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13 setembro 2016

Gestores mais pobres são melhores

gestores que vêm de famílias mais pobres tendem a obter um desempenho superior ao daqueles oriundos de lares mais abastados. Em um estudo recente, essa descoberta se repetiu independentemente da forma como os professores calcularam o desempenho. E a diferença foi significativa — mais de dois pontos percentuais por ano, de acordo com um dos cálculos.

Por que? Os professores, das universidades de Michigan, nos Estados Unidos, e de Nova Gales do Sul, na Austrália, acreditam que seja porque crianças mais pobres enfrentam mais dificuldades para se tornar gestores de fundos quando adultas. “Nós argumentamos que gestores que nascem pobres enfrentam barreiras de entrada maiores nas gestoras de recursos, e apenas os mais habilidosos têm sucesso”, escreveram eles. “Em linha com esta visão, os gestores nascidos ricos tendem mais a ser promovidos, enquanto aqueles que nascem pobres são promovidos apenas se tiverem um desempenho acima da média.”
(continue a ler aqui)

Inestimento pesado em infraestrutura não gera crescimento econômico

O trabalho abaixo mostra que investimentos pesados em infraestrutura não geram crescimento e prosperidade econômica, pois não apresentam retorno positivo. Além disso, levam ao endividamento excessivo devido ao superfaturamento das obras e, por consequência, à fragilidade da economia do país. Para estudar essa questão, os autores fizeram uma análise da economia chinesa.  Muito interessante!

Resumo:

China’s three-decade infrastructure investment boom shows few signs of abating. Is China’s economic growth a consequence of its purposeful investment? Is China a prodigy in delivering infrastructure from which rich democracies could learn? The prevalent view in economics literature and policies derived from it is that a high level of infrastructure investment is a precursor to economic growth. China is especially held up as a model to emulate. Politicians in rich democracies display awe and envy of the scale of infrastructure Chinese leaders are able to build. Based on the largest dataset of its kind, this paper punctures the twin myths that (i) infrastructure creates economic value, and that (ii) China has a distinct advantage in its delivery. Far from being an engine of economic growth, the typical infrastructure investment fails to deliver a positive risk-adjusted return. Moreover, China’s track record in delivering infrastructure is no better than that of rich democracies. Investing in unproductive projects results initially in a boom, as long as construction is ongoing, followed by a bust, when forecasted benefits fail to materialize and projects therefore become a drag on the economy. Where investments are debt-financed, overinvesting in unproductive projects results in the build-up of debt, monetary expansion, instability in financial markets, and economic fragility, exactly as we see in China today. We conclude that poorly managed infrastructure investments are a main explanation of surfacing economic and financial problems in China. We predict that, unless China shifts to a lower level of higher-quality infrastructure investments, the country is headed for an infrastructure-led national financial and economic crisis, which is likely also to be a crisis for the international economy. China’s infrastructure investment model is not one to follow for other countries but one to avoid.

Fonte: Atif Ansar, Bent Flyvbjerg, Alexander Budzier, and Daniel Lunn. Does infrastructure investment lead to economic growth or economic fragility? Evidence from ChinaOxf Rev Econ Policy (2016) 32 (3): 360-390 doi:10.1093/oxrep/grw022

Conclusão:

The question of whether infrastructure investment leads to economic growth must be answered in the negative. Owing to uncertainty surrounding costs, time, and benefits parameters, a typical infrastructure project fails to deliver a positive risk-adjusted return. There is a common tendency for the benefit-to-cost ratio of major infrastructure investments to fall below 1.0. Such unproductive projects detract from economic prosperity. We thus reject the orthodox theory that heavy investment in infrastructure causes growth. There is an even more detrimental boomerang effect of overinvestment in infrastructure. Unproductive projects carry unintended pernicious macroeconomic consequences: sovereign debt overhang; unprecedented monetary expansion; and economic fragility.

[...]

The pattern of cost overruns and benefit shortfalls in China’s infrastructure investments is linked with China’s growing debt problem. We estimate that cost overruns have equalled approximately one-third of China’s US$28.2 trillion debt pile. China’s debtto-GDP ratio now stands at 282 per cent, exceeding that of many advanced economies, such as the United States, and all developing economies for which data were available, such as Brazil, India, and Nigeria. Because many corporations and financial institutions in China are state-owned, our revised calculation of China’s implicit government debt as a proportion of GDP suggests that China’s is the second-most indebted government in the world. Extraordinary monetary expansion has accompanied China’s piling debts: China’s M2 broad money grew by US$12.9 trillion in 2007–13, greater than the rest of the world combined. The result is increased financial and economic fragility. We conclude that, contrary to the conventional wisdom, infrastructure investments do not typically lead to economic growth. Overinvesting in underperforming projects instead leads to economic and financial fragility. For China, we find that poorly managed infrastructure investments are a main explanation of surfacing economic and financial problems. We predict that, unless China shifts to a lower level of higher-quality infrastructure investments, the country is headed for an infrastructure-led national financial and economic crisis, which—due to China’s prominent role in the world economy—is likely to also become a crisis internationally. China is not a model to follow for other economies—emerging or developed—as regards infrastructure investing, but a model to avoid.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

12 setembro 2016

10 setembro 2016

Fato da Semana: Operação Greenfield

Fato: Operação Greenfield

Data: 5 de setembro de 2016

Precedentes
2014 = PSDB solicita que o Ministério Público investigue o aparelhamento dos fundos de pensão .
2016 = A CPI dos Fundos de Pensão encerra seus trabalhos, mas abre pistas para investigação pela Polícia Federal, CVM e outras entidades. Uma força-tarefa é montada para investigar os fundos de pensão.
05/09/2016 = A operação Greenfield é deflagrada. Os números são assustadores. Talvez seja maior que o escândalo do Petrolão

Notícia boa para contabilidade?
Novamente notamos a falta de governança, controles internos e auditoria como a raiz do problema. Os fundos de pensão há muitos anos são gerenciados de forma amadora e (como se sabe agora) criminosa. O número de empresas envolvidas é enorme e inclui uma empresa de auditoria de grande porte.

Desdobramentos
No médio prazo, a investigação sobre o BNDES pode render outra operação. Sobre os fundos de pensão, o número de empresas envolvidas é muito grande e inclui entidades que até agora eram consideradas acima de qualquer suspeita (Bradesco) e outras nem tanto (JBS).

Mas a semana só teve isto?
+ A lista de pessoas influentes na contabilidade, mudanças de algumas normas contábeis, entrevista do responsável financeiro do Vaticano e a constatação da grandeza das Big Four foram acontecimentos da semana.

09 setembro 2016

Rir é o melhor remédio





Fonte: Aqui

Links

A princesa do Instagram da Rússia 

E o Instagram do Contabilidade Financeira

O lucro da Deloitte 

J.K. Rowling deixou de ser bilionária: caridade

Ferramenta para testar um site 

Facebook censurou o primeiro ministro da Noruega por postar uma foto da guerra do Vietnam 

Resenha: O homem que viu o infinito

Este filme conta a história real do matemático indiano Ramanujan e sua amizade com também matemático Hardy. No ínicio do século XX, em Madras, Ramanujan não consegue emprego. Depois de muita insistência, torna-se um escriturário, fazendo contas sem usar o ábaco. Seu chefe o incentiva mandar seus textos para ilustres matemáticos ingleses. Um deles, o já famoso Hardy, percebe o potencial de Ramanujan. O indiano vai para Inglaterra, no Trinity College, onde trabalhava Hardy, além de Bertrand Russell e Littlewood. E tinha entre seus estudantes Mahalanobis, também indiano, que se tornaria um amigo de Ramanujan.

Forma-se uma parceria improvável Hardy e Ramanujan. Hardy incentiva o discípulo a buscar um formalismo maior na sua matemática, reduzindo o efeito da intuição. É importante notar que Ramanujan não tinha formação acadêmica, o que torna seus feitos mais relevante.

Vale a pena? – É um filme bem interessante para aqueles que gostam de matemática. O filme deixa algumas lacunas, como os estudos que Ramanujan fez na Índia.

08 setembro 2016

Rir é o melhor remédio

Diferença entre as redes sociais (segundo uma propaganda da Samsung):




Bagunça

"A contabilidade não tem uma política unificada. Os relatórios anuais não são divulgados, diferentes departamentos usam diferentes princípios contábeis, as informações são inconsistentes e não comparáveis. O orçamento não existe e despesas não são detalhadas. Existe uma grande quantidade de ativos que não estão no balanço".

Esta é o relato da contabilidade de uma entidade do terceiro setor para o WSJ(via aqui). Somente uma força divina pode explicar como uma entidade com estes problemas na contabilidade sobreviveu tanto tempo. As palavras acima são do Cardeal George Pell, que relatou a situação do Vaticano. A PwC tinha sido contratada para auditar a contabilidade, mas foi dispensada este ano.

Quão grandes são as Big Four

As maiores empresas de auditoria são, na ordem, Deloitte, PwC, EY e KPMG;

As empresas em 5o, 6o. e 7o. correspondem a metade do tamanho da KPMG;

Para ultrapassar a KPMG seria necessário a fusão das próximas 9 empresas;

Se as 74 maiores empresas após a KPMG fizessem uma fusão, o tamanho da nova empresa seria o mesmo da Deloitte; e

O crescimento das Big Four corresponde a posição 8 a 11 no ranking das maiores empresas.

Fonte: Aqui e aqui

Operação Greenfield

Objetivo: investigar o investimento dos fundos de pensão em empresas, com desvio de dinheiro

Histórico: Em 2014 o PSDB solicita que o MPF do Distrito Federal investigue o aparelhamento dos fundos de pensão pelo PT e PMDB. Ocorre a instalação de uma CPI no legislativo, que encerrou os trabalhos em 2016. Há três meses, uma força-tarefa foi montada para apurar o esquema. No inicio da semana a Operação Greenfield foi deflagrada.

Prejuízos: estimados em mais de 8 bilhões de reais

Fundos de Pensão envolvidos
: Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil), Funcef (CEF) e Postalis (Correios). Estes fundos estão com um déficit estimado em mais de 50 bilhões de reais.

Empresas envolvidas: Bradesco, Deloitte, Ecovix, Engevix, Gradiente, Grupo W/Torre, Invepar, JBS, OAS, Santander e Sete Brasil

Esquema: Os fundos de pensão contratavam avaliações para investimentos em empresas. Estas avaliações eram superestimadas, mas a contratação era para ter um respaldo técnico. O investimento era realizado. O prejuízo, posteriormente, ficava com o fundo de pensão.

A Deloitte está envolvida no caso do FIP Florestal. O FIP Florestal, vinculado ao grupo J&F, tinha um patrimônio de R$2,2 bilhões. A Deloitte fez a reavaliação para 6,3 bilhões, o que traria um lucro de R$1 bilhão para Petros e Funcef. Mas os conselhos fiscais dos fundos não quiseram usar a avaliação da Deloitte. Mas o valor foi registrado mesmo assim. Um dos casos mais interessantes é de uma firma de design de interiores que foi contratada pela Funcef para fazer avaliação de riscos e precificar ativos.

07 setembro 2016

Delator de fraude contábil recusa prêmio da SEC

Revolving Doors,” the habit of executives and regulators going back and forth between government jobs and regulated industries, has attracted increasing attention since the financial crisis.

The incestuous relationship between regulators and the industry they are tasked with supervising is considered by many as one of the main reasons for “regulatory capture”–the failure of regulation in addressing market failures, and, in many cases, the designing of regulation that benefits incumbents and subverts competition.

Eric Ben-Artzi, a whistleblower who exposed a major case of accounting fraud by one of the biggest financial institutions in the world, chose a very unique way bring attention to the revolving door. Last week he announced, in the pages of the Financial Times, that he is renouncing his share of a $16.5 million SEC whistleblower award because of what he describes as corrupt behavior by the SEC’s senior leadership in deciding not to go after the executives, but rather charge only the bank itself.

In 2011, Ben-Artzi (along with two other former Deutsche Bank employees) revealed that Deutsche Bank had overvalued its derivatives portfolio in order to hide billions in potential trading losses. (In 2012, the Deutsche Bank whistleblowers estimated that the bank hid up to $12 billion in paper losses during the financial crisis, while the SEC estimated the sum at more than $1.5 billion when Deutsche settled the charges in 2015.)

By rejecting what he saw as an unjust penalty for Deutsche Bank’s shareholders, Ben-Artzi made a moral choice. Though his rejection of a multimillion dollar payout is remarkable, he is not the first whistleblower to be motivated by moral concerns. Indeed, as Northwestern University’s Adam Waytz notes in his ProMarket piece, studies consistently show that whistleblowers are more motivated by moral reasons than they are by financial gains. Waytz’s own research into the motivations of whistleblowers shows that whistleblowers are primarily motivated by fairness and justice1), which makes sense considering that they are more often punished for their actions than rewarded for them.

Ben-Artzi estimates his share of the settlement at $3.5 million (after fees and payments to lawyers, experts and his ex-wife). Ben-Artzi has a PhD in mathematics and is not a rich man. He has not amassed a significant fortune in his Wall Street career, and he believes that his odds of getting a job on Wall Street after whistleblowing on his bosses at Deutsche Bank are very low. After his experience on Wall Street and the process of whistleblowing to the SEC, getting to know his motives and perspective on bankers’ behavior, regulators, and finance may offer support to people who view revolving doors as a key culprit in regulatory capture.

[...]

Eric Ben-Artzi...Eric Ben-Artzi in the Wall street area of New York City

Continua aqui

Pessoas Influentes na Contabilidade

A Accounting Today publicou as 100 pessoas mais influentes na contabilidade. Obviamente com um grande viés para os Estados Unidos. Mas a lista é interessante por trazer as pessoas que podem afetar a contabilidade mundial nos próximos anos.

A presença dos executivos das grandes empresas de auditoria é sempre certa e óbvia nesta lista. Também os reguladores: SEC, PCAOB, IFAC, Iasb estão presentes. Algumas pessoas com influência na internet: Caleb Newquist (Going Concern) e Accounting Observer apareceram.

Um aspecto que notei é o aumento da participação feminina: foram citadas 32 mulheres este ano.

Para finalizar, os mais citados foram Barry Melancon (AICPA), Tom Hood (MACPA), Mary Jo White (SEC), Russell Golden (FASB), Ron Baker (VeraSage) e Mark Koziel (AICPA), na ordem.

Fasb muda a DFC

O Fasb anunciou uma série de propostas para detalhar a norma da demonstração dos fluxos de caixa (o Statement 95, de 1987). As alterações incluem oito aspectos, alguns deles aparentemente com pouco interesse prático. Mas entre os itens está como fazer a classificação de uma operação mista, que envolve mais de uma atividade.

Substancialmente não haverá mudanças. A CFO Magazine tomou a opinião de Baruch Lev, que recentemente lançou um livro sobre o fim da contabilidade, e Charles Mulford, que já publicou uma obra sobre manipulação da demonstração dos fluxos de caixa. Baruch Lev é bastante crítico com a proposta. Acredita que se trata de mais regulamentação contábil, afastando da contabilidade por “princípios”. E que isto, por si só, não resolve.

Já Mulford considera que a DFC deve ser mais regulamentada, para permitir a comparabilidade. E que a abordagem por “princípios” não resolve na DFC.

04 setembro 2016

Aumento de preço

Enquanto os preços dos produtos subiram 48% de 1998 a 2016, os livros técnicos tiveram um aumento de 181% nos Estados Unidos.