso quer dizer que o iPhone barato não é necessariamente uma necessidade", disse Kuittinen.

BRIAN X. CHEN - DO "NEW YORK TIMES"

Apple 1

Desde 21 de setembro, quando foi cotada a US$ 705, o papel AAPL sofre queda de 36%, fazendo com que a empresa tenha perdido cerca de US$ 200 bilhões em valor de mercado daquele momento até agora. Na quarta-feira, 23, os resultados foram divulgados, e os temores se confirmaram. No quarto trimestre de 2012, que corresponde ao primeiro trimestre no calendário fiscal da empresa, as vendas somaram US$ 54,5 bilhões. Embora o valor seja 18% superior ao do mesmo período de 2011, ficou 0,7% abaixo das previsões dos analistas. Outra ressalva com o balanço foram as vendas do iPhone, somando todas as versões, que chegaram a 47,8 milhões de unidades no trimestre.

Apesar de terem sido recordes, elas ficaram abaixo das estimativas iniciais de 50 milhões. O que também desapontou o mercado foi o fato de o lucro da Apple, embora respeitável, não ter aumentado e ficado em US$ 13,1 bilhões, o mesmo patamar registrado em igual período do ano anterior. A reação do mercado foi imediata: na quinta-feira 24, a ação caiu 12%, fechando a US$ 450. O resultado abaixo das expectativas eleva a pressão sobre Cook. Além de perceber a Samsung em seu encalço, a tensão se explica também pela sombra provocada pelo antecessor genial: o fundador Steve Jobs, morto em 2011, o cérebro responsável por uma série de produtos de sucesso. Na tentativa de imprimir sua marca no comando da empresa, Cook se atrapalhou em alguns momentos.

No ano passado, por exemplo, a Apple passou vergonha em razão de seu sistema de mapas próprio ter apresentado vários problemas. Logo ao estrear, em setembro de 2012, o serviço Maps confundia aeroportos com fazendas e sugeria caminhos inexistentes para os seus usuários, o que levou a uma avalanche de críticas e piadas nas redes sociais. O que Jobs, conhecido pelo zelo obsessivo com os produtos, diria de um episódio como esse? O caso fez com que Cook pedisse desculpas públicas e recomendasse aos clientes que usassem os serviços de concorrentes. O escorregão com o sistema provocou um efeito colateral. Scott Forstall, um dos arquitetos dos sistemas operacionais móveis da Apple, saiu da empresa por supostamente não ter concordado em assinar a carta de desculpas.

FORÇA ASIÁTICA Enquanto a Apple patina, a Samsung, do chairman Lee Kun-Hee, que faturou US$ 188,2 bilhões, em 2012, coleciona bons momentos. A maré favorável teve seu ponto mais alto em maio do ano passado, quando a dona da linha de celulares Galaxy ultrapassou a Apple como líder no mercado de smartphones. O crescimento da empresa tem sido vertiginoso. Segundo a consultoria americana ABI Research, a participação no mercado global de celulares da Samsung cresceu de 8%, em 2010, para acima de 30% em 2012. Segundo previsões da mesma empresa, a Apple vai atingir um pico de 22% de participação em 2013 e se manter estável até 2018.

A consultoria multinacional Strategy Analytics, por sua vez, registrou que, no terceiro trimestre do ano passado, a Samsung vendeu 56,9 milhões de smartphones, mais que o dobro dos 26,9 milhões de unidades da Apple. “Exceto por um improvável colapso nos negócios da Samsung, a Apple terá de correr atrás, em 2013 e no futuro, da liderança da empresa coreana em tecnologia, software e dispositivo”, diz o analista da ABI, Michael Morgan. A diversificação de portfólio é uma das estratégias que fizeram a Samsung crescer no mercado de smartphones, que deve movimentar US$ 259 bilhões em 2015, de acordo com a Markets and Markets.

(...) A Apple, por sua vez, segue o caminho oposto. Em smartphones, ela prefere concentrar forças no iPhone, produto responsável por uma margem de lucro elevada, entre 49% e 58%, mas com preço proibitivo para boa parte da pop ulação dos países do BRICs. O preço de partida do aparelho costuma ficar em torno de R$ 2,5 mil. Destinado a um consumidor das classes A e B, o iPhone responde por quase dois terços do faturamento da Apple, o que cria uma dependência excessiva de um único produto. Em outras palavras: se por um lado essa estratégia proporciona uma lucratividade invejável, o problema é que assim os ovos da Apple ficam na mesma cesta.

Para comparar: as receitas de US$ 188 bilhões da Samsung, não apenas são 20% superiores às da concorrente americana, mas estão distribuídas por uma ampla gama de produtos e categorias, que vão dos smartphones aos notebooks, passando por eletrodomésticos da linha branca, televisores, entre outros. Um grande trunfo da Apple é o fato de que ainda é a mais rentável das duas: no ano fiscal de 2012, seu lucro chegou a US$ 41 bilhões, quase o dobro dos US$ 22,3 bilhões obtidos pela Samsung, o maior de sua história. Com um portfólio tão restrito, a necessidade da Apple de surpreender é ainda maior. E não tem sido o caso. A última versão de seu smartphone, o iPhone 5, não trouxe nenhuma grande inovação.

O destaque do equipamento foi a tela, que aumentou de tamanho. No caso da Samsung, o aumento da tela e a diminuição da espessura caíram nas graças do público. O Galaxy S III, com tela de 4,8 polegadas e 8,6 mm de espessura, foi o celular mais vendido do mundo, no terceiro trimestre de 2012, segundo a Strategy Analytics. Foram 18 milhões de unidades comercializadas naquele período, enquanto o iPhone 4S vendeu 16,2 milhões. “A Apple se beneficia da margem espetacular obtida por unidade de iPhone vendida, enquanto a Samsung alcança um público mais amplo, nas camadas da classe média emergente, algo que a Apple não busca”, afirma Ivair Rodrigues, sócio da consultoria IT Data.

O cenário, como se vê, é formado por dois gigantes da tecnologia que lutam a partir de estratégias e condições distintas. Tal como numa luta de boxe, a Samsung, a desafiante, parte para o ataque com vigor, desferindo golpes certeiros e se movimentando com agilidade no ringue. A Apple, por sua vez, é o alvo a ser batido, o pugilista cuja missão é defender o cinturão. Ainda é cedo para saber quem vai levar a melhor. Mas uma coisa está clara: a destreza dos jabs e cruzados da companhia asiática já colocou – quem diria? – a todo-poderosa do Vale do Silício na defensiva. Aguardemos os próximos assaltos.

Pancada na Apple - Por Clayton MELO e João VARELLA - Isto é Dinheiro

Exxon x Apple

A Exxon ultrapassou a Apple como maior empresa em valor de mercado.

Produção de petróleo dos EUA


A produção de petróleo dos Estados Unidos cresceu mais em 2012 do que em qualquer outro ano desde os primórdios da indústria no país, em 1859, e deve crescer ainda mais em 2013.
A produção de petróleo cru no ano passado, de 6,4 milhões de barris por dia em média, foi a mais alta nos últimos 15 anos e apresentou um crescimento recorde de 779.000 barris por dia em relação a 2011, segundo o Instituto Americano de Petróleo (ou API, na sigla em inglês), uma organização do setor.
Everett Collection
Edwin Drake (à dir., de cartola) perfurou o primeiro poço dos EUA em 1859
É o maior salto anual na produção desde que Edwin Drake perfurou o primeiro poço de petróleo comercial em Titusville, no Estado da Pensilvânia, dois anos antes do início da Guerra Civil americana.
A Agência de Informação Sobre Energia dos EUA prevê volumes ainda maiores em 2013, estimando o aumento da produção média diária em 900.000 barris.
Esse surto de produção é resultado de uma combinação de tecnologias: perfuração horizontal e fraturamento hidráulico, ou "fracking", que consiste em bombear água, químicos e areia a altas pressões para quebrar formações rochosas subterrâneas.
Juntas, essas técnicas possibilitaram a produção de depósitos de petróleo e gás aprisionados em formações antes consideradas inatingíveis.
Isso fez ressurgir a atividade em áreas há muito estabelecidas, como a bacia Permiana do oeste do Texas, e também em vastas áreas pouco exploradas no passado, como a formação de xisto Bakken, no Estado de Dakota do Norte.
A produção da Bakken subiu de apenas 125.000 barris de petróleo por dia cinco anos atrás para quase 750.000 barris por dia hoje. Os benefícios desse salto na produção americana de combustíveis incluem o aumento no emprego em algumas regiões e um renascimento da manufatura doméstica.
"Num nível bem elementar, esse surto está criando empregos e riqueza onde antes não havia", disse Michael Levi, um estudioso de ambiente e energia do Conselho das Relações Exteriores. O surto também tornou o país menos vulnerável a agitações externas que podem prejudicar o suprimento de combustíveis.
"Os acontecimentos [recentes] na Argélia, por exemplo, mostram a importância de aumentar a produção nos EUA e outros países", disse Amy Myers Jaffe, diretora executiva para energia e sustentabilidade da Universidade da Califórnia. O boom da exploração de xisto mirou primeiro o gás natural, mas, quando a abundância de gás derrubou os preços deste combustível, as petrolíferas redirecionaram seus recursos para o petróleo.
Diante da lenta recuperação da economia e dos padrões mais rigorosos para o consumo de combustível impostos à frota de carros e caminhões americanos, a demanda por petróleo caiu em 2012 para seu menor nível em 16 anos, segundo a API. As importações totais de petróleo no ano diminuíram 6,9%, para o volume mais baixo dos últimos 15 anos, informou a organização.
As refinarias, que nos últimos dez anos gastaram bilhões de dólares modernizando e ampliando instalações, estão agora com excesso de capacidade, tentando escoar sua produção extra de diesel e gasolina nos mercados da América do Sul e outras regiões.
A petrolífera americana Exxon Mobil Corp. projeta que a América do Norte se tornará um exportador líquido de combustíveis até 2025, graças ao contínuo crescimento da produção de petróleo no Canadá e das exportações de gasolina e diesel.
A continuação dessa tendência ascendente na produção não está garantida, dizem os especialistas, observando que o setor precisa continuar melhorando suas tecnologias de exploração e produção, principalmente nas áreas mais populosas, ou então poderá enfrentar regulamentações cada vez mais rigorosas. As preocupações com o meio ambiente continuam sendo um aspecto crítico na expansão da tecnologia.
Maior produção de petróleo bruto não implica necessariamente gasolina mais barata, pois os preços dos combustíveis ainda são influenciados pelos mercados mundiais.
Mas o aumento na produção doméstica já está tendo um impacto considerável no setor do refino, que no passado havia se concentrado em processar petróleo importado, mais difícil de refinar.
[...]

Fonte: aqui