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21 maio 2012

Sistema de Informação

A revista Fortune descreve os problemas da Avon, empresa de cosméticos. Num determinado trecho o texto cita que o mercado brasileiro é hoje o maior da empresa em termos de vendas. Entretanto, a situação da empresa no país tem sido um problema desde que o governo brasileiro passou a exigir a nota fiscal eletrônica. A exigência passou a demandar muito dos sistemas de informação da empresa:

A mudança criou problemas de serviço para os representantes, com os problemas de previsão e a escassez do produto em três vezes os níveis normais.

O sistema perdeu pedidos, atrasou a entrega de produtos e prejudicou as vendas.

Missão (quase) impossível

A seguir um trecho de uma reportagem muito interessante sobre a dificuldade de fechar uma empresa no Brasil. 
De acordo com o estudo Doing Business, do Banco Mundial, para cumprir as normas legais para encerrar um negócio no Brasil, são necessários, em média, quatro anos. Tempo suficiente para colocar o País na incômoda 136ª posição, em uma lista que inclui 183 países. O Japão é o local onde é mais fácil encerrar uma companhia: são necessários apenas seis meses.

Missão (quase) impossível - Isto É Dinheiro

Setor informal

O setor informal representa 37,5% da economia brasileira, segundo uma estimativa realizada por dois pesquisadores Bogazici University. Eles desenvolveram um método de cálculo da mensurar o valor do setor informal e usaram para centenas de países, inclusive o Brasil. O resultado do Brasil encontra-se no gráfico a seguir:
Na década de cinquenta o setor informal representava mais de 60% da economia brasileira. Esta participação caiu consistentemente ao longo dos anos, até a década de oitenta, quando estabilizou um pouco abaixo de 40%. O menor valor da série foi no ano de 2002, quando representou 36,33% da economia (em 2008, último ano da pesquisa, era de 37,5%). Coincidentemente, a quebra da tendência ocorreu quando aumentava a inflação no país e também a carga tributária.

Previsão

Sobre a questão da previsão, o psicólogo Philip Tetlock possui um livro denominado Expert Political Judgment  que apresenta o resultado de pesquisa realizada com cientistas políticos. Tetlock tem estudado os indivíduos que fazem boas previsões (que não é o caso dos cientistas políticos, que geralmente erram mais que os astrólogos). Tetlock considera que as pessoas que conseguem fazer boas previsão possuem as seguintes características:

a) Uma grande curiosidade sobre como funciona o mundo político e econômico
b) Uma grande curiosidade sobre o funcionamento da mente humana
c) Uma capacidade de correção em tempo hábil.

Tetlock está desenvolvendo um projeto que corresponde a um torneio de previsão para tentar “descobrir” e estudar pessoas que possuem um bom senso de previsão. Chama-se “Good Judgment Project”. Na semana passada cadastrei neste projeto para verificar se sou ou não bom em projeções.

20 maio 2012

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Tributação de prejuízo

Por Laura Ignacio De São Paulo
Valor Econômico - 14/05/12

O desconto de prejuízo contábil dos dividendos de sócios não gera receita tributável - não há incidência de Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Para a Receita Federal, a operação não pode ser caracterizada como perdão de dívidas e, portanto, não deve ser tributada.

A interpretação está na Solução de Consulta nº 31, publicada na edição de sexta-feira do Diário Oficial da União pela Superintendência da Receita Federal da 10ª Região Fiscal (RS). As soluções só têm efeito legal para quem faz a consulta, mas servem de parâmetro para contribuintes que possuem dúvidas semelhantes.

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) vem julgando no mesmo sentido da solução de consulta. Perdão de dívidas da empresa - por fornecedores, por exemplo - deve, porém, entrar na contabilidade como receita, o que eleva a base de cálculo do IR e da CSLL a pagar.

"O precedente é bastante relevante porque é a primeira vez que a Receita se manifesta nesse sentido", afirma o advogado Diego Aubin Miguita, do escritório Vaz, Barreto, Shingaki & Oioli Advogados. Ele explica que essa é uma operação comum e, muitas vezes, o Fisco entende que essa absorção de prejuízo corresponde a um perdão de dívida, devendo, portanto, ser tributada.

Para o advogado Júlio Augusto Oliveira, do Siqueira Castro Advogados, esse mecanismo é muito útil para as empresas brasileiras que tomam empréstimos das matrizes no exterior e, ao passar por um momento de dificuldade, acabam gerando prejuízo por não pagar os juros.

19 maio 2012

Rir é o melhor remédio



Indicado por Fernanda Rodrigues, a quem agradecemos.

Efeito Bolt


Segundo a revista O2 nº109:

Uma pesquisa realizada pela universidade de Sheffield Halam, Inglaterra, apontou que os corredores de elite dos 100m de todo o mundo estão estão 1% mais rápidos desde os últimos Jogos Olímpicos em Pequim, onde Usain Bolt bateu o recorde mundial dos 100 metros rasos, com a marca de 9s69. O responsável pelo estudo, o professor Steve Haake, fez uma análise com velocidade média dos 25 maiores velocistas e os tempos registrados em provas internacionais desde 1988, e identificou uma melhoria de desempenho considerável nos últimos 4 anos. O que ele chamou de "Efeito Bolt" obrigou os atletas a se esforçarem mais para dimunuir suas marcas e tentar bater o jamaicano, que sustenta a marca de 9s58 para a distância que correu em Pequim.

Alguns detalhes no The Independent:

We see in 2008 what we call the Usain Bolt Effect," said Professor Steve Haake of Sheffield Hallam University, who has analysed the records of every international 100m track event since 1888. "It is a little jump in performance when he appeared in that year. If we look at the top 25 sprinters and take Usain Bolt out of that list, so that you just analyse the other 24, you still get this step change.

"What's happened is that he's come on the block and the peer competition is such that everyone has improved."A graph of finishing times since 1888 shows an overall and consistent improvement with each decade. For instance, the average 100m event is now being run about 10 per cent faster than in 1948, Professor Haake said.

"The Usain Bolt Effect improved overall performance of the top 25 sprinters by 0.9 per cent, so almost 1 per cent. When you think that this entire performance index improved in total by 10 per cent since 1948, it is quite extraordinary that the Usain Bolt Effect accounts for a significant proportion of that improvement," he said..."All performances in sport are levelling off and inevitably people ask, 'are we at the limit?' The answer is, 'no, not yet', but we're probably coming up to the limits of human physiology."

18 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Cruzeiro do Sul

O balanço do primeiro trimestre do Cruzeiro do Sul recebeu uma ressalva da empresa de auditoria Ernst & Young. Uma ressalva significa que, na análise dos números, os auditores encontraram alguma inconsistência contábil.

Nas notas explicativas, a Ernst & Young ressalta que o Cruzeiro do Sul fez um diferimento de despesas no primeiro trimestre que não está de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Essas perdas foram decorrentes de renegociações de operações de crédito cedidas em exercícios anteriores. Focado em crédito consignado, o Cruzeiro do Sul depende da venda de carteiras para captar recursos.

No balanço, o banco diferiu essas perdas, mas o BC pede que o referido resultado líquido negativo seja apropriado em despesa no período em que ocorrer, não devendo, portanto, ser diferido, explica a Ernst & Young nas notas da demonstração.

Em 31 de março, o montante da perda diferida, incluído na rubrica do ativo "Outros créditos - resultado líquido renegociação operações cedidas" é de R$ 17,8 milhões. A conclusão da auditoria é que o patrimônio líquido do Cruzeiro do Sul no final de março e o resultado do primeiro trimestre estão superavaliados em R$ 10,7 milhões, líquidos dos efeitos tributários. O patrimônio líquido do banco reportado no balanço foi de R$ 1,1 bilhão.

Procedimentos. Em resposta à ressalva dos auditores, o banco informa que adotou procedimentos permitidos pela resolução 4.036 editada no ano passado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Além disso, destaca que "entende que a renegociação de operações de crédito cedidas em exercícios anteriores garantem os fluxos de caixa e o desempenho operacional das operações anteriormente cedidas e portanto, refletem a adequada posição patrimonial e financeira".

O presidente executivo do Cruzeiro do Sul, Luis Octavio Indio da Costa disse à Agência Estado que a instituição não fez nenhum procedimento irregular. O BC, diz ele, permite que se faça o diferimento das receitas e despesas com renegociações de carteiras, como uma transição da regra antiga para a atual. Na antiga, a receita com cessão de carteiras podiam ser reconhecidas no momento da venda . Na nova, as receitas e despesas com as cessões precisam ser contabilizadas ao longo do tempo, conforme o prazo dos empréstimos.

Nas renegociações de cessões antigas, o Cruzeiro do Sul optou por fazer o diferimento, destaca Indio da Costa. Os valores apontados pelos auditores como superavaliados equivalem a cerca de 1% do patrimônio do patrimônio do banco.

Petrópolis

A suspeita, segundo a Secretaria da Fazenda, é de que a companhia teria simulando a transferência de bebidas de unidades paulistas para filiais suas no estado do Rio de Janeiro, onde o ICMS é menor. Assim, evitaria pagar antecipadamente o imposto nas etapas de venda ao atacado e ao varejo, como prevê o sistema de substituição tributária ao qual o segmento de bebidas está sujeito. Em tese, o ICMS seria pago no estado de destino dos produtos, no caso o Rio de Janeiro.

Com a operação Czar, os agentes esperam levantar evidência que possam provar a irregularidade. A investigação foi iniciada em 2011. (...)

O grupo Petrópolis já foi investigado durante a Operação Cevada, realizada em 2005, pela Receita Federal, para apurar suspeita de sonegação de R$ 1 bilhão em impostos. Naquela ação, o alvo principal foi a cervejaria Schincariol, de Itu, na época o segundo maior grupo cervejeiro do País. A operação, em conjunto com a Polícia Federal, resultou na prisão de 20 pessoas, entre elas os três proprietários - Adriano, Alexandre e Gilberto Schincariol - e executivos da cervejaria de Itu, além de pessoas ligadas à cervejaria Itaipava - todos acabaram libertados. Em 2011, a Schincariol foi vendida para o grupo japonês Kirin.


Petrópolis é investigada por suspeita de sonegar R$ 600 milhões

Mudando o discurso


Um artigo sobre a saída da Grécia da zona do Euro (Nunca diga nunca, URI, FRIEDMAN, FOREIGN POLICY - O Estado de S.Paulo, 17 de maio de 2012, B11) mostra a mudança no discurso sobre o assunto. Fiz uma breve compilação das frases:

Luc Coene, membro do conselho do Banco Central Europeu e governador do Banco Nacional da Bélgica.
Antes: “[a Europa] se mostraria totalmente unida na defesa do sistema [caso a Grécia deixasse a zona do euro. tal cenário lhe parecia] completamente inconcebível".
Agora: "um divórcio amigável - caso um dia se torne necessário - seria possível" (...)"O ideal seria que todos os países-membros continuassem no clube - isso seria melhor para todos, até para os gregos", destacou ele. "Mas é claro que, se um membro decidir que não tem mais interesses em comum com o restante do grupo, temos de permitir a saída deste - trata-se de algo inerente à democracia."


Wolfgang Schaeuble, ministro alemão de Finanças.


Antes: (...)os representantes europeus "não pretendem jogar dinheiro num buraco sem fundo"
Agora: "Queremos que a Grécia fique na zona do euro. Mas o país também precisa desejá-lo e aceitar os compromissos exigidos. Não podemos obrigar ninguém a fazê-lo. A Europa não vai afundar tão rapidamente." 


Olli Rehn, comissário da UE para Assuntos Econômicos e Monetários.
Antes: Em maio do ano passado, Rehn disse ao Der Spiegel que não considerava a saída da Grécia da zona do euro uma "opção séria". Tal curso "prejudicaria a economia grega e representaria um retrocesso para a integração europeia", explicou ele. "O euro é mais do que uma moeda; é o principal projeto político da nossa comunidade. Esse é mais um motivo pelo qual não aceitaríamos uma saída da Grécia." Em setembro, ele reiterou que os governantes europeus não permitiriam que a Grécia deixasse o euro porque isso "provocaria um imenso estrago econômico e social, não apenas à Grécia mas à União Europeia como um todo, trazendo consequências para toda a economia mundial".
Agora: "A bola está agora com os gregos, é a sua vez de jogar. Para a Grécia e os cidadãos gregos, principalmente os mais pobres, o resultado de uma saída do euro seria muito pior do que para a Europa"


Jens Weidmann, membro do conselho do Banco Central Europeu e presidente do Deutsche Bundesbank.
Antes: "Este não é um debate do qual eu gostaria de participar".
Agora:  "essa será uma decisão democrática", mas uma decisão que obrigaria os países doadores a interromper a ajuda financeira à Grécia.
Além de "não ter precedentes históricos e estar associada a grande dose de incerteza", uma saída seria também "mais grave" para a Grécia do que para os demais países da zona do euro, acrescentou ele.


Pia Ahrenkilde Hansen, porta-voz da Comissão Europeia.
Antes: "Não podemos permitir que a zona do euro se fragmente, nem a UE, porque isso contrariaria o interesse geral do povo europeu como um todo". 
Agora: "desejamos que a Grécia permaneça na zona do euro e esperamos que ela permaneça na zona do euro". "São realmente muitas as questões sendo levantadas e há muito que continua em aberto em relação à Grécia; a maioria das respostas deve ser dada pelos gregos e cabe a nós respeitar o processo político que se desenvolve no país"