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20 julho 2025

Bitcoin é caixa?


Em "To Bitcoin or Not To Bitcoin? A Corporate Cash Question!", Damodaran analisa a onda de empresas que consideram aplicar parte do caixa em Bitcoin. Esse ativo (1) não deve ser confundido com o caixa em razão da volatilidade e não cumprir as funções que o caixa faz. 

Relembrando a teoria, há três funções clássicas do caixa: transação, precaução e especulação. Apesar de existirem alguns setores específicos onde é possível comprar e vender bens e serviços, as criptomoedas ainda não são usadas para isso de maneira corrente. Já li alguns autores defendendo que as cripto poderiam ser usadas como precaução, em substituição ao ouro e a própria moeda corrente, diante das crises futuras que ameaçam o sistema. Mas acredito que falta ainda experiências maiores para imaginar que isso seja real. Sobrou a especulação, e o Bitcoin pode ter essa função. 

Mas será que os investidores acreditam também nisso? Ou não seria melhor a empresa distribuir dividendos e deixar essa decisão para os investidores? 

Respondendo a pergunta do título da postagem: Bitcoin não pode ser considerado como caixa. Pelo menos por enquanto.  

Como a IA pode afetar a pesquisa contábil

Eis o resumo:

Desenvolvimentos recentes em inteligência artificial levantam questões fundamentais sobre o futuro da pesquisa acadêmica em contabilidade. Utilizando insights da teoria institucional, estruturas institucionais existentes e entrevistas com editores seniores e coordenadores de programas de doutorado, examinamos como os avanços da IA podem transformar a pesquisa contábil e suas instituições de apoio. Nossa análise destaca quatro conclusões principais. Primeiro, identificamos duas dimensões em que os humanos podem manter vantagens sobre a IA: habilidades de raciocínio de ordem superior e controle sobre o acesso a dados. A IA pode remodelar métodos e tópicos de pesquisa com base nessas vantagens, tornando particularmente vulneráveis à concorrência os estudos quantitativos em que nenhuma das dimensões oferece forte proteção contra a IA. Segundo, a IA pode desafiar os processos tradicionais de publicação, uma vez que longos prazos de revisão correm o risco de tornar a pesquisa obsoleta em um campo em rápida evolução. Terceiro, a IA pode transformar a formação doutoral ao enfatizar a seleção e o treinamento de estudantes com base nas duas dimensões em que os humanos mantêm vantagens sobre a IA. Quarto e último, essas mudanças podem ser moldadas por forças institucionais mais amplas, como grandes editoras cujas plataformas e políticas padronizadas podem não atender plenamente às necessidades da pesquisa contábil. Embora nossa análise presuma um progresso gradual da IA, permitindo tempo para adaptação, também consideramos cenários de avanços mais rápidos que poderiam gerar uma disrupção mais dramática. Nossas conclusões sugerem que as instituições de pesquisa contábil parecem notavelmente despreparadas para essas mudanças. 

Keloharju, Matti and Keloharju, Roope, Accounting Research in the Age of AI (July 04, 2025). IFN Working Paper No. 1528, Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=5345050 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.5345050
Imagem: aqui 

18 julho 2025

Foi provisionado ou não - 2

Sobre essa notícia, eis um desdobramento:


Mark Zuckerberg e os atuais e ex-diretores e executivos da Meta chegaram a um acordo nesta quinta-feira para encerrar o litígio que pede US$ 8 bilhões por danos que eles supostamente causaram à empresa ao permitir repetidas violações da privacidade dos usuários do Facebook, disse um advogado dos acionistas a um juiz de Delaware na quinta-feira.

As partes não revelaram detalhes do acordo e os advogados de defesa não se dirigiram à juíza, Kathaleen McCormick, do Tribunal de Chancelaria de Delaware. McCormick suspendeu o julgamento no momento em que ele entrava em seu segundo dia e parabenizou as partes.

Rir é o melhor remédio

Um novo logo
 

17 julho 2025

Sofisticação da malandragem: pesquisadores estão inserindo mensagens secretas nos artigos


Pesquisadores têm inserido mensagens secretas em seus artigos na tentativa de enganar ferramentas de inteligência artificial (IA) para obter relatórios positivos de revisão por pares. A Nature identificou de forma independente 18 estudos de pré-publicação em ciência da computação contendo essas mensagens ocultas — em que o texto é especificamente elaborado para manipular modelos de linguagem de grande escala (LLMs). Muitos editores proíbem o uso de IA na revisão por pares, mas há evidências de que alguns pesquisadores utilizam LLMs para avaliar manuscritos ou ajudar na redação de relatórios de revisão. Isso cria uma vulnerabilidade que outros agora parecem estar tentando explorar, afirma o metacientista forense James Heathers.

Fonte: aqui 

Imposto sobre perda: uma novidade

Uma mudança tributária proposta pelo governo Trump traz um elemento realmente inusitado na forma de pagamento ao fisco — e pode ser perigosa, caso outros governos adotem a mesma lógica. O foco recai sobre os jogadores profissionais.

Pelas novas regras, os jogadores pagarão mais impostos quando tiverem ganhos, mas haverá uma limitação no valor a ser abatido em caso de perdas. E é justamente nesse ponto que está o aspecto mais estranho.

Suponha que um apostador ganhe um milhão em jogos e perca também um milhão, ficando empatado. A regra só permite compensar até 90% do prejuízo. Em outras palavras, mesmo sem obter ganho líquido, apenas 900 mil poderão ser deduzidos, restando 100 mil sujeitos à tributação.


Se mudarmos um pouco os números, a situação fica ainda pior. Imagine que o jogador ganhe um milhão e perca um milhão e cem mil. Foi um período ruim, com prejuízo líquido de 100 mil. Ainda assim, apenas 90% de um milhão e cem mil poderão ser abatidos — ou seja, 990 mil. No fim, além de perder 100 mil, o jogador ainda deverá pagar imposto sobre 10 mil.

Ou seja, o grande vencedor é a “casa”, neste caso o imposto de renda. A regra entrará em vigor a partir de 2026. Quase imediatamente, surgiu reação no legislativo, com a apresentação do projeto Fair Accounting for Income Realized From Betting Earnings Taxation Act (FAIR BET Act), que busca tornar a contabilidade mais justa, permitindo a dedução integral das perdas. O projeto foi apresentado por um congressista de Nevada, onde o jogo é uma atividade econômica relevante.

(Baseado no texto de Ian Frisch, da newsletter do NYTimes)

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Alguns outdors engraçados: