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12 junho 2012

Normas Internacionais

Precisamos ser mais críticos. Não aceitar passivamente o que dizem sobre os benefícios de certas decisões, sem analisar criticamente o assunto.

Um artigo publicado no Financial Times compara a adoção das normas internacionais de contabilidade (IFRS) com a adoção do Euro como moeda única para Europa. A questão da uniformidade é que os efeitos de sua aplicação não são uniformes:

(...) Incapacidade de reconhecer e gerenciar os riscos associados com a uniformidade tem impulsionado a União Monetária Europeia para um crítico precipício. Riscos semelhantes aplicam-se nos esforços do International Accounting Standards Board (IASB) , a profissão contábil e alguns reguladores internacionais em adotar as IFRS em termos globais.

O IASB e o FASB se comprometeram desde 2002 chegar a um acordo sobre normas de contabilidade comuns. Apesar de seus esforços, IFRS não foram aprovados pela Securities and Exchange Commission para a adoção dos EUA. A SEC não pode arriscar a reação política de ceder o controle de sua contabilidade para um organismo estrangeiro. Podemos aprender com o fracasso do euro e avaliar não só se a visão de um conjunto de normas contábeis globais é viável, mas também se é desejável.

As normas de contabilidade interagem com a legislação, os códigos comerciais e as normas sociais em diferentes países, em muitos aspectos. O IASB tem empurrado a sua agenda à frente sem tomar responsabilidade por consequências recorrentes inesperadas. O desastre de alguns bancos, esgotando seu capital mediante o pagamento de bônus e dividendos com lucros falsos, gerados no âmbito do IFRS (...) é um bom exemplo. (...)

A complexidade e a interatividade dos sistemas sociais e os mercados tornam praticamente impossível para um grupo de especialistas obter uma solução da contabilidade "melhor" que servirá economias divergentes. Mesmo se fosse possível, ela só pode ser desenvolvida através de evolução bottom-up da contabilidade e não através de imposição de cima para baixo de um único método selecionado por uma comissão de especialista com responsabilidade limitada.(...)

Embora os grandes jogadores obter economias de escala de aplicação de IFRS em suas atividades internacionais, acionistas e outras partes interessadas, particularmente no setor bancário, não foram bem servido pelos resultados de normas IFRS.

Por isso, apelamos a SEC para não prosseguir com as IFRS nos EUA. (...)

Sugerimos que o G20 abandone o seu apoio aos padrões de contabilidade globais. (...)


Global Accounting Rules – An Unfeasible Aim - Stella Fearnley & Shyam Sunder via aqui. Sunder é autor de Theory of Accounting and Control, onde afirma: "padronização afeta inovação" (página 165). Uma leitura fundamental para analisar as vantagens e desvantagens da padronização.

2 comentários:

  1. É legal ver que nos EUA tem gente remando contra a maré. Uma coisa é muito clara nessa tal padronização, na verdade, tal “revolução” não passa de imposição do modelo anglo-saxão de contabilidade baseada em Common Law para o resto do mundo.

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  2. Complemento:

    IFRS: Contabilidade baseada em princípios?!
    Então, Valor Justo é “basilado” em que princípios?
    Competência? Prudência?

    A respeito de IFRS, somente dúvidas...

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