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08 janeiro 2007

Denúncia

Três empresas multinacionais reagem a denúncias, negam ter tomado conhecimento do fato e agora buscam soluções para evitar crianças atuando em suas cadeias produtivas
O Globo

Ministério Público do Trabalho (MPT) de Minas Gerais vai intimar, nas próximas semanas, três multinacionais a assinarem um Termo de Ajuste de Conduto (TAC) em que se comprometem a não comprar matéria-prima produzida por crianças. Basf, Tintas Coral e Faber-Castell se viram, assim, envolvidas com a Justiça num processo iniciado em janeiro de 2006, depois da publicação, na revista da ONG Instituto Observatório Social, de uma reportagem que denunciava trabalho infantil no terreno sob concessão de Minas Talco e Minas Serpentinito, fornecedoras das multinacionais. As denúncias serviram como um alarme e impulsionaram as três empresas a anunciarem providências. Agora elas estão mais atentas.

As multinacionais também reagiram às denúncias. Em nota, a Faber-Castell explica que não compra mais dos fornecedores envolvidos e que destacou uma equipe para desenvolver ações de apoio à comunidade. Além disso, a empresa se aproximou mais da comunidade e doou material escolar para dez escolas públicas de Ouro Preto. Para uma delas, a única de Mata dos Palmitos, onde estudam 56 alunos, a Faber enviou, ainda, 60 carteiras, cadernos e papel sulfite. De acordo com a empresa, a doação atendeu 100% das 1.100 crianças matriculadas na rede municipal de ensino da região.

A Tintas Coral também garantiu que, ao ser informada da denúncia, interrompeu o relacionamento comercial com a Minas Talco. Em nota, a empresa afirmou ter passado “a realizar várias discussões a respeito do monitoramento de seus fornecedores, principalmente os menores, visto que os grandes já eram cobertos por auditorias periódicas e correspondem a 80% do volume de compras”. Ainda segundo a empresa, com essas discussões foi desenvolvido o “Questionário de responsabilidade social”, projeto que está em fase de implementação e que será aplicado a todos os fornecedores, atuais e futuros, da Coral. Seu objetivo é se certificar com mais propriedade sobre o cumprimento dos requisitos básicos de responsabilidade social.

Já a Basf suspendeu os contratos com o fornecedor à espera da apuração das autoridades competentes. Gislaine Rosseti, diretora de comunicação da empresa, explica que a responsabilidade social é uma atividade estratégica em seus negócios e que acredita nos parceiros até que seja comprovado que eles quebraram os códigos de conduta da multinacional.

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