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01 outubro 2008

Contabilidade Societária

CMN aprova normas para nova contabilidade societária
30/9/2008
Valor Econômico

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou três votos no sentido da convergência das instituições financeiras para as novas normas de contabilidade societária previstas na Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Segundo a consultora do Departamento de Normas do Banco Central (BC), Sílvia Marques de Brito e Silva, está preservada a neutralidade tributária das mudanças que entram em vigor em janeiro de 2009. Os três votos ontem aprovados regulam os conceitos de ativos imobilizados e diferidos, a questão da equivalência patrimonial das coligadas e as operações de incorporação, fusão e cisão. De acordo com o chefe adjunto do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, o objetivo da convergência é muito anterior à crise dos bancos nos Estados Unidos. Ele afirmou que a meta é dar maiores transparência e comparabilidade e melhor alocação de capitais. O CMN restringiu o que pode ser registrado como ativo diferido.

Nos novos lançamentos, só poderão ter essa classificação as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação. Os valores atualmente registrados nessa conta não precisam ser reclassificados. Segundo o Banco Central, também foi alterado, para o sistema financeiro, o conceito de empresa coligada para avaliação do investimento pelo método da equivalência patrimonial. Passa a ser coligada a empresa que tiver 20% ou mais do capital votante de outra ou tiver influência significativa em sua administração. Outra mudança aprovada pelo Conselho Monetário Nacional obriga o registro pelo valor de mercado dos ativos e passivos de entidades envolvidas em operações de incorporação, fusão ou aquisição. Atualmente, o valor contábil ainda pode ser usado. Sílvia Marques Silva explicou que a nova norma manda reavaliar cada ativo dando nome e discriminando o que é, no momento, atribuído ao ágio. Na avaliação da consultora do BC, ainda falta disciplinar cerca de 15% das normas relativas à convergência para o novo regime da Lei 11.638. Esse processo considera duas etapas. Na primeira delas, o objetivo é adaptar a regulação do CMN para o sistema financeiro nacional. Na segunda, a meta é alinhar, até 1º de janeiro de 2010, o conjunto das regras aos padrões internacionais para que, no fim daquele ano, as publicações já estejam adequadas.

Fas 157

SEC relaxa regra de marcação de títulos podres
Patrícia Campos Mello, WASHINGTON
1/10/2008
O Estado de São Paulo

A Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários do Estados Unidos) relaxou as regras de “marcação a mercado” dos títulos lastreados em hipotecas, difíceis de avaliar ou com pouca liquidez. Os bancos normalmente são obrigados a pôr em seus balanços o valor de mercado. Como é praticamente impossível negociar esses papéis, as instituições são obrigadas a registrar os títulos por 20%, 30% de seu valor de face. Assim, os ativos dos bancos ficam valendo muito menos e as instituições ficam vulneráveis.

A SEC enviou nota aos bancos orientando que eles não registrem esses títulos por seu preço de “saldão”. “Quando não existe um mercado ativo para um papel, o uso de estimativas da administração, que incorporam expectativas de fluxo de caixa futuro, é aceitável.”

A SEC deu a entender que o valor desses títulos em mercados em crise não é o justo, e portanto não precisa constar dos balanços. Os modelos internos dos bancos podem ser usados para determinar o valor dos papéis quando não houver liquidez. Os bancos já usavam esses modelos para determinar o valor de títulos menos líquidos.

A determinação da SEC vai deter o processo de remarcação para baixo dos valores desses títulos - agora, os bancos podem se basear mais em seus modelos internos, e não no mercado em crise, que está pagando pouquíssimo por esses papéis, isso quando há compradores. A medida pode ser um alívio para o sistema financeiro, abarrotado desses papéis.

A campanha do candidato republicano divulgou uma nota comemorando a flexibilização das regras de marcação a mercado. “John McCain está satisfeito que a SEC finalmente decidiu permitir métodos alternativos de contabilidade, além da marcação a mercado de títulos, quando não existe mercado ativo. Essas regras de contabilidade estavam exacerbando o aperto de crédito.”

26 setembro 2008

A culpa é da Contabilidade

Os executivos de Wall Street e os lobistas dizem que sabem o que ajudou a empurrar as maiores instituições financeiras do país para o precipício nos últimos meses. O culpado, dizem, é a contabilidade.

Os bancos (...) esperam persuadir legisladores e reguladores de valores mobiliários em suspender temporariamente ou reverter uma medida contábil que entrou em vigor no ano passado quando a crise de crédito surgiu.

A causa está uma disposição que obriga as empresas a divulgarem mais informações sobre o valor das seus ativos, incluindo o quanto eles poderiam obter no mercado. A norma contabil, conhecida como valor justo ou marcação a mercado, tem sido citada como um fator contribuinte nas quebras de American International Group, Freddie Mac e Lehman Brothers.

Há apenas um problema, de acordo com os reguladores e analistas contábeis: A norma não impõe novas regras para as empresas, mas apenas mostra as apostas vagabundas de hipotecas, tornando-a um bode expiatório conveniente (...).


Carrie Johnson, Wall St. Points to Disclosure As Issue; Accounting Rule Cited in Turmoil, Washington Post Staff Writer, 23/9/2008, D01


Aqui o texto completo

25 setembro 2008

Créditos de Carbono

Muitas empresas já estão lucrando no mercado de créditos de carbono, que vem ganhando impulso desde 2005. A fabricante de papel Klabin concluiu, em abril, a venda do seu segundo lote de créditos de carbono. A empresa substitui o óleo combustível por gás natural nas caldeiras da fábrica em Piracicaba (SP). A venda dos créditos trouxe receita adicional de 1,5 milhão.

Brasil terá ’superávit ambiental’ em 2050 - ECONOMIA & NEGÓCIOS – SUSTENTABILIDADE - Andrea Vialli - 24 September 2008 - O Estado de São Paulo


No livro de Teoria da Contabilidade, capítulo 4, na parte de exercícios, comentamos sobre a questão do crédito de carbono ser ou não um ativo.

24 setembro 2008

Preço de um ativo com problemas

O governo dos Estados Unidos decidiu ajudar as instituições financeiras com problemas com um pacote de 700 bilhões de dólares. Mas qual o preço dos ativos? Um valor próximo ao valor de face ou ao valor de mercado atual?

A resposta pode conduzir a valores diferentes e fazer com que o mecanismo de ajuda seja mais ou menos efetivo.

Conforme lembra o Wall Street Journal (How Will Troubled Assets Get Priced?, 23/9/2008, Phil Izzo), em teoria os vendedores devem estar competindo entre si pela ajuda. E isto tenderia reduzir o preço dos ativos, que seria bom para o Tesouro mas com efeitos negativos sobre o valor dos ativos das instituições.

But that all depends on how the banks value their assets for the auction. If banks are too desperate to get the debt off their books, it could drive the price so low that holders of the securities are forced to take even deep write-downs than they have already. At the same time, there’s only likely to be one major buyer — a Treasury Department that has a $700 billion check in its hand earmarked for this bad debt. Paulson and Bernanke told Congress the auction would be structured to encourage the sellers to compete to offer the assets at attractive prices to the government.


Veja aqui também sobre o assunto.

18 setembro 2008

Frase

"Uma coisa sobre contabilidade é que o passivo é quase sempre 100% bom. Os ativos que nos preocupam”


Vice-chairman da Berkshire Hathaway, Charlie Munger, sobre derivativos, quando a empresa comprou a General Re, em 1998
Fonte: Aqui

10 setembro 2008

Potter


A autora da série Harry Potter - J. K. Rowling - venceu uma batalha judicial contra um fã que violou seus direitos, publicando uma enciclopédia sobre Potter. O juiz do caso determinou o bloqueio do livro e uma multa de 6.750 dólares, segundo esta notícia.

Leia mais aqui e aqui.

09 setembro 2008

IFRS e Agronegócio 2

O princípio da contabilização de ativos biológicos pelo seu valor de mercado não é novo no Brasil. As companhias já poderiam registrar dessa forma seus bens se assim desejassem, antes mesmo da reforma da parte contábil da Lei das Sociedades por Ações (com a 11.638) e da regulamentação baseada no IFRS (que ainda está por vir). Mas a regra existente não é utilizada. As empresas preferem adotar o custo como referência para os balanços. Com a convergência ao padrão internacional, o uso do valor de mercado será obrigatório.

O motivo para essa faculdade ser solenemente ignorada, como não poderia deixar de ser, é o Fisco. Eliseu Martins, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e vice-coordenador técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), explica que o uso da regra implicaria uma antecipação de impostos, já que as companhias contabilizariam os ganhos pelo desenvolvimento dos ativos antes mesmo de efetivar a venda.

Segundo ele, nos países que já adotam a regra, o imposto só é pago quando a companhia vende o bem. Quando for usada aqui, a norma também exigirá uma posição da Receita Federal.Mas os biológicos não são os únicos ativos que o IFRS determina o registro pelo valor de mercado. Esse princípio é válido para todos os bens destinados à venda. Escapam apenas os ativos fixos, prédios, terrenos, máquinas e equipamentos. O objetivo, com isso, é que tanto o balanço patrimonial como a demonstração de resultado das empresas sejam mais eficientes para refletir o valor da companhia.O processo de convergência ao padrão internacional afetará, por outras regras que não o IAS 41, também as companhias produtoras de commodities minerais - como minério de ferro, ouro e petróleo. A diferença é que nesses casos somente quando estão prontos para venda é que os ativos são tratados pelo valor de mercado, a regra não vale para o minério não extraído, ainda na mina, nem para o óleo que está no poço. Martins explica que o sentido da regra para ativos biológicos e minerais está no fato de a eficiência do negócio estar na produção e exploração. "O fundamental não é o processo de venda. Para isso, há mercado líquido a qualquer momento. É diferente da indústria, em geral, e das empresas de serviços, em que a atividade mais difícil é a venda em si." (GV)

Regra brasileira já permite adoção do valor de mercado
Valor Econômico - 9/9/2008

02 setembro 2008

Mattel ganha na justice indenização da MGA


Segundo Zac Bissonnette (em Mattel to get up to $100 million in Bratz case) a Mattel ganhou da MGA a questão referente a origem das bonecas Bratz. Apesar de pedir 1,8 bilhão de dólares de indenização, a Mattel levou somente 100 milhões, mas permanece incerto o futuro da marca. A Mattel investiu muito neste “ativo”, valor suficiente para afetar seu lucro, segundo Bissonnette. Este é uma exemplo interessante de que uma demanda judicial pode ser considerado um ativo para uma empresa.

29 agosto 2008

Bacen muda sua contabilidade

Mudança de contabilidade dá lucro de R$ 3,2 bi ao BC
Folha de São Paulo - 29/08/2008
JULIANNA SOFIA

Depois de promover uma mudança em suas regras contábeis, o Banco Central trocou um prejuízo de R$ 41,6 bilhões por um lucro de R$ 3,2 bilhões no primeiro semestre do ano.

O novo valor destoa dos R$ 47,5 bilhões de prejuízo verificado no ano passado porque a partir de agora o BC deixará de contabilizar em seu resultado o custo de carregamento das reservas internacionais e dos contratos de câmbio -o que gera impacto negativo para a instituição quando há apreciação do real em relação ao dólar.

A mudança foi formalizada em uma medida provisória editada no final de junho. Nela, ficou estabelecido que o BC contabilizará no balanço do mesmo exercício os ajustes que faz com o Tesouro para cobrir prejuízos ou repassar lucros. Isso porque o BC, além do risco com as operações cambiais, tem o custo de manter as reservas internacionais convertidas para real na sua contabilidade.

Se a apuração do balanço tivesse ocorrido pelas regras antigas, o BC teria registrado o prejuízo de R$ 41,6 bilhões no primeiro semestre. No período, as reservas internacionais perderam valor quando convertidas para real e os contratos de câmbio também geraram perdas com efeito negativo total de R$ 44,8 bilhões nas contas do BC. Os contratos de câmbio responderam por R$ 5,2 bilhões desse total -o restante foi das reservas.

O diretor de Administração do BC, Anthero Meirelles, explicou que a mudança tornará mais transparente e dará maior visibilidade ao resultado do banco porque deixará de refletir quase que exclusivamente as variações cambiais. "O resultado do banco era igual ao resultado da Ptax [taxa média de câmbio]", afirmou Meirelles.

Com a mudança, na prática, nada mudará, pois o Tesouro continuará cobrindo o prejuízo do BC como ocorria antes. A equalização também não alterará o fluxo de recursos entre os órgãos. Com a aprovação do balanço do BC pelo CMN, dentro de dez dias, o banco repassará ao Tesouro o lucro de R$ 3,2 bilhões. Por outro lado, o Tesouro emitirá títulos no valor de R$ 44 bilhões para transferir os recursos ao BC.

Ainda de acordo com Meirelles, aos olhos dos analistas internacionais ficará mais claro o resultado do banco. Ele afirma que em outros países, em geral, a mesma instituição carrega os ativos e os passivos em moeda estrangeira. O BC ainda informou que, se houver desvalorização do real diante do dólar, o banco terá de fazer pagamentos ao Tesouro.


Ver aqui também

25 agosto 2008

Clubes e Contabilidade 3

Investimentos
A polêmica valorização da debênture em São Januário
28/07/2008
Valor Econômico

Um artifício contábil envolvendo debêntures da Vale é alvo de uma enorme polêmica nos recentes balanços do Club de Regatas Vasco da Gama. A manobra ocorreu na gestão do ex-presidente Eurico Miranda. A operação com os títulos, avaliados em R$ 35,8 milhões nas demonstrações contábeis em 2007, está sendo investigada pelo Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRC-RJ) dentro de um processo sobre supostas irregularidades nos balanços do Vasco a partir de 2005.
Entre dezembro de 2005 e abril de 2006 o Vasco comprou de um investidor 125 mil debêntures participativas da Vale por R$ 233,8 mil, segundo cálculos da atual diretoria. Apesar de terem sido declaradas por mais de R$ 35 milhões no balanço do clube, o valor de mercado atual desses títulos em poder do Vasco é de R$ 268,7 mil.
O número considera o valor médio de R$ 2,15 por debênture registrado, no dia 23, no mercado secundário do Sistema Nacional de Debêntures administrado pela Cetip.
A sobrevalorização contábil das debêntures se apoiou em laudos periciais de atualização monetária preparados pela contadora Elizete Oliveira Mesquita, com registro no Rio Grande do Sul e endereço comercial em São Paulo. O Valor teve acesso a três dos laudos. Em dois deles, de dezembro de 2005 e janeiro de 2006, a contadora afirma que o valor de cada debênture era de R$ 240,18. No laudo de fevereiro de 2006, o título é avaliado em R$ 255.
Para chegar a esses números, Elizete fez uma correlação entre as debêntures e a cotação das ações preferenciais (PNA) da mineradora. A metodologia utilizada para atualizar o valor das debêntures é questionada por Luiz Macahyba, superintendente de produtos da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima): "Não há por que se fazer correlação entre a evolução do preço da ação e das debêntures de uma mesma empresa". Macahyba diz que ações têm mecanismos de formação de preço distintos dos das debêntures e que os riscos dos dois ativos são diferentes.
O laudo preparado pela contadora pode ter sido utilizado em outras negociações com debêntures "participativas" da Vale, segundo uma fonte do mercado financeiro. Esses papéis foram emitidos em 1997, ano da privatização da empresa, como bônus para quem detinha ações preferenciais (PNA) ou ordinárias.
Para emitir as debêntures, a Vale usou como "ponte" uma ação preferencial (PNB) que deixou de existir tão logo foi criada, transformando-se na debênture participativa. O título foi emitido pelo valor unitário de um centavo e hoje, corrigido pelo IGP-M, o valor nominal é de dois centavos (o que a Vale pagaria se fosse resgatá-los). Comenta-se que esses títulos da Vale têm sido usados em operações não ortodoxas, mas, a partir de 2006, os preços dos papéis ficaram mais convergentes depois de a Cetip ter tornado compulsória a negociação em ambiente eletrônico. O Valor procurou a contadora que assina os laudos mas a informação, em Porto Alegre, foi de que ela estava viajando. O CRC-RJ deve solicitar às entidades-irmãs de São Paulo e Rio Grande do Sul a apuração dos fatos envolvendo o laudo sobre as debêntures.
A antiga diretoria do Vasco se defende. Amadeu Pinto da Rocha, vice-presidente de finanças na gestão Eurico Miranda, afirmou em relação aos balanços do clube: "Os balanços foram aprovados pela comissão fiscal [do clube], pelos auditores independentes e pelos conselhos de beneméritos e deliberativo [do Vasco]. O resto é política".
A atual diretoria, encabeçada pelo ex-centroavante do clube Roberto Dinamite, que tomou posse em 1º de julho, discorda. O Movimento Unido Vascaíno (MUV), que participa da gestão do clube com o grupo de beneméritos que apoiou Dinamite, encaminhou no fim de abril denúncias sobre os balanços do Vasco, a partir de 2005, ao CRC-RJ.
As denúncias levaram à abertura de processos contra a Anend Auditores Independentes, que examinou os balanços patrimoniais do Vasco, e contra os contadores da empresa que assinam os demonstrativos de resultados, os diretores Hildo Jardim Alegria e Anderson de Azevedo Lopes. Jorge Silva Fernandes, que era ligado à auditoria, também é processado e alega ter tido sua assinatura falsificada no balanço relativo ao exercício de 2005.
O advogado de Fernandes foi procurado pela reportagem, mas disse que não poderia falar. O Valor também deixou recado na Anend, mas não teve retorno. Francisco Garcia de Freitas, diretor de fiscalização do CRC-RJ , disse que os denunciados apresentaram defesa. O caso poderá ser julgado em agosto pela câmara de fiscalização do CRC-RJ, com possibilidade de recurso.Em uma segunda etapa, o tema poderá ir a plenário no CRC e, por fim, ser analisado pelo Conselho Federal de Contabilidade. Se condenados, os denunciados podem ser multados e suspensos. O contador do Vasco, Miguel Antonio Vaz, que assinava os balanços do clube, já foi suspenso pelo CRC-RJ por demonstrações contábeis em desacordo com as normas brasileiras de contabilidade. Ele foi multado em 2006 em valores que corrigidos somam hoje R$ 3.589,08.
Procurado pela reportagem, o ex-presidente do Vasco não foi encontrado, mas seu sócio, Rogério Alves de Almeida, questionou as denúncias feitas pelo MUV. Disse que os números apresentados nos balanços são corretos. Afirmou que a atualização monetária das debêntures buscou servir de "garantias" contra execuções fiscais, embora reconheça que o valor real dos papéis pode não ser o registrado.
José Henrique Coelho, presidente do MUV e vice-presidente de marketing do Vasco, disse que o patrimônio líquido do clube foi negativo nos últimos três anos, apesar de, oficialmente, o resultado ter sido de R$ 24,9 milhões em 2007 e de R$ 1,1 milhão em 2006. Isso porque, segundo ele, se o valor declarado pelas debêntures no balanço for deduzido, o número muda drasticamente.
Almeida, o sócio de Miranda, também tentou desqualificar o processo no CRC-RJ pelo fato de o presidente do Conselho, Antonio Miguel Fernandes, ser ligado à oposição do Vasco.Fernandes, que não se pronuncia sobre o assunto, foi indicado pela oposição, na gestão anterior do clube, para o conselho fiscal do Vasco, mas terminou expulso do cargo por Miranda. Teoricamente, os julgamentos do CRC são técnicos e o presidente não participa do processo.

Enviado por Ricardo Viana


No final da página, um teste feito antes da eleição do Vasco da Gama.

Contabilidade e Clubes de futebol

A seguir uma reportagem interessante, publicada no dia 16 de julho de 2008, no Valor Econômico. O texto informa, de uma maneira geral, os problemas de alguns grandes clubes brasileiros. O caminho não seria a sua transformação em empresas?

Receita cresce, mas números ainda são pouco confiáveis
Valor Econômico

Já são cinco anos de publicação obrigatória de balanços pelos clubes de futebol no Brasil e ainda são cometidas faltas graves no quesito de obediência às regras e aos princípios contábeis.
Das 25 demonstrações financeiras que o Valor conseguiu obter em jornais e na internet, quase 70% vieram com ressalvas variadas dos auditores independentes que assinam os balanços.
O auditor faz uma ressalva quando discorda de algo que encontrou nas contas, e geralmente é preciso fazer ajustes para que os números estejam de acordo com as normas contábeis.
As restrições dos auditores vão desde a comum falta de reservas [sic] para fazer frente a disputas fiscais e trabalhistas - que costuma aparecer com freqüência nos balanços de empresas - até situações mais esdrúxulas como falta de controle sobre os bens do clube e até o registro da marca no patrimônio.
Alguns balanços trazem múltiplas ressalvas, como o do Botafogo, assinado pela Indep Auditores. São cinco, entre elas a prática do clube de não debitar dos estoques o uso de material esportivo e a inexistência de controle patrimonial.
Na prática, esse cipoal de senões torna o entendimento dos números um trabalho para especialistas. Se forem feitas todas as correções, como tirar do patrimônio do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense o valor de R$ 36,6 milhões relativo à marca "Grêmio" - algo sem "previsão nem aceitação pelas práticas adotadas no Brasil", lembra a Mog & Berleze Auditores -, ainda assim ficaria difícil avaliar a situação dos clubes. Em alguns casos, os auditores não conseguiram sequer checar os números, por falta absoluta de registros. É os que eles chamam de "limitação de escopo", algo pior que uma ressalva, já que não foi possível sequer discordar.
Apesar da espessa cortina de fumaça, não resta dúvida que a situação dos clubes em 2007 continua muito difícil. O clubes são obrigados por lei a publicar seus números desde 2002 e, dois anos depois, o Conselho Federal de Contabilidade divulgou um conjunto de normas específico para o esporte, na tentativa de padronizar as informações.
O objetivo não foi totalmente alcançado, porque ainda é preciso um grande número de ajustes para se conseguir juntar os números para comparação numa tabela como a que o Valor publica acima. O que é quase automático no caso dos balanços das companhias abertas torna-se uma operação de risco quando se trata das demonstrações dos clubes de futebol. Nessa confusão de números, a "Timemania", um programa de salvamento do governo federal que deu aos times 240 meses para pagar seus débitos em atraso, é mais um problema a ser destrinchado pelo aventureiro que ousar decifrar o mundo financeiro dos clubes de futebol.
Com um problema crônico de endividamento e, em grande parte, sem dinheiro em caixa, os clubes correram para registrar a nova facilidade dada pelo governo. Pelo levantamento do Valor, são quase R$ 1 bilhão em dívidas, considerando apenas os 25 clubes da amostra, que teoricamente serão pagas em suaves parcelas de 240 meses.
Os auditores não gostaram do que viram e ressalvaram parte desses números porque ainda não há confirmação dos órgão credores - Receita Federal, Instituto Nacional de Seguro Social, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Ou seja, os cartolas não combinaram com os zagueiros.
Os números apresentados pelos clubes também levantam sérias dúvidas sobre a viabilidade do Timemania. Instituído no ano passado, a loteria começou a funcionar neste ano, com arrecadação ainda modesta. A idéia é que o apostador escolha o nome de seu time e o dinheiro é destinado ao pagamento das dívidas, sem passar pelo caixa do clube.
Pode funcionar, mas depende do tamanho da dívida, porque o clube vai ter que completar o que faltar de sua parcela mensal. Neste ano, os clubes ganharam um bônus e complemento está limitado a R$ 50 mil. A partir do ano que vem, teoricamente, o clube será excluído do programa se não conseguir completar sua parcela. Apesar de todas as facilidades, clubes altamente endividados como o Flamengo vão ter sérias dificuldades para honrar os pagamentos. Mas alguém imagina o Timemania sem o clube de maior torcida no país? O levantamento com os balanços mostra que os clubes aumentaram significativamente suas receitas em 2007, mas o resultado foi ruim - em grande influenciado por uma grande provisão para contingências feito pelo Fluminense. Enquanto a receita total cresceu 32%, para R$ 1,3 bilhão, o déficit apresentando cresceu 60%, para R$ 295,5 milhões.
A receita com venda de atletas dobrou no período, para R$ 459,3 milhões.
No entanto, nem tudo é desanimador entre as quatro linhas do balanço. Há claramente um esforço dos clubes em apresentar informações com transparência. O Corinthians, depois da crise com o fundo MSI que provocou a troca de comando, veio com um balanço mais completo. Os rivais São Paulo, Palmeiras e Santos já publicam demonstrações de fluxo de caixa [sic], algo que muitas empresas de capital aberto só passarão a fazer no ano que vem, por força da lei [sic].

11 agosto 2008

Faz sentido?

O valor dos dados será tratado como um ativo no balanço e relatado pelo CFO, ao mesmo tempo em que a qualidade dessas informações se tornará uma métrica de relatório técnico e um indicador-chave de desempenho da área de TI. Novas práticas de contabilidade surgirão para medir o valor dos dados, de modo a ajudar as empresas a demonstrar como a qualidade das informações alavanca o desempenho das companhias.

Informações bem gerenciadas - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 11/08/2008

16 julho 2008

Contabilidade no futebol

Receita cresce, mas números ainda são pouco confiáveis
Valor Econômico - 16/07/2008

Já são cinco anos de publicação obrigatória de balanços pelos clubes de futebol no Brasil e ainda são cometidas faltas graves no quesito de obediência às regras e aos princípios contábeis.

Das 25 demonstrações financeiras que o Valor conseguiu obter em jornais e na internet, quase 70% vieram com ressalvas variadas dos auditores independentes que assinam os balanços.

O auditor faz uma ressalva quando discorda de algo que encontrou nas contas, e geralmente é preciso fazer ajustes para que os números estejam de acordo com as normas contábeis.As restrições dos auditores vão desde a comum falta de reservas para fazer frente a disputas fiscais e trabalhistas - que costuma aparecer com freqüência nos balanços de empresas - até situações mais esdrúxulas como falta de controle sobre os bens do clube e até o registro da marca no patrimônio. Alguns balanços trazem múltiplas ressalvas, como o do Botafogo, assinado pela Indep Auditores.

São cinco, entre elas a prática do clube de não debitar dos estoques o uso de material esportivo e a inexistência de controle patrimonial.Na prática, esse cipoal de senões torna o entendimento dos números um trabalho para especialistas. Se forem feitas todas as correções, como tirar do patrimônio do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense o valor de R$ 36,6 milhões relativo à marca "Grêmio" - algo sem "previsão nem aceitação pelas práticas adotadas no Brasil", lembra a Mog & Berleze Auditores -, ainda assim ficaria difícil avaliar a situação dos clubes. Em alguns casos, os auditores não conseguiram sequer checar os números, por falta absoluta de registros. É os que eles chamam de "limitação de escopo", algo pior que uma ressalva, já que não foi possível sequer discordar.

Apesar da espessa cortina de fumaça, não resta dúvida que a situação dos clubes em 2007 continua muito difícil. O clubes são obrigados por lei a publicar seus números desde 2002 e, dois anos depois, o Conselho Federal de Contabilidade divulgou um conjunto de normas específico para o esporte, na tentativa de padronizar as informações.

O objetivo não foi totalmente alcançado, porque ainda é preciso um grande número de ajustes para se conseguir juntar os números para comparação numa tabela como a que o Valor publica acima. O que é quase automático no caso dos balanços das companhias abertas torna-se uma operação de risco quando se trata das demonstrações dos clubes de futebol. Nessa confusão de números, a "Timemania", um programa de salvamento do governo federal que deu aos times 240 meses para pagar seus débitos em atraso, é mais um problema a ser destrinchado pelo aventureiro que ousar decifrar o mundo financeiro dos clubes de futebol.Com um problema crônico de endividamento e, em grande parte, sem dinheiro em caixa, os clubes correram para registrar a nova facilidade dada pelo governo.

Pelo levantamento do Valor, são quase R$ 1 bilhão em dívidas, considerando apenas os 25 clubes da amostra, que teoricamente serão pagas em suaves parcelas de 240 meses.Os auditores não gostaram do que viram e ressalvaram parte desses números porque ainda não há confirmação dos órgão credores - Receita Federal, Instituto Nacional de Seguro Social, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Ou seja, os cartolas não combinaram com os zagueiros.Os números apresentados pelos clubes também levantam sérias dúvidas sobre a viabilidade do Timemania. Instituído no ano passado, a loteria começou a funcionar neste ano, com arrecadação ainda modesta. A idéia é que o apostador escolha o nome de seu time e o dinheiro é destinado ao pagamento das dívidas, sem passar pelo caixa do clube.Pode funcionar, mas depende do tamanho da dívida, porque o clube vai ter que completar o que faltar de sua parcela mensal.

Neste ano, os clubes ganharam um bônus e complemento está limitado a R$ 50 mil. A partir do ano que vem, teoricamente, o clube será excluído do programa se não conseguir completar sua parcela. Apesar de todas as facilidades, clubes altamente endividados como o Flamengo vão ter sérias dificuldades para honrar os pagamentos. Mas alguém imagina o Timemania sem o clube de maior torcida no país? O levantamento com os balanços mostra que os clubes aumentaram significativamente suas receitas em 2007, mas o resultado foi ruim - em grande influenciado por uma grande provisão para contingências feito pelo Fluminense. Enquanto a receita total cresceu 32%, para R$ 1,3 bilhão, o déficit apresentando cresceu 60%, para R$ 295,5 milhões.A receita com venda de atletas dobrou no período, para R$ 459,3 milhões.

No entanto, nem tudo é desanimador entre as quatro linhas do balanço. Há claramente um esforço dos clubes em apresentar informações com transparência. O Corinthians, depois da crise com o fundo MSI que provocou a troca de comando, veio com um balanço mais completo. Os rivais São Paulo, Palmeiras e Santos já publicam demonstrações de fluxo de caixa, algo que muitas empresas de capital aberto só passarão a fazer no ano que vem, por força da lei.

09 julho 2008

Intangível no CPC

Intangível deve ganhar mais tempo
O documento que regulará o tratamento que terão os ativos intangíveis dentro dos balanços das companhias deve ser submetido a um novo período de audiência pública. O objetivo é que a versão brasileira da norma não fique descaracterizado em relação ao conteúdo do IAS 38, parágrafo do IFRS que aborda o tema.

A informação foi dada ontem, por Edison Arisa, coordenador-técnico do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis). Uma primeira minuta, colocada à disposição para comentários e sugestões do mercado, teve seu prazo vencido em 26 de maio. Seu conteúdo extrapolava o do IAS 38
Gazeta Mercantil apud Análise de Balanços

Existia um personagem humorístico antigo (não me lembro do nome) que poderia pedir o seguinte aparte:
- Por que não traduz a norma? Perguntar não ofende!

04 julho 2008

Avaliação de Empresas


Considero Pablo Fernandez uma dos melhores autores (senão o melhor) na área de avaliação de empresas. Seu rigor científico compensa a falta, eventual, de didática na exposição das idéias. Tenho acompanhado sua obra com atenção.

Recentemente Fernandez trabalhou numa lista de erros cometidos na avaliação de empresas. De um rol de algumas dezenas de erros, a lista cresceu para 101 erros, atingiu mais de 120 erros e agora é lançado um livro com 201 erros da avaliação de empresas.

A seguir uma reportagem sobre o livro

Doscientas formas distintas de equivocarse al valorar una empresa
Ángeles Caballero
El Economista - 3/7/2008 - GENERAL - Página 41

Pablo Hernández (sic) ha escrito un libro titulado 201 errores en la valoración de empresas. Pero al hablar con él los resume en tres grandes equivocaciones que son letales e indican sobre cómo se hace este trabajo en nuestro país. "Hay una enorme falta de conocimientos teóricos, -y tampoco son tantos-, falta de sentido común y de experiencia. Se deja esto en manos de casi cualquiera", dice este profesor del IESE. Casi nada.

Aunque parte de la base de que valorar una empresa de forma objetiva es una contradicción. "Para empezar, puede depender hasta del carácter del que la hace. Si es optimista, la valorará más", cuenta. Una opinión que comparte Mariano Gómez Agüero, director del Curso Superior de Análisis y Gestión de Intangibles del Instituto de Análisis de Intangibles cuando dice que "valorar no es más que una opinión". Salvador Marín, presidente de Economistas Expertos en Contabilidad e Información Financiera (ECIF), también cree que cualquier valoración "requiere subjetividad, pero eso no implica necesariamente la arbitrariedad".

Los errores que Pablo Fernández destaca en su libro son de contabilidad, y asegura que hay dos términos fundamentales en cualquier valoración: los flujos esperados y la tasa de descuento.

¿Profesor de clarinete?

Economistas, auditores, abogados... ¿A qué profesional hay que dejar una empresa para que la valore? Fernández, una vez más, no se muerde la lengua y asegura que hay distintas asociaciones que se están intentando apropiar esta tarea, como los auditores. "Ya consiguieron una ley que decía que la valoración debe hacerla un auditor distinto del de la empresa. Pero eso es como si lo hace un profesor de clarinete. El auditor sabe del pasado de la empresa, no del futuro", señala.

Fernández habla de lo tangible en sus afirmaciones; pero de lo que no se puede tocar, de esa parte intangible de la empresa que tanto se habla en los últimos tiempos tiene también una opinión firme. "Es bastante parecido a la venta de crecepelo. Bastante difícil es valorar los tangibles como para hacerlo con los intangibles. Algunas consultoras dicen que tienen unos métodos cuantitativos y unos profesionales atómicos que lo valoran, pero al final... Ni hay herramientas ni las habrá nunca", cuenta. Pero ahí no acaba su dardo. "La valoración de las marcas también es otra cosa curiosa. Y no digamos nada del capital intelectual o el posicionamiento en Bulgaria, por ejemplo", cuenta con ironía.

Activos y recursos

Mariano Gómez Agüero no quiere entrar en polémica. Dice que en los activos y pasivos de una compañía hay parte intangible que en determinadas circunstancias hay que valorar, aunque lleva menos tiempo instaurada que la parte tangible. Reconoce que es difícil hacerlo y que la metodología que sigue divide entre activos y recursos intangibles. "Los activos, como la marca, se capitalizan y se gestionan; los recursos, como la plantilla, no se capitalizan pero sí se gestionan", cuenta. Y hace otro importante matiz: "La cartera de clientes de Movistar se puede valorar porque están perfectamente identificados. La de Burger King, tan variable, no".

¿Qué pasa entonces con cuestiones tan machacadas como el liderazgo, la responsabilidad social corporativa, las medidas para favorecer la conciliación y la política medioambiental? ¿Se pueden considerar como intangibles? Mariano Gómez Agüero cree que estos términos son todavía muy nuevos en el vocabulario de lo intangible y que es preciso digerirlos bien. "Se valoran pero más como medición interna de una compañía", dice.

Salvador Marín, presidente de ECIF, cree que nadie mejor que un economista para calcular el valor de una empresa. Cree que la valoración de intangibles no se puede tratar como una simple moda. "Hay que tenerlos en cuenta al hacer las valoraciones", cuenta, y reconoce que desgraciadamente tiene más trabajo desde hace un tiempo.

Los expertos piensan que cuando se compra una compañía la parte intangible debe estar valorada

26 junho 2008

Como era a operação na Agrenco


(...) A investigação concluiu que a a TC Transportes fazia de conta que praticava serviços para a Agrenco em Itajaí. "Isso dava a entender que poderiam estar lavando dinheiro porque a única forma de praticar essa ação hoje é dando a impressão que você tem uma atividade lícita que na verdade não existe e ainda começar a pagar imposto municipal - o que era o caso da Agrenco", diz Takada. Segundo o delegado, a Polícia Federal também comparou notas fiscais dessa operação que lhe foram fornecidas -ele não quis revelar a fonte- e constatou que a ordem numérica de emissão não era coerente com as datas das notas. "Por exemplo, se a nota de número 1 está datada 25 de março, a nota 2 tem que ser do dia 25 daquele mês em diante, mas às vezes encontramos datas retroativas."Foi instaurado então um procedimento preliminar investigatório, no qual ele diz que foram observadas "situações estranhas": "Um dos acionistas da Agrenco, o senhor Francisco Ramos, que tinha um salário regular de cerca de R$ 40 mil (salário oficial), possuía uma despesa dez vezes maior", afirma o delegado. A Polícia Federal descobriu que os gastos do executivo eram infinitamente maiores do que os seus ganhos porque solicitou a quebra de seu sigilo bancário. Segundo o delegado, foi observado a partir dessas informações iniciais -a investigação começou em agosto de 2007, antes mesmo de a empresa lançar BDRs, recibos de ações, na Bovespa, em outubro- que Francisco Ramos tinha uma "rede de pessoas que trabalhava para ele".

Neste esquema, eles compravam carregamentos de soja que não existiam e dividiam o dinheiro desviado. Parte do valor também era usado no pagamento de propina, para legalizar o negócio.


Diretor da Agrenco comandava esquema
Valor Econômico - 26/06/2008

20 junho 2008

Mais baixa no Citigroup


Citigroup deve registrar novas reduções em valores de ativos no 2º trimestre
FolhaNews - 19/06/2008

O diretor-financeiro do gigante americano Citigroup, Gary Crittenden, disse nesta quinta-feira que o banco deve registrar reduções "substanciais" nos valores de ativos ligados a hipotecas de risco (chamadas de "subprime") e que os custos das linhas de crédito ao consumidor podem "continuar a aumentar ao longo do ano.

"Continuaremos a ter adendos adicionais substanciais em nossa exposição aos "subprime´ neste trimestre", disse. Segundo Crittenden, o Citigroup irá fazer reservas de capital maiores que as que fez no primeiro trimestre para cobrir as eventuais perdas com esses ativos.

(...) Desde o início da crise, no ano passado, o Citigroup já registrou mais de US$ 40 bilhões em perdas com créditos de risco e reduções de valor em ativos --como os CDOs (collateralized debt obligations, títulos de dívida lastreados em outros ativos).(...)

17 junho 2008

Qual o passivo da Gol? Qual o ativo?

Eis um exemplo de como a contabilidade é complexa!:

Gol já admite perder a Varig na Justiça
LEONEL ROCHA
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 17/06/2008

A direção da Gol Linhas Aéreas Inteligentes trabalha com a possibilidade de perder a Varig por decisão da Justiça Federal no final do processo que analisa um dos maiores e mais importantes negócios dos últimos anos no Brasil.

Nas próximas semanas, para decidir sobre o futuro da transação, o juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Civil de São Paulo, vai analisar a documentação da formação acionária da Volo do Brasil, empresa criada pelo fundo norte-americano Matlin Patterson e três investidores brasileiros para comprar o grupo Varig em 2006. A Gol decidiu comprar a Varig em março do ano passado, por US$ 320 milhões.

São fortes os indícios de irregularidades no negócio que, se for anulado, fará com que a transferência acionária da Varig para a Gol seja obrigatoriamente revertida. "Se a Justiça anular a compra original da VarigLog pela Volo do Brasil, a revenda da marca Varig para a Gol necessariamente também será cancelada, porque teria sido contaminada por um negócio ilegal na origem", comentou um ministro de tribunal superior que preferiu o anonimato, porque pode vir a julgar o caso. Oficialmente, a Gol não admite que o cancelamento do negócio possa ocorrer.

A possível anulação da compra da VarigLog pelo Matlin Patterson e pelos brasileiros Marcos Michel Haftel, Marco Antônio Audi e Luiz Eduardo Gallo obrigará o retorno das ações de todo o grupo Varig para a antiga Fundação Rubem Berta, dona original da companhia. Isto obrigará a Gol a entrar na Justiça brasileira e buscar, até nos tribunais internacionais, receber de volta milhões pagos pela empresa concorrente, que estava em processo falimentar. A briga vai parar em tribunais superiores.

O cancelamento do negócio provocará desdobramentos, inclusive para a saúde financeira do fundo Aeros, dos funcionários da Varig, que vendeu o equivalente a R$ 100 milhões das debêntures emitidas pela companhia aérea e também compradas pela Gol, que negociou um deságio no valor dos papéis e antecipou o pagamento previsto para os próximos 10 anos.

Outro temor já discutido por todas as empresas envolvidas é a contaminação das antigas dívidas da Varig com a contabilidade da Gol. Mesmo com a separação da parte "podre" da Varig pela Justiça – a dívida de quase R$ 7 bilhões da companhia com a Previdência Social e Infraero e fornecedores foi transferida para a parte do grupo empresarial que continuou com a Fundação Rubem Berta –, o risco de sucessão de dívidas existe porque a Gol teve que readmitir um sindicalista registrado na antiga Varig, demitido no processo de transferência de controle acionário. "Se a Gol foi obrigada a assumir uma parte da dívida trabalhista, mesmo referente a apenas um funcionário da antiga Varig, por que não deveria assumir o restante das demais dívidas?", questiona um consultor do mercado de aviação.

O grupo Gol ainda vai enfrentar outro problema. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) até hoje não aprovou a fusão da companhia com a Varig. Um extenso processo que tramita no conselho sobre a união das duas empresas vai provocar demora na análise da situação, já que o Cade vai debater se a concentração de linhas aéreas nas mãos de duas empresas – Gol e TAM – deixa o setor excessivamente concentrado ou não. O conselho não tem data para julgar o caso. Diante da repercussão política da transação, só deverá incluir o tema na pauta no próximo ano.