O papa Francisco aprovou uma série de mudanças nas finanças da Igreja Católica. Mais especificamente, nos estatutos do braço financeiro, o Banco do Vaticano. Pelas novas regras, segundo a Reuters, haverá auditoria externa obrigatória e outras alterações para melhorar os controles desta instituição.
O Banco do Vaticano já esteve envolvido em corrupção, evasão fiscal, lavagem de dinheiro e fraude. O Banco, cujo nome oficial é Istituto per le Opere di Religione - IOR, foi fundado em 1942. Somente em 2012, ou seja, 70 anos após sua criação, é que o Banco do Vaticano publicou seu primeiro relatório anual. A primeira auditoria interna é de 1990.
12 agosto 2019
11 agosto 2019
10 agosto 2019
Como Ler mais Livros na Era de Ouro do Conteúdo
Eu assisti a esse vídeo recentemente e achei tão interessante, que fiquei esperando um tempinho livre para poder escrever mais sobre ele, já que não há legendas em português.
Eu não conhecia este canal então nem sei dizer muito sobre o que é, cheguei nele por meio daquelas indicações do YouTube. O vídeo em si foi produzido com a intenção de dar dicas sobre como ler mais e para isso o Max Joseph (ex-MTV) consultou alguns profissionais e visitou livrarias pelo mundo. Ficou fantástico! Indico que você o assista ao menos pela fotografia, que é maravilhosa.
Como eu mencionei, o Max Joseph visitou várias pessoas para compor este vídeo:
1º - Tim Urban
O primeiro especialista que ele consultou foi o Tim Urban, um empresário, palestrante e blogueiro do “Wait But Why” (aqui um Ted talk com ele sobre procrastinação).
Inicialmente eles falam sobre o quanto leremos antes de morrer. O Max, por exemplo, como lê um livro por ano e provavelmente viverá mais 55 anos, lerá cerca de 55 obras no resto de sua vida. Gente, é muito pouco. Que desespero!
Em seguida o Tim Urban propõe uma mudança de rotina simples: ler meia hora por dia. Caso o Max adote essa estratégia passará de 55 livros em sua vida para mil. Olha a diferença!
Aí algumas dicas: quando acordar, ligue um áudio livro enquanto escova os dentes e toma café da manhã. Pronto. Você já concluiu os seus 30 minutos. Se você for a um café e ler por duas horas em um sábado, você alcançará 4/7 da sua quota semanal.
2º Eric Barker
Após o Tim Urban, o nosso protagonista, o Max, visitou o Eric Barker, do blog “Barking Up The Wrong Tree”, que lê entre 50 a 100 livros por ano, principalmente para escrever postagens. Como ele faz isso? Evitando usar o Facebook, e-mail e Twitter no celular. Sabe aquele instinto de checar as mídias sociais? Ele redirecionou o dele para abrir o aplicativo do Kindle.
Além de não se distrair com as mídias sociais, o Eric se permite três “checagens” diárias. Funciona assim: a não ser que ele esteja esperando algo importante, só mexe com o e-mail e as mídias sociais três vezes por dia. Então toda vez que vem aquele impulso de checar o que está acontecendo nas mídias sociais, ele se pergunta: há um bom motivo para isso? Caso a resposta seja “não”, ele o redireciona para a leitura de um blog. ;)
Ele ainda dá a dica do “mínimo esforço viável”. Quando estamos tentando criar um hábito é mais construtivo começar pequeno e manter a constância. Se você quer começar a usar mais o fio-dental, por exemplo, comece com o objetivo de um dente apenas. Torne tão simples que você não possa não o fazer. Se dê a meta de ler uma página por dia. Depois que você conseguir fazer isso diariamente por duas semanas, aumente para duas páginas. Aumente gradualmente ao invés de estabelecer metas loucamente grandes, falhar, se sentir mal e não querer mais fazer... porque aí você já está com um condicionamento pavloviano e não irá mais querer retornar à atividade, pois tentou, não deu certo e sentiu um mal-estar.
A diferença entre uma pessoa que lê 55 livros durante a vida e o outro que lê mil não é grande, é apenas um pequeno hábito.
3º Howard Berg Depois o Max entrevistou Howard Berg, o leitor mais veloz do mundo. Essa não é muito a minha praia... Todavia, ele mencionou algo que considerei interessante e ao aplicar senti diferença: para ler mais rápido, acompanhe a leitura com o seu dedo.
4º Dra. Ruth J. Simmons
Concordo com a participação que veio depois, a da Dra. Ruth J. Simmons, que ressalta a importância de se apreciar a leitura e tomar o tempo necessário para isso.
A Dra. Ruth foi a primeira mulher afrodescendente a liderar uma universidade Ivy League nos Estados Unidos – ela foi presidente da Smith College e da Brown University. Ela também é referência mundial em Literatura Comparada e ainda leciona esse curso. Max foi visitá-la por a ter considerado a pessoa que melhor poderia indicar quais livros ler nesse nosso tempo limitado de vida.
A Dra Ruth não acredita que exista uma lista estabelecida dos livros que devemos ler. Ler é mais importante do que qualquer outra coisa. Ela acredita, ainda, que livros são uma meditação forçada e isso é algo bom.
Esse foi um pequeno resumo das contribuições feitas pelos entrevistados. Mas aproveito para acrescentar algumas considerações sobre o vídeo:
Eu gosto de fazer turismo literário, o que enlouquece o meu pai, e esse vídeo me animou mais ainda. Acho que não conheço nem meia dúzia das livrarias que ele visitou. Eu me decepcionei um pouco com a Lelo Livreiros, no Porto, porque é tremendamente menor do que eu imaginava e se tornou bem comercial, pois alcançou muita fama depois que divulgaram que lá foi um dos locais em que Harry Potter foi escrito. Eles inclusive cobram entrada. A El Ateneu, em Buenos aires, é maravilhosa! Uma preciosidade que vale muito a visita.
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| Livraria Cultura em São Paulo |
Vale mencionar a decepção da visita dele ao Brasil. Inicialmente ele veio para conhecer uma Saraiva em São Paulo, que já foi fechada. Ele foi então à Cultura, que é linda... Mas em meio a todas as outras que vemos no vídeo, não há como não se frustrar com a pobreza nesse quesito em um país tão culturalmente rico quanto o Brasil. Ele fez um vídeo adicional com trechos do Brasil que você pode conferir aqui.
09 agosto 2019
Contabilizando em Libras
Olha que descoberta fantástica: Contabilizando em Libras. Este é o canal da Karina Ferreira, que é surda e resolveu fazer vídeos para falar sobre algumas áreas da contabilidade em Libras. Ela também tem uma conta no Instagram: @contabilizandoemlibras Vamos prestigiá-la!!!
Humor e divulgação de resultados
Rir não é somente um bom remédio, como pode ter influencia sobre os resultados:
Em uma teleconferência da empresa Sally Beauty, um analista perguntou para o gestor:
- Eu queria saber, se não for pedir muito, sobre as tendências
O CEO da empresa, Gary Winterhaulter, respondeu
- É pedir demais
A analista respondeu que tudo bem, e os participantes riram da situação.
Esta história real mostra que em muitos anúncios de resultados, a reação dos executivos (e dos analistas) podem dizer muito sobre o desempenho da empresa.
Uma pesquisa verificou 85.793 conferências, entre 2003 a 2016. Os quatro pesquisadores descobriram que o humor nas conferências pode ser um sinal importante. O aspecto interessante é que quando os gestores usam o humor, isto tem impacto positivo sobre o retorno. Eis o resumo:
We examine analysts’ and managers’ use of humor during public earnings conference calls. Using a sample of 85,793 conference calls from 2003-2016, we find that experienced analysts and analysts with positive views of the company are more likely than other analysts to use humor on conference calls. We also find that analysts tend to use humor when the tone of their question is unusually negative, and that analysts who use humor on conference calls are allowed to speak for a longer period of time and receive longer responses from managers. When managers use humor, abnormal returns surrounding the call are higher, and analysts’ stock recommendation revisions following the call are more positive. Our study provides new evidence on the use of humor in corporate disclosure events, and our findings indicate that humor has economically meaningful implications for public earnings conference calls.
Em uma teleconferência da empresa Sally Beauty, um analista perguntou para o gestor:
- Eu queria saber, se não for pedir muito, sobre as tendências
O CEO da empresa, Gary Winterhaulter, respondeu
- É pedir demais
A analista respondeu que tudo bem, e os participantes riram da situação.
Esta história real mostra que em muitos anúncios de resultados, a reação dos executivos (e dos analistas) podem dizer muito sobre o desempenho da empresa.
Uma pesquisa verificou 85.793 conferências, entre 2003 a 2016. Os quatro pesquisadores descobriram que o humor nas conferências pode ser um sinal importante. O aspecto interessante é que quando os gestores usam o humor, isto tem impacto positivo sobre o retorno. Eis o resumo:
We examine analysts’ and managers’ use of humor during public earnings conference calls. Using a sample of 85,793 conference calls from 2003-2016, we find that experienced analysts and analysts with positive views of the company are more likely than other analysts to use humor on conference calls. We also find that analysts tend to use humor when the tone of their question is unusually negative, and that analysts who use humor on conference calls are allowed to speak for a longer period of time and receive longer responses from managers. When managers use humor, abnormal returns surrounding the call are higher, and analysts’ stock recommendation revisions following the call are more positive. Our study provides new evidence on the use of humor in corporate disclosure events, and our findings indicate that humor has economically meaningful implications for public earnings conference calls.
Kraft versus PwC
Mistério na declaração do investidor Buffett. Parece existir uma disputa com a PwC sobre a contabilidade da Kraft:
Warren Buffett, the CEO of Berkshire Hathaway, which owns a 27% stake in Kraft, told reporters in May that "there's something going on" with Kraft's finances and that it was in a dispute with its auditor, PricewaterhouseCoopers.
Kraft Heinz was subpoenaed by the Securities and Exchange Commission earlier in 2019 as part of an investigation into its accounting methods. Though Kraft said in June that it completed an internal review of its procurement practices, it noted that the SEC investigation wasn't over.
Warren Buffett, the CEO of Berkshire Hathaway, which owns a 27% stake in Kraft, told reporters in May that "there's something going on" with Kraft's finances and that it was in a dispute with its auditor, PricewaterhouseCoopers.
Kraft Heinz was subpoenaed by the Securities and Exchange Commission earlier in 2019 as part of an investigation into its accounting methods. Though Kraft said in June that it completed an internal review of its procurement practices, it noted that the SEC investigation wasn't over.
Entrevista com Tadeu Cendon
A partir de julho, o brasileiro Tadeu Cendon assumiu um papel no Board do Iasb. A seguir, uma entrevista que está no site do Iasb.
Tadeu Cendon, one of two new members of the International Accounting Standards Board (Board), had just finished university when he discovered a passion for accounting. More than 30 years later, and he says he has reached the pinnacle of his career with this most recent appointment. ‘It’s a big achievement and I’m very proud of it,’ he says, adding that he is looking forward to working collaboratively with his fellow Board members in setting IFRS Standards.
Just a few weeks after he joined the Board in July 2019, Tadeu took some time to share his story.
How will your previous experience help you in your new role?
For most of my career I’ve been an auditor. Early on, I was told to learn to put myself in the clients’ shoes. An auditor must listen closely to his client, and learn to see the world from their perspective. But an auditor must also listen to other interested parties, such as standard-setters and regulators. This is essential in problem-solving, especially in complex situations.
I want to take a broader view when I think about the people and organisations involved in standard-setting. The accounting framework focuses on the ‘primary users’ of financial statements but I’d like to think more deeply about other stakeholders too.
What are you most looking forward to in your new role?
I hope that my experience and knowledge will enable me to quickly learn about the Board’s current projects. I’m anxious to make a meaningful contribution to the Board’s discussions just as soon as possible. As a Board member, I’m especially keen to understand the views of everyone involved in the standard-setting process. I’m looking forward to this process of learning and sharing.
What have you enjoyed most about being a member of the Board?
It’s only been a short while, but I enjoy the diversity of the opinions expressed by my fellow Board members and by the technical staff. We all learn a lot all the time. Every day we’re able to challenge ourselves and question the fundamentals of our thinking.
What’s the role of financial reporting in today’s global economy?
A single set of standards, especially a high-quality set of standards, means that companies can provide trusted and useful information to investors. In an ideal world, a single set of shared standards should bring more stability to the global economy by reducing complexity and increasing comparability.
What makes our mission of transparency, accountability and efficiency meaningful to you?
By focusing on these three ideals, the IFRS Foundation can continue to develop accounting standards that allow markets to work fairly. Bringing transparency, accountability and efficiency to global financial markets means that useful information can be delivered to all stakeholders, not just investors
How did you end up following a career in accounting?
At a child, I wanted to study engineering, but I enrolled in business school instead. It was only when I started working as an auditor that I knew I had discovered my passion.
And when you’re not working and following your accounting passion, what do you get up to in your spare time? My family and I have just moved to London from Brazil and I try to spend as much time as possible with them. I used to enjoy fishing but I’m now more of a runner. More broadly, I’m looking forward to exploring and enjoying European culture, both in the UK and on the continent—working in London should provide us with a perfect opportunity to do that.
Tadeu Cendon, one of two new members of the International Accounting Standards Board (Board), had just finished university when he discovered a passion for accounting. More than 30 years later, and he says he has reached the pinnacle of his career with this most recent appointment. ‘It’s a big achievement and I’m very proud of it,’ he says, adding that he is looking forward to working collaboratively with his fellow Board members in setting IFRS Standards.
Just a few weeks after he joined the Board in July 2019, Tadeu took some time to share his story.
How will your previous experience help you in your new role?
For most of my career I’ve been an auditor. Early on, I was told to learn to put myself in the clients’ shoes. An auditor must listen closely to his client, and learn to see the world from their perspective. But an auditor must also listen to other interested parties, such as standard-setters and regulators. This is essential in problem-solving, especially in complex situations.
I want to take a broader view when I think about the people and organisations involved in standard-setting. The accounting framework focuses on the ‘primary users’ of financial statements but I’d like to think more deeply about other stakeholders too.
What are you most looking forward to in your new role?
I hope that my experience and knowledge will enable me to quickly learn about the Board’s current projects. I’m anxious to make a meaningful contribution to the Board’s discussions just as soon as possible. As a Board member, I’m especially keen to understand the views of everyone involved in the standard-setting process. I’m looking forward to this process of learning and sharing.
What have you enjoyed most about being a member of the Board?
It’s only been a short while, but I enjoy the diversity of the opinions expressed by my fellow Board members and by the technical staff. We all learn a lot all the time. Every day we’re able to challenge ourselves and question the fundamentals of our thinking.
What’s the role of financial reporting in today’s global economy?
A single set of standards, especially a high-quality set of standards, means that companies can provide trusted and useful information to investors. In an ideal world, a single set of shared standards should bring more stability to the global economy by reducing complexity and increasing comparability.
What makes our mission of transparency, accountability and efficiency meaningful to you?
By focusing on these three ideals, the IFRS Foundation can continue to develop accounting standards that allow markets to work fairly. Bringing transparency, accountability and efficiency to global financial markets means that useful information can be delivered to all stakeholders, not just investors
How did you end up following a career in accounting?
At a child, I wanted to study engineering, but I enrolled in business school instead. It was only when I started working as an auditor that I knew I had discovered my passion.
And when you’re not working and following your accounting passion, what do you get up to in your spare time? My family and I have just moved to London from Brazil and I try to spend as much time as possible with them. I used to enjoy fishing but I’m now more of a runner. More broadly, I’m looking forward to exploring and enjoying European culture, both in the UK and on the continent—working in London should provide us with a perfect opportunity to do that.
Fraude científica
Recebi um link de uma reportagem sobre fraude acadêmica. Segundo um texto da USP, que usa informações da Clarivate Analytics, autores de artigos aceitos para publicação estão vendendo participação nos textos. A negociação é feita em um site russo, que não identifica periódicos e autores, exceto para os compradores. O preço depende do lugar na lista de autores. Os periódicos são indexados no Scopus e/ou Web of Science, e a área acadêmica parece ser diversificada.
Há também dados disponíveis sobre as últimas transações de autoria. Destes, em 15 de julho, havia 183 acordos de autoria em periódicos supostamente indexados no Scopus, e 11 supostamente indexados no Web of Science. A geografia das transações abrange principalmente a área pós-soviética (Rússia, Cazaquistão e Ucrânia), mas existem autorias vendidas fora dessa região, principalmente para os Emirados Árabes Unidos, China e Reino Unido.
Minha opinião: este não é o único e mais vergonhoso caso de fraude acadêmica. Provavelmente os editores não sabem deste tipo de transação e por isto os periódicos não podem ser acusados.
(Grato Ducineli e Jomar pela dica)
Há também dados disponíveis sobre as últimas transações de autoria. Destes, em 15 de julho, havia 183 acordos de autoria em periódicos supostamente indexados no Scopus, e 11 supostamente indexados no Web of Science. A geografia das transações abrange principalmente a área pós-soviética (Rússia, Cazaquistão e Ucrânia), mas existem autorias vendidas fora dessa região, principalmente para os Emirados Árabes Unidos, China e Reino Unido.
Minha opinião: este não é o único e mais vergonhoso caso de fraude acadêmica. Provavelmente os editores não sabem deste tipo de transação e por isto os periódicos não podem ser acusados.
(Grato Ducineli e Jomar pela dica)
08 agosto 2019
Melhoria nas normas de Contabilidade Pública
O IPSAS está propondo melhoria nas normas internacionais do setor público. O documento pode ser encontrado aqui e o prazo para sugestões vai até setembro. Nas propostas, não estão melhorias já realizadas pelo IASB. Mas inclui as seguintes mudanças
IPSAS 5, Borrowing Costs
IPSAS 13, Leases
IPSAS 21, Impairment of Non-Cash-Generating Assets
IPSAS 26, Impairment of CashGenerating Assets
IPSAS 30, Financial Instruments: Disclosures
IPSAS 33, First-time Adoption of Accrual Basis International Public Sector Accounting Standards (IPSASs).
IPSAS 40, Public Sector Combinations
IPSAS 5, Borrowing Costs
IPSAS 13, Leases
IPSAS 21, Impairment of Non-Cash-Generating Assets
IPSAS 26, Impairment of CashGenerating Assets
IPSAS 30, Financial Instruments: Disclosures
IPSAS 33, First-time Adoption of Accrual Basis International Public Sector Accounting Standards (IPSASs).
IPSAS 40, Public Sector Combinations
Fan Bingbing reaparece
Em maio de 2018, a atriz chinesa Fan BingBing foi denunciada por um apresentador de televisão; ela teria recebido uma grande quantia para trabalhar em um filme, mas “assinou” dois contratos. O fisco chinês investigou a história como sendo um caso de evasão fiscal. Por três meses a atriz “desapareceu” das redes sociais. Em outubro, a atriz reaparece, pedindo desculpas pelo crime fiscal. A informação é que a atriz pagou uma multa de 127 milhões de dólares, elogiou as autoridades chinesas e pediu desculpas.
O exemplo da atriz parece que ajudou as autoridades chinesas na cobrança de impostos de celebridades e empresas na área de entreterimento.
No último sábado, Fan deu uma entrevista para o New York Times (via aqui) falando sobre o caso. A atriz agradeceu o governo chinês, na primeira entrevista para imprensa ocidental desde maio de 2018: “me fez sentir calma [a prisão] e pensar seriamente sobre o que eu quero para minha vida futura”.
Além de Fan, muitas pessoas que trabalharam com ela também foram presas. Depois da prisão, Fan chegou a dizer, em rede social, estar envergonhada. "Sem o Partido [Comunista] e as boas políticas do país [China], sem o amor das pessoas, não haveria Fan Bingbing" escreveu.
Ela chegou a compartilhar um mapa da China, onde Taiwan aparece como território chinês (foto).
07 agosto 2019
Publicação nos Jornais 5
Na reportagem sobre a MP da evidenciação nos jornais, o Valor foi atrás de "especialistas" para opinar sobre a medida: Especialistas apontam equívocos em texto de medida.
O jornal obteve opinião de advogados da área. Mas quase todos falaram não da questão da publicação das demonstrações contábeis e sim do fato de MP tratar das informações de empresas de capital fechado. Pela medida provisória, o Ministro da Economia passaria a ter o poder de determinar se estas empresas devem ou não divulgar suas informações.
O jornal obteve opinião de advogados da área. Mas quase todos falaram não da questão da publicação das demonstrações contábeis e sim do fato de MP tratar das informações de empresas de capital fechado. Pela medida provisória, o Ministro da Economia passaria a ter o poder de determinar se estas empresas devem ou não divulgar suas informações.
Publicação nos Jornais 4
A MP sobre publicação das demonstrações contábeis nos jornais foi destaque da primeira página de diversos jornais. Eis o título do Estadão (e o interessante que remete para o setorial "política"):
Na Folha apareceu isto:
No Valor:
O Valor Econômico, na reportagem de página interna, afirma que o presidente da república citou expressamente o jornal:
Eu espero que o Valor Econômico sobreviva à medida provisória de ontem, eu espero
Certamente o Valor é o jornal mais prejudicado em termos de receita. Ao final do prazo de publicação das demonstrações, no início do ano, a edição do jornal chega a ter mais de cem páginas.
Na Folha apareceu isto:
No Valor:
O Valor Econômico, na reportagem de página interna, afirma que o presidente da república citou expressamente o jornal:
Eu espero que o Valor Econômico sobreviva à medida provisória de ontem, eu espero
Certamente o Valor é o jornal mais prejudicado em termos de receita. Ao final do prazo de publicação das demonstrações, no início do ano, a edição do jornal chega a ter mais de cem páginas.
Publicação nos Jornais 3
Ainda sobre a MP que isenta as empresas de publicarem em jornal de grande circulação suas demonstrações. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defende uma regra de transição, segundo a Época:
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu nesta quinta feira que o Congresso construa um acordo em torno de uma nova regra sobre a publicação de atos societários e balanços de sociedades anônimas. O presidente Jair Bolsonaro lançou mão de uma medida provisória que vai contra uma lei que ele mesmo sancionou, em abril, que autorizava as empresas a publicarem suas demonstrações financeiras de forma resumida em jornais de grande circulação a partir de 1º de janeiro de 2022.
Até lá, seguiria valendo a regra da Lei das SA, de 1976, que determina a publicação do balanço no diário oficial do estado em que estiver situada a empresa e em um jornal de grande circulação nacional. A MP de Bolsonaro, publicada nesta terça-feira no Diário Oficial, define que as publicações obrigatórias das sociedades anônimas devem ser feitas apenas pelos sites da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o da própria companhia e o da B3, no caso das empresas de capital aberto.
— Retirar essa receita dos jornais da noite para o dia não me parece a melhor decisão. Acho que a Câmara e o Senado poderão construir um acordo onde a gente olhe o futuro onde o papel jornal de fato não seja um instrumento relevante. Mas, no curto prazo, é difícil a gente imaginar, nos próximos cinco, seis anos, que da noite para o dia nós vamos inviabilizar milhares de jornais que funcionam todos os dias informando a sociedade brasileira com muita competência — afirmou Maia.
Em nota oficial, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) disse que recebeu “com surpresa e estranhamento” a edição da MP. A entidade afirmou que o texto está “na contramão da transparência de informações exigida pela sociedade”. na entrevista, Rodrigo Maia defendeu a atuação independente da imprensa.
— Eu acho que imprensa não está atacando ele (Bolsonaro). A imprensa está divulgando notícia. Se é contra ou a favor, essa é uma avaliação que cada um de nós tem que fazer quando é criticado ou elogiado pela imprensa. Não acho que o presidente tenha tomado a decisão de editar a medida provisória por isso. A minha preocupação em relação à medida provisória, que do ponto de vista teórico ela faz sentido, não haverá no futuro papel jornal, essa é que é a verdade. Mas o papel jornal hoje ainda é um instrumento muito importante da divulgação de informação, da garantia da liberdade de imprensa, da liberdade de expressão, da garantia da nossa democracia — disse.
Leia mais aqui
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu nesta quinta feira que o Congresso construa um acordo em torno de uma nova regra sobre a publicação de atos societários e balanços de sociedades anônimas. O presidente Jair Bolsonaro lançou mão de uma medida provisória que vai contra uma lei que ele mesmo sancionou, em abril, que autorizava as empresas a publicarem suas demonstrações financeiras de forma resumida em jornais de grande circulação a partir de 1º de janeiro de 2022.
Até lá, seguiria valendo a regra da Lei das SA, de 1976, que determina a publicação do balanço no diário oficial do estado em que estiver situada a empresa e em um jornal de grande circulação nacional. A MP de Bolsonaro, publicada nesta terça-feira no Diário Oficial, define que as publicações obrigatórias das sociedades anônimas devem ser feitas apenas pelos sites da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o da própria companhia e o da B3, no caso das empresas de capital aberto.
— Retirar essa receita dos jornais da noite para o dia não me parece a melhor decisão. Acho que a Câmara e o Senado poderão construir um acordo onde a gente olhe o futuro onde o papel jornal de fato não seja um instrumento relevante. Mas, no curto prazo, é difícil a gente imaginar, nos próximos cinco, seis anos, que da noite para o dia nós vamos inviabilizar milhares de jornais que funcionam todos os dias informando a sociedade brasileira com muita competência — afirmou Maia.
Em nota oficial, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) disse que recebeu “com surpresa e estranhamento” a edição da MP. A entidade afirmou que o texto está “na contramão da transparência de informações exigida pela sociedade”. na entrevista, Rodrigo Maia defendeu a atuação independente da imprensa.
— Eu acho que imprensa não está atacando ele (Bolsonaro). A imprensa está divulgando notícia. Se é contra ou a favor, essa é uma avaliação que cada um de nós tem que fazer quando é criticado ou elogiado pela imprensa. Não acho que o presidente tenha tomado a decisão de editar a medida provisória por isso. A minha preocupação em relação à medida provisória, que do ponto de vista teórico ela faz sentido, não haverá no futuro papel jornal, essa é que é a verdade. Mas o papel jornal hoje ainda é um instrumento muito importante da divulgação de informação, da garantia da liberdade de imprensa, da liberdade de expressão, da garantia da nossa democracia — disse.
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06 agosto 2019
Publicação em Jornais 2
A questão da não obrigatoriedade de publicação das demonstrações contábeis é que a medida foi assinada, aparentemente, como uma retaliação à imprensa. Eis o que disse o presidente:
“No dia de ontem eu retribuí parte daquilo que grande parte da mídia me atacou, assinei uma medida provisória fazendo com que os empresários que gastavam milhões de reais para publicar obrigatoriamente, por força de lei, seus balancetes nos jornais, agora podem fazê-lo no Diário Oficial da União a custo zero”, disse o presidente em discurso em Itapira (SP), onde inaugurou uma fábrica farmoquímica.
Mas logo depois, o presidente afirmou não ser uma retaliação:
“Não é uma retaliação contra a imprensa, é tirar o Estado de cima daquele que produz. E quem produz? São vocês! Não estou sentindo cheiro de mortadela aqui”, afirmou, arrancando risos dos presentes.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) criticou a medida:
“Além de ir na contramão da transparência de informações exigida pela sociedade, a MP afronta parte da Lei 13.818, recém aprovada pela Câmara e pelo Senado e sancionada pelo próprio presidente da República em abril. Por essa lei, a partir de 1º de janeiro de 2022 os balanços das empresas com ações negociadas em bolsa devem ser publicados de modo resumido em veículos de imprensa na localidade sede da companhia e na sua integralidade nas versões digitais dos mesmos jornais”, diz a associação.
Minha opinião:
Gosto de ler balanços nos jornais. Assino um jornal físico por este motivo. Além disto, pesquisas mostram que a leitura em papel conduz a melhores decisões que em ambiente virtual. Mas é impossível não apoiar uma iniciativa que reduz a burocracia e melhora o ambiente de negócios.
Isto irá reduzir o custo de evidenciação das empresas. E acreditando no princípio da evidenciação ampla, o prejuízo não será tão elevado assim.
“No dia de ontem eu retribuí parte daquilo que grande parte da mídia me atacou, assinei uma medida provisória fazendo com que os empresários que gastavam milhões de reais para publicar obrigatoriamente, por força de lei, seus balancetes nos jornais, agora podem fazê-lo no Diário Oficial da União a custo zero”, disse o presidente em discurso em Itapira (SP), onde inaugurou uma fábrica farmoquímica.
Mas logo depois, o presidente afirmou não ser uma retaliação:
“Não é uma retaliação contra a imprensa, é tirar o Estado de cima daquele que produz. E quem produz? São vocês! Não estou sentindo cheiro de mortadela aqui”, afirmou, arrancando risos dos presentes.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) criticou a medida:
“Além de ir na contramão da transparência de informações exigida pela sociedade, a MP afronta parte da Lei 13.818, recém aprovada pela Câmara e pelo Senado e sancionada pelo próprio presidente da República em abril. Por essa lei, a partir de 1º de janeiro de 2022 os balanços das empresas com ações negociadas em bolsa devem ser publicados de modo resumido em veículos de imprensa na localidade sede da companhia e na sua integralidade nas versões digitais dos mesmos jornais”, diz a associação.
Minha opinião:
Gosto de ler balanços nos jornais. Assino um jornal físico por este motivo. Além disto, pesquisas mostram que a leitura em papel conduz a melhores decisões que em ambiente virtual. Mas é impossível não apoiar uma iniciativa que reduz a burocracia e melhora o ambiente de negócios.
Isto irá reduzir o custo de evidenciação das empresas. E acreditando no princípio da evidenciação ampla, o prejuízo não será tão elevado assim.
Publicação em Jornais
A Medida provisória 892/2019 alterou a Lei 6404 com respeito a publicação das demonstrações contábeis. Eis as mudanças:
Anteriormente:
Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na localidade em que está situada a sede da companhia.
§ 1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as publicações ordenadas por esta Lei sejam feitas, também, em jornal de grande circulação nas localidades em que os valores mobiliários da companhia sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão, ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua ampla divulgação e imediato acesso às informações.
§ 2º Se no lugar em que estiver situada a sede da companhia não for editado jornal, a publicação se fará em órgão de grande circulação local.
§ 3º A companhia deve fazer as publicações previstas nesta Lei sempre no mesmo jornal, e qualquer mudança deverá ser precedida de aviso aos acionistas no extrato da ata da assembléia-geral ordinária.
§ 4º O disposto no final do § 3º não se aplica à eventual publicação de atas ou balanços em outros jornais.
§ 5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei deverão ser arquivadas no registro do comércio.
Proposta:
Art. 289. Art. 289. As publicações ordenadas por esta Lei serão feitas nos sítios eletrônicos da Comissão de Valores Mobiliários e da entidade administradora do mercado em que os valores mobiliários da companhia estiverem admitidas à negociação.
§ 1º As publicações ordenadas por esta Lei contarão com a certificação digital da autenticidade dos documentos mantidos em sítio eletrônico por meio de autoridade certificadora credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput, a companhia ou a sociedade anônima disponibilizará as publicações ordenadas por esta Lei em seu sítio eletrônico, observado o disposto no § 1º.
§ 3º A Comissão de Valores Mobiliários, ressalvada a competência prevista no § 4º, regulamentará a aplicação do disposto neste artigo e poderá:
I - disciplinar quais atos e publicações deverão ser arquivados no registro do comércio; e
II - dispensar o disposto no § 1º, inclusive para a hipótese prevista no art. 19 da Lei nº 13.043, de de 13 de novembro de 2014.
§ 4º Ato do Ministro de Estado da Economia disciplinará a forma de publicação e de divulgação dos atos relativos às companhias fechadas.
§ 5º As publicações de que tratam o caput e o § 4º não serão cobradas.
O que significa:
Acaba a obrigatoriedade de publicação em jornal. Ruim para alguns órgãos da imprensa, que tinha na publicação das demonstrações, uma fonte de receita. Também acaba, a priori, o depósito no registro do comércio. Isto será feito sem custo. Além disto, o Ministro da Economia que irá determinar sobre a publicação das companhias fechadas. Ou seja, não sabemos o que irá ocorrer.
Além disto, a Medida provisória revogou os artigos 6o e 7o.
§ 6º As publicações do balanço e da demonstração de lucros e perdas poderão ser feitas adotando-se como expressão monetária o milhar de reais.
§ 7º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, as companhias abertas poderão, ainda, disponibilizar as referidas publicações pela rede mundial de computadores.
Assim como os artigos relacionados com a publicação em jornais de demonstrações resumidas.
Anteriormente:
Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na localidade em que está situada a sede da companhia.
§ 1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as publicações ordenadas por esta Lei sejam feitas, também, em jornal de grande circulação nas localidades em que os valores mobiliários da companhia sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão, ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua ampla divulgação e imediato acesso às informações.
§ 2º Se no lugar em que estiver situada a sede da companhia não for editado jornal, a publicação se fará em órgão de grande circulação local.
§ 3º A companhia deve fazer as publicações previstas nesta Lei sempre no mesmo jornal, e qualquer mudança deverá ser precedida de aviso aos acionistas no extrato da ata da assembléia-geral ordinária.
§ 4º O disposto no final do § 3º não se aplica à eventual publicação de atas ou balanços em outros jornais.
§ 5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei deverão ser arquivadas no registro do comércio.
Proposta:
Art. 289. Art. 289. As publicações ordenadas por esta Lei serão feitas nos sítios eletrônicos da Comissão de Valores Mobiliários e da entidade administradora do mercado em que os valores mobiliários da companhia estiverem admitidas à negociação.
§ 1º As publicações ordenadas por esta Lei contarão com a certificação digital da autenticidade dos documentos mantidos em sítio eletrônico por meio de autoridade certificadora credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput, a companhia ou a sociedade anônima disponibilizará as publicações ordenadas por esta Lei em seu sítio eletrônico, observado o disposto no § 1º.
§ 3º A Comissão de Valores Mobiliários, ressalvada a competência prevista no § 4º, regulamentará a aplicação do disposto neste artigo e poderá:
I - disciplinar quais atos e publicações deverão ser arquivados no registro do comércio; e
II - dispensar o disposto no § 1º, inclusive para a hipótese prevista no art. 19 da Lei nº 13.043, de de 13 de novembro de 2014.
§ 4º Ato do Ministro de Estado da Economia disciplinará a forma de publicação e de divulgação dos atos relativos às companhias fechadas.
§ 5º As publicações de que tratam o caput e o § 4º não serão cobradas.
O que significa:
Acaba a obrigatoriedade de publicação em jornal. Ruim para alguns órgãos da imprensa, que tinha na publicação das demonstrações, uma fonte de receita. Também acaba, a priori, o depósito no registro do comércio. Isto será feito sem custo. Além disto, o Ministro da Economia que irá determinar sobre a publicação das companhias fechadas. Ou seja, não sabemos o que irá ocorrer.
Além disto, a Medida provisória revogou os artigos 6o e 7o.
§ 6º As publicações do balanço e da demonstração de lucros e perdas poderão ser feitas adotando-se como expressão monetária o milhar de reais.
§ 7º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, as companhias abertas poderão, ainda, disponibilizar as referidas publicações pela rede mundial de computadores.
Assim como os artigos relacionados com a publicação em jornais de demonstrações resumidas.
Resultado da Petrobras
A Petrobras divulgou o resultado no final de semana passado. O destaque seria a redução da dívida da empresa, conforme aqui. Além disto, a empresa alardeia seu enxugamento, vendendo unidades. Será isto mesmo?
Os dados apresentados abaixo começam no final de 2010 e atravessam o escândalo de corrupção (na verdade, o efeito do escândalo, já que os problemas de corrupção eram anteriores). A partir das informações contábeis, temos alguns gráficos interessantes (atenção: os valores não estão corrigidos):
No final de setembro de 2015 a empresa estava lotada de caixa: quase 100 bilhões de reais. Desde então, o volume de caixa reduziu para um patamar acima dos 60 bilhões. Mas no final de março chegou a 36 bilhões. No final do primeiro semestre, aumentou para 64 bilhões, bem acima do início da década, mas ainda abaixo do ponto máximo. Isto corresponde, aproximadamente, a receita trimestral da empresa. Ou seja, a posição de maior liquidez da empresa não é tão ruim assim.
Se a empresa está reduzindo seus investimentos, o Ativo não Circulante deveria estar reduzindo. Mas o gráfico mostra que não é bem assim. Este grupo chegou a 755 bilhões (novamente em setembro de 2015), mas reduziu seu valor. Uma parte disto foi devido ao plano de venda de ativos; outra parte, resultado do reconhecimento da imparidade. No final do primeiro trimestre do ano, o não circulante chegou a 800 bilhões e caiu para 784 de agora.
O gráfico acima mostra o peso deste ativo. No final do primeiro semestre, o ativo da empresa era de 965 bilhões. Em termos nominais é o maior valor alcançado pela empresa. Novamente é possível notar que a empresa volta a crescer, sendo que uma grande parte deste crescimento é financiada por dívida onerosa (linha vermelha do gráfico acima).
O problema é que com mais ativo, a rentabilidade exigida pelo acionista tende a ser maior. Assim, apesar de estar gerando lucro, a empresa talvez ainda não esteja agregando valor para o acionista.
Os dados apresentados abaixo começam no final de 2010 e atravessam o escândalo de corrupção (na verdade, o efeito do escândalo, já que os problemas de corrupção eram anteriores). A partir das informações contábeis, temos alguns gráficos interessantes (atenção: os valores não estão corrigidos):
No final de setembro de 2015 a empresa estava lotada de caixa: quase 100 bilhões de reais. Desde então, o volume de caixa reduziu para um patamar acima dos 60 bilhões. Mas no final de março chegou a 36 bilhões. No final do primeiro semestre, aumentou para 64 bilhões, bem acima do início da década, mas ainda abaixo do ponto máximo. Isto corresponde, aproximadamente, a receita trimestral da empresa. Ou seja, a posição de maior liquidez da empresa não é tão ruim assim.
Se a empresa está reduzindo seus investimentos, o Ativo não Circulante deveria estar reduzindo. Mas o gráfico mostra que não é bem assim. Este grupo chegou a 755 bilhões (novamente em setembro de 2015), mas reduziu seu valor. Uma parte disto foi devido ao plano de venda de ativos; outra parte, resultado do reconhecimento da imparidade. No final do primeiro trimestre do ano, o não circulante chegou a 800 bilhões e caiu para 784 de agora.
O comportamento do não circulante está explicado no imobilizado. A empresa tem um imobilizado de quase 700 bilhões de reais. Se a empresa produzisse um resultado de 42 bilhões por ano com este ativo, o valor não seria nada impressionante: corresponde ao que seria obtido aplicando a taxa Selic.
O gráfico acima mostra o peso deste ativo. No final do primeiro semestre, o ativo da empresa era de 965 bilhões. Em termos nominais é o maior valor alcançado pela empresa. Novamente é possível notar que a empresa volta a crescer, sendo que uma grande parte deste crescimento é financiada por dívida onerosa (linha vermelha do gráfico acima).
O problema é que o custo da dívida tem aumentado nos últimos tempos. Veja no gráfico acima que a divisão da despesa financeira por Empréstimos e Financiamentos é maior que 2% ao trimestre. (Aqui, comparamos a despesa do trimestre com o saldo inicial de Empréstimos e Financiamentos. Não retiramos os efeitos cambiais). Ou seja, a empresa está captando a juros maiores. Uma vez que a inflação reduziu nos últimos anos, o custo real tem aumentado.
O gráfico acima mostra a percentagem do passivo sobre o ativo e a relação entre a dívida onerosa e o total do ativo. Ou seja, a prioridade da empresa em reduzir a alavancagem não é tão "prioridade" assim. Dois pontos positivos na empresa: desde a crise da corrupção a Petrobras tem gerado um caixa das atividades operacionais entre 20 a 25 bilhões de reais; e o ciclo de prejuízo parece ter finalizado.
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