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04 maio 2017

Balanço e Emoji

O site Quartz resolveu resumir 40 demonstrações contábeis para que o leitor pudesse ler em dois minutos. Para isto usou o emoji (aquelas carinhas do celular, que expressa . Abaixo, o resumo do site (na língua original):

Techstravaganza
Alphabet: Feeling very, very lucky 🤑
Microsoft: Clouds good, computers not so much 😐
Amazon: Resistance is futile 🤑
Intel: Chipping off 😰
Baidu: Bai-don’t 😰
Expedia: Sales up, losses down 😐
GoPro: Not dead yet 😐
Nokia: “Some challenges remain” 😐
LG Electronics: Premium washing machines 🤑
Samsung: ~Explosive~ profit growth 🤑
Nintendo: Zelda to the rescue 😀

Big banks
Deutsche Bank: Low expectations, met 😐
BBVA: Gracias a Mexico 😀
Lloyds: Balance-sheet balancing act 😐
Nordea: Leaving Sweden? 😐
Nomura: Business outside Japan 😀

Big oil
Total: Allez le oil price 🤑
Marathon Petroleum: Surprise! A profit 😀
Gazprom: Those gassy Europeans 😀

Airports, airplanes, air-things
Southwest Airlines: Not great, but not United 😐
American Airlines: Pay the pilots 😰
Lufthansa: Profits at last! 😀
Heathrow: “Best year ever” 🤑
Raytheon: Political turmoil=Tomahawk missiles 😀
Airbus: More like Air-bust 😱

Drugs
AbbVie: Holy Humira! 🤑
Bayer: Stroke-prevention pills 🤑
AstraZeneca: Expired patents 😰
Bristol-Myers Squibb: You say Opdivo, I say Eliquis 😀

What to wear
Under Armour: Ugly shoes, ugly earnings 😱
Hermès: Handbags in Asia 🤑

What to eat
Starbucks: Venti ambitions, grande growth 😐
Domino’s Pizza: Piping-hot profits 😀
GrubHub: Mmm, non-GAAP adjusted Ebitda 🤑
Pret a Manger: Coconut milk FTW 🤑

Best of the rest
Comcast: Get Out! 😀
Ford: Warranty woes 😰
UPS: Saturday shifts 😐
WPP: US ad budgets 😰
Dow Chemical: The world wants silicone 😀

Rolls Royce e os efeitos da investigação brasileira

A empresa britânica Rolls-Royce foi fundada em 1904. Com receita de 15 bilhões de libras esterlinas (cerca de 60 bilhões de reais) e 49 mil empregados, a empresa é um orgulho e exemplo da eficiência britânica. Entre os vários setores onde a empresa atua destaca-se a construção de motores para aviões.

Em janeiro deste ano, a empresa fez um acordo com um regulador britânico, denominado SFO, e concordou em pagar 670 milhões de libras (quase 2,7 bilhões de reais) a um regulador britânico para evitar que as acusações de subornos pudessem impedir contratos de exportação. Neste acordo estava incluso 170 milhões de dólares para autoridades dos Estados Unidos e 25 milhões de dólares para o Brasil.

Descobriu-se posteriormente que alguns destes contratos recebiam dinheiro do contribuinte britânico.

Desde 1995 a empresa era auditada pela KPMG. Em razão da adoção do rodízio que foi adotado no Reino Unido, a empresa será substituída por outra Big Four. O problema é que a auditoria não conseguiu perceber nenhum problema com a empresa, inclusive o pagamento de subornos em outros países, durante estes anos.

Segundo notícia da Reuters e da BBC do dia de hoje, o regulador contábil FRC abriu uma investigação para verificar a qualidade do trabalho do auditor na contabilidade da Rolls-Royce. O Financial Reporting Council informou que irá concentrar no trabalho realizado no exercício findo em 31/12/2010 a 2013, no Rolls-Royce Group e Rolls-Royce Holdings.

Num comunicado, a KPMG afirma estar confiante na investigação do FRC e na qualidade do trabalho realizado na empresa.

Brasil - Apesar do acordo de janeiro fazer referência aos problemas de corrupção detectados no Brasil, no ambito das investigações realizadas pela Operação Lava-Jato na empresa Petrobras, o país não é citado pelo FRC. A SFO revelou 12 acusações de corrupção ou falhas do gênero em sete países: Indonésia, Tailândia, Índia, Rússia, Nigéria, China e Malásia. Apesar da BBC e Reuters não afirmarem explicitamente, parece que a corrupção ocorrida no Brasil chamou a atenção para os negócios nestes sete países.

Rir é o melhor remédio


03 maio 2017

Necessidade de reduzir a complexidade

O Fasb, a entidade sem fins lucrativos relacionada com a criação de regras contábeis para o maior mercado acionário mundial, está interessado na redução da complexidade das demonstrações contábeis. Segundo um documento divulgado recentemente a entidade considera que a redução da complexidade beneficia as partes interessadas.

Mas será que a redução da complexidade não significa omitir informações? Para o Fasb a resposta é não. Além de aumentar a compreensibilidade da contabilidade, a menor complexidade pode significar também menor custo de implementação, podendo fazer com que as informações sejam mais consistentes e diretas. Isto poderia ter efeito sobre os auditores, segundo o Fasb, que poderiam emitir seus relatórios em menos tempo. Segundo o Fasb:

Sabendo disso, a Diretoria se esforça continuamente pelo "ponto ideal", entre a criação de padrões contábeis que fornecem informações úteis aos investidores e outros usuários, além de garantir que eles não imporão complexidade desnecessária e custos aos preparadores.


Outro lado - Apesar da aparente boa vontade do Fasb, é difícil de acreditar que "todas as alterações nos GAAP que são projetadas para reduzir a complexidade desnecessária". Afinal, nem todos serão beneficiados com esta redução. Pense nos auditores, onde a remuneração depende das horas trabalhadas. Ou nos gerentes que desejam esconder notícias ruins. Ou no regulador que gostaria de sentir poderoso ou possui um viés. O Fasb reconhece a dificuldade, mas considera que isto é proveniente da complexidade do ambiente econômico.

Mesmo a simplificação significa mudança, e as mudanças podem ser difíceis para as organizações interessadas. Os efeitos da mudança variam amplamente entre as organizações. Algumas partes interessadas podem estar entusiasmadas com uma oportunidade de simplificação, enquanto outras podem não se beneficiar tanto e, portanto, podem ser menos favoráveis.


Entretanto, uma pesquisa publicada no ano passado mostrou que as empresas usam a evidenciação voluntária como uma forma de mitigar os efeitos negativos da complexidade das demonstrações contábeis (GUAY, SAMUELS, TAYLOR. Guiding through the fog. Journal of Accounting and Economics, 2016, dica de Nyalle Mattos).

Links

Como a corrupção afeta a vida da empresa

O Ego do Executivo: quem paga a conta do anúncio num jornal?

O dia mais chato do século XX: 11 de abril de 1954 (se você conhece alguém que nasceu nesta data ...)

Comics: crenças

CVM rejeita termo de compromisso em operação de insider information da Hering

Atraso na publicação do balanço da Odebrecht

Como já era esperado:

Odebrecht S.A., holding que concentra todas as empresas do grupo Odebrecht, não publicou o balanço consolidado de suas operações referentes a 2016 dentro do prazo legal, no fim de abril. O grupo está no centro das investigações de corrupção da operação Lava Jato.

Procurada pelo G1, a Odebrecht confirmou ainda não ter divulgado suas demonstrações financeiras do ano passado. No entanto, informou estar “trabalhando intensamente para finalizar os balanços” e disse que “pretende publicá-los em breve”. A empresa não informou o motivo do atraso.

Raio X da Odebrecht - A lei determina que as empresas de capital fechado que compõem sociedades anônimas (SAs) de grande porte têm quatro meses para fechar e divulgar seus balanços após o fim do ano fiscal, geralmente em dezembro.

Empresas que descumprem o prazo de publicação de seus balanços ficam impedidas de registrar novos atos societários, explica ao G1 o especialista em direito Empresarial, Adelmo Emerenciano, sócio do escritório Emerenciano, Baggio e Associados. “Há também consequências comerciais, como a dificuldade em obter crédito e a impossibilidade de participar de licitações”, afirma.

As subsidiárias da Odebrecht estão impedidas desde dezembro de 2014 de participar de licitações da Petrobras, devido ao possível envolvimento com atos ilícitos da Lava Jato. Outra dificuldade é obter crédito para financiar projetos em andamento, além de planos de vender R$ 10 bilhões em ativos para fazer caixa.

Em 2015, o grupo Odebrecht teve prejuízo de R$ 298 milhões (equivalente a US$ 88 milhões), revertendo o lucro líquido de R$ 494 milhões obtido em 2014 (US$ 210 milhões). O balanço, divulgado somente em julho, foi auditado pela PricewaterhouseCoopers (PwC).

Em fevereiro, a Braskem, uma das empresas do grupo e com capital aberto, divulgou um comunicado informando que "estendeu o cronograma dos trabalhos junto aos auditores independentes" e, por isso, não havia finalizado suas demonstrações financeiras auditadas do exercício de 2016. (...)


Fonte: Aqui

Diante das denúncias, não resisti em colocar a fotografia acima para ilustrar a reportagem. Afinal, com tanto dinheiro para políticos, "somos todos Odebrecht"

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Imprensa e Liberdade. Mais aqui

02 maio 2017

Curso de Contabilidade Básica: O significado da Taxa de Depreciação

Os ativos imobilizados de uma empresa sofrem depreciação ao longo da sua vida útil. Este é um caso de despesa diferida, conforme estudamos no livro “Curso de Contabilidade Básica”, capítulo 4 do primeiro volume. O lançamento no ajuste, debitando despesa de depreciação e creditando depreciação acumulada, permite reconhecer no resultado o uso do imobilizado ao longo do período e, ao mesmo tempo, revelar o impacto sobre o ativo, reduzindo o montante existente no balanço patrimonial.

Por ser uma despesa relevante, a depreciação é registrada no balanço patrimonial numa conta específica. Isto permite que o analista tenha uma ideia da idade do imobilizado. Se uma empresa possui as seguintes informações em seu balanço:

Máquinas e Equipamentos 25.000
( - ) Depreciação Acumulada (5.000)

Sabendo que a despesa de depreciação no exercício foi de 2.500, podemos fazer os seguintes cálculos:

Idade Prevista para o Ativo = 25.000 / 2.500 = 10 anos
Idade Remanescente para o Ativo = 10 anos - (5.000/2.500) anos = 8 anos

Assim, neste exemplo hipotético, o imobilizado possui 10 anos de idade prevista, sendo que a idade que falta para que o imobilizado seja substituído é de 8 anos. Em outras palavras, daqui a 8 anos a empresa deverá substituir suas máquinas e equipamentos.

Outra forma de apresentar o dado é através da taxa de depreciação, expressa em percentual. No exemplo apresentado, a taxa é de 10% ou

Taxa de Depreciação = 2.500 / 25.000 = 10%

A partir desta informação é possível calcular a idade prevista:

Idade prevista para o Ativo = 1 / 10% = 10 anos

Vamos agora calcular isto para uma empresa real. Considere o balanço da Eldorado Brasil. As informações divulgadas pela empresa são as seguintes:

Prédios e Edificações
Taxa anual de depreciação = 3,84%
Custo = 1.094.689 mil
Depreciação Acumulada = 126.718 mil
Líquido = 967.971 mil

Neste caso, para os ativos da Eldorado poderemos obter as seguintes informações:

Idade prevista = 1 / 3,84% = 26,04 anos
Despesa de Depreciação Anual = 3,84% x 1.094.689 = 42.036
Idade Remanescente = 26,04 anos - (126.718 / 42.036) = 26,04 - 3,01 = 23,03 anos

Perceba também que não houve informações sobre valores residuais. Valor residual é o valor que se obteria em uma venda do ativo, após o período de utilização na empresa. Quando você adquire um veículo, estima-se que você irá utilizá-lo durante alguns anos e depois revende a outra pessoa. O valor que você obtém na venda do seu veículo usado é o valor residual. Ou seja, ao final dos 23 anos, infere-se que a Eldorado provavelmente deverá aposentar esses ativos (e não vendê-los), dado que seu valor residual seria zero.

Política e Desempenho

Usando dados sobre os visitantes a Casa Branca, entre 2009 até 2015, descobrimos que as reuniões dos executivos corporativos com os principais responsáveis ​​políticos estão associadas a retornos anormais positivos das ações. Também encontramos evidências de que, após reuniões com funcionários do governo federal, as empresas recebem mais contratos governamentais e são mais propensas a receber alívio regulatório (conforme medido pelo tom das notícias regulatórias). O investimento dessas empresas também se torna menos afetado pela incerteza política após as reuniões. Usando a eleição presidencial de 2016 como um choque para o acesso político, descobrimos que as empresas com acesso à administração Obama experimentam em geral retornos significativamente mais baixos nas ações após a liberação do resultado eleitoral do que outras empresas.


All the President's Friends: Political Access and Firm Value - Jeffrey R. Brown, Jiekun Huang

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01 maio 2017

A volta do Glass-Steagall Act?

Donald Trump afirmou estar planejando reintroduzir nos Estados Unidos legislação que obriga a separação entre os bancos comerciais e os bancos de investimento, um tema que abordou durante a campanha da corrida à Casa Branca. A iniciativa consiste na adoção de uma lei com disposições semelhantes àquelas que integraram o Glass-Steagall Act, conjunto de normas que entrou em vigor em 1933, durante a Grande Depressão e sob a presidência de Franklin D. Roosevelt, com o objetivo de evitar a contaminação dos bancos retalhistas com os riscos da atividade da banca de investimento. [...]

No essencial, o Glass-Steagall Act impõe uma cisão dos bancos de carácter universal, dividindo-os em duas categorias. Por um lado, aqueles que podem receber depósitos que, posteriormente, financiam o crédito às empresas e às famílias. Num outro grupo ficam as instituições financeiras que transacionam investem em ativos financeiros de risco, a atividade que originou a crise financeira de 2008, desencadeada pelo elevado risco do crédito subprime e pela disseminação de produtos complexos cujo desempenho estava dependente da qualidade daqueles créditos de risco elevado.

Steve Mnuchin, secretário do Tesouro que trabalhou para o banco Goldman Sachs, frequentemente acusado de ser um dos principais responsáveis pela crise que estourou em 2008, já manifestou apoio a que uma versão atualizada do Glass-Stegall Act seja aprovada, numa iniciativa legislativa que não depende apenas da vontade da Casa Branca, já que tem de receber “luz verde” no Congresso. No entanto, os pormenores da legislação a adotar ainda não são conhecidos.

Fonte: Aqui

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