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28 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

Paris Hilton não corre risco com zumbis. fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

A tentativa de acordo entre GM e Chrysler, segundo o cartoon:

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Imagem do Vaso

A Obra de Escher, um gênio da pintura

Razões para ignorar Buffett

Em crise, este analista sugere comparar P/L atual com o P/L histórico

Origami de Star Wars com dinheiro

Ética

O texto a seguir é muito interessante. É sobre a ética profissional (no caso, dos médicos) e os laboratórios. Tenho continuamente afirmado em sala de aula que o melhor congresso deve ser o de "médicos". Os "jantares" para apresentação de novos fármacos são comuns na profissão. Como o profissional deve agir?

Nos EUA, 94% estão ligados a laboratórios
Fabiane Leite e Emilio Sant´Ana - O Estado de São Paulo - 26/10/2008

Médico americano recebe até alimento; brasileiros defendem relação ética

No Brasil não há dados sobre a relação médicos-indústria farmacêutica, mas pesquisa realizada nos Estados Unidos e publicada no ano passado no New England Journal of Medicine apontou que 94% dos profissionais do país tinham algum tipo de relação com a indústria. A mais comum era o recebimento de alimentos no local de trabalho, mas 28% ganhavam por palestras e consultorias.

Conferencista em eventos da indústria e convidado em congressos, o endocrinologista e professor titular da Unifesp Antônio Chacra diz aceitar cada vez menos convites por falta de tempo e que vê com preocupação o financiamento de médicos inexperientes.

“Em determinada fase, é uma maneira de difundir assuntos. A educação médica continuada tem sido feita pela indústria, tendo em vista que os simpósios são caros e as sociedades médicas não têm recursos para organizá-los. Os conferencistas devem ser principalmente os acadêmicos, mas infelizmente o que se vê é que têm sido chamadas pessoas sem uma análise crítica”, afirma o professor. Ele diz ser a favor de novas regras para a interação com a indústria, a mesma posição da colega Carmita Abdo. “Eu sempre pude divulgar dados levantados e aceitamos apoio de todos os tipos de indústria”, diz a psiquiatra, que coordena projeto no Hospital das Clínicas da USP e foi chamada pela indústria para apresentar nos últimos anos diferentes estudos sobre sexualidade. “Existem jantares, não vou dizer que não vou. Mas meu diferencial é que falo do assunto, não do remédio.”

“Ética não é elástica nem varia de acordo com a situação”, diz a cardiologista Jaqueline Issa, speaker de remédio contra o fumo que não concorda com novas regras. “Essa regulação parte do princípio de que o médico não é ético”, diz ela.

Papel do medo

O papel do medo no mercado
Renae Merle *
O Estado de São Paulo - 26/10/2008

As desvairadas oscilações horárias do mercado se tornaram o exemplo da turbulência provocada pela crise financeira, mas ainda deixam perplexos muitos profissionais do mercado. A média industrial Dow Jones agora viaja rotineiramente centenas de pontos em questão de horas, apenas para mudar de direção em muitos casos. Num único dia no início do mês, o índice percorreu mil pontos pela primeira vez na história. Em outro dia, uma recuperação de 400 pontos durante a última hora de pregão conferiu ao índice um ganho histórico de 936 pontos.

Durante a última hora de pregão no dia 20, o índice Dow subiu mais de 100 pontos. Os analistas financeiros sugerem que as agudas guinadas para cima e para baixo refletem a incerteza dos investidores quanto à velocidade com a qual a crise financeira pode ser resolvida e se a recessão vai ser transmitida do setor bancário para outros setores da economia.

Ganhos e perdas íngremes também foram detonados conforme as ações atingem patamares predeterminados de compra e venda, provocando negociações automáticas e causando um efeito chicote entre os investidores.

As maiores oscilações têm ocorrido com freqüência durante as últimas horas do pregão, o que demandou uma supervisão mais atenta por parte da Agência Reguladora da Indústria Financeira(FIRA), uma reguladora não-governamental de empresas seguradoras. O fim de um dia de negociações é o momento no qual os investidores institucionais, incluindo fundos de hedge e fundos mútuos, correm para atender as demandas dos clientes e tirar o dinheiro do mercado.

Os giros transformaram até os mais experientes profissionais do mercado em investidores desconfiados, a espera de uma pequena notícia capaz de virar a maré e dar início a um estouro da manada, seja em alta ou em queda. “O psicológico e o emocional constituem boa parte daquilo que impulsiona o mercado”, disse Andrew Brooks, chefe de comércio de ações junto à T. Rowe Price. “Estamos obviamente passando por um momento extremamente emotivo e esquizofrênico.” O índice de volatilidade da bolsa de commodities e valores mobiliários da Chicago Board Options Exchange, conhecido como VIX, tornou-se um indicador diário da ansiedade dos investidores. O VIX mede o quanto os investidores esperam que oscile o valor das ações, e é freqüentemente chamado de “medidor do medo”. Este índice fechou em 70,33 na sexta-feira, 17 de outubro, o maior valor já registrado, e atingiu o valor de 81,17 durante os dias de negociação da semana passada. Em tempos normais, seu valor transita na casa dos 15 a 20.

“Não fazemos idéia de que rumo as coisas irão tomar. É isso que ‘alta volatilidade’ quer dizer”, disse Robert F. Engle, professor de finanças e diretor do Centro de Econometria Financeira da Universidade de Nova York.

O índice de volatilidade baixou para 53 no dia 20 enquanto Wall Street celebrava os sinais precoces de que os esforços do governo para descongelar os mercados de crédito estariam obtendo resultado positivo.

Mas os analistas dizem esperar que a volatilidade perdure durante algum tempo, quem sabe por todo o fim do ano. A volatilidade do mercado proporciona uma oportunidade para alguns negociadores por meio do lucro com mudanças abruptas. “É ruim para nós, mas alguém está prosperando em cima desta volatilidade”, disse Ashwani Kaul, diretor de pesquisas da Thomson Reuters. “Sempre que há volatilidade, alguém está ganhando dinheiro.”

O último período de volatilidade contínua foi entre 2000 e 2003, após o colapso da bolha da internet e os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, disse Engle. “Já excedemos em muito o que ocorreu naquele período”, disse.

Mas a volatilidade atual não se compara à da Grande Depressão, disse Engle. “As notícias durante a Grande Depressão eram ainda mais dramáticas. Tivemos milhares de falências de bancos. O desemprego chegou a 30%”, disse ele. “O mercado de ações perdeu 70% do valor, em vez dos 35% a 40% que estamos vendo agora. Foi uma catástrofe econômica muito maior.” Os analistas dizem que parte da volatilidade recente poderia ter sido evitada se os investidores tivessem começado a reavaliar o mercado num momento anterior, talvez depois da falência do banco de investimentos de Wall Street, Bear Sterns, em março.

Um certo nível de volatilidade é natural quando os investidores reavaliam apressadamente o valor de setores inteiros, em vez de fazê-lo gradualmente ao longo do tempo, disseram. “Se o investidor inteligente tivesse se retirado gradualmente de suas posições mais arriscadas, não teríamos passado por uma queda tão abrupta”, disse Kaul.

O momento mais volátil do dia tornou-se a última hora de pregão, quando os fundos de hedge e fundos mútuos enfrentam pressão por parte dos seus clientes para obter lucro. Os negociadores às vezes recebem um pacote determinado de ações para vender e passam a maior parte do dia tentando obter o melhor preço. Mas ao final do dia, muitos deles precisam vender sem se importar com o preço, simplesmente para cumprir metas.

“Ao invés de trabalhar a venda para obter o melhor preço, eles acabam vendendo por qualquer valor apenas para atingir o patamar de lucro que seus chefes exigem”, disse Art Hogan, analista-chefe de mercado da Jeffrey’s & Co.

De acordo com o TrimLabs Investment Research, os investidores retiraram US$ 43 bilhões dos fundos de hedge em setembro, o maior saque jamais registrado num único mês. Cerca de US$ 22 bilhões foram retirados dos fundos mútuos americanos no mês passado, outro recorde.

Espera-se que outubro seja pior. “Claramente estamos testemunhando vendas forçadas”, disse Tobias Levkovich, estrategista-chefe para títulos do governo americano da Citigroup Investment Research. “Se você possuía uma ação que perdeu 60% do seu valor ao longo de três ou quatro meses, o único motivo para vendê-la agora seria a obrigação de fazê-lo.”

A FIRA também confirmou no dia 20 que está observando se a histórica volatilidade de final de dia está relacionada com a manipulação dos investidores. A agência está examinando se os negociadores têm estabelecido inapropriadamente durante os últimos 20 minutos de pregão - um período conhecido como “mercado em fechamento” - preços artificiais para as ações, em desacordo com o patamar de venda do dia.

As oscilações têm se mostrado inquietantes para alguns investidores.

“O período entre as 15 horas e 16 horas foi seqüestrado por alguns destes fundos de hedge e fundos mútuos maiores, seja quem for que disponha de grande volume de transações”, disse Kaul. “É necessária uma enorme quantidade de dinheiro e um imenso volume de transações, mas se eles quiserem elevar os preços, eles o fazem. Se quiserem derrubá-los, eles os derrubam.”

*Renae Merle escreve para o Washington Post

Escrituração digital

Escrituração digital será obrigatória em 2009
Ethevaldo Siqueira
O Estado de São Paulo - 26/10/2008

Quase tudo em nossa sociedade ainda depende de documentos de papel: dinheiro, ações, recibos, notas fiscais, escrituras e uma infinidade de documentos essenciais ao funcionamento da economia, da política, da cultura, da Justiça e da administração pública. Só recentemente documentos eletrônicos ou virtuais passaram a fazer parte da vida e da cultura das pessoas. Para muita gente, no entanto, parece estranha uma nota fiscal digital, virtual, eletrônica ou mesmo um recibo ou documento importante que não seja físico, tangível, de papel.

Essa situação, no entanto, começa a mudar, com a introdução do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), projeto criado pela Receita Federal e que entrará em vigor a partir de 2009. Em lugar fazer sua escrituração e contabilidade em papel, armazenar toneladas de cópias no mesmo material ou em microfichas, as empresas produzirão e armazenarão seus registros sob a forma de bits, em fitas magnéticas, em discos rígidos ou ópticos, em data centers próprios ou de terceiros.

A partir de janeiro de 2009, as empresas passam a ser obrigadas a entregar documentos fiscais e contábeis digitalizados, segundo as regras da escrituração digital contábil, escrituração fiscal digital e da nota fiscal eletrônica (NF-e).

Uma boa parcela das empresas brasileiras, contudo, ainda não sabe bem nem o que é o Sped nem como implantar esse novo tipo de registros digitais contábeis e fiscais. No velho estilo brasileiro, de deixar quase tudo para o último minuto, muitas empresas ainda ignoram pura e simplesmente a obrigatoriedade de adoção desse sistema que irá, sem dúvida, mudar profundamente o relacionamento das empresas com o fisco, dentro do processo de modernização da economia e da administração pública brasileira.

O COMEÇO

A nota fiscal eletrônica tornou-se obrigatória desde abril de 2008 para os segmentos de fabricação e distribuição de cigarros e combustíveis líquidos. A partir de dezembro de 2008, vários outros segmentos - como os de cimento, bebidas, medicamentos e automóveis - serão também obrigados a emitir a NF-e. Segmentos de gás, siderurgia, tintas, alumínio, embalagens, autopeças dentre outros estarão obrigados à emissão de NF-e a partir de abril de 2009.

É urgente, portanto, que todas as empresas brasileiras iniciem o quanto antes o processo de adequação ao novo sistema. Pela nova lei, nenhuma companhia que esteja enquadrada no Sped poderá fazer transações ou negociações comerciais se não estiver plenamente adaptada ao novo sistema.

Em 2008, um dos subprojetos do Sped, a Nota Fiscal Eletrônica passou a vigorar nos setores de combustíveis, bebidas, tabacos, frigoríficos, cimentos, medicamentos, fornecedores de energia elétrica e outros. Até o momento, aproximadamente 15 mil empresas já emitem a nota fiscal em formato eletrônico (NF-e). No ano de 2009, esse número deve chegar a 45 mil.

Por que digitalizar e virtualizar documentos? O maior argumento do Fisco em favor da implantação do Sistema Público de Escritura Digital é aumentar a competitividade do mercado, de modo a reduzir a informalidade e a burocracia, diminuir custos, em especial os de papéis, impressão, encadernação, espaço para arquivamento e outros. Será possível também a unificação dos dados das empresas, possibilitando um enorme cruzamento de dados.

O Sped tem, entre outros, os objetivos de promover a integração dos fiscos, racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes e tornar mais rápida a identificação de ilícitos tributários. A implementação dos softwares de Sped deve acontecer efetivamente em janeiro e junho de 2009, época da entrega do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, em que as empresas deverão apresentar também a escrituração contábil digital (ECD), do ano base de 2008.

ÉTICA E REFORMA

É claro que o fisco brasileiro será o maior beneficiário do Sped, mas, com a redução drástica da informalidade, haverá mais ética, isonomia e lealdade na competição entre empresas - pois todas, praticamente, estarão submetidas às mesmas regras de tributação.

Para Cláudio Coli, diretor executivo da Mastersaf - empresa especializada na área - “a implantação nacional de da escrituração digital nos moldes do Sped poderá até viabilizar a realização de uma reforma fiscal verdadeiramente justa e capaz de reduzir os elevados índices de tributação vigentes no País”. Um dos problemas atuais é a falta de transparência e de conhecimento do alcance de qualquer mudança nos critérios tributários. É difícil até saber quem ganha e perde.

PARA SABER MAIS

Os sites da internet mais indicados para quem quiser aprofundar sobre o Sped são:

a) www1.receita.fazenda.gov.br/

b) www.normaslegais.com.br/trib/2tributario260208.htm

c) www.mastersaf.com.br/helpdw/documentos_restritos/sped/saiba_tudo_sped.htm []

d) http://sped-informatica.br.telelistas.net/vct/informatica-equip-fab-venda/nucleo-bandeirante/94335483.htm [http://sped-informatica.br.telelistas.net/vct/informatica-equip-fab-venda/nucleo-bandeirante/94335483.htm]

e) www1.receita.fazenda.gov.br/sped-contabil/o-que-e.htm

Acordo Inbev e Anheuser-Busch em Perigo?

O acordo entre as duas empresas deve ser concluído no final do ano. Entretanto existem dúvidas sobre isto uma vez que o valor acertado, de $70 por ação, está muito acima do preço atual de mercado (em torno de $60). Isto tem sido uma oportunidade para os especuladores: o acordo saiu ou não.

Além disto, a volatilidade da ação está alta. Um fator que complica o acordo é o fato de que boa parte do dinheiro seria oriundo de capital de terceiros. Como lembra McIntyre, a crise financeira não ajuda pois o mercado de crédito está numa fase ruim.

Saldo de Caixa e Taxa de Queima

Nos momentos de crise, a existência de um índice de análise que seja útil para determinar o fôlego de uma empresa pode ter é importante. A taxa de queima é um índice que pode ser usado nestes períodos para analisar a capacidade de sobrevivência de uma empresa, pois mensura quanto tempo as reservas financeiras irão durar. Fred Wilson, em The Survival Matrix: Cash Balances and Burn Rates sugere relacionar o que ele denomina de taxa de queima (o valor que está sendo queimando periodicamente pela empresa) e relacionar com a reserva financeira. A relação entre o saldo de caixa e a taxa de queima irá resultar no número de meses que a empresa sobreviverá.

23 outubro 2008

Rir é o melhor remédio


Como os professores gastam seu tempo (clique na imagem para ver melhor)

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Aqueles com mais experiência se lembrarão dos cartoons da Playboy. Alguns diretos, outros mais sutis. Abaixo, o pequeno detalhe do olho machucado do funcionário faz toda graça.

Links

De contabilidade

Impacto da IFRS em cooperativas

Detalhes do acordo Iasb e Fasb para combater a crise

Posição da Europa ameaça regras contábeis internacionais

PCAOB propõe novas regras para risco

Links

Do mercado

Testando a racionalidade

Investidor ativo ou passivo: o custo do investimento

Crise já é objeto de estudo dos economistas: os primeiros trabalhos

Previsão pelo Mercado e a questão da Eleição nos EUA

Links

De educação:

Recursos da Web para Estudantes e Professores

Conselhos para estudantes

Ferramentas na Web para Aprender

Lista de softwares e aqui também

Bibliotecas

O que o estudante precisa

Os professors mexicanos não querem uma reforma no ensino. A razão: o mercado (Leia com cuidado)

Vale presente

A questão do vale presente foi discutida no capítulo de passivo do livro de Teoria da Contabilidade. No texto Old Gift Cards Are in Season, de Kelly Nolan, The Wall Street Journal, 22/10/2008, a questão é discutida. Existe uma estimative de 8 bilhões de vales-presentes não usados, de um total de 97 bilhões comprados. Em geral, de 8 a 10% dos vales não são usados.

Companies can recognize gift cards as revenue only when they are redeemed, people in the industry say. Many gift cards get spent just after Christmas and at the start of January, boosting retailers' fourth-quarter and year-end results. Still, for retailers to benefit potentially from more untapped cards being used, consumers would have to break a bad habit they have had for years: waiting a while or simply forgetting to use their cards. Historically, about a third of shoppers redeem cards within the first 30 days of purchase, while the other two-thirds wait beyond that period, if they spend them at all, according to the Tower Group.


A surpresa do texto é que os comerciantes preferem que os clientes usem os valores rapidamente em razão das regras contábeis que exigem que os vales sejam considerados passivo primeiro, esperando que chegar ao lucro.

O que ocorreu com o Valor Justo

Para quem perdeu alguma coisa, o blog IFRS Canadá Devil is in the Details faz um resumo dos documentos relevantes na discussão sobre valor justo, em particular no Iasb e no Fasb. Vale a pena dar uma olhada.

Custo da Crise

Uma análise interessante encontra-se em An international perspective on the US bailout, por Romain Rancière, Aaron Tornell e Frank Westermann (20/10/2008). Inicialmente eles comparam a crise atual com outras situações históricas. Com 700 bilhões de ajuda, o valor corresponde a 5% da economia, podendo chegar a 10%. A crise do México em 1994 teve um custo de 18%. Outras crises tiveram custos maiores (Tailândia = 18%; Coréia do Sul = 27%) ou menores (Noruega, 1987 = 8% e Suécia, em 1990, = 4%).

Criticas a Convergência

Continuando sua cruzada contra as normas internacionais, David Albrecht apresenta o pensamento de Ed Ketz (Ed Ketz–IFRS Critic, 17/10/2008). Não achei as idéias tão interessantes quanto as apresentadas por Ball, por exemplo. Mas é sempre bom ver todos os lados de uma mesma questão. Ketz destaca que adotar “princípios” numa contabilidade com uma visão de curto prazo como a dos EUA pode ser perigoso.
Os proponentes da IFRS ignoram as realidades locais, afirma Ketz. Ele critica o Chairman da SEC, considerando-o responsável pela crise financeira.

Ele promove uma contabilidade baseada em princípios então os administradores não têm que seguir regras contábeis e tem mais flexibilidade para manipular suas demonstrações contábeis.

David também faz uma análise da crítica de Tom Selling (Tom Selling–IFRS Critic) que escreveu sobre as razões pela qual adotar a IFRS é uma idéia horrível. A listagem é a seguinte:

Reason 1. IFRS adoption will encounter many similar problems to SOX-404 adoption.
Reason 2. By pushing for IFRS, financial stewards are acting in their own self-interest instead of fulfilling their trust to investors.
Reason 3. IFRS Is No More “Principles-Based” Than US GAAP.
Reason 4. Academic research verifies the value of U.S. GAAP.
Reason 5. GAAP Is Better Than the IFRS.
Reason 6. IFRS is not the best way to improve U.S. GAAP.
Reason 7. IFRS Is Not Compatible with US-Style Corporate Governance.
Reason 8. Would You Have the United Nations Rewrite the US Uniform Commercial Code?
Reason 9. If It Ain’t Broke, Don’t Fix It!

Remuneração de Executivos

Na questão da ajuda do tesouro dos Estados Unidos aos bancos um ponto interessante foi discutido pelos New York Times (We’ll Rescue You on Four Conditions, 19/10/2008, GRETCHEN MORGENSON): a remuneração dos executivos.

Permitir que os executivos das instituições financeiras recebessem enormes gratificações neste momento pode ser problemático por vários motivos entre os quais destaco o fato de ser um incentivo ao risco (sem a punição) pelos administraodres e compensar executivos que podem ter produzido relatórios inadequados.

É interessante notar que algumas das entidades socorridas na crise financeira costumeiramente remuneravam seus executivos de forma exagerada. Cassano, da AIG, recebeu 280 milhões em oito anos na empresa e produziu 25 bilhões de prejuízo. Existe, portanto, uma pressão para reduzir os benefícios da aposentadoria desses executivos.

De qualquer forma, esta notícia mostra uma vontade de impedir que Cassano receba bônus por sua gestão.

Tributos e Lei



Tributação imposta pela nova lei contábil provoca dúvidas
Gazeta Mercantil - 23/10/2008

São Paulo, 23 de Outubro de 2008 - As mudanças impostas pela Lei 11.638/07, que impõe alterações no balanço contábil para que as empresas se adaptem às normas internacionais de contabilidade, têm provocado dúvidas em empresários e deixado os escritórios de advocacia de mãos atadas no que se refere ao impacto tributário. Apesar de estar previsto na própria lei que as alterações introduzidas por ela não terão efeitos para fins tributários, "na prática não é o que acontece", afirma o advogado Gabriel Marinelli, do Queiroz e Lautenschläger Advogados. "Incentivos fiscais, doações e subvenções de investimentos ficavam fora do resultado, mas com a nova legislação, essas operações deverão ser incorporadas ao resultado da empresa, o que traz um impacto no lucro e, consequëntemente, tornam essas transações passíveis de tributação", avalia o advogado.

Para diminuir este efeito, pelo menos até 2010, foi elaborada uma proposta de medida provisória que cria o Regime Tributário de Transição (RTT). "Que nada mais é do que um efetivo período de transição para que as empresas se adeguem às modificações , estabelecendo procedimentos de transição e prazos, bem como evitar a majoração dos tributos durante este período", explica Felipe Renault, do Caregnato Advogados. Segundo ele, a grande preocupação das empresas é com uma possível revogação de artigos da lei que prevêem que as adaptações contábeis não terão incidência de impostos e contribuições, nem ter quaisquer outros efeitos tributários. "O temor é de que a transparência do balanço conferida pela nova lei faça com que a Receita Federal interprete determinadas informações como prova de aquisição patrimonial ou faturamento, de forma a incidir IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, como ocorre com os depósitos bancários, por exemplo", afirma Felipe Renault.

A proposta de medida provisória está parada na Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda e, se aprovada conforme está o texto, fica regulamentado que, pelo menos até 2010, não haverá impactos tributários. "Entretanto, nada garante que ela seja aprovada como está", alerta o advogado Marcelo Escobar, do Toledo e Escobar Advogados. "Sua aprovação permitirá que o empresariado ganhe tempo para se adaptar, mas nem assim sabemos se o problema da carga tributária será sanado", diz. "Essa medida serve para que os empresários tomem fôlego até que em 2010 a legislação ganhe regulamentação e uma forma definitiva, mas acredito que até lá existam artigos que aliviem a preocupação dos empresários e desate o nó que surgiu nos escritórios, que não sabem como agir", assevera o advogado Luiz Felipe Ferraz, sócio do Demarest e Almeida Advogados.

Investimento externo

Apesar de o objetivo da nova lei ser o de incentivar os investimentos externos no mercado nacional e, por conseqüência, o aquecimento da economia nacional, "esse eventual impacto tributário pode causar um desconforto do investidor", avalia Gabriel Marinelli. "A ânsia do Fisco em aumentar a arrecadação pode fazer com que o País arque com o prejuízo, pois se reduz as possibilidades de investimentos estrangeiros", afirma Felipe Renault. Para Marcelo Escobar, já há temor em se investir em empresas brasileiras por conta da crise global e este impasse "de não se saber que tributações serão devidas, causam insegurança jurídica". Para Luiz Felipe Ferraz, a curiosidade, agora, é saber qual a forma definitiva que a Lei 11.638/07 irá adotar. "Só espero que se estabeleçam regulamentações para que os clientes e os advogados saibam que tom deverão adotar a partir de 2009."

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Andrezza Queiroga)