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16 setembro 2010

Terreno


É notório que o setor imobiliário nacional vive um de seus melhores momentos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, não é preciso muito esforço para ver prédios sendo erguidos um atrás do outro. Dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) mostram que as vendas de imóveis na capital paulista cresceram 18,4% no primeiro semestre deste ano.

Com a falta de terrenos, as construtoras passaram a avançar sobre espaços que hoje estão tomados por empresas. Muitas companhias ocupam grandes áreas em regiões privilegiadas e nem perceberam que, em alguns casos, esse ativo chega a valer mais do que o próprio negócio.

Um bom exemplo é o quase centenário Colégio Dante Alighieri, cuja construção ocupa 22 mil metros quadrados da nobre alameda Jaú, no coração dos Jardins, em São Paulo. Estima-se que o terreno valha R$ 400 milhões, enquanto o faturamento estimado da instituição seja de R$ 100 milhões.

“É certamente um dos terrenos mais valiosos de São Paulo. O metro quadrado na região vale cerca de R$ 6 mil, mas, como ele está quase em frente ao parque Trianon, com a especulação, esse valor pode chegar a até R$ 10 mil o m2”, afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp).

Mas há um grande empecilho em relação a esse terreno: o fator histórico. O colégio completará 100 anos, em 2011, e preserva a arquitetura original, além de ser comandado por um grupo de 59 ex-alunos que fazem parte do conselho diretor e que não têm interesse em transferir o colégio para outro lugar.

“Existe toda uma tradição e um aspecto sentimental que se tornam uma barreira para isso. Temos até planos de abrir uma segunda unidade, mas essa certamente será mantida onde está”, afirma José de Oliveira Messina, presidente do Dante. Apesar de Messina negar, consultores do mercado imobiliário dizem que o Dante é assediado constantemente.

O mesmo acontece com Marcelo Gutglas, presidente do PlayCenter. “Recebemos inúmeras propostas, mas os terrenos onde o parque está instalado não estão à venda. Tenho contratos assinados com os donos dos terrenos e estou investindo novamente no parque”, afirma Gutglas.

O parque de diversões paulistano PlayCenter, que já foi o maior do País, está sobre quatro terrenos diferentes, todos alugados. Ele ocupa uma área de 85 mil metros quadrados de frente para a Marginal do rio Tietê, entre as pontes do Limão e da Casa Verde. O espaço onde o PlayCenter está instalado vale cerca de R$ 136 milhões, mais do que o faturamento de R$ 100 milhões que o parque projeta para este ano.

“O problema desse terreno é que não é possível fazer construção alta”, diz Pompéia. Isso ocorre porque, desde 2002, a cidade de São Paulo tem uma lei de zoneamento rigorosa. Em algumas regiões, as construções são obrigadas a ter apenas um andar, ou seja, o seu aproveitamento é de uma vez o tamanho do terreno. Já em outras áreas, há mais flexibilidade chegando a mais de quatro vezes.

O fato de poder aproveitar quatro vezes ou mais o tamanho do terreno é a vantagem de construir no bairro de Santo Amaro, próximo à Marginal do Rio Pinheiros.

“Os terrenos na região podem ter seu metro quadrado vendido por R$ 3 mil, sendo bastante conservador e lembrando que esse valor é multiplicado por até 4,3 vezes”, afirma Pompéia. O terreno onde estava localizada a fábrica da Giroflex, por exemplo, teria sido vendido recentemente por R$ 300 milhões.

O proprietário da corretora de imóveis Bamberg, Michel Bamberg, que vendeu o terreno, não confirma o valor, mas deixa claro que o bairro é um dos mais visados. “As fábricas ali localizadas são alvo de constantes ofertas”, diz Bamberg.

A joia da coroa é o terreno de 27 mil metros quadrados onde funciona a sede e o centro de distribuição da Semp Toshiba, localizado próximo à ponte João Dias. “A empresa recebe de duas a três visitas mensais de grupos interessados em adquirir o terreno”, afirma um executivo do setor imobiliário.

Uma das propostas seria a de um condomínio misto, com escritórios comerciais e apartamentos residenciais. A companhia fatura R$ 1,9 bilhão, uma cifra bem maior do que os R$ 350 milhões que o terreno vale. Isso não quer dizer que a empresa não vai negociá-lo.

Fontes próximas a executivos da companhia dizem que a Semp Toshiba está aguardando valorizar ainda mais para bater o martelo. “Alguns terrenos se tornaram tão valiosos que as empresas ficam com uma parte do seu ativo imobilizado e, por isso, preferem comercializar os imóveis”, diz Cláudio Castro, diretor da Sergio Castro Imóveis do Rio de Janeiro. Segundo ele, o Rio enfrenta a mesma carência de bons terrenos que São Paulo. A imobiliária se instalou no Cais do Porto para atender a incorporadoras que buscam por empresas que queiram se desfazer de suas áreas.

“Esse tipo de negócio está acontecendo tanto que abrimos um escritório só para tratar disso.” Cerca de 30 empresas da área já venderam seus imóveis. Entre as companhias localizadas no Cais do Porto está o Diários Associados – que reúne o Jornal do Comércio, a rádio Tupi e a rádio Nativa.

Desde a década de 50, a empresa ocupa o imóvel com 11 andares (21.000 m2 de área construída), sendo que apenas cinco pavimentos são utilizados atualmente. O valor estimado do prédio é de cerca de R$ 30 milhões. O diretor financeiro do Diários, Nelson Gimenez, reconhece que é um bom momento para negociar a área.

“A intenção é vender e instalar a empresa em outro lugar que custe menos para, assim, obter um ganho que possa ser transformado em capital de giro”, explica. “O interesse pela região, até pouco tempo atrás abandonada, considerada perigosa, só tem ajudado”, acrescenta ele.

A mudança do perfil da zona portuária do Rio de Janeiro começou em junho de 2009, quando o prefeito Eduardo Paes lançou o projeto Porto Maravilha. Parte integrante do dossiê de candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2016, a ideia é revitalizar a área por meio de intervenções urbanas e econômicas. A transformação deve exigir um investimento total de R$ 3,4 bilhões.


O mapa da mina - Por Crislaine Coscarelli e Luciani Gomes - Isto é Dinheiro

Críticas a KPMG

KPMG recebe críticas por dar OK a balanços antes de fechamento

Auditoria: Órgão regulador britânico pede esforço de grandes firmas contra conflito de interesse
Valor Econômico (via Análise de Balanços) - Por Adam Jones Financial Times, de Londres (15/09/2010)

A KPMG está sendo criticada por um organismo regulador contábil britânico por dar seu aval a auditorias de balanços antes da conclusão de todos os trabalhos necessários.

A crítica foi feita pelo Financial Reporting Council (FRC), órgão regulador do setor no Reino Unido, que disse ontem que a Deloitte, a Ernst & Young, a KPMG e a PricewaterhouseCoopers (PwC), as quatro maiores firmas de auditoria do mundo, precisam se esforçar mais para evitar conflitos de interesses e serem mais céticas em relação as afirmações das administrações das empresas.

As avaliações anuais das chamadas "Big Four" são anunciadas no momento em que as autoridades reguladoras apertam o cerco sobre a profissão e questionam seu papel na crise financeira.

No caso da KPMG, a Unidade de Inspeção de Auditorias do FRC analisou 15 auditorias e constatou que em três casos o relatório dos auditores foi assinado cedo demais. Mudanças significativas foram feitas posteriormente na contabilidade em um dos casos.
Paul George, diretor de auditoria do Conselho Supervisor Profissional do FRC, que incluiu a Unidade de Inspeção de Auditorias, disse que o problema da assinatura antecipada não esteve limitado à KPMG: "Trata-se, até certo ponto, de um desafio para toda a profissão."

A KPMG disse que aceitou os comentários da Unidade de Inspeção de Auditorias. "Estamos satisfeitos em perceber que em nenhum dos casos eles acharam que a opinião da auditoria estava incorreta", disse Oliver Tant, diretor do braço de auditoria da KPMG no Reino Unido.

A disposição de auditores de realizar para os clientes trabalho que não envolve auditoria, há muito, é motivo de controvérsias porque a independência da auditoria pode ser comprometida por esses laços adicionais.

A Unidade de Inspeção de Auditorias disse que a Deloitte pode ter cometido violações éticas duas vezes nesta área, em um dos casos quando designou dois funcionários para um cliente de auditoria, para a prestação de consultoria à administração por seis meses.

A PwC também foi considerada culpada por um desvio ético, quando atuou como avalista de um esquema de previdência de um cliente de auditoria.

Além disso, a Unidade de Inspeção de Auditorias chamou a atenção da Ernst & Young para se certificar de que a possibilidade de funcionários se tornarem sócios não está sendo condicionada ao sucesso que eles têm na venda de serviços não ligados a auditorias, para clientes que também são auditados por ela.

Ela mencionou "referências inadequadas" à venda de serviços não ligados a auditorias em arquivos pessoais, embora a firma tenha negado que adote uma política de avaliar candidatos a sócios desta maneira.

A Unidade de Inspeção de Auditorias disse que também vai monitorar a expansão da KPMG nos serviços não ligados a auditorias para clientes de auditoria. George disse que as "Big Four" precisam acabar com o hábito de pensar que sempre é possível desenvolver salvaguardas internas eficazes que possam evitar a possibilidade de conflitos de interesses inerentes ao trabalho não relacionado a auditorias. "Eles precisam pensar com mais cuidado sobre se eles podem aceitar certos tipos de serviços não ligados a auditorias", disse ele.

As áreas em que o FRC quer ver contestações mais vigorosas, da parte das Big Four, a suposições feitas pelas administrações das empresas são: previsões de resultados, testes de imparidade para verificar o valor de ativos registrados no balanço, reconhecimento de receita e confirmação independente de ativos.

As firmas de auditoria no geral são boas na resposta às suas solicitações, acrescentou a Unidade de Inspeção de Auditorias.

Preço da Felicidade

Para saber até que ponto dinheiro compra felicidade, estatísticos analisaram um banco de dados gigantesco nos EUA. Descobriram um valor a partir do qual mais riqueza não significa mais bem-estar: R$ 11 mil por mês.

"Uma renda pequena exacerba as dores emocionais associadas a problemas como divórcio, doença ou solidão", diz Daniel Kahneman, da Universidade Princeton, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2002 e coautor da nova pesquisa publicada na revista científica "PNAS".

Para ser feliz, então, o importante não é ser rico, mas sim não ser pobre, revelam entrevistas feitas com mais de 450 mil americanos.


A pesquisa funciona assim: entrevistadores pedem que as pessoas relatem a frequência com que se sentiram felizes ou sorridentes recentemente. Perguntam o mesmo com relação ao estresse. Pedem também que, em uma escala de zero a dez, digam o quanto estão satisfeitas com as suas vidas --a "nota" média dada pelas pessoas foi de 6,76. Cruzam, então, as respostas obtidas com dados sobre a vida dos entrevistados.



Assim, eles descobriram, por exemplo, que gente solitária se sente muito infeliz até em comparação com quem sofre de um problema crônico de saúde.

Ter filhos, por outro lado, traz felicidade. Mas, curiosamente, em média o efeito é menor do que o de ter um plano de saúde --ao menos em países em que o sistema público de hospitais é ruim, como os EUA e talvez o Brasil.

Surpreende também a correlação entre envelhecer e se sentir mais feliz. Aparentemente, os anos fazem com que as pessoas aprendam a lidar com as dificuldades.

O fator campeão de bem-estar, porém, é ser uma pessoa religiosa. Angus Deaton, também de Princeton, esboçou uma explicação para a Folha sobre isso.

"Quem vai à igreja faz amigos por lá, e isso tem um impacto muito bom. A religião também ajuda os fiéis a entender algumas questões mais difíceis da vida, e isso pode servir de apoio em tempos difíceis. Além disso, muitas igrejas oferecem cuidado médico ou apoio social."

A fé é o único fator que consegue até ganhar do dinheiro na busca pela felicidade.

O valor de R$ 11 mil reais, claro, serve como indicador, mas é bom ter em mente que, como ele se refere aos Estados Unidos, uma margem de erro precisa ser levada em consideração ao adaptá-lo ao Brasil --onde, ao menos em algumas cidades, o custo de vida pode ser bem diferente.

"Nós sabemos, por exemplo, que os latino-americanos costumam se sair bem em medições de felicidade", recorda Angus Deaton.


Felicidade custa R$ 11 mil por mês, aponta estudo - RICARDO MIOTO (enviado por Glauber Barbosa, grato.

Sobre este assunto, este link informa que o principal benefício de hospedar uma copa do mundo é a felicidade da nação. Aqui, um link para notícia sobre o preço da felicidade, em junho, por este blogueiro. E aqui, o remorso por ganhar dinheiro.

15 setembro 2010

Artigos CGG

A revista Contabilidade, Gestão e Governança está aceitando artigos para serem publicados em 2010. A CGG foi classificada como B4 (apesar de constar erroneamente como C no relatório da Capes). A publicação aceita artigos na área de Contabilidade e Administração.

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Links

Iasb sobre impostos diferidos

A relevância dos custos no setor público

Diário de um fraudador

Sobre a importância dos livros textos em economia introdutória

Palavras-cruzadas sobre contabilidade (em inglês)

Teste #348


Este teste é difícil mesmo. Observe a figura acima. Na primeira coluna, as escolas pelo tamanho de aluno em cada classe. Inicialmente, as escolas com turmas menores; no final, a escola com turmas maiores. Na segunda coluna, o percentual de escola entre as melhores. Usando este dado, Bill Gates decidiu ajudar um programa que incentivava as escolas com um número reduzido de alunos por turma. Entretanto, existe aqui um grave erro, que fez com que Gates jogasse dinheiro fora. Eis o grande desafio de hoje: que erro é este?

Resposta do Anterior: 1 bilhão, segundo a Isto é Dinheiro (O Valor dos 10 cm, Leonardo Atuch)

Sobre a Falta de Lógica quando se fala em Pequenas Empresas

Quando se produz notícias sobre as Pequenas empresas é muito comum argumentos com pouca base lógica. Irei, neste texto, comentar dois deles.

O primeiro diz respeito à participação das pequenas empresas na produção nacional, na criação dos empregos, no faturamento ou nas exportações. Veja o seguinte exemplo:

De acordo com estudo realizado pelo Sebrae em 2006, 62% das empresas exportadoras são micro e pequenas, o que equivale a 2,3% do valor total das exportações brasileiras

A classificação de uma empresa por porte é feita através de um critério estabelecido previamente. Em geral utiliza-se faturamento ou número de empregados. De qualquer forma, o corte que define o que é uma pequena empresa é arbitrário. Se considerarmos que pequena empresa é aquela com menos de dois empregados, o número delas reduziria muito e sua “relevância” para a economia também. Se o critério for mais amplo, a participação das pequenas empresas na economia aumenta. Ou seja, as estatísticas neste caso não ajudam muito, pois são baseadas em algo arbitrário.

O segundo aspecto refere-se a curva de Pareto. Na sua origem, Pareto informava que poucos milionários eram responsáveis pela maior parte da riqueza existente numa economia. A curva de Pareto tem aplicações amplas, inclusive na gestão de estoques, através da curva ABC. Em textos sobre a pequena empresa a curva de Pareto mostra que este segmento da economia não é tão relevante (É isto mesmo: NÃO é relevante). Veja a citação acima. Existe a informação que 62% das empresas exportadores são responsáveis por 2,3% das exportações. Típico de uma curva de Pareto. Mas a notícia também pode ser lida da seguinte forma: 38% das empresas respondem com 97,7% das exportações. Ou seja, a participação das pequenas empresas é irrisória. Considere esta outra citação:

As micro e pequenas empresas - que representam, segundo o Sebrae, 98% das companhias do Brasil, gerando cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do país

Ou seja, 2% das empresas brasileiras respondem por 80% do PIB. Estas deveriam ser o destaque da notícia. Além disto, temos novamente na frase Pareto e a falta de lógica resultante da arbitrariedade da classificação. (Sem falar na informação questionável de que o Sebrae tenha calculado a relação 98% x 20%, já que esta informação geralmente é estimada pelo IBGE).

Um fato interessante é que a curva de Pareto, quando aplicada na gestão de estoques, é um poderoso instrumento que indica que o gestor deve concentrar-se naqueles itens que são mais relevantes. Mas, em contrapartida, os textos produzidos sobre as empresas de pequeno porte no Brasil parecem indicar justamente o contrário: pequenas empresas, que produzem pouco, relativamente, devem ser apoiadas pelo governo. Será isto também uma falta de lógica?

Petrobras e a Lei

Policiais de São Paulo quebraram ilegalmente o sigilo das fichas criminais de mais de 400 mil pessoas de 2000 a 2009 a pedido da Petrobrás. Essa é conclusão de inquérito policial da corregedoria da Polícia Civil que aponta delegados e funcionários da Divisão de Capturas como responsáveis pela violação do sigilo funcional, crime punido com até seis anos de prisão.

Três funcionários da estatal confessaram ao depor que pediam de 800 a 1.000 pesquisas de antecedentes criminais por semana aos policiais. As pessoas que tiveram a vida vasculhada seriam candidatas a um emprego na estatal ou em empresas terceirizadas contratadas por ela.

Os corregedores receberam uma lista de um dos funcionários da estatal com os nomes das pessoas que tiveram o sigilo quebrado entre janeiro de 2008 a julho de 2009. Há 70.499 pessoas na planilha, das quais 69.229 tiveram o sigilo violado. Como a média de vítimas era de 4 mil por mês, calcula-se que o total de atingidos possa chegar a 460 mil no período de 2000 a 2009.

A corregedoria investigava o caso desde 2009, quando o Estado revelou a existência da quebra do sigilo - na época, a suspeita era que a violação tivesse afetado 60 mil pessoas. A estatal confirmou ontem que pedia as pesquisas e informou se tratar de “prática corrente no meio corporativo”.

O problema é que, para os corregedores, a prática configura crime e improbidade administrativa. Em seu relatório, o delegado corregedor José Ferreira Boucinha Neto afirmou que a ação dos policiais causou “prejuízo à administração pública e à milhares de pessoas que tiveram sua vida pregressa devassada de forma irregular e ilegal de modo a atender única e exclusivamente aos interesses empresarias da Petrobrás”. (...)

Brindes. O gerente afirmou que, desde 2001, entregava aos policiais material de escritório, como papel, toner e cartuchos de impressoras. Também entregava “cestas de Natal e brindes” aos policiais. De 2005 a 2007, Sá Dias contou que “passou a fornecer, com autorização de seus superiores, passagens aéreas que deveriam ser utilizadas nas remoções de presos dentro dos Estados da União”.

(...) Em julho de 2009, o delegado Sérgio Abdalla determinou a interrupção das pesquisas. Ele havia assumido a divisão havia dois meses. Ao Estado Abdalla contou que o sistema de pesquisa de dados existia havia 15 anos - o gerente da Petrobrás chegou a dizer que isso ocorria havia 20 anos. Mas foi a partir de 2000, segundo uma funcionária da Divisão de Capturas, que houve um “acréscimo considerável no número de pesquisas, chegando a uma média mensal de 4 mil”.

O QUE DIZ A LEI

“Nas mesmas penas deste artigo incorre quem permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública ou se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem. Pena - reclusão de 2 a 6 anos e multa.”

Essa é a redação do primeiro e do segundo parágrafos do artigo 325 do Código Penal Brasileiro, que trata do crime de Violação de Sigilo Funcional, definido como “revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo ou facilitar-lhe a revelação”.


Polícia quebrou sigilo ilegalmente de mais de 400 mil a pedido da Petrobrás - Marcelo Godoy - 15 Set 2010 - O Estado de São Paulo

Informação demais



O gráfico abaixo, obtido no Financial Times por Izabella Kaminska, mostra o número de índices mensais (azul) e diários (vermelho) ao longo do tempo. Pode-se perceber que temos cada vez mais índices, ou seja, mais informação. Mas será que estamos tomando decisões melhores? Provavelmente não. A presença de algoritmos talvez não ajude. Uma possibilidade, levantada em Abnormal Return é que o relacionamento humano talvez seja cada vez mais importante. Mas isto é ilógico num mundo dominado por mais informação.

14 setembro 2010

Pós-graduação

Saíram as notas dos cursos de pós-graduação. Em contabilidade, destaque para nota 6 da Universidade de São Paulo e para uma série de notas 4 para diversos programas de mestrado (UFMG, UFRJ, UFSC, UniFecap, Unisinos, USP Ribeirão), que traz uma perspectiva de novos doutorados nos próximos anos (A nota 4 para um curso de mestrado é uma condição para a aprovação de um doutorado).

O programa que faço parte, o Multiinstitucional, ficou com nota 4.

Rir é o melhor remédio

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Basiléia III:

Basiléia III: as vantagens e desvantagens

O sistema muda o jogo para não fazer nada

Os vencedores são ...

Links

Índice Hemline: comportamento do mercado e tamanho das saias das mulheres

Significado da dança nos seres humanos

Como se protegia contra cópias de livros na idade média: maldição

Piscina: custo elevado, risco alto, não aumenta o preço de venda do imóvel

Teste #347

Recentemente órgãos de defesa do consumidor determinaram que a TAM ampliasse em 10 cm o espaço entre as poltronas. Isto representa 18 assentos a menos em cada aeronave. A estimativa corresponde a uma receita anual perdida de:

1 bilhão de reais
500 milhões de reais
100 milhões de reais

Resposta do Anterior: Bandeira. Fonte: Quem merece? - 12 Set 2010 - Gazeta do Povo

Basiléia III e os bancos brasileiros

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) espera [1] que o Banco Central discuta com o mercado as especificidades do sistema financeiro brasileiro ao adotar aqui as regras anunciadas para o Basileia 3, que aumenta a qualidade do capital exigido dos bancos pelas autoridades reguladoras.

No domingo, os banqueiros centrais decidiram elevar de 2% para 7% a exigência de capital mínimo (tier 1 e core capital) para os bancos, além de criar colchões de proteção de mais 2,5%. A exigência de capital total foi mantida em 8%, mudando apenas a qualidade do capital que pode ser considerado para este cálculo. As regras serão adotadas progressivamente pelos bancos entre 2013 e 2019.

Nesse cenário, uma discussão que pode ser feita pelo BC com o mercado é a redução do nível total do Índice de Basileia adotado no Brasil de 11% para os 8% do padrão internacional. “Se haverá convergência no longo prazo com o padrão internacional das regras do Acordo de Basileia, é preciso que as taxas também fiquem em linha. Se a exigência de capital aqui é maior, os bancos ficam mais capitalizados, mas pode ter maior custo para os bancos em comparação com seus concorrentes mundiais. As regras não podem atrapalhar a competitividade dos bancos”, disse o economista-chefe da entidade, Rubens Sardenberg.

Para Sardenberg, o Brasil está em trajetória de crescimento, que vai exigir mais crédito, e a adoção de regras ainda mais rígidas que o padrão internacional pode engessar o sistema financeiro. No limite, pode encarecer o crédito, pois os bancos terão de reter mais capital. Em um primeiro momento, o economista não prevê maiores impactos das regras nos bancos brasileiros, que já estão bem capitalizados.

Para Sardenberg, o Brasil tem algumas especificidades, como o nível maior de compulsório, a forma diferente de contabilização das provisões para devedores duvidosos e o fato de a economia estar em crescimento. Ao mesmo tempo, os bancos locais já estão bem capitalizados e não passaram por problemas de solvência na crise mundial. [2]

O economista acha que as regras gerais anunciadas ontem vão trazer mais solidez aos bancos. “As normas reforçam o capital efetivo dos bancos”, disse Sardenberg, destacando que elas vão evitar o que ocorreu na crise mundial, quando os bancos tinham operações fora do balanço e, portanto, desconhecidas dos investidores.

Crédito. O Basileia 3 também pode atingir os bancos brasileiros na busca de crédito, já que eles vão precisar de capital para enfrentar novos riscos, principalmente de operações que não eram contabilizadas e deverão ser agora incluídas no balanço.

A transferência de crédito entre os bancos, por exemplo, deve entrar na pauta em nova reunião em outubro, na Coreia do Sul. No Brasil, a operação mais comum é a compra de carteiras, especialmente de consignado, de bancos menores por grandes bancos em forma de coobrigação. Ou seja, quem compra assume parte do risco. A discussão de outubro é exigir capital adicional para esse tipo de operação.

“Os bancos vão ter que repensar seus negócios e estratégias”, destaca o sócio especializado em finanças da PricewaterhouseCoopers, Marcus Manduca. “Essa cessão de carteira movimenta bilhões”, lembra o executivo.

Para o analista de bancos da consultoria Austin, Luís Miguel Santacreu, os bancos grandes devem sentir maior impacto das novas regras que os de menor porte. O Brasil já tem os maiores bancos da América Latina e alguns entre os maiores do mundo, como o Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil.


Basileia 3 terá de ser discutido com os bancos, diz Febraban - Altamiro Silva Júnior
14 Set 2010 - O Estado de São Paulo

[1] Observe a diferença entre o título da reportagem (impositivo) e o teor do comentário da Febraban

[2] A questão é que a crise bancária brasileira ocorreu antes.

Basiléia III: sua relevância

Há várias inovações. Nas definições sobre o capital do banco, o conceito de capital de qualidade ficou mais rigoroso. Agora é ações e lucros retidos apenas. Outros produtos financeiros que antes podiam ser considerados capital, pelo menos até certo ponto, não podem mais ser. Os chamados “instrumentos híbridos” têm limitações para serem considerados parte do capital. Essa definição é importante porque vai definir o quanto se pode emprestar, ou seja, a alavancagem.

Há questões que sempre foram tratadas por regras nacionais, e agora, serão objeto de acordo internacional, como as exigências de liquidez. As instituições financeiras terão de calcular uma janela de um mês de liquidez, necessária num cenário de stress, para criar sua proteção.

Os bancos terão de ter dois colchões: um deles chamado de conservação e o outro de anticíclico. Esses colchões de capital é para serem usados em momentos de crise. É da natureza do mercado financeiro ser pró-cíclico, ou seja, quando a economia está se expandindo, normalmente, a concessão de crédito aumenta e eleva-se, por isso, a alavancagem, o volume de empréstimos em relação ao capital. No Basileia III, os bancos são forçados a um movimento contrário: terão de guardar uma parte maior do capital para formar seus colchões exatamente na parte boa do ciclo, para usar no período de vacas magras. [1]

Quando se olham as novas regras vem a sensação de que elas são redundantes: o conceito de capital de alta qualidade ficou mais exigente, é necessário mais capital, a razão de alavancagem mudou, colchões de liquidez terão de ser constituídos. A ideia é ser redundante mesmo. Passar duplo ferrolho sobre a porta arrombada, aprendendo com a crise que sacudiu o mundo recentemente.

Os bancos brasileiros estiveram no passado, e estão no presente, mais bem preparados que bancos de outros países para enfrentar crises. Primeiro, porque o país enfrentou com o Proer uma devastadora crise bancária nos anos 90, logo após a queda da inflação, mantendo o sistema funcionando. Segundo, porque o Brasil tem sido mais fechado do que outros mercados e menos exposto ao risco internacional. Não era permitido, por exemplo, ter aqui no capital dos bancos brasileiros certos produtos financeiros de alto risco que arruinaram instituições pelo mundo afora. Só que alguns bancos brasileiros se transformaram em grandes instituições e isso levará a mais internacionalização. Vai significar mais risco? [2]

O crédito no Brasil se expandiu forte nos últimos anos. Pode-se dizer que no começo da década, o país tinha um quarto da sua economia financiada — o crédito era de 25% do PIB — e agora pulou para quase a metade. Isso vai significar mais risco?

Para evitar que a maior internacionalização do mercado brasileiro represente mais risco, o Brasil tem defendido em reuniões como as desse fim de semana no BIS, na Basileia, regras mais conservadoras para o mundo. No Basileia II, o requerimento de capital total era de 11% dos ativos; o Brasil, na média, chegou a 17%. Pelo que se entende agora, o conceito de capital é diferente e mais rigoroso. O que antes era de 2% de capital de alta qualidade, vai para 4,5% de todos os ativos. Há diferenciações no mercado brasileiro, mas a impressão geral é que será mais fácil aqui do que em vários países cumprir essas regras. A nova regulação será menos tolerante com o excesso de criatividade contábil. Bom, porque o Brasil tem começado a entrar por esse caminho de truques para aumentar capital e alavancagem dos bancos oficiais.

Sobre o crédito, pelos padrões internacionais, o Brasil tem um percentual pequeno de crédito/PIB, mas pelo crescimento recente e por causa das novas regras internacionais, a expansão, daqui para diante, deve ser mais lenta. Melhor que seja, porque o Brasil é diferente de outros países pelo custo alto de capital que torna mais penoso para as empresas e as famílias carregar alto endividamento.

As novas regras desse fim de semana vão entrando em vigor lentamente nos próximos anos e o prazo final é 2018. Há períodos de transição e alguns começam já em 2011. O mercado financeiro costuma antecipar tudo. Se uma nova regulação ou tendência parece inexorável, as instituições começam a executar.

Os bancos maiores terão de cumprir exigências ainda mais rigorosas e isso pode evitar que a regulação leve a mais concentração bancária. O que se quer com essa exigência maior para os maiores é lutar contra o “too big to fail”, grande demais para quebrar. Mas o mundo aprendeu recentemente que, às vezes, uma pequena instituição pode fazer um grande estrago.

Tranca dupla

No fim de semana, em Basileia, na Suíça, fechou-se um acordo internacional para a terceira rodada de regras de proteção dos bancos contra as crises. Tudo isso, evidentemente, mexe com o mercado internacional e com o brasileiro. Haverá, agora, colchões de proteção, nova definição do que seja capital, novos limites de alavancagem e os bancos grandes terão de ser mais rigorosos.


Panorama Econômico - 14 September 2010 - O Globo

[1] Influência da legislação espanhola. É interessante notar que recentemente a Espanha passou por uma crise bancária. Será que a experiência mostrou-se válida?

[2] A resposta é sim

Os economistas...

Em O Futuro é Hoje, de Giambiagi e Zentgraf (Elsevier, 2010), depois de comentar sobre as dificuldades que as pessoas possuem em lidar com finanças pessoais, os autores afirmam:

O resultado disso é que, quando o indivíduo atinge a meia-idade eas preocupações com o tema começam a aparecer, em boa parte das vezes já é muito tarde para resolver o problema: seu desconhecimento do assunto, aliado ao exíguo prazo restante para acumulação de reservas, torna proibitivo o custo de sua antiga imprevidência.

O presente livro se destina a ajudar as pessoas não formadas em Economia a procurarem resolver este tipo de deficiências.


Observem a lógica do raciocínio dos autores: as pessoas não sabem lidar com finanças pessoais. Mas os economistas sabem...

Por sinal, não recomendo o livro. Nem para os economistas.

Custo dos amigos

Ao assumir a Presidência como primeiro indígena a governar a Bolívia, Evo Morales não tardou em pôr em prática seu discurso nacionalista. Com 108 dias de mandato, nacionalizou o setor petrolífero do país, estatizando as instalações da Petrobras.

Com a anuência do governo brasileiro, coube à estatal se conformar com uma indenização de US$ 112 milhões, pouco mais da metade do valor pedido e um décimo dos investimentos feitos na operação no país vizinho. O prejuízo da Petrobras entra numa conta que tem sido debitada à política externa brasileira com os países da América do Sul.

Um relatório do Instituto Acende Brasil mostra que, somente no setor de energia, o custo do descumprimento de acordos e mudanças nos contratos por governos vizinhos chegou a R$ 6,7 bilhões nos últimos oito anos. Nos próximos anos, essas medidas terão um impacto ainda maior, calculado entre R$ 9,5 bilhões e R$ 14,8 bilhões.

O Acende Brasil analisou grandes projetos de integração energética bilateral do Brasil com a Argentina, o Paraguai, a Bolívia e a Venezuela. Esses projetos tinham como objetivo aumentar a segurança energética e reduzir o custo de produção de energia. Mas intervenções dos vizinhos, segundo o instituto, têm anulado os benefícios dessas parcerias.

“Todo projeto de integração deve ser lastreado por contratos e normas absolutamente sólidos. Mas tratados e acordos têm sido rompidos, gerando consequências e custos sempre do lado brasileiro, com a anuência do governo”, disse à DINHEIRO o presidente do Acende Brasil, Cláudio Sales.

Além da Bolívia, vários casos referem-se ao Tratado de Itaipu, firmado com o Paraguai em 1973. Desde 2003, foram promovidas três alterações no acordo, com impacto direto no valor pago pela energia.

O instituto estima que só o valor referente à correção monetária da dívida paraguaia assumida pelo Brasil custe entre R$ 1 bilhão e R$ 6,3 bilhões até 2023. “O governo tem cedido para os países vizinhos, mas quem paga a conta é o consumidor brasileiro”, critica Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

A justificativa do governo brasileiro se insere nos preceitos da política externa de boa vizinhança adotada com a América do Sul. Questionada no setor elétrico, ela não é unanimidade nem mesmo entre estudiosos da diplomacia do Itamaraty.


Para José Eduardo Viola, professor da Universidade de Brasília, não há razão para aceitar rupturas de países como Argentina e Venezuela, cujo apagão recente levou à suspensão do fornecimento de energia para Roraima. “No caso do país que tem renda per capita similar, o cumprimento do contrato deveria ser rigoroso”, diz ele. '

O custo da caridade - Por Guilherme Queiroz - Isto é Dinheiro

Maldição dos recursos naturais

A "maldição das commodities" -teoria que aponta a abundância de matérias-primas como fator adverso ao crescimento econômico- é um risco para a América Latina, mas pode ser evitada.

A conclusão é de estudo lançado ontem pelo Banco Mundial, em São Paulo.

A recente volatilidade nos preços das commodities [1] e o elevado volume de exportação de itens básicos pelo Brasil têm sido apontados como algumas das razões para a apreciação cambial e o consequente aumento das importações de manufaturas.

Esse cenário gera o temor de ocorrência da doença holandesa no país -teoria que aponta a valorização da moeda local como fator inibidor à produção de produtos industrializados, devido ao aumento das importações. [2]

No entanto, o economista principal do Banco Mundial e coautor do estudo, John Nash, aponta o Brasil como um bom exemplo de país de vocação agrícola que tem conseguido diversificar a sua atividade econômica.

"Na década de 60, o café representava 53% da pauta de exportações brasileira. Em 2006, o minério de ferro era a principal commodity da cesta de exportações do Brasil e equivalia a 7% do total", afirmou Nash.

"Na Venezuela, aconteceu o oposto. Houve um processo de concentração", acrescentou. Em 1962, o petróleo respondia por 67% das vendas externas. Em 2006, esse percentual saltou para 92%. [3]

Segundo ele, a diversificação ajuda a atenuar a influência da volatilidade das commodities -que aumentou na última década devido à maior demanda dos emergentes- no câmbio.

Por essa razão, a diversificação da atividade econômica, ainda que mais limitada ao setor primário, é apontada pelo Banco Mundial como caminho para transformar a "maldição" em "benção".

LIÇÃO DE CASA

Em "Recursos Naturais na América Latina", o Banco Mundial aponta a necessidade de formação de uma poupança de longo prazo para converter parte da renda obtida com recursos naturais em outras formas de capital. [4]

Outra prática relevante é a formação de fundos de estabilização, para gerar uma poupança para gerações futuras e juntar recursos que possam suavizar períodos de volatilidade de preços.

O modelo seria semelhante ao fundo do pré-sal que está sendo criado no Brasil.

A última tarefa recomendada pelo banco para evitar a "maldição das commodities" é a garantia de instituições sólidas e independentes.

Segundo Francisco Ferreira, economista do Bird, pressões políticas e econômicas para que a renda com as commodities seja gasta rapidamente prejudicam os países latinos-americanos que se destacam na área.


Brasil evita maldição das commodities - 14 Set 2010 - Folha de São Paulo - Tatiana Freitas

[1] Este blog já postou vários comentários sobre o assunto. Entretanto esta visão otimista da situação brasileira deve ser considerada com cautela. A própria elevada volatilidade induz a isto.
[2] Os sintomas indicam cautela em afirmar que o país evitou a maldição.
[3] A questão do petróleo é um caso típico. Vide aqui. Sobre a Venezuela, aqui outra postagem.
[4] As decisões recentes da área econômica do governo, de usar o dinheiro para capitalizar empresas estatais, indicam o oposto.

Deloitte contrata

Nova York, 13 - A empresa britânica de contabilidade Deloitte Touche Tohmatsu anunciou que contratará 250 mil funcionários ao longo dos próximos cinco anos, afirmou o jornal Financial Times, citando informações da companhia. A Deloitte Touche emprega 170 mil pessoas em todo o mundo e divulgou que pretende contratar uma média de 50 mil pessoas por ano pelos próximos cinco anos com o objetivo de expandir sua rede de serviços e seu alcance geográfico, segundo o jornal. As informações são da Dow Jones. (Gustavo Nicoletta)


Deloitte Contratará 250 Mil Pessoas Nos Próximos 5 Anos, Segundo FT - 13 Set 2010 - DJ em Português

Qual a relação desta notícia com a adoção das normas internacionais de contabilidade em diversos países do mundo?

Ainda Basiléia III

Os bancos brasileiros passarão com folga pelas novas restrições de capital mínimo, mas terão de rever todo o sistema atual de classificação de créditos e demais ativos.

As mudanças, que decorrem do novo acordo de Basileia, deverão atingir em cheio a forma como os bancos brasileiros contabilizam os impostos que deixarão de pagar por conta de benefício fiscal em fusões e aquisições.

No Brasil, os ágios (prêmios) pagos pela oportunidade de negócio são passíveis de dedução de impostos, o que gera créditos tributários que elevam consideravelmente o patrimônio das instituições financeiras.

Com a mudança, bancos como Santander terão regras mais apertadas para contabilizar esses ágios como capital próprio, reduzindo o limite máximo para emprestar.

As novas regras deverão ser implementadas, progressivamente, de 2013 até 2019.

A Febraban reconhece que o principal impacto das novas regras se dará na contabilidade das deduções de impostos e dos chamados bens intangíveis, como marcas, patentes, tecnologia e carteiras de clientes compradas, caso das folhas de pagamento de servidores públicos.

Além dos ágios nas fusões, os bancos formam créditos tributários com os prejuízos passados e com perdas temporárias que ocorrem na constituição das provisões para cobrir a inadimplência.

Pelo acordo, os créditos tributários e os intangíveis contarão menos do que hoje para formar o capital próprio que define o limite de crédito.

No Brasil, as instituições podem emprestar R$ 100 para cada R$ 11 (11%) de capital próprio; o restante vem dos recursos captados. Esse patamar é mais rígido do que as novas regras globais, que elevam a exigência para 7% -até então, era de 2%.

Depois da capitalização do Banco do Brasil, em junho, as instituições nacionais operam todas com mais de 13% de capital próprio.

"Os bancos vão querer deduzir mais as perdas com as provisões; até porque, com a expansão do crédito, essas perdas devem aumentar", disse Alexandre Assaf, professor da Fipecafi.

O novo acordo também eleva a exigibilidade de capital nos momentos de bonança. O objetivo é duplo: colocar freio na concessão de empréstimos e impedir que o crédito trave em momentos difíceis, como em 2008.


Bancos terão de mudar conta de impostos - 14 Set 2010 - Folha de São Paulo - Toni Sciarretta

13 setembro 2010

Rir é o melhor remédio

Esta propaganda é antiga, mas muito divertida. Rápido

Teste #346

Qual o nome do poeta que falou: “todo o resto será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar”?

Carlos Drummond de Andrade
Manoel Bandeira
Olavo Bilac

Resposta do Anterior: Hilário Franco. Fonte: aqui

Links

Basiléia III é o assunto do dia. A seguir uma seleção de links sobre o assunto:

Sobre o acordo

Sobre o acordo

Reguladores dos EUA apoiam o acordo

Analistas questionam

Capital de proteção será triplicado

Associação de bancos elogiam

Reação do mercado

Basiléia III - Parte II

Banqueiros centrais e autoridades que regulam o sistema financeiro mundial decidiram ontem adotar regras mais rígidas para as operações de bancos.

O volume de capital detido pelos acionistas de um banco terá de ser equivalente a, no mínimo, 7% do ativo total do mesmo. O valor é mais que o triplo dos 2% em vigor atualmente.

Operações de crédito, por exemplo, fazem parte do ativo de um banco. É da natureza dos bancos trabalhar alavancados, ou seja, emprestar e "arriscar" em outras operações complexas mais recursos do que possuem.

A regra mais rígida, parte de um pacote que inclui outras medidas, visa aumentar a solidez dos bancos, ajudando a reduzir os riscos dessas operações e a evitar crises como a de 2008.

Para poderem emprestar mais e fazer operações arriscadas, os bancos terão de ter mais capital próprio como seguro para eventuais perdas.

As novas medidas poderão ter impacto negativo na lucratividade dos bancos. Analistas dizem que a maior parte das instituições norte-americanas e europeias tem condições de se adaptar às novas regras. Bancos públicos alemães estão entre os que deverão enfrentar maiores dificuldades.

Segundo Roberto Troster, sócio da S/A M e ex-economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), as novas regras "terão impacto quase nulo" para o sistema bancário brasileiro.

"O Brasil já trabalha com padrões mais rígidos", disse Troster à Folha.

As regras aprovadas ontem pelas autoridades financeiras de 27 países-membros do Banco de Compensações Internacionais (BIS), em Basileia (Suíça), ainda precisam ser ratificadas pelo G20 (grupo de 19 maiores economias mais a UE) em reunião que ocorrerá ainda este ano.

O BIS sugeriu um calendário que se estenderia por dez anos a partir de 2013 para a adoção gradual das regras.

Alguns analistas esperavam regras ainda mais rígidas do que as anunciadas ontem. Em uma concessão ao sistema financeiro, os banqueiros centrais estabeleceram que os países poderão, individualmente, estabelecer um requerimento extra de capital de 2,5% dos ativos em períodos de forte crescimento econômico.


Acordo global endurece regras para bancos - 13 Set 2010 - Folha de São Paulo

Basiléia III

BASILEIA (Suíça) e WASHINGTON. Presidentes de bancos centrais de 27 países chegaram ontem a um acordo para uma nova regulação global, chamado Basileia III, a fim de reduzir os riscos do sistema financeiro no caso de uma nova turbulência. Os bancos serão obrigados a manter reservas de capital maiores para se tornarem mais resistentes a choques. A proposta é uma reação às práticas arriscadas do setor financeiro, que levaram o mundo à atual crise.

As novas regras sobre capital e liquidez dos bancos determinam que estes tenham em 2013 um mínimo de 3,5% das ações ordinárias (ON, que dão direito a voto) retidas em reserva, ante a taxa de 2% atualmente.

Adicionalmente, os bancos terão de criar um colchão de proteção, no valor de 2,5% de suas ações ordinárias. A parcela em papéis ON faz parte de uma reserva maior, o chamado Tier 1 — de lucros e ações retidos — que deve passar dos atuais 4% do capital total do banco para 4,5% em 2013. Será exigido ainda outro colchão de proteção, classificado de anticíclico, que ficaria entre zero e 2,5% das ações ON. O percentual dependeria das necessidades de cada país.

Entre 2013 e 2019, será implementado um nível de proteção ainda maior. No caso das ações ON, o nível passa a 4,5% e, no do chamado Tier 1, a 6%. O acordo prevê uma meta de reservas de 7% em 2019 (somando o nível de 4,5% de ações com o colchão de 2,5%).
O acordo está previsto para entrar em vigor em 2013, mas ainda precisa ser aprovado em reunião do G-20 (que reúne os principais países ricos e emergentes) em novembro e, depois, ratificado por cada país signatário. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que “a contribuição (do acordo) para a estabilidade financeira a longo prazo e para o crescimento será fundamental”.

Apesar dos avanços nas exigências de capital, a elevação é menor do que previam alguns analistas. E o nível é menor que o exigido em alguns países, como o Reino Unido, e que aquele que vinha sendo defendido por Estados Unidos e Suíça, por exemplo.(...)


Acordo para nova regulação financeira - 13 Set 2010 - O Globo - Fernando Eichenberg

12 setembro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Graciliano Ramos


O escritor Graciliano Ramos deve muito à sua experiência como prefeito da pequena cidade de Palmeira dos Índios, em Alagoas.

Foi depois de ler relatórios nos quais ele prestava contas da gestão que o editor Augusto Frederico Schmidt descobriu sua veia literária e apostou na publicação de seu primeiro romance, "Caetés".

Nestes relatórios, publicados após sua morte no livro "Viventes das Alagoas", Graciliano usa de ironia e talento ao lamentar, por exemplo, o contrato do prefeito anterior com a concessionária de energia: "Apesar de ser o negócio referente à claridade, julgo que assinaram aquilo às escuras".

O município, por sua vez, também deve muito ao prefeito. Embora tenha renunciado dois anos após sua posse, em 1928, Graciliano governou com preceitos de um administrador moderno.

Ele saneou as contas públicas, enxugou o quadro de funcionários, baniu a prática de criar galinhas e porcos nas ruas, construiu estradas e escolas, reformou o código tributário municipal e passou a cobrar os impostos de forma rigorosa.

Com o choque de ordem, ganhou inimigos e foi alvo de um atentado a tiros em 1929.

Candidato único, Graciliano elegeu-se com 433 votos, quando a cidade tinha cerca de 10 mil habitantes e o voto não era obrigatório.

Havia um clima político conturbado. Seu antecessor, Lauro de Almeida Lima, tinha sido assassinado por um fiscal de impostos enviado pelo governador do Estado.

Para substituí-lo, os coronéis da política local precisavam de um nome inatacável do ponto de vista ético. Aos 35 anos, Graciliano, pai de quatro filhos (dos oito que viria a ter), era um comerciante bem sucedido, dono da loja Sincera, que vendia tecido.

"Ele era conhecido por sua postura honesta e organizada, que cumpria com horários e compromissos", diz Sônia Jaconi, autora de pesquisa sobre ele na Universidade Metodista de SP.

Candidatou-se pelo Partido Democrata, um detalhe desconfortável na vida do escritor que seria conhecido pela militância comunista.

Eleito, anunciou que não iria compactuar com o clientelismo vigente num município onde, segundo ele, "cada pedaço tinha sua administração particular".

Seu código tributário estabelecia para os mais ricos carga de impostos maior. Ele próprio fazia a contabilidade do município. Por vezes entregava as cobranças pessoalmente.

Sua austeridade incomodou muita gente, inclusive seu pai, o coronel Sebastião Ramos de Oliveira. Certa vez, ao recusar o pagamento do tributo, ele ouviu do filho a frase: "Prefeito não tem pai".

Em 1930, Graciliano renunciou ao cargo, diante do convite para ser diretor da Imprensa Oficial de Alagoas, com salário melhor e possibilidade de morar na capital.


Talento de escritor foi descoberto em relatórios de gestão
12 Set 2010 - Folha de São Paulo

11 setembro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Novo mercado, velhas idéias

Armínio Fraga, presidente do conselho de administração da BM&FBovespa, definiu bem o resultado da proposta de alteração das regras do Novo Mercado, divulgado na quinta-feira 9. “Senti no ar um pouco do Brasil velho”, disse ele. Após 18 meses de tramitação, alguns itens mais importantes em defesa dos minoritários acabaram sendo reprovados de maneira avassaladora.

As empresas rejeitaram a obrigatoriedade de os investidores que adquirirem mais de 30% das ações de uma empresa fazerem uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelos demais papéis em circulação no mercado. E a obrigatoriedade de todas as empresas com governança diferenciada estabelecerem um Comitê de Auditoria.

“Esse Comitê trataria de questões sistêmicas e operacionais, que é onde estão os problemas das empresas hoje”, diz Fraga. Ele cita como exemplo os acontecimentos de 2008, quando quem apostou contra o dólar perdeu fortunas.

“Estratégias como essas têm de ser discutidas nos Comitês”, diz Fraga. Surpreendentemente, diversas empresas que votaram contra a medida já dispõem de comitês de auditoria.

Houve avanços, claro. Entre eles, a proibição que o principal executivo seja também o presidente do conselho de administração, e a necessidade de as empresas divulgarem suas políticas de negociação de ações.

O resultado da votação mostrou que muitas empresas ainda resistem a avanços na transparência. Segundo Fraga, um grupo de 20 companhias que fazem parte do Novo Mercado procurou a Bolsa para informar que, mesmo apoiando a transparência, iriam votar contra alguns pontos da reforma. “Elas disseram que ainda não estavam maduras para as mudanças”, diz ele.


Novo Mercado, Velhas Idéias - ISto é Dinheiro. Veja mais aqui

10 setembro 2010

Rir é o melhor remédio







Preguiça

Teste #345

Falecido em 2000, este contador também era economista e administrador de formação. Recebeu o título de Contador Benemérito das Américas. Foi homenageado com o nome de uma praça em Sapopemba, zona leste da cidade de São Paulo. Desenvolveu estudos relevantes na área de princípios contábeis. Qual o seu nome?

Resposta do Anterior: duas primeiras frases, Barcelona. As demais, Real Madrid. Fonte: Los ingresos del Real Madrid suben pese a la falta de títulos, 8 set 2010, Reuters

Petrobras

Em dificuldade para chegar ao superávit primário prometido para este ano (3.3% do PIB), o governo vai usar o processo de capitalização da Petrobrás para turbinar a receita da União, garantir o cumprimento da meta fiscal e responder às desconfianças do mercado.

A engenharia financeira, relatada ontem ao Estado por pelo menos três fontes do governo, foi montada para tornar viável o aumento de capital da Petrobrás e, ao mesmo tempo, render uma receita extraordinária ao Tesouro Nacional. É o investimento do BNDES na capitalização da estatal de petróleo que vai ser contabilizado como receita extra da União.

A engenharia para obter esse dinheiro será assim: o governo vai receber R$ 74,8 bilhões pela venda de 5 bilhões de barris de petróleo à Petrobrás, a chamada “cessão onerosa”. Paralelamente, a Petrobrás venderá R$ 74,8 bilhões em ações para a União e o BNDESPar, o braço do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que cuida das participações acionárias. O dinheiro que o BNDESPar injetar na Petrobrás será contabilizado como receita extraordinária da União.

O suficiente. Em um exemplo hipotético, se o BNDES colocar R$ 10 bilhões no aumento de capital da Petrobrás, a União colocará R$ 64,8 bilhões. Como o Tesouro ganhou R$ 74,8 bilhões da cessão onerosa, a diferença de R$ 10 bilhões é a receita que vai reforçar o resultado primário.

Esse valor é meramente ilustrativo, pois ainda não está definido qual será o montante que o BNDESPar vai aportar. Hoje, segundo dados fornecidos pelo BNDES, a instituição detém R$ 19 bilhões em ações da Petrobrás.

Apesar de a cifra que será liberada para o reforço de caixa do governo ainda não estar definida, o Estado apurou que será um montante suficiente para atingir facilmente a meta do superávit primário. O bastante, também, para que o governo não precise fazer outra manobra: tirar da conta da meta fiscal os investimentos prioritários do governo.

Nos últimos 12 meses, o setor público acumula um superávit primário de 2,03% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a meta é de 3,3% – podendo cair para 2,35% do PIB se todos os abatimentos permitidos pela lei, mas questionados pelo mercado, forem usados.

A capitalização da Petrobrás está prevista para ocorrer no fim do mês. A cessão onerosa deve acontecer quase simultaneamente.

Discurso confiante. A descoberta dessa engenharia ajuda a entender o discurso confiante do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, de que a meta fiscal deste ano será cumprida sem abatimentos. Ele fala em apertar o cinto e que pode até cortar despesas, mas o fato é que o secretário sustenta esse discurso com um reforço considerável no caixa.

O dinheiro do BNDESpar entrará para o Tesouro como se o governo tivesse cobrado de uma empresa pela concessão de uma rodovia. É mais receita, o governo melhora a confiança nas contas públicas, mas o Ministério da Fazenda não fez efetivamente um controle mais rigoroso de despesas.

Decreto. O governo também editou ontem um decreto para facilitar a participação do Fundo Soberano do Brasil (FSB), da Caixa Econômica Federal e do BNDES na capitalização.

Pelo decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial, a União poderá trocar ações ordinárias (com direito a voto) por preferenciais (sem direito a voto, mas com preferência para receber dividendos) da Petrobrás com o BNDES.

Uma fonte de equipe econômica informou que o objetivo do Tesouro foi incluir em sua carteira ações preferenciais da Petrobrás, que hoje não fazem parte do portfólio do Tesouro.

O decreto de ontem também autorizou o BNDES e a Caixa a vender ou permutar até 217.395.982 de ações ordinárias da Petrobrás com o Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE).


Manobra contábil na capitalização da Petrobrás garante meta fiscal - Adriana Fernandes e Fabio Graner - 10 Set 2010 - O Estado de São Paulo

Governança não avança

SÃO PAULO, 9 de setembro (Reuters) - As companhias abertas rejeitaram as três mudanças mais profundas que a BM&FBovespa queria implementar nos regulamentos de listagem de empresas com maior governança corporativa, em um processo que teve início em 2008.

"Foi um processo longo, de mais de um ano e meio, que teve um grau de engajamento bom, embora em muitos casos um pouco tardio", afirmou a jornalistas o chairman da BM&FBovespa, Armínio Fraga, que se envolveu diretamente nas discussões.

A proposta mais polêmica era a de lançamento obrigatório de uma oferta pública de aquisição (OPA) para todos os investidores de uma empresa no Novo Mercado por um acionista que atingisse participação de 30 por cento no capital da companhia.

Segundo a bolsa, de 105 empresas no Novo Mercado consultadas, 60 foram contrárias à medida e 12 não se manifestaram. Apenas 33 companhias no segmento apoiaram a medida.

"O mercado ainda é predominantemente com empresas de dono, de controlador definido. Sabíamos que era uma discussão difícil e foi de fato", comentou Fraga.

Também foram rejeitadas pela maioria das companhias dos Níveis 1 e 2 de governança e do Novo Mercado a proposta de criação de Comitê de Auditoria nas companhias e a de ampliação de conselheiros independentes no Conselho de Administração, de 20 para 30 por cento dos membros.

"Gostaríamos que esses três itens tivessem sido aprovados. Não foi assim, a decisão é das empresas. Sempre se soube que alguns itens seriam mais difíceis do que outros, decidimos arriscar e não temos nenhum arrependimento", afirmou Fraga.

A crise financeira global, a adoção no Brasil do padrão de contabilidade internacional e o aumento de empresas abertas sem a figura clara de um controlador motivaram a revisão dos segmentos de listagem na bolsa de alta governança. Isso não acontecia desde 2006.

Para Fraga, contudo, as empresas demonstraram que não estavam totalmente preparadas para isso. "Essa evolução de mentalidade não acontece da noite para o dia. Ainda senti no ar um pouco do Brasil velho."

"Vejo uma mentalidade de tratar todos os temas como coletivos. Me lembra um pouco o funcionamento do Congresso: o que parece ser um problema para uma minoria pequena acaba se transformando em um tema que angaria a solidariedade de muitos. Talvez esse tenha sido o caso nas propostas de Comitê de Auditoria e de conselheiros independentes", alfinetou.

POUCO IMPACTO

A maioria das mudanças aprovadas alcança empresas dos três segmentos de governança. Todas as empresas listadas no Novo Mercado e nos Níveis 1 e 2 terão que se comprometer a ter uma política sobre negociação de ações e um código de conduta.

Outra alteração aprovada, por margem apertada de votos, é que a mesma pessoa não poderá acumular as presidências do Conselho e da diretoria executiva na mesma companhia.

Segundo o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, as novas regras serão apreciadas pelo Conselho da bolsa e em seguida serão encaminhadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A maioria dos itens aprovados entrará em vigor seis meses depois de sua deliberação pela CVM. O impedimento de uma mesma pessoa nas funções de chairman e presidente-executivo valerá dentro de três anos, em alguns casos específicos, podendo ser um prazo ainda maior, disse Edemir.

De 19 empresas no Nível 2 de governança, segundo a bolsa, 13 se manifestaram. No Nível 1, 28 companhias votaram nas propostas de um total de 35 listadas.


Empresas vetam mudanças agudas da Bolsa em governança - 9 Set 2010 - Reuters Focus - Reportagem de Cesar Bianconi; Edição de Aluísio Alves

Religião e Pobreza


O gráfico foi construído a partir de uma pesquisa do Gallup. Mostra, de um lado, a religiosidade da população. De outro, a riqueza (PIB per Capita). O Brasil está no primeiro quadrante, onde a maioria da população afirma que a religião é parte importante da sua vida, mas é um país pobre. Aparentemente existe uma relação entre as duas variáveis.

Os países que foram comunistas são pobres e não acreditam em religião.

Fonte: aqui

Fotos de viagens




Mais, aqui

09 setembro 2010

Rir é o melhor remédio




Banheiros. Mais aqui

Teste #344

Será que você conhece futebol? E as demonstrações contábeis dos clubes de futebol? O teste é associar cada frase ou ao Real Madrid ou ao Barcelona:

=> Apesar das receitas de 408,9 milhões de euros, teve prejuízo de 77 milhões de euros
=> As dívidas aumentaram, chegando, segundo seu presidente, a 442 milhões de euros
=> Foi a primeira equipe de futebol a ultrapassar o volume de receitas de 400 milhões de euros
=> Receitas aumentaram 8,6% na temporada 2009-10, para 442,3 milhões de euros
=> Seu lucro líquido na temporada aumentou 11,5%, para 24 milhões de euros
=> Sua dívida reduziu, de 326,7 milhões para 244,6 milhões

Resposta do anterior: 600 milhões de dólares. Fonte: Valuation uncertainty and leverage

Ética e Ciência


Empresa pagava por textos que ressaltavam as qualidades dos remédios e escondiam os efeitos colaterais, como casos de câncer

A indústria farmacêutica está novamente no centro de um escândalo. Documentos confidenciais da gigante Wyeth (hoje incorporada à Pfizer) mostram que a companhia sistematicamente plantava artigos favoráveis a seus medicamentos em periódicos científicos. O caso mais emblemático é o do remédio Prempro, usado para reposição hormonal em mulheres na menopausa. Nos Estados Unidos, o produto gerou uma ação pública, movida por 14 mil pessoas, que acusam a droga de aumentar o risco de câncer de mama.

Para garantir opiniões positivas sobre a substância, a Wyeth pagava para empresas especializadas produzirem textos que ressaltassem suas qualidades (algumas não comprovadas) e escondessem efeitos colaterais, como casos de câncer. O material pronto era oferecido a pesquisadores “de verdade’”, que assinavam como autores do trabalho. Essas “pesquisas” eram submetidas a diversos periódicos científicos, que publicavam o material como se fosse independente. Alguns acabaram em veículos renomados, como a Archives of Internal Medicine.

A mecânica completa do esquema é apresentada pela médica americana Adriane Fugh-Bergman, da Universidade Georgetown, na revista PLoS Medicine. Fugh-Bergman se debruçou sobre 1.500 documentos confidencias da Wyeth, liberados sob ordem judicial para a revista. A papelada contém rascunhos de artigos, troca de e-mails e até a contabilidade do esquema. Em um dos e-mails, uma funcionária da DesignWrite (principal empresa contratada pela Wyeth) descreve o trabalho a um pesquisador.

“A beleza deste processo é que nós nos tornamos o seu pós-doutorando! Nós fornecemos um rascunho geral, ao qual você sugere mudanças e revisa. Nós então desenvolvemos um rascunho com os contornos gerais. Você tem todo o controle editorial sobre o trabalho, mas nós lhe forneceremos materiais para crítica e revisão.”

Segundo Fugh-Bergman, a realidade era bem diferente: eles só podiam fazer mudanças simples e que não descaracterizassem as mensagens de marketing pretendidas pela farmacêutica.

Usar “escritores fantasmas’’ não é ilegal, embora seja considerado antiético. As empresas aproveitam uma brecha na regulamentação nos Estados Unidos. A FDA (agência responsável pela liberação de remédios) não considera artigos científicos como marketing. Ou seja: o que acontece nesse espaço não faz parte da sua área de atuação. De acordo com o artigo, não existem evidências de que os autores foram pagos para assinar os trabalhos.


Médica aponta fraude em artigos científicos - 8 Set 2010 - Gazeta do Povo

Imagem, aqui

Ajuda

Um relatório apresenta as nações que possuem maior interesse em ajudar os outros. Os países nas primeiras posições são:

1. Austrália / Nova Zelândia
3. Canadá / Irlanda
5. Suiça / EUA
7. Holanda
8. Reino Unido / Sri Lanka
10 Austria

Na América do Sul, o primeiro lugar é da Guiana (16º.). O Brasil está em 76º.
Foram pesquisados mais de 153 países, pelo Gallup. Ou seja, cai o mito que o brasileiro é um povo companheiro.

Pequenas e Médias Empresas

O texto a seguir trata da Pequena e Média Empresa em Portugal:

Recuemos até 1963, altura em que entrou em vigor a «reforma fiscal Teixeira Ribeiro». O Código da Contribuição Industrial apresentava as empresas portuguesas em três níveis designados por grupos A, B e C. Se transpostos para o nosso tempo, também se podiam designar por pequenas, médias e grandes empresas. Os métodos de tributação das PME eram feitos com base em presunções. Todos nos lembramos dos valores que sustentavam as decisões tomadas, assistindo-se a autênticas barbaridades e injustiças fiscais, felizmente revogadas com a reforma de 1989.

São abundantes e espalhadas ao longo do tempo as leituras simplistas da realidade do nosso tecido empresarial. Recorde-se o célebre regime simplificado de tributação, bem como os fundamentos que estiveram na sua base, chegando-se ao despudor de afirmar que «o que se paga ao contabilista (hoje Técnico Oficial de Contas), paga-se de impostos», e que revela um profundo desconhecimento da realidade das nossas empresas. Ainda fresco na memória de todos está a recente investida política da direita parlamentar representada na Assembleia da República.

O Projecto de Lei 200/XI (simplificação das normas e informações contabilísticas das microentidades) do grupo parlamentar do CDS/PP, perfilhada pelo PSD, adquiriu contornos de acção eminentemente política. Esta iniciativa (que na versão preliminar retirava praticamente a contabilidade das PME) foi a demonstração inequívoca que no Parlamento as propostas legislativas assentam muito mais na fé em milagres do que numa previsão sustentada e fundamentada da sua mais-valia.

A sofisticação e a evolução social não só na Europa, mas também no mundo, consequência da globalização, aporta grandes e enormes desafios às empresas, exigindo-lhes uma organização dinâmica e eficiente. Contudo, os constrangimentos e obstáculos à sua dinâmica são grandes. Nomeadamente, no âmbito fiscal.

O passado recente tem demonstrado que entre as empresas e a administração fiscal não existe uma relação transparente, assente em premissas de rigor recíproco, mas sim uma ligação inquinada e de mútua desconfiança.

É neste contexto que deve ser analisada a iniciativa do grupo parlamentar do CDS/PP, posteriormente respaldada pelo PSD. Questiona-se: que efeitos imediatos teria a versão inicial nas empresas portuguesas?

No fundo, seria um regresso ao passado nos métodos de tributação em que, por inexistência de registos credíveis, só seria possível conceber a reimplantação dos critérios de presunção. Estranha-se que uma organização política com apetência pelo poder não tenha visto os malefícios que a iniciativa podia representar numa sociedade organizada e assente em princípios de direito e justiça.

Mas mais dúvidas subsistem: uma vez no poder, como é que seriam geridas as contradições aqui detectadas e os danos que esta lei, na versão preliminar, iria ter na vida pública, nomeadamente nas receitas fiscais?

Como é que daria expressão prática ao princípio constitucional que define que as empresas devem ser tributadas pelo seu lucro real?

Para além do mais, justificar a iniciativa política com base numa directriz europeia não faz qualquer sentido, até porque há realidades muito diferenciadas nas empresas portuguesas e nas suas congéneres europeias.

Não estamos contra a simplificação, mas pensamos que ela nunca se poderá fazer a custo da organização, do rigor e da credibilidade da gestão das nossas empresas.

Nunca aceitaremos conceber a simplificação como sinónimo de desorganização.

Enquanto profissionais da Contabilidade e da Fiscalidade, e como parceiros do percurso empresarial, sempre estaremos atentos e vigilantes para que os empresários escolham o que é melhor para si, sendo que preferimos a segurança e a credibilidade aos cantos de sereias que muito encantam, mas nada constroem de sólido para o futuro.


Domingues de Azevedo, Bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas - Simplificação ou desorganização? – Parte II - 8 Set 2010 - Diário Económico

Aqui, parte I

Propagandas criativas





Fonte: aqui via Design you Trust

Aversão a perda

O gráfico a seguir, do New York Times, mostra o número de casas vendidas, entre 1963 a 2010.



Como é possível perceber, o número de transações atingiu o menor nível no período com a crise financeira. Uma possível explicação denomina-se aversão a perda. Diante da possibilidade de vender seu imóvel por um preço muito inferior , as pessoas preferem não efetuar a venda.

A questão da aversão a perda na área imobiliária já tinha sido documentada anteriormente (vide, por exemplo, estudo de Mayer e Genesove, num condomínio de Boston.

Fonte: aqui

08 setembro 2010

Rir é o melhor remédio


Propaganda de Capacete para ciclista


Propaganda de Binóculo

Teste #343

Os custos de falência são elevados e geralmente não são levados em consideração em certas discussões. Uma estimativa dos custos de falência da Enron chega a um valor de:

6 milhões de dólares
60 milhões de dólares
600 milhões de dólares

Resposta do Anterior: Em Roma. O atleta mais bem pago de todos os tempos foi um espanhol, analfabeto, chamado Gaius lusitano Appuleius Diocles. Provavelmente seu salário corresponderia, hoje, a 15 bilhões de dólares. Fonte: aqui

Estoques

Foi publicado o livro Estoques – Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 2 CPC 16, de autoria de Paulo Atadaine Sobrinho, pela IOB. A obra, de 278 páginas, é bastante completa sobre o tratamento dos estoques com as novas normas de contabilidade. São vinte capítulos contemplando desde o objetivo e alcance da norma até uma seção de perguntas e respostas e um exemplo prático.

Atadaine é um profissional de contabilidade com experiência prática. Isto torna a obra livre de rebuscamentos e citações excessivas, sendo ideal para quem adotar o CPC 16, incluindo aqui as pequenas e médias empresas.

Livro também recomendado para estudantes de contabilidade. Os professores de custos podem adotá-lo como leitura complementar, pois a obra também faz uma interessante associação com a apuração de custos.
Dicionário brasileira de prazos

Como as acacias se defendem dos elefantes? Recrutando formigas

Cigarros nos Filmes (1991 a 2009 no gráfico)

Brasil para estrangeiros

Colômbia: o melhor Mercado acionário de 2010

Economia na impressora

(...) no início deste ano, a Universidade de Wisconsin-Green Bay aprovou uma nova estratégia de poupar dinheiro consumíveis na impressão: ela mudou suas fontes.Programas como Microsoft Outlook usam padrão Arial, mas um tipo mais fino, como Century Gothic requer menos toner ou tinta para dar forma a seus caracteres. Um estudo realizado em 2009 mostrou que a mudança para Century Gothic poderia economizar nas empresas algo como US $ 80 por impressora por ano.


Ruses to cut printing costs - The Economist - 2 de Setembro de 2010

Frase

Os subsidies do governo são ruins por duas razões. Eles exigem um aumento futuro nos impostos, que impõe corte de despesas. Eles distorcem os preços relativos.


Superfreakymacroeconomics – The Money Illusion. Sobre o assunto, no Brasil, e o papel do BNDES, aqui