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12 março 2018

Usando a Cruz Vermelha para importar bens

Nascida em 1973 e uma fortuna estimada em 3 bilhões de dólares, Isabel dos Santos talvez seja a mulher mais rica da África. Filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que comandou aquele país por décadas, Santos aproveitou esta relação familiar para fazer investimentos em telecomunicações, energia, instituição financeira e varejo, em Angola e Portugal.

Em Portugal, Isabel dos Santos não é bem vista, talvez pela postura agressiva como empresária. No seu país, com a saída de seu pai da presidência, ela tem gradativamente perdido poder. Inicialmente foi destituída do Conselho de Administração da Sonangol, a empresa de petróleo estatal de Angola.

No final de fevereiro, Isabel perdeu o cargo de presidente da Cruz Vermelha de Angola. Em um encontro de funcionários e voluntários, realizado em Luanda, capital do país, uma queixa sobre salários em atraso foi apresentada a João Lourenço, o Chefe de Estado de Angola, que substituiu o pai de Isabel no poder. Haverá uma mudança gerencial, que passa pela mudança bancária, levantamento de inventário, investigação de fuga ao fisco, entre outras medidas. O secretário da ONG foi acusado de desviar 200 mil euros. Além disto, parece que a ONG foi usada por Isabel para importar bens que estão, hoje, na sua operadora de telecomunicações, a Unitel. Sem pagar impostos. Ou seja, Isabel usou a Cruz Vermelha para não pagar impostos de bens para sua empresa.

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