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20 maio 2025

Um pequeno presente para Trump: um presente que pode custar caro


Já tínhamos postado sobre um pequeno presente que Trump ganhou: um avião. Pois, "cavalo dado, não se olha os dentes". Mas "não existe almoço grátis" deve ser lembrado. A doação pode custar muito caro:

Poucos negócios em potencial chamaram tanta atenção nos últimos meses quanto a possível doação de um Boeing 747 de propriedade do Catar para o governo Trump.

Críticos levantaram questões sobre as implicações éticas. Mas uma investigação aprofundada feita pelo The Times sobre a história do avião revelou alguns números surpreendentes.

O custo potencial: reportagens noticiaram que um novo Boeing 747-8, o modelo oferecido pelo Catar, custa 400 milhões de dólares.

Trump afirmou que apenas uma “pessoa estúpida” recusaria um presente tão caro. Mas isso não leva em conta os altos custos de adaptação do avião:

Seria necessário um trabalho considerável para preparar o avião para servir como um verdadeiro Air Force One — incluindo a remoção de possíveis dispositivos eletrônicos de escuta escondidos, a instalação de equipamentos de comunicação avançados e de sistemas especializados para proteger a aeronave contra ataques com mísseis ou outras ameaças. E mesmo que o avião seja doado, o custo dessas adaptações seria enorme, segundo autoridades atuais e ex-integrantes do Pentágono: pelo menos 1 bilhão de dólares.

Também não está claro quanto o governo pagaria à L3Harris, a empresa contratada para realizar a adaptação, ou de onde viriam esses recursos. 

O possível cronograma: autoridades da Casa Branca inicialmente presumiram que o avião do Catar precisaria apenas de uma nova pintura e algumas melhorias, e estaria pronto para uso dentro de um ano. Mas adequar o jato aos padrões do Air Force One levaria anos, possivelmente até depois de 2027. (Embora Trump possa dispensar exigências de sistemas avançados de segurança, ex-oficiais do Pentágono afirmam que isso seria um erro.)

Veja o que disse Marc Foulkrod, engenheiro aeroespacial que chegou a tentar ajudar na venda do avião do Catar, sobre o plano do governo:

“É ridículo”, disse Foulkrod sobre a ideia de que o avião do Catar poderia ser uma solução rápida, acrescentando que os projetos já existentes da Boeing provavelmente poderiam ser acelerados. “Isso tem um custo-benefício melhor do que tentar pegar o avião de outra pessoa e transformá-lo em um avião presidencial. Não faz sentido.”
Texto da Newsletter do NYTimes

A questão dos gastos públicos dos Estados Unidos

Recentemente ocorreu o rebaixamento da nota de investimento dos Estados Unidos. O Gráfico acima revela um dos principais motivos: a dívida pública é crescente desde a crise de 2008. Isso foi citado pela Moody´s: “large annual fiscal deficits and growing interest costs.” É uma decisão que tem respaldo anterior com as decisões da SP em 2011 e Fitch em 2023.  Somente 11 países possuem a classificação máxima nas três agências. 

Mas a preocupação é a tendência crescente. Os números mostram que os juros da dívida é maior que o orçamento de defesa e Medicare, o sistema de saúde deles. O déficit foi de 1,8 trilhão no ano passado, um pouco acima de 6% do PIB. E a política de cortes de impostos e o perfil de Trump como uma pessoa que importa pouco com a dívida também preocupa. 

Fonte: Chartr


19 maio 2025

Rebaixamento da nota de crédito dos EUA

A agência Moody’s rebaixou nesta sexta-feira a classificação de crédito dos Estados Unidos em um degrau, de “Aaa” para “Aa1”, citando dívida e juros crescentes, “que são significativamente mais altos do que os de soberanos com classificação semelhante”.

“Sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros”, disse a Moody’s em um comunicado, ao mudar sua perspectiva para os EUA de “negativa” para “estável”.

Fonte: aqui.

O mais interessante é que o mercado subiu na segunda. 

Uma fraude de 2 bilhões de libras


A Ernst & Young (EY) está sendo processada por negligência no Reino Unido, em um caso que envolve cerca de £2 bilhões (aproximadamente US$ 2,7 bilhões), devido à sua atuação como auditora da NMC Health entre 2012 e 2018. A NMC, uma operadora de hospitais com sede nos Emirados Árabes Unidos e listada na bolsa de Londres, entrou em colapso em 2020 após a descoberta de mais de US$ 4 bilhões em dívidas ocultas.

O processo foi iniciado pela administradora judicial Alvarez & Marsal, que alega que EY falhou em detectar sinais claros de fraude contábil durante os anos em que auditou a NMC. Entre as falhas apontadas estão a falta de acesso ao livro razão da empresa e a ausência de confirmações bancárias independentes, o que teria permitido que os executivos da NMC manipulassem os registros financeiros.

A EY nega as acusações, argumentando que foi vítima de uma fraude complexa e orquestrada pelos próprios executivos e acionistas da NMC, e que não tinha como detectar o esquema devido à sua natureza sofisticada.

Fonte: aqui

Próximo presidente da Romênia

 

Poucas pessoas sabem que a Romênia fala uma língua latina. E agora, o seu próximo presidente tem uma formação incomum: matemática. Mas não é algo tão corriqueiro, pois ele foi duas vezes escore máximo na prestigiosa Olimpíada de Matemática.


O Problema dos Três Corpos (2)

Ontem falamos sobre a série O Problema dos Três Corpos e hoje eu, infelizmente, descobri que ainda não há previsão de estreia para a segunda temporada. 

Segundo a revista Esquire, o alto custo da primeira temporada é um dos principais fatores que colocam a continuação em xeque. Cada episódio teria custado cerca de US$ 20 milhões, o mesmo nível de investimento de A Casa do Dragão. Para comparação, Game of Thrones (em sua 8ª temporada) ficou na faixa de US$ 15 milhões por episódio. 

 O ScreenRant aponta que esse valor coloca Três Corpos entre as séries mais caras da Netflix. E a Forbes foi além: segundo reportagem, o custo total foi de US$ 233,1 milhões, o que dá uma média de impressionantes US$ 29,1 milhões por episódio, valor semelhante ao da consagrada Stranger Things.

Ainda assim, há esperança. O site Omelete noticiou que a continuação está nos planos, mas só deve chegar em 2028 (!!). As gravações, inclusive, foram realocadas do Reino Unido para a Hungria, onde o governo oferece um incentivo fiscal de 30% sobre os custos de produção.

Multa do UBS por uma investigação criminal

O banco suíço UBS Group AG concordou ontem [5 de maio] em pagar US$ 511 milhões para resolver uma investigação criminal do Departamento de Justiça dos EUA que concluiu que o Credit Suisse (o banco que o UBS comprou em 2023 [1]) ajudou americanos ricos a escapar de impostos sobre mais de US$ 4 bilhões em pelo menos 475 contas offshore. O acordo surge mais de uma década depois de o Credit Suisse se ter comprometido a pôr termo a tais práticas [2]. 

No caso mais recente, o Credit Suisse admitiu ter conspirado para ajudar indivíduos ricos a preparar e apresentar declarações fiscais falsas dos EUA entre 2010 e 2021 e descobriu-se que falhou repetidamente na divulgação completa de contas offshore às autoridades. O acordo ocorre dois anos depois de o Comité de Finanças do Senado dos EUA ter concluído que o Credit Suisse tinha violado o seu acordo de confissão de 2014 com o governo dos EUA.

O UBS disse que não estava envolvido na má conduta, que ocorreu antes de o UBS comprar o Credit Suisse por US$ 3,2 bilhões sob um acordo mediado pelo governo suíço para evitar uma potencial crise bancária [3].

[1] A questão da contabilidade dessa aquisição é muito interessante e foi tratada no blog anteriormente

[2] Isso deve ter pesado no valor da multa

[3] Até então, eram os dois grandes bancos da Suíça. 

Fonte: 1440 newsletter