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30 janeiro 2007

Contabilidade já não é importante?

O Financial Times é um dos jornais mais conceituados do mundo. Uma pesquisa neste sítio (clique aqui) com a palavra "accounting" (contabilidade) mostrou que desde até janeiro de 2007 esse termo apareceu quase 28 mil vezes. (Para isso, digite "accounting" no espaço Search e clique Go). É possível obter esse resultado por mês clicando "Click to refine by date". O resultado é muito interessante pois mostra que de 2002 para cá o número de vezes que palavra aparece diminuiu. Em julho de 2002 alcançou o valor máximo, com 1.857 citações; em janeiro de 2007 foram 215, o talvez o segundo menor valor no período (agosto de 2006 foi de 216).

O termo auditing (auditoria) mostra quase 2.400 citações, com o máximo em julho de 2002.

O termo Brazil obteve mais de 11.100 citações no período, principalmente em meados de junho de 2002. Além de listar o número de citações, a ferramenta do Financial Times também coloca outros vínculos com a citação. Por exemplo, o termo Brazil está vinculado as pessoas de George Bush (613 vezes), Hugo Chavez (395) e Fernando H Cardoso (307); as empresas Corus (173), Arcelor (74) e Volks (64). Já o termo accounting está associado a George W. Bush [946], Bernie Ebbers [579] e Harvey Pitt [498] e as empresas Enron Corp [1146], WorldCom Inc [524] e Koninklijke Ahold NV [522].

Essa última informação mata a charada para a redução no número de vezes que contabilidade é citada: os escândalos contábeis, vinculados a Enron, World e Ahold.

28 janeiro 2007

Os dez mais da Internet

Brasil

1) Orkut.com
2) Microsoft Network (MSN)
3) Google.com.br
4) Universo Online
5) Yahoo!
6) Terra
7) YouTube
8) Globo.com
9) Google.com
10)IG

Portugal

1. Microsoft Network (MSN)
2. Google.pt
3. Hi5.com
4. Sapo - Portugal Online!
5. YouTube
6. Google
7. Windows Live
8. Blogger.com
9. Yahoo!
10. Bolsa e Negócios

Argentina

1. Microsoft Network (MSN)
2. Google.com.ar
3. Yahoo!
4. Fotolog.com
5. Windows Live
6. YouTube
7. Mercadolibre
8. Google
9. Clarin.com
10. Terra Argentina

Estados Unidos

1. Yahoo!
2. Google
3. Myspace
4. Microsoft Network (MSN)
5. EBay
6. YouTube
7. Amazon.com
8. WikiPedia
9. Craigslist.org
10. Thefacebook

Mundo

1. Yahoo!
2. Microsoft Network (MSN)
3. Google
4. Baidu.com
5. YouTube
6. Myspace
7. Windows Live
8. Orkut.com
9. 腾讯网(http://www.qq.com)
10. 新浪新闻中心 (www.sina.com.cn)

Fonte: Alexa Web Search

Fama x French: brigas de ego


Para quem fez pesquisa em finanças o nome Fama e French estão associados. Notícia do The Tuck Profit (clique aqui para ler) conta que a parceria não existe mais.

Foram 15 anos dividindo autoria em artigos brilhantes. A ruptura ocorreu de forma conturbada. Segundo Fama, "eu contratei Ken French em 1990 quando ele era um instruturo em Winnetka. Chicago estava pressionando para ter como parceiro outro pesquisador. (...) [French] nunca contribuiu com uma simples idéia para minha pesquisa e seu nome tem sido constantemente mencionado no mesmo nível que o meu.

A relação entre os pesquisadores começou quando Fama necessitava de aulas de direção. French concordou em ensinar o professor a dirigir.

"The only challenge was finding a way to get some credentials for French. But that was easier than I thought. My assistant found a no-name community college in upstate New York that would send a PhD diploma in the mail for $29.95. We added an MBA and MS for an additional $19.95 each. After that, we were off and running!"


Ambos aparecem como autores muitos citados em finanças. Não resisti e coloquei a foto de French que consta da notítica. A legenda informa que é o Professor French trabalhando com seu modelo de 4 fatores!

P.S.: Achei estranho que essa notícia "quente" não apareceu em outros blogs financeiros. Fui conferir na Wikipedia e localizei um link para o TuckProfit com os dizeres de sátira. Tudo era uma brincadeira.

Significante e não significante pode não ser significante

Quem tem o prazer de fazer pesquisa empírica já se deparou com testes de significâncias. Os softwares que usamos geralmente consideram 5% como o padrão para aceitação ou rejeição das hipóteses. Qual a razão de usar 5%? Talvez o costume na pesquisa na área de ciências sociais.

Existe muita discussão sobre a importância desse valor nas pesquisas empíricas. Afinal, a diferença entre "significante" e "não significante" é importante? Clique aqui para um artigo (PDF) de Gelman e Stern sobre o assunto

Rir é o melhor remédio - 33



fonte: SusanPolgar Blog

Preço do Ipod

Do Estado de S. Paulo de 28/01 (clique aqui para ler)^:

Metade do preço do iPod é imposto

Ana Paula Lacerda e Mariana Aragão

Quando o brasileiro compra um iPod, é como se adquirisse dois: um ele leva para casa, outro vai para o governo na forma de impostos. (...) Uma pesquisa do banco australiano Commonwealth mostra bem essa situação: uma das conclusões é que o Brasil vende o iPod mais caro do mundo. O estudo compara o poder de compra em 26 países e mostra que o tocador de MP3 da Apple custa US$ 327,71 no Brasil. Na Índia, segunda no ranking, custa US$ 222,27, e nos EUA, terra natal do iPod, US$ 149. O modelo usado na pesquisa foi o Nano, última versão do player da Apple.


Clique aqui para ler sobre o assunto

27 janeiro 2007

Links

Dois links interessantes:

1. Mitos da ciência - existe gravidade no espaço? humanos usam somente 10% do cérebro? um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? - clique aqui

2. Tabela periódica dos métodos de visualização - obrigatório para quem gosta de métodos quantitativos ou está fazendo um trabalho acadêmico - clique aqui

Super Bowl

No início do ano as atenções dos norte-americanos se voltam para decisão do Super Bowl. Para os investidores, o Super Bowl é importante pelo fato de existir um indicador do Super Bowl: quando uma equipe da AFL vence, geralmente o mercado de capitais cai; quando um time da NFL vence, o mercado irá subir. Esse índice tem tido um grau de 80% de acerto. Esse ano, o mercado deverá subir. (clique aqui para ler)

Um comparativo interessante entre a publicidade do Super Bowl e o desempenho no mercado acionário. O valor pago para um minuto de comercial durante a transmissão do Super Bowl talvez seja o mais caro da televisão. Entretanto, será que fazer uma propaganda no Super Bowl garante o sucesso nos preços das ações? Nesse comparativo, usou as empresas que gastaram dinheiro em publicidade e a média do mercado. O resultado foi o seguinte:

2005 => Retorno das Empresas = 1,08%; Do mercado (SP500) = 0,44%
2004 => Retorno das Empresas = 2,17%; Do mercado (SP500) = 1,03%

Fatos e Teoria

De Mahalanobis:

Uma experiência educacional em 1989 comparou um grupo de estudantes com um alto desempenho, selecionado especialmente por seu baixo interesse em baseball, contra um grupo de estudantes com baixo desempenho, mas que eram ávidos fãs de baseball. Aos dois grupos foi questionado sobre a compreensão de um texto sobre baseball. Qual o grupo de venceu? Resposta: os especialistas em baseball. A idéia é que a leitura é principalmente uma analogia e metáforas. (...) Devemos lembrar que muitos educadores hoje enfatizam aprender a aprender, e consideram fatos menos importantes que o processo. (grifo meu)

Receita das Agências de Publicidade

Da Gazeta de 23/01/2007 (Entidades intensificam os debates sobre remuneração, Sandra Azedo):

A questão da remuneração das agências de propaganda - com algumas regras bastante específicas no Brasil, o que muitas vezes levanta questionamentos por parte dos anunciantes multinacionais - é um assunto que sempre preocupa o meio e nunca deixa de ser conversa entre publicitários. (...)

a forma-padrão a qual trabalham as empresas de propaganda (ou deveriam trabalhar) é com a comissão (ou desconto-padrão) de 20% que o veículo passa para a agência - dinheiro que vem do anunciante. É um valor que vem sobre o custo da veiculação do anúncio, enquanto o onorário [sic], de cerca de 15%, é o que o anunciante paga à agência sobre o custo da produção.

Geralmente, multinacionais que atuam no País dizem ter problemas com o modelo local, para justificar a contabilidade lá fora. Aqui, teoricamente, as agências recebem a comissão dos veículos e não do anunciante.


Eis aqui um bom caso para se discutir em sala de aula.

Contabilidade da previdência

Do Estado de hoje (Governo mudará a forma de apresentar as contas do sistema Objetivo é mostrar que rombo não se deve apenas às aposentadorias e pensões, mas também a renúncias fiscais e políticas sociais, Isabel Sobral)

O governo passará a divulgar de forma mais detalhada e transparente as contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para mostrar como é composto o déficit da Previdência, dele separando as despesas que deveriam ser atribuídas a outros órgãos do governo. (...) Para Nelson Machado, seria mais transparente e justo com a Previdência que as renúncias fiscais - como a isenção de alíquota previdenciária patronal para as entidades filantrópicas das áreas de saúde, educação e assistência social - fossem colocadas no orçamento dos respectivos ministérios dessas áreas. (...)

O governo também quer explicitar os números das áreas rural e urbana. Assim, em 2006, no cenário urbano, as contribuições recolhidas dos trabalhadores pagaram quase 90% das despesas com segurados. (...)

Apesar da maior transparência nos dados, os técnicos observam que a nova contabilidade não eliminaria a constatação de que existe um déficit nas contas públicas - seja na Previdência ou no Tesouro - e que é necessário que as contas serem pagas.

Onde está o dinheiro?

Após a tragédia, duas pontes na pequena cidade foram destruídas: uma para automóveis e outra para trens. Seis meses depois a ponte para os trens, de propriedade da iniciativa privada, já estava funcionando, a outra, do governo, não.

A tragédia foi o furacão Katrina. Depois de 17 meses da tragédia e um ano depois da autorização do Congresso de ajuda para a região, existe a suspeita de desvio de dinheiro. Há quatro meses o presidente Bush visitou a região e falou do esforço de reconstrução. Os problemas da tragédia, da reconstrução e do dinheiro estão numa reportagem do Wall Street Journal (In Katrina's Wake: Where Is the Money? --- Congress authorized billions to rebuild, but only half has been spent; Worrying about fraud, de Christopher Cooper, 27/01/2007)

Muitos projetos de infraestrutura ainda não começaram. Metade dos bilhões aprovados pelo Congresso não foram gastos. É bem verdade que o tamanho do desastre torna difícil a reconstrução. A burocracia também atrapalha. Outro fator é a falta de liderança.

Clique aqui para ler a reportagem completa

26 janeiro 2007

Terceirização

Notícia do Valor (Sob nova gestão, Zoomp e Forum segmentam grifes, 25/01/2007):

E para tornar a empresa mais competitiva, a nova gestão reduziu em 18% o quadro de funcionários e terceirizou áreas como logística e contabilidade. "De 2002 pra cá, a empresa perdeu 40% do faturamento", diz Duo. Atualmente, a empresa fatura US$ 100 milhões.


Para uma empresa desse porte seria interessante terceirizar a contabilidade?

Governança nas estatais

Notícia do Globo de 25/01:

O diretor do Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais do órgão, Eduardo Scaletsky, disse que o objetivo é modernizar as práticas de governança corporativa, adequando-se às recomendações da Organização para Coordenação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Outra meta é rever a representação da União nos conselhos de administração e fiscal das estatais. O governo quer maior alinhamento com as estratégias gerais.


Acho difícil rever a questão dos conselhos. Trata-se de uma remuneração indireta para ministros e outros gestores públicos. Além disso, o poder das estatais no Brasil é muito grande para que isso seja revisto.

Herz no Fasb

Robert Herz foi reconduzido para mais um mandato de 5 anos no Financial Accounting Standards Board, a partir de 1o. de julho. Seu grande mérito no primeiro mandato foi fazer o início da convergência (harmonização) das normas dos EUA com o IASB.

A quem interessa a globalização?

Notícia do jornal Cinco Dias, da Espanha, de 18/01/2007:

El negocio de auditoría de las cuatro grandes (Deloitte, PricewaterhouseCoopers, KPMG y Ernst & Young) en España continúa activo. Las adaptaciones a las normas contables internacionales siguen suponiendo un auténtico balón de oxígeno para las firmas de servicios profesionales, que mantienen importantes crecimientos en este área de negocio. (...) Para Deloitte, que sin embargo es la firma cuyo crecimiento en comparación con la facturación del ejercicio anterior es menor (el 6%), la buena marcha del negocio auditor tiene que ver con "el incremento de servicios relacionados con la adaptación a las normas de información financiera y con los servicios relacionados con el asesoramiento de control interno".


Além disso, o mercado é oligopólio:

Deloitte, Ernst & Young, PricewaterhouseCoopers y KPMG emitieron durante el ejercicio 2005 el 91,3% del total de informes de auditoría que se remitieron a la CNMV. Pero en el caso de las compañías que pertenecen al Ibex 35 el porcentaje se eleva hasta el 100%. Ahí las cuatro grandes copan el mercado y aunque en ciertos concursos alguna de las firmas que se encuentran por detrás en el ranking, como BDO, ha logrado meter la cabeza, no ha conseguido romper el monopolio que se reparten las cuatro grandes.

Contabilidade pública

A inscrição de valores em restos a pagar, a cada início de ano, é inevitável, por causa da defasagem de tempo entre a fase de empenho, que necessariamente antecede a contratação de obra ou serviço pelo setor público, e a fase de pagamento, que só pode ocorrer depois do serviço prestado ou da obra entregue. Principalmente no caso dos investimentos, porém, Francisco Lúcio avalia que tem havido uso exagerado desse instituto pelos poderes da União. Esse é um dos fatores que colaboram para fazer do Orçamento federal uma peça de ficção, muito diferente do fluxo efetivo de receitas e desembolsos, com base no qual é apurado o resultado fiscal do setor público e aferido o cumprimento das metas de superávit primário (conceito que exclui gastos com juros).


Fonte: Valor Econômico, 17/01/2007

Notícia da semana passada

Entre os balanços divulgados nesta jornada, aparecem o do Citigroup e o da General Electric (GE), que aproveitou para alertar que está revendo o lucro de 2001 a 2006 em US$ 343 milhões em conexão com uma investigação anterior da Securities Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) sobre a contabilidade de derivativos da companhia


Valor 19/01/2007

A GE também informou que irá republicar os balanços de 2001 a 2005, bem como dos primeiros nove meses de 2006, para ajustá-los à contabilidade de swaps de juros.


Reuters 19/01/2007

Brasil ganha com a terceirização

Notícia do Wall Street Journal:

A terceirização parece que também está dando certo para o país mais populoso da América do Sul. Com uma onda de novos contratos de tecnologia da informação, o Brasil pode ser o grande vencedor latino-americano do boom mundial da terceirização. Ano passado a varejista americana de roupas Gap Inc. transferiu serviços de informática para o Brasil, como parte de um contrato de dez anos e US$ 1,1 bilhão com a International Business Machines Corp. A Whirlpool Corp. administra seus dados por aqui e algumas empresas americanas menores estão usando o Brasil para estrear no mundo da terceirização.

Com uma cultura e fuso horário mais parecidos com os dos Estados Unidos do que Pequim ou Bangalore, autônomos como Lazarski e multinacionais como a Accenture LTD. e a IBM estão apostando que o Brasil pode ser o grande centro da América Latina para contratos empresariais baratos, e um dos cinco melhores destinos do mundo.

As empresas brasileiras também estão tentando captar oportunidades de negócio nos EUA. Há dois anos, a Politec Ltda. iniciou um esforço para ressaltar as vantagens da proximidade, e assim conseguir contratos de empresas americanas. A Politec diz que até agora conseguiu vários trabalhos pequenos de US$ 1 milhão cada, mas espera que 2007 seja um ano bem melhor. (...)

A principal vantagem do Brasil é estar no máximo três horas à frente do horário de Nova York, dependendo da época do ano, enquanto na Índia a diferença pode chegar a 12 horas. Outro fator lembrado com freqüência são os "valores compartilhados", uma referência às diferenças culturais que vez ou outra atrapalharam projetos na Ásia. "Dizer 'sim' no Brasil geralmente significa 'sim'. Na Índia, pode significar 'não'", diz Peter Bendor-Samuel, diretor-presidente da Everest.

Ironicamente, o setor de tecnologia do Brasil ganhou um grande impulso do passado caótico do País. Durante os anos 80 e 90, a proibição de importar computadores incentivou a indústria nacional. E, para lidar com a inflação galopante, os grandes bancos tiveram de desenvolver sofisticados sistemas de computação. (...)

O Brasil também traz algumas dificuldades novas para o jogo da globalização. O hábito brasileiro de se cumprimentar com beijos e abraços mesmo no ambiente de trabalho não é comum em outros lugares. Um vídeo produzido pela IBM para visitantes americanos alerta que os brasileiros podem se atrasar para as reuniões. "Faça muito contato visual e não tente argumentar usando tabelas e dados", aconselha o vídeo.


Observe que o termo "lidar com a inflação galopante, os grandes bancos tiveram de desenvolver sofisticados sistemas de computação" pode ser lido como "correção monetária de balanço" também