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18 maio 2012

IR do Cachoeira


Ao analisar as declarações de Imposto de Renda do bicheiro, os parlamentares descobriram que Cachoeira tomava empréstimos milionários de uma empresa de que é sócio, com sede na Coréia do Norte.

Se Carlinhos Cachoeira vai mesmo à CPI, na semana que vem, ainda não se sabe. A comissão liberou o acesso aos documentos para os advogados, mas o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que havia suspendido a ida do contraventor, ainda não esclareceu se o bicheiro já pode prestar depoimento. Enquanto esperam, parlamentares analisam a declaração de Imposto de Renda de Cachoeira e se surpreendem com o que encontram.

“Em 2003 e 2004, ele declara 0 de rendimento. O Imposto de Renda é zerado. A declaração mais recente, de 2010, apresenta rendimentos tributáveis de R$ 60 mil, o que em uma conta rápida aponta para R$ 5 mil mensais, o que é incompatível com a movimentação que ele fazia, sobretudo, no cartão de crédito”, declara o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Parlamentares também se assustaram com empréstimos milionários feitos por Cachoeira na empresa BET Capital de que ele era sócio. Foram R$ 10,1 milhões de 2005 a 2009, segundo as declarações anuais de Imposto de Renda do bicheiro.

“Ao todo, 51% da composição societária dessa empresa era de uma empresa chamada BET Company, que tem sede, pelo menos nos dados que nós vimos, na Coreia do Norte. A sede dessa empresa é algo que chama atenção”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Blog

No dia 18 de abril de 2012 este blog fez seis anos de vida. Até agora, 11878 postagens. São 2189 dias, o que representa uma média de 5,4 postagens por dia.

Este blog nasceu da continuidade do meu antigo endereço (cesartiburcio.com.br). Abandonei o endereço e passei a blogar: muito mais ágil e não tinha custo. A estatística de visitas hoje está marcando quase 700 mil acessos (muito obrigado!!), muito embora esta contagem tenha começado em julho de 2009. Nos últimos meses (para ser exato, de 1o. de junho de 2011 até 30 de abril de 2012, ou 329 dias)  foram quase 360 mil acessos, o que dá uma média de mil acessos por dia. Novamente obrigado.

Durante este período tenho recebido algum retorno de leitores, que informam, geralmente numa conversa casual: "acompanho seu blog". Fico muito feliz por isto. E isto tem acontecido até quando saio da cidade onde moro. Em geral os leitores são carinhosos e atenciosos, embora não participem com comentários tanto quanto gostaria.

Nos últimos meses o blog  passou a contar com a colaboração do Pedro e da Isabel. Ambos sempre mandavam contribuições interessantes. Decidi convidá-los para serem co-autores. A participação de ambos tem dinamizado o blog, com alteração no layout e incorporação de redes sociais (facebook e twitter).

O blog está em constante mudança. Opine sobre elas.

Boa leitura.

17 maio 2012

Novidades no blog: companhia e parceria

Queridos leitores do blog,

Bom dia. O meio do ano está chegando e com ele resolvemos alterar mais alguns aspectos do blog para que 2012 seja um ano excepcional. O que você tem achado? Quer incluir sugestões ou impressões? Continue participando ativamente nos comentários!

Além de mudarmos um pouco o visual, criarmos uma página com as “séries de postagens”, incluirmos contribuições de convidados, estamos implementando uma parceria com a livraria Cultura, com a loja norte-americana Amazon e provavelmente com o iTunes, da Apple. O que isso significa? Inicialmente denota que somos legais, descolados e inteligentes porque eles avaliam os sites antes de permitir as parcerias. Brincadeiras a parte, ressalta o nosso comprometimento com vocês pois as parcerias são mesmo pré-avaliadas.

Significa também que agora, quando indicarmos livros e conteúdos, teremos um referencial de confiança para que vocês saibam onde adquirir o que é comentado nas postagens. Por exemplo, um livro legal sobre capital de giro. Já leram? ;)

Ainda, se vocês clicarem no link e adquirirem livros, ganharemos um pequeno, pequeno, PEQUENO percentual. Não será possível custearmos um encontro anual de blogs ou algo similar, mas esperamos que a verba nos ajude a por em prática outras surpresas que temos guardadas em nossas mangas.

Bom fim de semana a todos e boa leitura!

Rir é o melhor remédio

O dilema da Grécia: cortar orçamento ou deixar o Euro

Auditor ou cliente?

Recentemente postamos sobre o fato de que grandes empresas de auditoria estavam sendo contratadas para fazer a função de lobistas para seus clientes. Isto configurava, a princípio, uma fronteira perigosa ultrapassada pelo auditor, que passa a defender os interesses da empresa onde realizava seu trabalho de auditoria.

Um texto da Forbes (How Zynga, Facebook and Groupon's Go-To Auditor Rewrites Accounting Rules, Francine McKenna, 23 de abril de 2012) mostrava que algo mais estava acontecendo: as empresas de auditoria estavam ditando a forma como as auditadas deveriam contabilizar suas receitas. Mais especificamente, a Ernest & Young chegou a escrever um texto com regras para reconhecimento da receita para produtos virtuais.

Uma empresa como a Zynga possui parte de suas receitas provenientes das vendas de produtos virtuais. Quando um dos participantes dos seus jogos, como o Farmville por exemplo, decide comprar um trator virtual, isto representa uma receita para a empresa. Na realidade, a maior parte da receita da Zynga. Este tipo de receita, apesar de já ser conhecido da teoria (vide o livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, capítulo 5, exercício 10), ainda não foi regulado pelo Fasb ou Iasb. A Sarbox restringiu a prestação de consultoria por parte do auditor.

McKenna informa que a E&Y propõe que uma empresa de comércio virtual, como a Zynga, vende um "trator" o reconhecimento da receita possa ser feito de três formas: (a) ao longo da vida no jogo (o que depende de várias estimativas); (b) baseado no usuário, que geralmente é mais rápido que a primeira alternativa; (c) assim que recebe os recursos. A flexibilidade das alternativas e a diferença dos resultados chama a atenção e, logicamente, permite que a empresa possa "escolher" a receita que achar conveniente.

Teste 556

Eis um texto da Isto É Dinheiro de 5 de maio de 2012:

Em 2011, o entulho dos canteiros de suas 32 obras [da Camargo Corrêa] atingiu 22,8 mil toneladas. O descarte desse lixo, que à primeira vista pode parecer um problema, no entanto, passou a ser mais uma fonte de renda para a empresa. Desde agosto do ano passado, a Camargo Corrêa vem desenvolvendo um projeto-piloto que gerencia a oferta e a demanda do entulho gerado nesses empreendimentos. O sistema denominado Bolsa de Resíduos funciona como um canal direto entre a construtora e os possíveis compradores do material.

Qual o conceito contábil para os “resíduos”? Em que disciplina isto recebe uma análise detalhada?

Resposta do Anterior: Ponto de Equilíbrio. Em 2011 tinha prejuízo, pois era necessário ocupar 66% e a empresa ocupou 65%. Em 2006 e 2010 não é possível afirmar com base no texto.

Morte ao VaR

O VaR é um modelo de mensuração de risco que ficou bastante popular no final do século passado e início deste. Livros e artigos foram escritos sobre o assunto, inclusive a obra mais famosa, o livro de Jorion, traduzido para língua portuguesa em 2004.

Este modelo trabalha com algumas suposições, sendo que a mais criticada delas é o fato de usar a curva normal. A crise financeira de 2007/2008, assim como as críticas feitas ao modelo, em especial de Taleb em Cisne Negro, contribuíram para perda de prestígio. O principal ponto é que o VaR, ao assumir a curva normal (gaussiana do cartoon ao lado), subestimava os efeitos da crise (fat tails)

Agora o Financial Times, em Killing VaR (Joseph Cotterill, 3 de maio de 2012) informa que o Comitê da Basileia está sugerindo sua troca na determinação do capital das instituições financeiras. Segundo o Comitê

Um certo número de deficiências foram identificadas com o uso de valor em risco (VaR) para determinar os requisitos de capital regulamentar, incluindo a sua incapacidade de captar o "risco de cauda". Por esta razão, o Comitê considerou medidas de risco alternativas, em especial déficit esperado (ES). ES mede o grau de risco de uma posição, considerando tanto o tamanho quanto a probabilidade de perdas acima de um determinado nível de confiança. Em outras palavras, é o valor esperado de essas perdas para além de um determinado nível de confiança. O Comité reconhece que a mudança para ES poderia acarretar certos desafios operacionais; no entanto ele acredita que estes são compensados ​​pelos benefícios da substituição de VaR com uma medida que o risco de melhor captura os fat tails (caudas longas). Assim, o Comité propõe o uso de ES para a abordagem baseada em modelos internos e também pretende determinar as ponderações de risco para a abordagem padronizada através de uma metodologia ES.


Em termos práticos isto pode significar o seguinte: aumento no capital regulamentar exigido para as instituições financeiras.

Delta e o Capitalismo de Laços


Sergio Lazzarini, autor do livro Capitalismo de Laços, analisa o caso Delta:

(...)A Delta, uma das mais importantes financiadoras de partidos políticos, cresceu sobremaneira nos últimos anos graças a inúmeros contratos com o setor público. Nos grampos telefônicos da Polícia Federal, aparece ligada a Carlinhos Cachoeira que, por sua vez, cultiva uma impressionante teia de contatos com políticos influentes.


(...)Se a aquisição realmente se concretizar, a JBS herdará contratos da Delta com o governo; a Delta e seus acionistas terão uma interessante porta de saída para seus investimentos; o governo conseguirá salvar algumas obras em curso com seu novo sócio estratégico; e a JBS implementará uma curiosa estratégia de diversificação: de frigorífico para construção civil.

Trocam-se os atores, fica o script: capitalismo de laços, na sua mais pura forma. Empresas fazem doações de campanha, e com isso se ligam ao sistema político e ao governo em exercício. Em troca, recebem capital estatal e acesso diferenciado a projetos públicos. Com o capital estatal disseminado em diversas empresas, o governo direciona o setor privado de acordo com suas estratégias. Um ciclo muito azeitado e que tem espantosamente sobrevivido, firme e forte, a ondas de abertura econômica, privatização, e eventuais “faxinas” dos mais diversos governos.

Na origem do problema, os financiamentos privados a políticos. No Brasil, as campanhas eleitorais são muito caras, pois a competição entre partidos é acirrada e os políticos têm que cobrir grandes extensões territoriais. Os candidatos dependem das empresas para as suas campanhas, e as empresas dependem dos candidatos eleitos para novas oportunidades com o setor público. Delta, Carlinhos Cachoeira e os políticos envolvidos são apenas casos particulares de um problema mais amplo. E nem adianta proibir o financiamento privado de campanhas eleitorais, pois o “caixa dois” continuará correndo solto.

Além disso, em um contexto onde financiar políticos e conectar-se ao governo faz grande diferença, não é difícil entender a estratégia de diversificação de grupos como o JBS e vários outros no Brasil. Esses grupos passam a ter incentivo a entrar em negócios que tem pouca relação além da sua grande interface com o setor público. Afinal, um político de confiança capaz de resolver pendengas nos setores de energia ou construção civil pode fazer o mesmo em outros negócios regulados como transporte, telefonia ou mineração.

Complicando o cenário, o governo, que já mantinha extensa penetração na economia via estatais, BNDES e fundos de pensão, passa cada vez mais a sinalizar interesse em influenciar mais diretamente as estratégias e os investimentos privados.

Uma simbiose produtiva para fortalecer o empresariado nacional, dirão alguns. Mas a realidade é que, no Brasil, a palavra de ordem cada vez mais é dançar a música do governo. Os mais conectados continuarão com mais espaço na pista de dança. E o escurinho do salão continuará abrigando as mais diversas conversas ao pé do ouvido.

Sérgio Lazzarini é Professor Titular de Estratégia do Insper e autor de “Capitalismo de Laços: os Donos do Brasil e suas Conexões”.

Delta

O procurador da República Edson Abdon abriu inquérito civil público para investigar a venda da empreiteira Delta Construções ao Grupo J&F Participações, proprietária do JBS, frigorífico que tem 31,4% de suas ações sob controle do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


O objetivo da investigação, pedida na semana passada pelo procurador regional da República no Rio de Janeiro, Nivio de Freitas Silva Filho, é evitar que os controladores da construtora - mais de 80% propriedade do empresário Fernando Cavendish - fujam ao pagamento de eventuais prejuízos causados por supostas irregularidades cometidas pela empresa. A Delta é suspeita de envolvimento com o suposto esquema do contraventor Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para corromper agentes públicos e superfaturar obras, entre outros crimes.


A venda da Delta, anunciada na semana passada, foi recebida com estranheza pelo mercado. Não houve, segundo anunciado, desembolso de dinheiro. Os novos controladores terão dois meses para administrar a empreiteira e examinar sua contabilidade e compromissos, para então anunciar se vão realmente comprá-la. Cavendish, que se afastara do Conselho de Administração da empreiteira, não teria alternativa a isso - a outra seria aceitar a falência, já que a perda de credibilidade lhe fechou portas de financiamentos pelos bancos.

Procurador abre inquérito para investigar venda da Delta - Por Wilson Tosta - Agência Estado

Futuro do Euro


Algumas considerações do professor de economia Miguel Leon Ledesma sobre a crise da dívida soberana na Europa:

Do you think the euro is a viable project? Will it survive?

The Euro is not viable in its current form and it will only survive if politicians design a credible strategy for its survival in the very short run. The fiscal compact as a survival strategy, with its reminiscence of the old stability pact rules, is almost ludicrous. It is not credible, and that is already a reality. If the stability pact was violated by the key players for years without any consequences and during less difficult times, does anyone believe that the pact is achievable or even beneficial to some member states during the deepest and longest recession for 70 years? Obviously not. The euro cannot survive unless there is a move towards more fiscal union pertaining debt and fiscal transfers. The union can be limited, there is no need for a grand transfer scheme and there are imaginative proposals out there about designing an efficient system for backing weaker states’ new sovereign debt issues. There is also a need for a true banking union with common regulatory rules. But the short run is much shorter than many like to believe. The state of denial cannot continue. Whether the euro can survive, thus, is a question that will be answered in the next few months.

16 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Entregando pizza

Teste 555

Eis um trecho de uma reportagem de um jornal

Atualmente, estima-se que a Gol precise preencher 66% dos assentos de cada voo para não perder dinheiro. Em 2006, bastava ocupar 52% dos lugares. A má notícia é que, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil, a taxa de ocupação da Gol em março ficou em 65% no mercado doméstico, ante 70% um ano atrás. (A rota mudou para a Gol. De novo. Exame, 3 de maio de 2012)

a) Qual conceito o texto está se referindo?
b) Com base somente nas informações, deduza se a empresa teve lucro ou prejuízo.

Resposta do Anterior: O texto é confuso, mas tudo indica que seria alternativa (a)