Translate

01 dezembro 2021

PIX: um ano


O PIX, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), completou um ano de existência em 16 de novembro. Apesar de todas as mudanças proporcionadas no dia a dia das pessoas, o impacto que a tecnologia causa altera toda um ecossistema de fintechs e bancos. Até o fim de outubro, de acordo com o BC, o PIX acumulava 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de usuários. E somente naquele mês, o valor movimentado foi de R$ 502 bilhões.

Bruno Samora, head de produtos Banking & Fintech da plataforma Matera, sinaliza as tecnologias e conceito em torno do PIX. “Um impacto muito relevante da tecnologia no ecossistema foi permitir que muitas carteiras digitais, até então limitadas em relação a alguns formatos de pagamento, aderissem à possibilidade. Do ponto de vista tecnológico, a mensageria foi fundamental para tornar o sistema ágil. Hoje, o PIX depende de uma dinâmica aparentemente simples, mas que roda em um sistema robusto. Quando uma transação é efetuada, ela se comunica com o Sistema de Pagamento Instantâneo do BC e, a partir daí, é efetivada.”

Leia mais em: aqui

Rir é o melhor remédio


 Acrescentando um zero na contabilidade. 

30 novembro 2021

Contabilidade, pandemia e tecnologia


A questão digital e a contabilidade, segundo um texto de João Barros para o Jornal Econômico, de Portugal:

Contabilidade: Desafios iniciais da pandemia são agora ganhos para o futuro

Depois das dificuldades criadas com a chegada da pandemia, a aceleração digital cria, juntamente com a adoção de modelos de trabalho mais flexíveis, novas oportunidades para a contabilidade

A área da contabilidade enfrentou grandes desafios no último ano e meio, desde, como na generalidade dos sectores, a passagem para um modelo híbrido de trabalho e a necessidade tecnológica que este acarreta, mas também no apoio às empresas num momento de incerteza e de dificuldades financeiras. Com a recuperação económica já em curso e a transformação que se deverá viver nos próximos tempos no tecido produtivo europeu, os contabilistas terão de ser ágeis para aproveitarem as oportunidades criadas, ao mesmo tempo que reforçam o seu papel no panorama empresarial.

Uma das tendências mais notórias da pandemia foi a aceleração na adoção de recursos e técnicas inovadoras, assentes sobretudo em tecnologias disruptivas e que permitem uma maior flexibilidade dos agentes combinada com uma maior proximidade dos clientes e um acompanhamento mais próximo da sua atividade. Esta é uma “tendência global e irreversível” que se fará sentir ao nível das “áreas administrativas, financeiras e fiscais”, começa por referir Rui Pedro Almeida, diretor executivo e managing partner da Moneris.

Apesar dos ganhos de eficiência que conferem estas novas soluções, o fenómeno representa “uma oportunidade, mas também um desafio para os auditores e contabilistas”, argumenta.

“Os contabilistas e auditores de menor dimensão terão maior dificuldade em adaptarem-se a este novo contexto e exigência, não apenas pelo investimento financeiro a que este obriga, mas sobretudo pela necessidade de desenvolver um plano estratégico, bem articulado, no que respeita aos sistemas de informação e de incorporarem nos seus quadros colaboradores com senioridade suficiente para acompanharem o processo de transformação organizacional, que exigirá novas competências de literacia tecnológica e um olhar claro para a redefinição dos modelos de negócio”, explica Rui Pedro Almeida.

No caso de uma firma de maior dimensão como a Moneris, várias das tecnologias essenciais para esta transição digital eram já uma realidade pré-pandémica, dispondo o grupo de uma “suite de RPA (automação robótica de processos) e de outros processos de automação”. Estes permitiram uma passagem mais fácil para o trabalho à distância, face à necessidade de limitar contactos em tempos de pandemia, e também confere ganhos de eficiência evidentes.

Tecnologia para a otimização

“Os RPA, o machine learning e a inteligência artificial permitem hoje otimizar os lançamentos contabilísticos e o relato fiscal, preenchendo e submetendo declarações fiscais. A digitalização e automação de processos contabilísticos e fiscais traduzem-se, assim, num conjunto de benefícios como o desenvolvimento de tarefas, em tempo útil, acelerando a produtividade e garantindo a fiabilidade dos dados e tarefas rotineiras”, observa o diretor executivo da Moneris. Isto significa que os profissionais da área ficam com mais tempo disponível para tarefas que requerem ainda faculdades humanas, como a “análise e o apoio à gestão dos nossos clientes”.

É esta maior especialização que começa por destacar António Nunes, diretor executivo e fundador do Grupo Nucase. A aceleração digital vivida trazida pela Covid-19 “significa que boa parte do trabalho operacional do contabilista será automatizado, quer na contabilização documental, quer na elaboração e envio das diversas declarações fiscais”, libertando os profissionais para outras tarefas. “O contabilista passará a ter o papel de certificar e auditar a informação gerada e proceder ao seu tratamento para os diversos fins e destinatários com maior relevo para o apoio e aconselhamento à gestão e desenvolvimento dos negócios”, considera, bem como para o acompanhamento às “alterações legislativas e respetivo enquadramento aplicável às organizações de que é responsável”. Este apoio legislativo foi também das principais faces da pandemia para o sector. A necessidade de mobilizar apoios ao tecido produtivo, que foi castigado pelo encerramento temporário de inúmeras atividades, levou a mudanças rápidas e inesperadas na legislação em vigor, criando dúvidas aos empresários que os contabilistas se aprontaram a esclarecer.

Primazia ao cliente

A preocupação com o acompanhamento dos clientes é fundamental para a afirmação de qualquer negócio e ainda mais num mercado competitivo como o da contabilidade. Depois da passagem desta comunicação para canais digitais no início da pandemia, tornou-se fulcral manter uma avaliação da satisfação das empresas que recorrem aos serviços dos contabilistas, ilustra Rui Pedro Almeida. “Durante a pandemia auscultámos várias vezes os nossos clientes e o mercado em geral, de forma direta e através de surveys, para podermos entender em que medida estávamos a corresponder às suas expectativas e quais seriam as suas necessidades”, conta, revelando que “a resposta foi muito positiva, permitindo-nos acompanhá-los nos seus desafios que passaram a estar mais focados na componente de gestão de crise, gestão de cashflow, reestruturações financeiras ou operacionais ou temas de interoperabilidade tecnológica”.

Assim, o cuidado no acompanhamento é um elemento diferenciador, especialmente dada a crescente preferência das empresas por “não apenas ver assegurado o seu compliance contabilístico e fiscal, sendo este em grande medida higiénico e um ‘must have’, mas também soluções que as permitam acelerar a sua recuperação, resiliência ou expansão”.

Além dos clientes, também os próprios contabilistas e demais recursos humanos do sector sentiram uma mudança de prioridades e preferências a que os grandes grupos da área devem estar atentos. Realidades como o teletrabalho, o trabalho remoto e os esquemas laborais flexíveis parecem ter vindo para ficar, permitindo maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos trabalhadores . As novas tendências ao nível do trabalho significam uma menor ponderação do fator salarial na escolha de cada indivíduo sobre o seu empregador e na sua satisfação, afirma António Nunes.

“As condições extrassalariais são cada vez mais um fator decisivo, principalmente para as novas gerações, que têm novas formas de ver a vida e procuram principalmente benefícios de equilíbrio entre vida pessoal e o trabalho”. Assim sendo, a Nucase permite flexibilidade de horário e conjuga este aspeto com outras regalias, como “dias extra de férias por assiduidade e antiguidade, dia de aniversário, prémios monetários por faturação, prémios por angariação de clientes e prémios por melhores sugestões”, de forma a manter motivados os seus trabalhadores e conseguir reter o talento existente na empresa.

A palavra-chave nesta tendência é ‘flexibilidade’. Dadas as diferentes preferências e necessidades de cada indivíduo, a estratégia da Nucase passa por “um modelo hibrido de dois a três dias por semana em trabalho remoto, mas sempre adaptado às necessidades individuais de cada colaborador, mais do que a criação de modelos únicos”.

Esta é uma ideia reforçada por Rui Pedro Almeida, que perspetiva para o pós-Covid “uma organização assente em premissas de flexibilidade e práticas remote friendly”.

“Parece-me essencial, no nosso enquadramento, a adoção de um modelo híbrido, que permita, por um lado, acompanhar os recursos mais juniores, que precisam de crescer em termos de competências e que enfrentam a sua adaptação ao mercado de trabalho, precisando de apoio no seu induction organizacional. Por outro lado, temos de garantir que não se perde o que de bom ganhou durante a pandemia, nomeadamente a produtividade e qualidade de vida que o trabalho remoto pode proporcionar, quando devidamente estruturado e planeado”, desenvolve o responsável da Moneris.

Esta necessidade de reter talento é complementada pela capacidade de o encontrar e recrutar. Para tal, a Moneris tem vindo a aprofundar a sua relação com a meio académico, além de ter “mapeado a força de trabalho em todo o país”.

“A aproximação que temos feito à Academia, com a construção de relações assentes na reciprocidade e partilha de conhecimento, tem-nos permitido valorizar os nossos recursos, a par de uma mais tempestiva identificação de potenciais talentos numa fase em que estes ainda se encontram em formação ou aceleração das suas aprendizagens e experiência profissional”, expõe Rui Pedro Almeida.

Assim, a inovação e automação que o grupo tem vindo a implementar permite uma “diferenciação nos serviços que prestamos aos nossos clientes, mas também no projeto de crescimento e de desenvolvimento dos nossos colaboradores, que sentem no dia-a-dia a diferença de pertencer a uma empresa que acredita na diversidade de perfis e na complementaridade de competências, essenciais à nossa premissa de melhoria contínua”, remata.

Senhas mais usadas no mundo

Eis a lista mais atual:

1) 123456 – 103Milhões de usuários;

2) 123456789 – 46 milhões

3) 12345 – 32 milhões

4) qwerty – 22 milhões

5) password – 20 milhões

6) 12345678 – 14 milhões

7) 111111 – 13 milhões

8) 123123 – 10 milhões

9) 1234567890 – 9,6 milhões

10) 1234567 – 9,3 milhões

Todas podem ser craqueadas em menos de um segundo. Fonte: aqui

Links


O transporte ferroviário de mercadorias é uma via promissora para reduzir as emissões do setor de transportes. No entanto, a mudança modal de estrada para ferrovia ainda não foi alcançada porque o trem ainda não é competitivo com o transporte rodoviário devido à falta de confiabilidade e flexibilidade



Propaganda da Lacta (Grécia) contra violência doméstica

Imposto mundial: OECD ou ONU?

Rir é o melhor remédio

 

Arca de Noé

29 novembro 2021

Covid e a satisfação com a democracia


A crise de saúde poderia afetar a satisfação com o regime democrático? Aparentemente sim, mas não a ponto de fazer com que a população abrace regimes não democráticos. Uma pesquisa em 12 países, incluindo o Brasil, com 22.500 respondentes, verificou a influencia da pandemia na atitude das pessoas e o impacto na satisfação com o governo. Eis o resumo:

Beyond its immediate impact on public health and the economy, the COVID-19 pandemic has put democracy under stress. While a common view is that people should blame the government rather than the political system for bad crisis management, an opposing view is that dissatisfaction with government performance may cause deeper dissatisfaction with democracy even in consolidated democratic regimes. We use a pre-registered survey and experiment covering 12 countries and 22,500 respondents to examine the impact of the pandemic on public attitudes about incumbent governments, the functioning of democracy and support for different types of regimes. To estimate causal effects, we leverage experimental treatments using an instrumental variable design. We find that dissatisfaction with the government, which is equally driven by economic and health considerations, decreases satisfaction with how democracy works. However, it does not translate into an embrace of non-democratic regime types.

Pesquisa na internet: Google versus Yandex

 

Como dois sites de busca respondem a pesquisa sobre "Vacina Pfizer". O Google, que possui 94% do mercado nos EUA (e provavelmente algo próximo no Brasil) traz como sugestão os locais de vacinação ou outras informações. O Yandex, de procedência russa, tem como sugestão o tema "morte". Tanto o Google - que é dono da Blogger, onde hospedamos este blog - quanto o Yandex fazer uma "seleção" sobre o tema. Tenho usado do Duckduckgo, mas percebo que ele é ruim para apurar plágio, por exemplo, um uso que faço deste instrumento. Parece que o Duckduckgo está baseado no Bing e talvez por isto o Google ofereça melhores respostas, no caso do plágio

Netflix: Quantidade, não Qualidade


A Netflix é uma empresa a observar e entender. Mas há algumas críticas pesadas. A empresa está provocando uma corrida para produção de conteúdo. Eis um dado importante: a empresa produziu está lançando mais de 70 novos filmes por ano, bem mais que a MGM produzia no passado (50 filmes por ano). Isto colocou pressão em outras empresas, que correram para aumentar a produção de filmes. O problema é a qualidade. 

Os assinantes desejam um fluxo constante de filmes e séries para continuar pagando sua assinatura. Mas os filmes da Netflix obtiveram uma nota média de 59,1, em 100, entre os espectadores. E de 54,4 entre os críticos. Bem abaixo dos concorrentes: Disney = 70,3 e 66, entre espectadores e críticos, na ordem, por exemplo. 

Muitos originais da Netflix acabam se sentindo assim, como imitações baratas da coisa real.

Meme: aqui

Links

Pedro Demo e a crítica ao marketing acadêmico

Órgão dos EUA irá demorar 55 anos para liberar o acesso a toda documentação relacionada com a vacina da Pfizer - lá existe um tempo de resposta de 20 dias, mas como o número de páginas é muito grande, o volume liberado corresponde a 500 páginas por mês

Como Musk, com seus comentários no Twitter, influencia o preço da ação

Pesquisa mundial sobre medos e ameaças: colombianos estão bem pessimistas

Juventus, clube italiano, sendo investigado por inflar preço de transferência

Rir é o melhor remédio

 

O que é lavagem de dinheiro?. No original: estou lendo sobre cuidados pessoais; o que é hidratação?

28 novembro 2021

CMN aceita a IFRS 9


O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira resolução que alinha critérios contábeis aplicáveis a instrumentos financeiros detidos pelas instituições financeiras às melhores práticas internacionais, mais especificamente ao chamado IFRS 9.

O novo arcabouço vem após consultas públicas sobre o tema abertas em 2017 e 2018 e representa, segundo o Banco Central, "passo relevante" em direção à finalização do processo de convergência das normas contábeis previstas no Padrão Contábil das Instituições Reguladas pelo Banco Central do Brasil (Cosif) em relação aos padrões internacionais de contabilidade.

As novas normas entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2025. O BC defendeu que, com o prazo, haverá tempo suficiente "para ajustes nos processos e rotinas das instituições financeiras, garantindo um processo de transição suave e eficiente".

O IFRS 9 é o padrão internacional de contabilidade para classificação, reconhecimento, mensuração e provisionamento de instrumentos financeiros.

Ele foi editado pelo International Accounting Standars Board (IASB) em 2014, em decorrência da crise financeira de 2008, passando a valer a partir de 2018.

Com seu advento, a provisão deve ser constituída pelas instituições financeiras com base na perda esperada, já na data da concessão do crédito e com reavaliação periódica sempre que houver indícios da deterioração da capacidade creditícia do tomador de crédito ou do emissor do instrumento.

Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, criticou o fato de a base de capital do sistema bancário brasileiro ser muito concentrada em crédito tributário, com a fórmula para um banco contabilizar perda esperada sendo muito diferente da que a contabilidade exige, e defendeu a inserção do IFRS 9 para eliminação desta distorção referente à criação de crédito tributário.

Uma fonte do governo, contudo, disse à Reuters que apenas o novo arcabouço não resolve a questão dos créditos tributários. Em condição de anonimato, a mesma fonte pontuou que um projeto de lei foi elaborado sobre o tema e ainda está em fase de avaliação interna pela equipe econômica.

Veja a diferença entre a data de validade da IFRS (2018) e nossa adoção. Processo lento para convencer as autoridades brasileiras, não?

Fonte: aqui

24 novembro 2021

Montadoras tradicionais são superadas


Será que faz sentido? Do lado direito, três fabricantes de veículos elétricos que juntos possuem um valor de mercado de 1,3 trilhões. Somente a Tesla teria um valor de 1 tri. 

Três montadoras tradicionais - Toyota, Volks e Daimler, possuem um valor de mercado de 500 bi, metade do valor da Tesla. A diferença é maior no número de veículos entregue: 21,8 milhões versus 0,5 milhão. 

Elizabeth Holmes e o julgamento


O julgamento da jovem executiva da empresa de exames de sangue Theranos, Elizabeth Holmes, prossegue. A estratégia da defesa é tentar mostrar que não ocorreu fraude, mesmo contra todas as evidências existentes. Basicamente, a defesa pretende passar a imagem de que pode ter ocorrido "falhas" com a empresa, mas não enganação. Há dúvidas se isto será suficiente para convencer o júri. 

Somente em dezembro será realizado o julgamento do ex-marido de Holmes e também executivo da Theranos. 

Rir é o melhor remédio

 

Desempenho passado não é garantia de resultados futuros

23 novembro 2021

Capitalismo sem Capital


Dos autores de Capitalismo sem Capital (em parceria com Eric Hazan) sobre um capitalismo com muito intangível

(...) Acreditamos que essa tendência sugere fortemente surgimento de um novo modelo de capitalismo, em que o sucesso das empresas será medido mais por seu pessoal e suas capacidades do que por suas máquinas, produtos ou serviços. Além disso, achamos que não há como voltar atrás. Empresas como Amazon, Apple, Facebook e Microsoft estão claramente aumentando drasticamente e alcançando crescimento.

Intangíveis podem muito bem estar impulsionando esse fenômeno. Afinal, certamente existe uma correlação entre investimento em intangíveis e maior produtividade e crescimento.

(...) Economias nas quais o investimento intangível está aumentando também estão registrando crescimento na produtividade total dos fatores. Notavelmente, as únicas empresas que conseguiram manter as taxas de crescimento de 2019 após a pandemia ocorrida no início de 2020 foram aquelas que investiram significativamente em toda a gama de intangíveis: inovação, dados e análises e capital humano e de marca.

Ainda devo uma resenha sobre o livro. 

Otimismo com ESG


Em geral postamos muito sobre ESG com uma abordagem crítica. Mas eis aqui algo sobre este assunto, de forma bem otimista:

A Fundação IFRS está bem posicionada para fazer esta proposta [de um padrão ESG]. Isso se deve à sua experiência no processo de definição de padrões, sua legitimidade na comunidade corporativa e de investidores e seu apoio de reguladores de todo o mundo. Se sua proposta for adotada, investidores e outras partes interessadas terão repentinamente uma visão muito mais clara do desempenho de sustentabilidade de qualquer empresa - assim como o desempenho financeiro. A maioria das empresas já emite relatórios de sustentabilidade, é claro, mas eles são divorciados de seus relatórios financeiros, dificultando a visualização da relação entre desempenho financeiro e desempenho de sustentabilidade. O SSB possibilitaria a realização do ideal de relatórios integrados. E o FASB seria capaz de desenvolver esse trabalho nos Estados Unidos. (...)

O impacto dos padrões de relatórios de sustentabilidade será enorme. Os executivos serão mais capazes de levar em consideração questões de sustentabilidade nas decisões de estratégia e alocação de capital. Isso ajudará a garantir a sustentabilidade do desempenho financeiro corporativo, principalmente a longo prazo. Os conselhos de administração verão a sustentabilidade não como uma questão paralela a ser gerenciada em um comitê, mas como uma questão importante na qual todo o conselho precisa se concentrar. As empresas mais eficazes no gerenciamento da sustentabilidade serão mais atraentes para os investidores. Como o desempenho da sustentabilidade pode ser um indicador líder do desempenho financeiro, os investidores desejam a mesma consistência e clareza nos relatórios de sustentabilidade de uma empresa, como agora esperam para seus relatórios financeiros. Os investidores desejam essas informações do CEO e do CFO e desejam discutir com eles o desempenho financeiro e de sustentabilidade da empresa e como eles estão relacionados entre si.

Reflexo Semmelwels


Já comentamos aqui sobre o princípio de Planck. Em poucas palavras, a mudança na ciência só acontece quando os velhos cientistas morrem. Em outras palavras, raramente "Saulo se torna Paulo", ou seja, um cientista é convertido a uma nova ideia. A ciência avança a cada funeral.

Há outro termo muito próximo ao princípio de Planck. Trata-se do Reflexo Semmelweis ou a tendência a rejeitar novas evidências ou novos conhecimentos, que contradiz as normas, crenças ou paradigmas. 

É uma homenagem a Ignaz Semmelweis, um médico húngaro que descobriu a importância dos médicos lavarem as mãos com uma solução de cloro antes de visitar um novo paciente. Semmelweis descobriu isto em 1847 e apesar da descoberta estar restrita a febre infantil, com o tempo o mesmo passou a ser válido para outras doenças. Graças a ele, muitas vidas foram salvas, incluindo grávidas. O importante é que Semmelweis descobriu isto antes da descoberta da teoria dos germes. 

Mas qual a razão de existir o reflexo Semmelwels. Bom, hoje sabemos que sua descoberta é verdadeira, mas na sua época, muitos médicos rejeitaram a sugestão de higienizar as mãos. Muitos acreditavam que as mãos de um cavalheiro não poderiam transmitir doenças.

Suas ideias foram rejeitadas por não ter, na época, uma explicação razoável. Ele sofre zombarias e termina sendo internado em um manicômio, onde é espancado pelos guardas e morto em decorrência dos ferimentos.