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17 abril 2012

Distribuição do valor adicionado


Definição – Aqui temos um conjunto de índices. Trata-se da mensuração da distribuição do valor adicionado entre os recursos humanos, o governo, o capital de terceiros e o capital próprio.

Fórmulas

Distribuição aos Recursos Humanos = (Distribuição do Valor Adicionado ao Pessoal / Valor Adicionado Total a Distribuir) x 100
Distribuição ao Governo = (Distribuição do Valor Adicionado ao Governo/Valor Adicional Total a Distribuir) x 100
Remuneração ao Capital de Terceiros = (Remuneração ao Capital de Terceiros/Valor Adicional Total a Distribuir) x 100
Remuneração ao Capital Próprio = (Remuneração ao Capital Próprio/Valor Adicional Total a Distribuir) x 100

Sendo
Valor Adicionado Total a Distribuir = corresponde ao valor adicionado líquido produzido pela empresa somado com receitas financeiras e resultado de equivalência patrimonial. Corresponde ao que foi adicionado pela empresa na economia, retirado a depreciação, amortização e exaustão.
Distribuição do Valor adicionado ao Pessoal = refere-se a remuneração direta, os benefícios, FGTS e outros.
Distribuição do Valor Adicionado ao Governo = corresponde ao que a empresa distribuiu da sua geração de riqueza ao governo, sob a forma de impostos, taxas e contribuições (federais, estaduais e municipais).
Remuneração ao Capital de Terceiros = é a soma dos juros e alugueis que a empresa distribuiu para terceiros.
Remuneração ao Capital Próprio = compreende os dividendos, juros sobre capital próprio e lucros retidos no período.

Unidade de Medida – em percentual.

Intervalo da medida – Espera-se que os valores sejam positivos. Entretanto, podem ocorrer valores negativos em certas situações. A soma dos valores deve ser igual a 100%.

Como calcular – Os valores são apresentado na Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
A figura abaixo apresenta um extrato da DVA da Companhia deBebidas das Américas Ambev para 2010 e 2011.

Em 2011 a empresa gerou 27 bilhões de reais em valor adicionado antes da distribuição. Os índices seriam calculados da seguinte forma:

Distribuição aos Recursos Humanos = (2 660 781/27 088 199) x 100 = 9,82%

Distribuição ao Governo = (14 371 578 / 27 088 199) x 100 = 53,05%

Remuneração ao Capital de Terceiros = (1336 076/27 088 199) x 100 = 4,93%

Remuneração ao Capital Próprio = (8719 764 / 27 088 199) x 100 = 32,19%

Isto significa dizer que o governo ficou com 53% do valor adicionado pela empresa, majoritariamente federal e estadual. Cerca de um terço foi para o capital próprio e o restante para os recursos humanos e o capital de terceiros. A participação do governo decorre do setor de atuação da empresa, que é muito tributado.

Grau de utilidade – Moderado. Existem quatro razões para isto. Esta demonstração é obrigatória somente para algumas empresas. Segundo, poucos países adotam, de maneira compulsória, esta informação. Isto limita sua utilidade em termos comparativos. Em terceiro lugar, é uma informação nova, com uma base de dados reduzida. Finalmente, os analistas estão despreparados para usá-la.

Controvérsia de Medida – Alguma. Na economia não se considera que o setor financeiro adicione valor para economia; para este setor, a DVA deve ser usada com ressalvas.

Observações Adicionais
a)     Assim como em outros índices é importante observar os fatores que compõe cada um dos valores. Na remuneração do capital próprio do exemplo apresentado a maior parcela de valor refere-se ao lucro retido na empresa, sendo a distribuição de dividendos correspondente a R$2 bilhões.
b)     Setores com elevadas alíquotas, com é o caso de bebidas e cigarros, deverão ter uma grande distribuição do resultado para governo. A DVA evidencia o esforço de arrecadação deste setor. Entretanto, muitos dos impostos correspondem a valores que são repassados para os clientes, sendo a empresa um “posto fiscal” do governo.
c)     A composição da distribuição do valor agregado pode sofrer influencia do ciclo de vida da empresa. Assim, empresas em fase de implantação, talvez tenham uma distribuição ao governo menor que as empresas já instaladas.
d)     Algumas distribuições de valor adicionado são mais flexíveis, podendo sofrer mais variações ao longo do tempo. O pagamento de impostos, que faz parte da distribuição ao governo, provavelmente deverá ser relativamente constante ao longo do tempo. Já a remuneração do capital próprio, que depende do resultado da empresa, deve sofrer mais variações ao longo do tempo.


Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: Dividendo por lucro, Lucro por açãoPreço sobre vendasDividend yieldCapital Circulante LíquidoCusto da DívidaInvestimento sobre DepreciaçãoComposição do EndividamentoCobertura de dívida,. Cobertura de investimentoPrazo de Pagamento a Fornecedores,  Taxa de QueimaPrazo de EstocagemValor Adicionado sobre ReceitaMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRSPLEndividamento OnerosoEndividamentoFluxo de Caixa LivreEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Piada Antiga

Do blog Freakonomics, uma piada antiga:

Um CFO está entrevistando candidatos a um emprego. Ele chama o primeiro, um contador, no seu escritório e pergunta: "Quanto são dois mais dois?" O contador diz: "Quatro." O CFO chama um atuário para a sala e pergunta: "Quanto são dois mais dois?" O atuário fecha a porta, se inclina e sussurra:"Quanto que você quer?". Ele pegou o emprego.

Entrevista com Michel Shermer


Fundador da revista "Skeptic", diretor-executivo da Skeptics Society, colunista da revista "Scientific American" e professor da Claremont University, na Califórnia, o cientista americano Michael Shermer é um destes autores aos quais, para o bem ou para o mal, não se pode ficar indiferente.

Shermer é um radical defensor da ciência como único método válido de explicação do mundo e adepto de um ceticismo científico que se desenvolve a partir de descobertas recentes das neurociências. É dessa imbricação entre neurociência e ceticismo que ele propõe sua principal teoria: a de que o cérebro é feito para acreditar em qualquer tipo de coisa, sejam verdadeiras ou não. O ceticismo seria, então, o único remédio contra essa compulsão à crença que leva o ser humano a crer, até mesmo, em coisas estranhas, como anuncia o título do único livro do cientista traduzido no Brasil: "Por Que as Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas" (JSN Editora).

Crítico do relativismo, do criacionismo que se expande nos Estados Unidos e de toda forma de fé religiosa, Shermer reconhece, no ceticismo que prega, a necessidade de relativizar seu discurso, quando afirma, nesta entrevista: "Nós devemos ser céticos em relação à neurociência, à ciência e até mesmo ao ceticismo!"

Valor: Seu novo livro, recém-lançado nos EUA ("The Believing Brain") começa com uma narrativa pessoal sobre as suas crenças. Em que acredita alguém que se define como cético?

Michael Shermer: Ser cético significa que você precisa de evidências antes de acreditar em algo. Evidências confiáveis, claro. Céticos são pessoas que pensam como cientistas, sempre buscando evidências. Mas não é preciso ser cientista para ser cético. Escrevi um capítulo sobre as minhas crenças pessoais, sobre a época em que eu acreditava em Deus, na religião, nos fenômenos paranormais e sobrenaturais e outras coisas desse tipo. Até que me tornei um cientista e aprendi a pensar de forma crítica, cética e científica e resolvi procurar evidências para as minhas crenças. Quando fiz isso, deixei de acreditar nos fenômenos sobrenaturais e paranormais, em Deus, na religião etc. Mas o ponto principal do livro é sobre o fato de que todos nós temos nossas crenças, pois o cérebro funciona de maneira a estabelecer crenças e reforçá-las como verdades.

Valor: O seu ceticismo é um método de levar a dúvida até a última consequência? Haverá sempre algo a duvidar?

Shermer: O objetivo do ceticismo é entender como o mundo funciona. O mundo sempre será como ele é; não importa como queremos que ele seja. O problema é que nosso cérebro está programado para estabelecer crenças e reforçá-las como verdades absolutas, e não é assim que o mundo funciona. O objetivo da ciência é tentar superar essa tendência cognitiva a acreditar, essa tendência a acreditar em coisas nas quais queremos acreditar mesmo quando não existem evidências.

Valor: O senhor acha que acreditar em Deus também é parte dessa tendência? Como explicar a fé religiosa?

Shermer: Nosso cérebro é programado pela evolução para acreditar em todo tipo de coisa, não importa se são verdadeiras ou não, só pela possibilidade de serem verdadeiras. E nós procuramos evidências que se encaixem naquilo em que já decidimos acreditar. Por exemplo, se você é católico e acredita em Deus, só vai procurar evidências que reforcem essa crença e vai ignorar qualquer outra evidência que vá contra isso. Na ciência, isso não é permitido. Você é obrigado a procurar as evidências contrárias à sua teoria. Se você não fizer isso, outra pessoa vai fazer.

Valor: Ainda haveria motivos para o debate sobre o valor da ciência em relação ao valor da religião como forma de explicação do mundo?

Shermer: A ciência é uma maneira de explicar o mundo natural, de tentar entender por que o mundo é assim, utilizando métodos confiáveis. Não importa se eu, você ou alguém na Índia tem uma teoria, todos nós podemos usar um método para verificar se ela é verdadeira ou não. Um exemplo: uma pessoa nascida na Índia provavelmente vai seguir a religião hindu, uma pessoa no Brasil provavelmente vai ser católica, e uma pessoa nascida no Sul dos EUA provavelmente será da religião batista. Portanto, o local onde você nasce vai determinar qual será sua religião, em qual deus você vai acreditar. Na ciência, digamos na física, por exemplo, é diferente. Não existe a física da Índia, do Brasil ou dos EUA. Existe simplesmente a física

Valor:No Brasil, seu único livro traduzido é "Por Que as Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas". A resposta para isso está no cérebro?

Shermer: Sim, o cérebro não consegue viver sem acreditar em nada. Temos que acreditar em diversas coisas para conseguir levantar da cama de manhã, sair de casa para trabalhar. Nós estabelecemos várias crenças e temos que fazer isso para sobreviver. Todos os animais fazem isso. Nós estabelecemos associações, conexões, aprendemos, ligamos A a B, criamos padrões, isso é um processo normal para todos nós. Mas sem a ciência é impossível saber se nossas crenças são verdadeiras ou não. O que a ciência faz é trazer um conhecimento confiável, determinar se uma teoria é verdadeira ou não. Uma teoria não é verdadeira só porque você acredita nela. Ela é ou não é verdadeira.

Valor: Como conciliar seu ceticismo com alegações de que nossos cérebros são, do ponto de vista da neurociência, programados para acreditar? Ou por que não ser cético sobre neurociência também?

Shermer: Devemos ser céticos em relação à neurociência, à ciência e até mesmo ao ceticismo! Não há problema em ser cético sobre tudo. Não há vacas sagradas. No entanto, é importante notar que isso não significa que vale tudo e que todas as "teorias" têm o mesmo valor científico. Toda pessoa tem direito às próprias opiniões, mas nem todo mundo tem direito aos próprios fatos.

16 abril 2012

Rir é o melhor remédio


Teste 544

Este conhecido empresário dá nome a uma lei nos Estados Unidos importante para a área de controle interno e auditoria. Basicamente empresas com rápido crescimento com menos de 1 bilhão de dólar de receita não precisa de ter certos controles internos e alguns procedimentos de auditoria. Este empresário é

Bill Gates
Jeffrey Bezos
Steve Jobs

Resposta do Anterior: um músico. Fonte aqui

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Arte e Artista
No mundo...
Contabilidade
Fraudes nas Empresas

Tim Harford
Vídeo

Groupon

Um dos fatos mais relevantes dos últimos dias ocorreu com a Groupon. Este grupo, que atua na área de compras coletivas, anunciou uma revisão nas receitas e resultados:

Após o fechamento das bolsas norte-americanas, as ações do Groupon despencam mais de 6% no after hours nesta sexta-feira (30), sendo cotadas a US$ 17,20. O movimento de queda dos papéis reflete um comunicado da companhia, no qual o site de compras coletivas revisa para baixo sua receita líquida e lucro líquido do quarto trimestre do ano passado em função de maiores taxas de reembolso.



A companhia reduziu em US$ 14,3 milhões a receita para US$ 492,2 milhões, enquanto o lucro líquido foi cortado em US$ 22,6 milhões, ou US$ 0,04 por ação. Já para o primeiro trimestre deste ano, o Groupon reafirmou sua expectativa para receita entre US$ 510 milhões e US$ 550 milhões.


A justificativa foi a existência de "statement of material weakness". Blodget, um dos mais respeitados analistas financeiros, afirma que as alterações não afetam caixa. O problema é que a empresa possui uma contabilidade agressiva.

Mas a questão da empresa é um pouco mais complicada, como destaca o Financial Times. Veja o que diz o comunicado da empresa:

we concluded there is a material weakness in the design and operating effectiveness of our internal control over financial reporting as defined in SEC Regulation S-X.

Mais adiante:

We did not maintain financial close process and procedures that were adequately designed, documented and executed to support the accurate and timely reporting of our financial results. (...) We did not maintain effective controls to provide reasonable assurance that accounts were complete and accurate and agreed to detailed support, and that account reconciliations were properly performed, reviewed and approved. (...) We did not have adequate policies and procedures in place to ensure the timely, effective review of estimates, assumptions and related reconciliations and analyses, including those related to customer refund reserves. As noted previously, our original estimate disclosed on February 8 of the reserve for customer refunds proved to be inadequate after we performed additional analysis.

Petrobrás e Política Econômica

Maílson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria, se diz impressionado com as afirmações de Lobão. Segundo o economista e ex-ministro, as declarações mostram a intervenção do acionista controlador na companhia.

"Eu fui da época do controle de preços e a Petrobras se machucou muito. Mas era diferente, havia um processo hiperinflacionário e o controle de preços era parte dos instrumentos de controle do governo. Agora estão usando a Petrobras como instrumento para atingir a meta da inflação", critica, lembrando que, em 2011, o IPCA variou 6,5%, não por acaso o limite superior da meta de inflação.
(Defasagem no preço e importação de combustíveis pressionam Petrobras, Cláudia Schüffner, Valor Econômico, 29 de Março de 2012)

Nóbrega foi um dos piores ministros da Economia que o país já teve. Seu legado foi uma inflação mensal de 80%. Naquele momento o governo usou a Petrobras para fins de política econômica, o que ainda está ocorrendo nos dias de hoje. Não existe diferença, ao contrário do que ele afirma.

Derivativos

O banco do grupo JBS só obteve lucro em 2011 por conta das operações com derivativos, informa o Estado de S Paulo (Derivativos turbinam lucro do banco do JBS, Leandro Modé, 28 de março de 2011). E os números mostram que o resultado ocorreu graças ao terceiro trimestre:

No fim de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) surpreendeu o sistema financeiro ao reduzir inesperadamente a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano. Segundo operadores de mercado, os poucos agentes que anteciparam aquela decisão ganharam muito dinheiro.


O que é interessante é que uma instituição financeira, com problemas de rentabilidade ao longo de todo o ano, faça uma aposta no comportamento de juros. O acerto proporcionou uma rentabilidade suficiente para "salvar" o ano de 2011. Mas é um tipo de aposta que depende (a) um bom sistema preditivo ou (b) uma informação privilegiada.

O banco, ao final de 2011, ainda continuava exposto aos derivativos, com mais de 1 bilhão de depósitos de garantias.

Nudge

Um texto interessante da revista The Economist sobre Nudge:

Economistas comportamentais descobriram que todos os tipos de preconceitos psicológicos ou neurológicos levam as pessoas a fazer escolhas que parecem contrárias aos seus interesses. A idéia de cutucar é baseado em uma pesquisa que mostra que é possível orientar as pessoas a tomarem decisões melhores, apresentando opções de maneiras diferentes. 

Essa teoria está sendo posta à prova. Um dos do livro co-autores, Cass Sunstein, foi recrutado por Barack Obama para a Casa Branca. Richard Thaler, o outro co-autor, tem aconselhado os formuladores de políticas em vários países, incluindo Dinamarca, França e, acima de tudo, a Grã-Bretanha, de David Cameron, onde estabeleceu uma equipe apelidada de Unidade Nudge.

A Unidade de Nudge executou dezenas de experiências e os primeiros resultados têm sido promissores. Em um ensaio, uma carta enviada aos não-contribuintes do imposto sobre veículos foi alterado para usar um inglês mais claro, do tipo "pagar o seu imposto ou perder o seu carro". Em alguns casos, a carta era ainda mais personalizada, incluindo uma foto do carro em questão. A carta dobrou o número de pessoas que pagam o imposto; aquela com a foto triplicou.

Fonte: The Economist

15 abril 2012

Rir é o melhor remédio

As mulheres famosas, por década, e sua profissão. Clique na figura para visualizar melhor.

Foxcom

O vídeo a seguir mostra como funciona uma fábrica da Foxcom na China.


Fonte: Aqui

Ratings

O gráfico mostra a evolução de três grandes enxadristas: Fischer, Kasparov e Carlsen. Fischer, dos EUA, abandonou o xadrez após a conquista do título e por isto sua evolução no rating do xadrez não pode ser acompanhada. Além disto, a criação do rating ELO, usada no xadrez, ocorreu na década de 70. 

De vermelho o desempenho de Kasparov. Seu auge foi no ano de 2000, quando atingiu 2851, patamar de rating ainda não atingido por nenhum enxadrista. Em 2000 tinha 37 anos de idade.

Em amarelo o desempenho do norueguês Magnus Carlsen. Ele atualmente tem 21 anos, mas já possui um rating de 2835. São 15 pontos do recorde mundial. 

Entretanto, a base comparativa é relevante. No período de Fischer, a maioria dos jogadores entre os dez maiores possuíam rating abaixo de 2700 (perto de 2650). No auge de Kasparov, a média do Top 10 era de 2750 e hoje a média do Top 10 está perto de 2800: 3 dos 10 melhores jogadores hoje possuem um rating acima de 2800 (o quarto, o atual campeão mundial, tem 2799)

14 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Curtir em 1500, 1700, 1900 e 2011

Dividendo por lucro

Definição – Este índice representa a taxa de distribuição do lucro para os acionistas.

Fórmula – Dividendo por lucro = [(Dividendos + Juros sobre o Capital Próprio)/Lucro Líquido] x 100

Sendo

Dividendos e Juros sobre Capital Próprio = representa o valor distribuído para o acionista sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio
Lucro Líquido = corresponde ao lucro líquido da empresa, antes da distribuição do resultado

Unidade de Medida – em percentual.

Intervalo da medida – Este índice é obtido para valores positivos, variando entre zero a cem. Quanto mais próximo de 100% maior a distribuição do resultado por parte da empresa. Em razão das normas societárias brasileiras, o valor mínimo deveria ficar em geral acima de 25%.

Como calcular – Os valores podem ser obtidos na demonstração das mutações do patrimônio líquido. Ou então na demonstração dos fluxos de caixa do período seguinte e do resultado do atual exercício.

Veja o exemplo da holding Itau, conforme extrato apresentado na figura abaixo:

Durante o exercício (segundo semestre de 2011) a empresa teve um lucro acumulado de R$6,12 bilhões. Será destinado para os acionistas R$1,85 bilhão. Este índice pode ser calculado facilmente:

Dividendo por lucro = [1846 923 / 6 120571] x 100 = 30,2%

Ou seja, a empresa está distribuindo um pouco menos de um terço do lucro para seus acionistas.

Grau de utilidade – Elevado. Este índice mostra quanto está sendo distribuído do lucro por parte da empresa. Para o investidor é importante saber a possibilidade de ter um fluxo de dividendos ao longo dos anos.

Controvérsia de Medida – Alguma, referente ao uso da DMPL para fins de obtenção dos valores, conforme detalhado a seguir.

Observações Adicionais
a) Apesar de o índice referir-se aos dividendos, os aspectos contemplados também estão relacionados com os juros sobre o capital próprio.
b) Usamos a DMPL para o cálculo. É importante notar que o valor de dividendos apresentados na DMPL refere-se a uma proposta. O ideal seria usar o valor efetivamente distribuído. A alternativa para isto seria obter este valor na DFC no próximo exercício social. Entretanto, isto não garante que o cálculo esteja levando em consideração somente os dividendos gerados no exercício.
c) O inverso desta medida seria a taxa de retenção do lucro. No exemplo apresentado, a taxa de retenção seria 70% ou 1 – 30%.
d) Empresas em fase de expansão costumam reter lucros, resultando num índice reduzido. Entretanto é importante considerar que a existência da legislação societária sobre o assunto tende a elevar o valor distribuído mesmo nestas fases.
e) As empresas que não possuem alternativas de investimento geralmente apresentam um valor elevado para este índice.
f)Em geral as empresas apresentam um valor relativamente estável no tempo. Grandes variações neste índice pode ser um aspecto negativo para o investidor.
g) Para as empresas que distribuem dividendos adicionais após a assembleia dos acionistas deve-se tomar o cuidado de relacionar o valor distribuído pelo lucro do exercício correspondente. 

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram:

14 de abril

Nascimentos:

Aluísio Azevedo - escritor e jornalista brasileiro, autor de "O Cortiço";
Alfredo Volpi - pintor ítalo-brasileiro, considerado pela crítica um dos artistas mais importantes do modernismo;
Renata Andrea Henriques Sales - minha irmã ;)

Robert Doisneau (fotos) - fotógrafo de rua, famoso pela fotografia "O Beijo do Hotel de Ville".




13 abril 2012

Ganhe mais: peça demissão


Se você acha que a única maneira de ganhar um aumento é procurando outro emprego, você pode estar certo. Hummm!!!

Para confirmar a revolta de muitos, uma nova pesquisa mostrou que funcionários de uma empresa geralmente são indevidamente passados para trás em uma promoção em favor de alguém de fora da organização, que muitas vezes ganha melhor. [Até negritei para aumentar a revolta!]

Para adicionar insulto à injúria, a mesma pesquisa notou que as contratações externas não realizam um trabalho tão bom quanto as pessoas que são promovidas a partir de dentro da organização.

Conclusão (a.k.a. dã!): as empresas poderiam se dar melhor se promovessem seus próprios funcionários, ao invés de caçar no quintal do vizinho.

“As empresas devem compreender que muitas vezes pode ser mais difícil do que parece trazer pessoas de fora, que parecem boas no papel”, disse Matthew Bidwell, professor de administração da Universidade da Pensilvânia, EUA, e autor do estudo.
“Além disso, há uma suspeita de que ‘a grama do vizinho é sempre mais verde’ que leva algumas empresas a contratar gente de fora com um currículo bom, sem entender que é difícil saber que fraquezas essas pessoas vão trazer com elas”, explica.

A pesquisa descobriu dois inconvenientes principais de contratar gente de fora para grandes posições. A principal delas é que geralmente leva cerca de dois anos para novas contratações se ajustarem a novas responsabilidades dentro de uma organização.

Além disso, gerentes de recursos humanos relatam que normalmente pagam mais a essas pessoas, entre 18 e 20% mais, para atraí-las e fazê-las deixar sua posição atual. No entanto, quem conseguiu passar os dois primeiros anos foi promovido mais rapidamente do que os candidatos internos.

Os pesquisadores alertam que, mesmo que as contratações externas sejam qualificadas para o trabalho, o sucesso não é garantido. “Há um risco muito maior da pessoa não atender a expectativa e ser demitida durante esses primeiros anos, principalmente porque não desenvolve as habilidades necessárias e, portanto, não funciona tão bem como o esperado. Então, também, novas contratações poderiam decidir sair voluntariamente”, diz Bidwell.

Ser passado pra trás em uma posição dentro de uma organização, que foi oferecida para uma pessoa de fora da organização, pode (e com certeza vai) frustrar os funcionários, mas Bidwell não recomenda se demitir. Isso pode ser considerado uma forma de mostrar deslealdade para com sua organização por outros empregadores e, em última instância, não vai aumentar suas chances de ganhar bem.

Fontes: Aqui e Aqui

Rir é o melhor remédio

Esqueletos dos desenhos. Dica Ednilto (grato)









Links


Neurociência

Mercado Irracional

Desenvolvido?

Para Nerds

Lucro por ação


Definição – Corresponde ao lucro do período dividido pelo número de ações. Refere-se ao lucro que pode ser destinado aos acionistas.

Fórmula – Lucro por Ação = Lucro líquido do exercício / número de ações

sendo

Lucro Líquido = corresponde ao resultado líquido do exercício da empresa
Número de ações = refere-se ao número de ações emitidas pela empresa

Unidade de Medida – em reais.

Intervalo da medida – Este índice é calculado para valores positivos, variando entre zero a infinito. E possível também calcular o prejuízo por ação, mas em termos analíticos isto não faz muito sentido.

Como calcular – Para as empresas de capital fechado, basta dividir o lucro líquido, informação obtida na demonstração do resultado, pelo número de ações, que pode estar evidenciado nas notas explicativas. Em empresas com ações negociadas na bolsa de valores este valor está calculado nas demonstrações contábeis.

Veja o caso do Bradesco, que apresentamos um extrato das notas explicativas onde a empresa detalha o cálculo do lucro por ação:

A instituição financeira calculou o lucro separado dos acionistas ordinários e os preferenciais. O valor é obtido dividindo o lucro líquido pelo número médio de ações. Veja o seguinte exemplo:

LPA Acionistas Ordinários em 31 dez 2011 = 5221 168/1908 949 = R$2,74

Grau de utilidade – Moderado. Este índice pode ser útil quando usado em conjunto com outros índices e analisado em termos históricos. Entretanto sua utilidade é prejudicada por ser um valor específico para cada empresa. Assim, um LPA de 5,00 para uma empresa pode ser elevado, mas para outra pode ser reduzido.

Controvérsia de Medida – Alguma. A CVM possui norma específica sobre a forma de cálculo, o que reduz os problemas.

Observações Adicionais
a)  Em geral este índice não apresenta variação expressiva ao longo do tempo. As empresas evitam uma flutuação grande neste índice, já que isto pode indicar um risco mais elevado;
b)  Valores mais elevados do lucro por ação geralmente estão associados a distribuição de dividendos.
c)  Quando confrontado com o preço da ação, este índice pode revelar um parâmetro de retorno do investimento para o acionista. No dia que escrevemos este texto, no início de abril de 2012, o preço da ON do Bradesco estava em 25,57. Com um LPA de 2,74, isto indicaria que comprar a ação da empresa levaria a um retorno anual de 10,70 em termos de lucros (sem levar em consideração a valorização das ações).


Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: Lucro por ação, Preço sobre vendasDividend yieldCapital Circulante LíquidoCusto da DívidaInvestimento sobre DepreciaçãoComposição do EndividamentoCobertura de dívida,. Cobertura de investimentoPrazo de Pagamento a Fornecedores,  Taxa de QueimaPrazo de EstocagemValor Adicionado sobre ReceitaMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRSPLEndividamento OnerosoEndividamentoFluxo de Caixa LivreEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Informações privilegiadas

Reguladores de valores mobiliários nos Estados Unidos afirmaram nesta quinta-feira que o Goldman Sachs pagará US$ 22 milhões para resolver acusações civis de que o banco de investimentos não dispõe de políticas adequadas para evitar que analistas da empresa compartilhem informações não-públicas que poderiam ser passadas aos clientes.

O acordo foi fechado em conjunto com a Securities and Exchange Commission (SEC) e a Financial Industry Regulatory Authority (FINRA).

O caso deriva de uma prática do Goldman que veio a público há alguns anos, em que analistas da área de pesquisa de ações encontravam-se com os operadores das companhias para dividir sua melhores ideias de operações. Estas ideias eram, então, repassadas, para clientes preferenciais.


Fonte: Aqui.
Imagem daqui

Devolução

"Devolução ficta" é a devolução do produto, pelo comerciante, ao fabricante apenas por meio da emissão de documentos fiscais e registros contábeis, sem que o produto tenha que ser devolvido fisicamente. Já a "reintegração aos estoques" trata dos eletrodomésticos vendidos diretamente ao consumidor pelos fabricantes e não recebidos pelo comprador até a data da publicação do primeiro decreto.



Fonte: Aqui

12 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Tempo antes de terminar a instalação

Links

Curiosidade
55% dos médicos admitem usar celular durante cirurgia 
As religiões dos super-heróis 
O segredo dos Logotipos 

Narciso
Espelho, espelho meu: como evitar o viés da confirmação 
Os contadores vestem mal? Quais as razões? 

Números
RJ tem mais servidores públicos que Brasília 
Contando o número de mortos 

Listas
As 500 da Fortune em 1812: o poder dos bancos 
10 países com maior probabilidade de default: Portugal em segundo 
A origem dos principais harckers do mundo 

Educação
Concisão do texto científico 
Fipecafi agora tem curso de graduação (dica de A Alcantara) 

Tecnologia
40% dos sítios corporativos possuem vídeos 
Novo ponto eletrônico começa a valer 

Preço sobre Vendas


Definição – Este índice mostra a relação entre a capitalização da empresa e o valor da receita líquida de vendas.

Fórmula – Preço sobre Vendas = Preço da ação / Venda por ação

A expressão também pode ser obtida a partir da seguinte relação:

Preço sobre Vendas = Capitalização / Receita Líquida de Venda

Onde

Capitalização = corresponde ao valor de mercado da empresa
Receita Líquida de Venda = receita das vendas reduzida de abatimentos de vendas, devolução e impostos sobre vendas. Este valor da receita é anual.

Unidade de Medida – em números absolutos.

Intervalo da medida – Este índice pode variar entre zero a infinito. Valores muito elevados podem indicar uma valorização excessiva das ações da empresa. Valores reduzidos representa uma situação onde a valorização das ações está abaixo do esperado.

Como calcular – Para da informação pode ser obtida na demonstração do resultado da empresa. Parte pode ser obtida a partir da cotação das ações da empresa na bolsa de valores. Isto foi tratado no índice de capitalização.
A figura abaixo mostra um trecho da demonstração do resultado da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD)  referente aos dois últimos anos.

Durante o ano de 2011 a empresa teve uma receita de 17,7 bilhões de reais. A capitalização da empresa no final de 2011 é de 17,3 bilhões, conforme mostra a figura a seguir:

Com estas informações, o índice será dado por:

Preço sobre Vendas = 17,33 / 17,94 = 0,98

Ou seja, o valor de mercado corresponde a quase um ano de vendas da empresa. No ano anterior o índice era de:

Preço sobre Vendas = 19,98 / 16,965 = 1,18

Indicando uma desvalorização do valor de mercado da empresa no período.

Grau de utilidade – Moderado. O índice é usado somente para empresas com ações negociadas na bolsa de valores. Entretanto, este índice tem sido muito usado para fazer projeção de empresas inovadoras, que não geram lucro nos primeiros anos de vida útil e que são de capital fechado. Neste caso, usa uma média do setor para fazer a projeção.

Controvérsia de Medida – Alguma. Um dos aspectos críticos é seu uso para fazer estimativa de valor das empresas com baixo fluxo de caixa. Isto inclusive tem incentivado algumas empresas a “inflacionarem” suas receitas, sendo o caso mais famoso o da empresa dos EUA de venda de passagens Priceline.

Observações Adicionais
a)     Usamos no exemplo o valor de mercado do final do ano. Alternativas disponíveis incluem o valor de meados do ano ou o valor inicial. O importante é que o cálculo seja padronizado para outras empresas do mesmo setor.
b)     O índice é muito influenciado pelo comportamento do mercado acionário. Em períodos de alta na bolsa de valores o índice tende a aumentar. Nestes períodos é relevante a comparação com empresas do mesmo setor.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: Dividend yield, Capital Circulante Líquido, Custo da Dívida, Investimento sobre DepreciaçãoComposição do endividamentoCobertura de Dívidas, Cobertura de investimentoPrazo de Pagamento a FornecedoresTaxa de QueimaFluxo sobre lucroPrazo de EstocagemMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRetorno sobre Patrimônio LíquidoEndividamento OnerosoEndividamentoEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Contabilidade pública

Uma das melhores coisas em ser governo é que ninguém audita suas contas. Os políticos têm uma margem enorme para a elaboração e apresentação de seus orçamentos. Hans Hoogervorst, o presidente do International Accounting Standards Board (IASB), referiu-se a contabilidade pública como "estado de anarquia primitiva". Um novo artigo do FMI oferece uma taxonomia útil dos truques da contabilidade pública*.

Alguns dos truques citados:

a) Empurrar gastos para o futuro;
b) Endividamento oculto
c) Antecipar receitas
d) passar por entidades não governamentais

Conforme afirma o texto, a "malandragem causa danos além de simplesmente ocultar a verdadeira situação fiscal"

Entre as medidas para resolver o problema existe a necessidade de "regras do setor privado de contabilidade. O IASB e da IFAC assinaram um acordo em novembro, para incentivar a harmonização entre o público e padrões de contabilidade do setor privado."

Um vídeo interessante

Numa pequena cidade da Bélgica, um botão convidativo: adicione drama na sua vida.



Fonte: Aqui

10 razões para fraude

1. Ganância

2. A falta de transparência

3. Má gestão da informação

4. Bônus excessivamente generosos

5. Departamento de auditoria interna sem independência

6. Falta de orientação moral clara da alta administração

7. Complexa estrutura organizacional

8. Controles contábeis pobres

9. Arrogância

10. Complacência

Fonte: aqui